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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

www.jesusvoltara.com,br/selo/666.htm

http://www.jesusvoltara.com.br/selo/index1.htm

http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7381596829005815252&postID=8714081002669135176

Recebi outro dia uma carta dramática de uma garota que durante anos desperdiçou a vida afundada no mundo das drogas e da promiscuidade. Os pais dela sofriam muito. Choravam e suplicavam a Deus que operasse um milagre na vida da filha. Com apenas 16 anos, ela fugira de casa à procura de novos horizontes. Cinco anos mais tarde, estava completamente prisioneira de uma série de circunstâncias. Irreversíveis, do ponto de vista humano.

http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=7381596829005815252&postID=8714081002669135176


Era noite fria do mês de junho, em São Paulo. As luzes de néon piscavam, iluminando os nomes das boates e clubes noturnos de uma parte da cidade denominada "boca do lixo". Ali estava ela, parada numa esquina, tentando vender o corpo para comprar um pouco de droga. O inferno de sentimentos, lembranças e revoltas queimavam-lhe o peito. Sentia-se injustiçada pela vida. Sozinha e esquecida por todo mundo.



Às vezes, Deus nos permite correr e correr, até cair exaustos em alguma esquina da vida. Às vezes, esta é a única maneira de lembrar que Deus existe: quando tudo falha; depois de ter destruído a família, os sonhos e os ideais. Quando só nos restam os cacos e os farrapos de um presente sem perspectivas. No lixo da vida, a quem clamar, senão a Deus?



Foi isso o que a garota de nossa história fez. Do fundo de um coração cheio de rancor e angústia, clamou e foi ouvida. A história de sua conversão poderia ser relata com mais um milagre de Jesus, no fim do século XX. Mas a carta relatava outro incidente, capaz de chocar qualquer pessoa. Depois de meses estudando as Escrituras, ela descobriu o plano que Deus tinha para sua vida. Aceitou a Jesus como Salvador e batizou-se como orienta a Bíblia.



Era véspera de Natal, quando decidiu retornar para casa e oferecer para mãe o maior presente que qualquer filha poderia oferecer: abraçá-la e dizer: "Mãe, Deus operou um milagre na minha vida. Você não terá que passar mais noites de lágrimas e sofrimento pela filha extraviada. Jesus mudou minha vida, e hoje estou aqui de volta ao lar."



Viajou 1500 quilômetros até chegar à pequena cidade que a vira nascer. Mas quando a mãe soube que ela havia sido batizada numa igreja diferente da sua, quase gritou: "Você desonrou a nossa família vivendo uma vida perdida. Trouxe opróbrio e vergonha e, agora, como se tudo isso fosse pouco, você ainda me diz que traiu a religião dos seus pais? Você renegou a tradição de sua família? Preferia antes ver você drogada e prostituída do que 'crente'." "Mãe" - disse a garota - "você não compreende? Eu não estou falando apenas de religião. Estou falando de vida. Eu era uma pobre drogada e Jesus mudou a minha vida! Você compreende?"



A mãe não compreendeu, e esse foi o motivo da carta. A garota sentia-se incompreendida, e, dessa vez, não foi ela quem fugiu de casa. Foram os pais que a expulsaram. Mas o que tem tudo isso a ver com o Apocalipse? Muito, porque no capítulo 13 encontramos uma profecia que tem que ver com intolerância religiosa. Fala-se da perseguição que os filhos de Deus sofrerão nos dias antecedentes à volta de Cristo.



As duas grandes bestas



Nesse capítulo, encontramos descritas duas grandes bestas. A primeira sai do mar (Apocalipse 13:1); a segunda, da terra (Apocalipse 13:11). À primeira, foi-lhe dado poder para pelejar "contra os santos e os vencer" (Apocalipse 13:7). E a segunda proíbe que alguém possa comprar ou vender se não tiver a marca da besta. (Apocalipse 13:17). Para você compreender melhor, veja como João descreve a primeira besta:



"Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e, sobre os chifres, dez diademas, e sobre as cabeças, nomes de blasfêmias. A besta que vi era semelhante ao leopardo, com os pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade. Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a Terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: quem é semelhante à besta?



Quem pode pelejar contra ela? Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmia contra Deus, para Lhe difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no Céu. Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo".



Você percebe, pelo que acaba de ler, que essa besta tem as seguintes características:





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É um poder religioso e recebe adoração dos homens. "Adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida"

Também é um poder político de alcance mundial. "Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação."

Num momento da História, perdeu o poder. Mas hoje impõe respeito e admiração mundial. "Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada."

Blasfema contra Deus. "Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias."

Persegue o povo de Deus. "Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse."

Seu poder dura 42 meses, que, em linguagem profética, equivale a 1260 anos (42 x 30 = 1260). "Foi-lhe dada autoridade para agir 42 meses."





Aqui se fala de um poder que forçará a consciência das pessoas para adorarem do jeito que ele estabelecer. E, se você quiser descobrir quem é esse poder hoje, tudo o que precisa fazer é responder o seguinte:



Conhece você algum poder que, além de ser religioso, tem uma influência política poderosa, e cuja autoridade se faz sentir em cada tribo, povo, língua e nação?

Conhece você algum poder religioso que, além de ter essa primeira característica, perdeu, em algum momento da História, a força política e depois a recuperou? O texto bíblico diz que "uma das cabeças foi golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada, e toda a Terra se maravilhou, seguindo a besta".

Onde você pode ver um poder religioso respeitado e admirado por reis, príncipes, presidentes da República e ministros de Estado?

Porventura tem esse poder blasfemado contra Deus, ou, nas palavras de Daniel, "tentou mudar os tempos e a lei" (Daniel 7:25)? Procure em sua Bíblia a redação da lei de Deus, tal como Ele a entregou em Êxodo 20, e compare-a com a lei que os seres humanos hoje conhecem. Depois responda: Quem mudou essa lei?

Tem esse poder religioso perseguido pessoas, em algum momento da História, porque elas preferiam obedecer à Bíblia e não à igreja?





Ninguém precisa convencê-lo de nada. É só tomar a Bíblia, como está escrita, e responder a essas perguntas. Qual é a sua conclusão? Para mim não é fácil escrever isto, porque a fé e a consciência das pessoas são patrimônios sagrados. Você é a coisa mais linda que Deus tem. Ele sabe que você é sincero naquilo que acredita. Eu não tenho o direito de causar-lhe sofrimento, mas, por outro lado, você acha que as verdades divinas para o tempo do fim devem permanecer ocultas?



O que venho escrevendo não é apenas um assunto de religião ou de igreja. Deus tem Sua Igreja na Terra, é verdade. Mas, acima de tudo, o que está em jogo é a soberania do Criador. Existe um conflito entre o inimigo - sempre acusando e tentando desestabilizar o governo divino - e Deus, sempre convidando Seus filhos para andarem à luz de Sua Palavra.



Esse é o motivo por que neste capítulo praticamente me limito a transcrever o texto bíblico, rogando ao Espírito Santo que ilumine sua mente para você chegar às suas próprias conclusões. Não quero mencionar esta ou aquela igreja, este ou aquele líder religioso. Quero apenas que você leia o que diz o registro sagrado. Olhe ao seu redor. Veja os acontecimentos religiosos e políticos, e tome uma decisão. Mas, por favor, deixe de lado o preconceito. Tente analisar a Escritura Sagrada não apenas com o coração, mas também com o raciocínio e com a mente analítica que procura, sinceramente, conhecer a Verdade.



A segunda besta



Continuemos agora com a descrição que o Apocalipse faz da segunda besta:



"Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre à terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu;

e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que, não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita, ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou o número de seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número de um homem; ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis."



Com esses versos em mente, analisemos as característica da segunda besta:



É um poder que, no início, fala como cordeiro; mas, depois, fala como dragão. O cordeiro é símbolo de Jesus. O sacrifício do Cordeiro é o centro do evangelho que Cristo veio ensinar. Quer dizer que esse foi um poder cristão no início de sua existência, mas depois algo aconteceu, pois passou a falar como dragão.

Esse poder coloca toda sua força a serviço da primeira besta. faz com que a Terra e os seus habitantes adorem a primeira besta. Esse poder não exige adoração para si, mas para a primeira besta.

É um poder que deslumbra. Faz até "cair fogo do céu" diante dos homens.

É um poder que além de dar força á primeira besta, exige obediência a uma imagem desta. Imagem é algo que se parece com o original, mas não é.

É um poder que dá força à imagem e até decreta a morte para os que não a adorarem.

Ordena colocar a marca da besta sobre todas as pessoas, a fim de que aquele que não tiver a marca não possa comprar, nem vender.





Para saber a quem simboliza a segunda besta, novamente é preciso se perguntar o seguinte:



Existe hoje algum país poderoso que, no início de sua história, foi um país cristão, estudioso da Bíblia, que defendia a liberdade de adorar a Deus segundo a consciência de cada um? Ou seja, falava como cordeiro?

Existe hoje um país poderoso que, havendo tido essa origem, com o tempo foi tornando-se um país secular, quase berço de todo tipo de ideologias e filosofias que não passam de "a voz disfarçada do dragão"?

Qual é hoje o país que dá mais força ao primeiro poder analisado neste capítulo?

Qual é atualmente o país que deslumbra com sua tecnologia, com seu poderio militar e que a História apresenta como o único país que um dia até se atreveu a fazer cair, literalmente, "fogo do céu", destruindo duas grandes cidades?

Até aqui é fácil identificar esse país na própria Bíblia, porque todas as características, de alguma maneira, estão sendo cumpridas. Mas a Bíblia menciona ainda algumas outras características que se cumprirão num futuro muito próximo.



Esse país escolherá um dia da semana como símbolo do primeiro poder mencionado neste capítulo.

Esse país exigirá que toda pessoa adore a Deus nesse dia, sob a pena de não comprar nem vender, caso não obedeça.





Como você pode ver, no capítulo 13 de Apocalipse, é mencionado um poder religioso/político que, de alguma forma, atribui a si prerrogativas divinas. No mesmo capítulo, fala-se de um país poderoso, líder mundial, que usa todo o seu poderio para fazer com que os seres humanos prestem adoração ao primeiro poder.



Muitos leitores podem sentir-se chocados ao ler a palavra "besta". "Besta" pode ser uma palavra pejorativa ou insultante. Ela pode servir para ofender e agredir. Mas não é nesse sentido que a profecia a usa. Profeticamente, "besta" é símbolo de poder. E aqui estamos tentando identificar dois tipos de poderes que agirão juntos no fim dos tempos para perseguir e obrigar os homens a desobedecerem a Deus.



O número 666



O último verso de Apocalipse 13, diz literalmente: "Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número de um homem; ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis."

Esse misterioso número - seiscentos e sessenta e seis - tem criado muito tipo de especulação entre os estudiosos da Bíblia. Para conhecer o significado desse número, é preciso conhecer algo de numerologia bíblica. Diferentemente da numerologia ocultista, que concede aos números poder para determinar o rumo e destino das pessoas e coisas, a numerologia bíblica é apenas simbólica.

O número sete, por exemplo, é símbolo de perfeição. Impressiona-nos o fato de que Deus abençoou o sétimo dia da semana e o reservou como sagrado, inteiramente pertencente a Ele. O número sete é mencionado 323 vezes na bíblia e, em todas elas, refere-se a Deus e Suas obras de misericórdia e de juízo. O número sete é símbolo de Deus, de Seu poder e de Seu governo.



Já o número seis é mencionado 92 vezes na Bíblia. Em todas elas se relaciona com o homem, sua natureza, suas obras, sua herança e seu destino. Por exemplo: desde a criação, o ser humano deveria trabalhar seis dias. O sétimo era de Deus. A Bíblia diz que o homem foi criado no sexto dia, e a partir dali, o número seis foi sempre símbolo do homem, e se relaciona com sua imperfeição. O ser humano só seria perfeito relacionando-se com seu Criador, simbolizado pelo número sete.



Sete é o número perfeito. Pertence a Deus e, portanto, simboliza o ideal divino. Seis é símbolo daquilo que não alcança a divindade. É símbolo do homem. Aproxima-se do número sete, mas nunca poderá alcançá-lo. Existe um abismo enorme entre o homem - identificado com o número seis da imperfeição - e o seu Criador, identificado com o número sete, completo e perfeito.1



Portanto, se queremos identificar o símbolo do número 666, não podemos fazê-lo levados pelo fanatismo irracional e premeditado, tentando atribuir a essa ou àquela pessoa o título da besta de Apocalipse 13. Existe um poder político/religioso, já vimos. E esse poder é identificado, além de outras características, pelo número 666.



É o número seis repetido três vezes. Seis é o símbolo do homem, existe neste poder um esforço humano desesperado e intensificado para alcançar a perfeição divina. Pretende ser Deus, mas não o é. Atribui-se prerrogativas divinas, mas não as tem. Exige dos homens adoração, mas não passa de um poder humano. Pode fazer o que quiser; exigir o que desejar, mas não passa de um ser humano.



É um engano que leva os homens a aceitarem o humano em lugar do divino. Que tranqüiliza as consciências dos homens, fazendo-os crer que servem a Deus, quando, na realidade, são súditos do inimigo, que vem disfarçado de religioso.



Crescimento espiritual: uma decisão importante



A humanidade vive, sem perceber, seu grande momento de decisão, decidir demanda, muitas vezes, mudança de rumo. Decidir envolve, geralmente, a aceitação de novas verdades. Isto é crescer. E, como já dissemos, não há crescimento sem dor. Talvez por isso os seres humanos resistam ao crescimento. Crescer não é negar o passado. É, sim, tomar o passado como base para construir o futuro.



Outro dia, estava estudando a Bíblia com um jovem universitário. Era um aluno inquieto, cheio de perguntas e questionamentos. Com amor, abri a Bíblia diante dele, e deixei que a Palavra de Deus respondesse as suas inquietudes espirituais. Seus olhos abriram maravilhados diante de verdades que nunca tinha ouvido falar. Contestava, refutava, racionalizava. Afinal de contas, o que estava descobrindo vinha contra tudo aquilo que tinha aprendido deste criança. Que diriam seus pais e avós se soubessem que eles estava questionando muitas tradições herdadas da família?



De repente, vi seus olhos brilhando de emoção. Sabia que o Espírito de Deus o estava perturbando. Havia uma luta em seu coração. A verdade bíblica por um lado e a tradição e a fé da família por outro. A mente de um lado e o coração de outro. O que fazer? Olhou para mim e perguntou quase angustiado: "Quer dizer que estive errado a vida toda?" "Não" - foi minha resposta - "Você não estava errado, estava apenas crescendo."



Imagine-se na escola primária. Lá, você aprendeu a somar, subtrair, multiplicar e dividir. Mas a vida não parou por ali. Depois você foi ao colégio secundário e aprendeu álgebra, física, química e trigonometria. E a vida seguiu seu curso normal. Você foi à universidade e estudou física nuclear, trigonometria espacial e física quântica.



Pense agora: seria justo, estando na universidade, voltar os olhos aos anos quando estava na escola primária e dizer: "Quando estava na escola primária, estava errado." Estava você errado? Não. Estava apenas crescendo. Errado estaria se você chegasse ao colégio secundário, o professor tentasse lhe ensinar álgebra e você dissesse: "Não quero aprender, porque para mim basta somar, subtrair, multiplicar e dividir." Errado não é querer crescer. Errar é pensar que o que conhecemos em qualquer área da vida é suficiente. Porque a verdade não tem limite. Cada dia se aprende. E aprender significa crescer; e não existe crescimento sem dor. Talvez seja essa razão por que as pessoas resistem ao crescimento.



O canguru de plástico



Quando meu filho fez o primeiro aniversário, ganhou um canguru de plástico. Era um brinquedo barato, mas se afeiçoou a ele de todo coração. Não deixava o brinquedo para nada. Com ele ia à rua; com ele tomava banho; brincava e dormia. Os anos foram passando, e o canguru já estava velho. Era um pedaço de plástico quase sem forma, mas o garoto não deixava o brinquedo para nada.



Até que ele fez seis anos e chegou o momento de ir para a escola. No primeiro dia, lá estava ele uniformizado, com a mochila nas costas e o canguru nos braços. Foi difícil explicar àquela criança que tinha chegado o momento de deixar o canguru e partir para a escola. Dialogamos um bom tempo. Sua cabecinha entendeu, mas seu coração não aceitava.



Por que será que nós os seres humanos muitas vezes temos que viver neste mundo experiências semelhantes? A cabeça compreende, mas o coração não aceita. Dói aqui dentro, mesmo sabendo que é hora de partir em direção a um novo horizonte.



Havia lágrimas nos olhos de meu filho, quando olhou para seu amado canguru. Ele simbolizava os anos maravilhosos da inocência, da meninice, da despreocupação. Mas olhou para mim e viu o pai querido sofrendo com ele. Eu também tinha lágrimas em meus olhos, mas devia levar meu filho para a escola porque este era o seu futuro. E os dois juntos, de mãos dadas, partimos para a conquista de um novo horizonte.

Pode você neste momento, confiar em seu Pai amado? Ele está sofrendo junto com você. Ele conhece a dor de seu coração. Ele sabe a luta que você esta experimentando quando seus olhos, de repente, abrem-se a verdades que não conhecia, mas que estão ali, diante de você, nas Sagradas Escrituras. Confie em seu Pai. Ele não falhará.

"Por essa razão, pois amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por Ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis, e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.


Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaias de vossa própria firmeza; antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno." II Pedro 3:14 a 18





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Por esta exposição inicial, vamos iniciar um estudo sobre textos mal compreendidos hoje pelos cristãos, com relação a Lei de Deus ou Dez Mandamentos, e descobrir a verdade sobre tais textos, dentre eles:



Gálatas 3:10 - "Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição..."



Gálatas 3:13 - "Cristo nos resgatou da maldição da lei..."



Efésios 2:15 - "Aboliu, na Sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças..."



Colossenses 2:16 e 17 - "Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo."



* * * * * * *



Leia os versículos seguintes comparando com os citados acima.



Romanos 3:31 - "Anulamos, pois, a Lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a Lei." - Ora! Não foi desfeita a Lei? Não é maldito o que observa? Porque então "estabelecer" uma Lei nestas condições, ainda mais sobre a base da fé?



Romanos 7:7 - "Que diremos, pois? É a Lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da Lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a Lei não dissera: 'Não cobiçarás.'"



Romanos 7:12 - "Por conseguinte, a Lei é santa, e o mandamento, santo, e justo e bom." - Repetindo: Lei santa, Lei justa e Lei boa. Como admitir que a mesma seja maldita?



Efésios 6:2 - "Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa..." - Paulo adverti a observar esse mandamento, no entanto, seria ilógico observá-lo, já que os Dez Mandamentos, foram "desfeitos", não acha?



I Timóteo 1:8 - "Sabemos, porém, que a Lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo..." - E agora? Para onde ir? É inconcebível que uma coisa maldita, desfeita ou anulada, seja boa, concorda?



Até aqui, é possível ter entendido que há diversidade de leis na Bíblia. E realmente Paulo menciona muito o termo lei, nos assuntos que enfoca, de maneira ora explícita e clara, ora dificultosa ao entendimento imediato. Certo é que Paulo estabelece a diversidade de leis, realçando uma, a Lei de Deus (Dez Mandamentos) também conhecida como Lei Moral e mostrando a caducidade de outra, a Lei de Moisés, também conhecida Lei Cerimonial na qual era constituída de: sacrifícios, ofertas diversas, circuncisão, dias de festas...



Crê boa parte dos cristãos de hoje que a Lei de Deus foi abolida quando Cristo morreu na cruz. Isso ocorre porque estes mesmos cristãos aplicam ao termo "LEI", encontrado nas Escrituras, como a definição de todas as leis da Bíblia. Não sancionam a separação delas e discordam que haja distinção entre as mesmas, tudo se resume, pensam, na Lei de Moisés.



Admitir que a Bíblia só apresente uma lei, e que tudo é Lei de Moisés, não havendo portanto distinção entre elas, é o mesmo que dizer ser ela um amontoado de contradições. De fato, existem leis providas de Deus, que foram enunciadas, escritas e entregues por Moisés, e entre elas está a Lei Cerimonial, constituída de um ritual que os judeus deveriam praticar até que viesse o Messias Jesus. (Êxodo 24:7; Deuteronômio 31:24 a 26)



"Os descendentes de Abraão foram cativos no Egito, e o clamor de suas aflições foram ouvidas por Deus, e Ele 'lembrou' da aliança que fizera com Abraão, resgatando assim os israelitas do seu opressor, fazendo deles oráculos, guardiões dos estatutos divinos, e ao mesmo tempo testemunhas do poder Criador de Deus às demais nações." (Gênesis 17:1 a 8; Gênesis 17:9 a 14; Êxodo 3:1 a 9; Êxodo 19:1 a 8)



Os rituais cerimoniais que Deus estabeleceu, simbolizava o evangelho para eles (judeus), e compunha-se de ordenanças como: ofertas diversas, holocaustos, abluções, sacrifícios, dias anuais de festas específicas e deveres sacerdotais. E tais ordenanças foram registradas na Lei de Moisés [Lei Cerimonial], não na Lei de Deus [Lei Moral]. (II Crônicas 23:18; II Crônicas 30:15 a 17; Esdras 3:1 a 5).



Todo o cerimonialismo, representava Cristo. Todas os estatutos e leis cerimoniais que eram realizados pelos judeus apontavam para Ele. Todas as coisas realizadas representava o sacrifício, o perdão e a salvação realizado por Cristo na cruz. (Colossenses 2:8 a 19). Pesquisando atentamente as Escrituras, podemos encontrar outras leis como:



leis acerca dos altares - Êxodo 20:22 a 26;

leis acerca dos servos - Êxodo 21:1 a 11;

leis acerca da violência - Êxodo 21:12 a 36;

leis acerca da propriedade - Êxodo 22:1 a 15;

leis civis e religiosas - Êxodo 22:16 a 31;

lei dietética - Levítico 11;

repetição de diversas leis - Levítico 19...

leis para os sacerdotes - Levítico 21:1 a 24;

Existe, porém, um código particular e distinto, escrito e entregue pelo próprio Deus a Moisés, a Lei Moral [Dez Mandamentos - Êxodo 31:18]. Esta Lei é universal e eterna. (Isaías 56:1 a 8; Mateus 5:17 a 20; Eclesiastes 12:13 e 14). Portanto estudando com cuidado e humildade, buscando o auxílio do Senhor para compreendê-las, poderemos através do Espírito Santo, ter a mente esclarecida e encontrar na Bíblia essa variedade de leis.





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Lourenço Silva Gonzalez, Assim Diz o Senhor, 3.ª ed., 1986.





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A Lei e o Evangelho





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Quando os judeus rejeitaram a Cristo, rejeitaram a base de sua fé. E, por outro lado, o mundo cristão de hoje, que tem a pretensão de ter a fé em Cristo, mas rejeita a Lei de Deus, comete um erro semelhante ao dos iludidos judeus. Os que professam apegar-se a Cristo, polarizando nEle as suas esperanças, ao mesmo tempo que desprezam a Lei Moral e as profecias, não estão em posição mais segurar do que os judeus descrentes. Não podem chamar inteligentemente os pecadores ao arrependimento, pois são incapazes de explicar devidamente o de que se devem arrepender. O pecador, ao ser exortado a abandonar seus pecados, tem o direito de perguntar: Que é pecado? Os que respeitam a Lei de Deus podem responder: "Pecado é a transgressão da Lei." (I João 3:4). Em confirmação disto o apóstolo Paulo diz: "... eu não conheceria o pecado, não fosse a Lei." (Romanos 7:7)



Unicamente os que reconhecem a vigência da Lei Moral podem explicar a natureza da expiação. Cristo veio para servir de mediador entre Deus e o homem, para unir o homem a Deus, levando-o à obediência a Sua Lei. Não havia e não há na Lei, poder para perdoar o transgressor. Jesus, tão-só, podia pagar a dívida do pecador. Mas o fato de que Jesus pagou a dívida do pecador arrependido não lhe dá licença para continuar na transgressão da Lei de Deus; deve ele, daí por diante, viver em obediência a essa Lei.



A Lei de Deus existia antes da criação do homem, ou do contrário Adão não podia ter pecado. Depois da transgressão de Adão não foram mudados os princípios da Lei, mas foram definitivamente dispostos e expressos de modo a adaptar-se ao homem em seus estado decaído. Cristo, em conselho com o Pai, instituiu o sistema de ofertas sacrificais; de modo que a morte, em vez de sobrevir imediatamente ao transgressor, fosse transferida para uma vítima que devia prefigurar a grande e perfeita oferenda do Filho de Deus.



Os pecados do povo foram em figura transferidos para o sacerdote oficiante, que era um mediador para o povo. O sacerdote não podia ele mesmo tornar-se oferta pelo pecado e com sua vida fazer expiação, pois era também pecador. Por isso, em vez de sofrer ele mesmo a morte, sacrificava um cordeiro sem mácula; a pena do pecado era transferida para o inocente animal, que assim se tornava seu substituto imediato, simbolizando a perfeita oferta de Jesus Cristo. Através do sangue dessa vítima o homem, pela fé, contemplava o sangue de Cristo, que serviria de expiação aos pecados do mundo.



Propósito da Lei Cerimonial



Se Adão não tivesse transgredido a Lei de Deus, nunca teria sido instituída a Lei cerimonial. O evangelho das boas novas foi primeiro dado a Adão na declaração que lhe foi feita, de que a semente da mulher havia de esmagar a cabeça da serpente; e foi transferido através de gerações a Noé, Abraão e Moisés. O conhecimento da Lei de Deus e do plano da salvação foi comunicado a Adão e Eva pelo próprio Cristo. Entesouraram cuidadosamente a importante lição, transmitindo-a verbalmente aos filhos e aos filhos dos filhos. Assim se preservou o conhecimento da Lei de Deus.



Os homens naqueles dias viviam quase mil anos, e anjos visitavam-nos com instruções providas diretamente de Cristo. Foi estabelecido o culto de Deus mediante as ofertas sacrificais, e os que temiam a Deus reconheciam perante Ele os seus pecados, aguardando, com gratidão e santa confiança, a vinda da Estrela da Manhã, que havia de guiar ao Céu os caídos filhos de Adão, por meio do arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Assim era o evangelho pregado em cada sacrifício; e as obras dos crentes revelavam continuamente a sua fé num Salvador porvindouro. Disse Jesus aos judeus: "Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em Mim; porque de Mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos, como crereis nas Minhas palavras?" (João 5:46 e 47)



Era, porém, impossível a Adão, por exemplo e preceito, deter a onda de miséria que sua transgressão trouxera aos homens. A incredulidade insinuou-se no coração dos homens. Os filhos de Adão apresentam os dois rumos seguidos pelos homens em relação às reivindicações de Deus. Abel via a Cristo prefigurado nas ofertas sacrificais. Caim era incrédulo quanto à necessidade de sacrifícios; recusou-se a discernir que Cristo era tipificado pelo cordeiro morto; o sangue de animais parecia-lhe não ter virtude alguma. O evangelho foi pregado a Caim, assim como para seu irmão; mas foi-lhe um cheiro de morte para morte, visto como não reconheceu, no sangue do cordeiro sacrifical, a Jesus Cristo - única provisão feita para salvação do homem.



Nosso Salvador, em Sua vida e morte, cumpriu todas as profecias que para Ele apontavam, e foi a substância de todos os tipos e sobras apresentados. Ele guardou a Lei Moral, e exaltou-a satisfazendo a suas reivindicações, como representante do homem. Aqueles, de Israel, que se volveram ao Senhor, e aceitaram a Cristo como a realidade simbolizada pelos sacrifícios típicos, discerniram a finalidade daquilo que devia ser abolido.



Capítulo 02 - Contraste entre as Leis








Segundo o estudo anterior (Distinção de Leis), é possível que alguém tenha ficado perplexo, pois há textos na Bíblia que positivamente declaram ser a Lei de Deus eterna, e que não muda, e que todos devem obedecê-la. Por outro lado, existem outras passagens que parecem significar que a lei foi dada por um determinado tempo apenas, e não nos encontramos agora na obrigação de obedecê-la.

Estas declarações parecem causar confusão no espírito de certas pessoas; mas a Palavra de Deus é verdadeira, e nela não há contradição. O que nos dá essa impressão, deve ser apenas falta de compreensão de nossa parte.



Podemos ser sinceros em nossa opinião, e todavia enganar-nos por falta de perfeita compreensão do assunto. A Bíblia é a Palavra Viva, é a Palavra do Deus Vivo... Trata da realidade eterna. Encontra-se nela, alturas e profundidades além da compreensão da mente finita do homem. Mas esse mesmo fato não é senão outra evidência de que ela é de Deus.





Se nos deparamos com aparentes contradições, devemos estudar cuidadosamente o assunto, e com humildade, buscar o auxílio do Senhor para compreendê-las, e o Espírito Santo nos esclarecerá a mente. Dentre todas as leis mencionadas na Bíblia, duas têm destaque preeminente: A Lei Cerimonial e a Lei Moral, fatos que muitos cristãos não aceitam ou não compreendem, mas que é claro em toda a Bíblia.



"A Lei Moral ou Lei de Deus (Dez Mandamentos) vem da eternidade. Os princípios desta Lei são base do governo de Deus. São imutáveis como o Seu Legislador. A Lei é por natureza indestrutível, nem um mandamento pode ser tirado do Decálogo. Permanece todo ele irrevogável e assim permanecerá para sempre... Lucas 16:17."



Entretanto, o mesmo não se estabelece com a Lei Cerimonial, freqüentemente chamada de Lei de Moisés, que veio a existir depois da queda do homem. Esta lei consiste em manjares e bebidas, várias abluções, justificações da carne e sacrifícios, destinada a chamar a atenção para a primeira vinda de Jesus; e com Sua vinda, todas estas coisas foram encerradas. Aí encontram-se o tipo e o antítipo; a sombra encontrou o corpo (Colossenses 2:16 e 17). Quando Cristo, o Cordeiro de Deus, morreu na cruz, o véu do templo se rasgou em dois de alto a baixo (Mateus 27:51). Os serviços do templo a partir daquele momento deixaram de ter lugar. O sistema sacrifical cessou, e a lei que a ele pertencia deixou de existir. Foi cravada e riscada na cruz (Colossenses 2:13 a 15).



A Lei Cerimonial foi dada para satisfazer condições temporárias e locais da Antiga Aliança (Êxodo 24:1 a 11).

Uma vez que essas condições mudaram em virtude da crucificação, ao mesmo tempo, fez-se uma Nova Aliança (Hebreus 8:6 a 9).

Mediante o sacrifício do Cordeiro na cruz, todos os povos, nações e línguas poderão chegar a Deus (Isaías 56:1 a 8; Hebreus 8:11; João 14:6).

Somente através do sangue de Cristo conseguimos a remissão dos nossos pecados (João 14:12 a 15; I João 2:1 a 6; Hebreus 10:19 e 23).



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"A Lei de Deus da Antiga Aliança é a mesma Lei da Nova Aliança nos dias de hoje, permanece a mesma e permanecerá para sempre. Com a Nova Aliança os Dez Mandamentos, a Suprema Lei de Deus, é guardada e gravada na mente daqueles que O buscam, é selada no coração dos Seus discípulos (Isaías 8:16; Hebreus 8:10 a 13; Jeremias 31:31 a 35).



Todos são agora justificados na presença do Pai, através da fé em Jesus, e somente a parti dEle, somos aptos a guardar os Seus mandamentos (Romanos 2:13; Romanos 5:1 e 2; Romanos 16:25 a 27; João 15:9 e 10; Apocalipse 14:12).

Firmando assim a Nova Aliança, superior, perfeita e eterna (Hebreus 9:11 a 15).

Concluindo, na Nova Aliança a Lei Cerimonial (os estatutos cerimoniais) da Antiga Aliança não tem mais razão para continuar, não há mais razão para existir. A Lei Moral ou a Lei de Deus, no entanto, acompanhará os justos através dos séculos."





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Lourenço Silva Gonzalez, Assim Diz o Senhor, 3.ª ed., 1986.





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O Propósito da Lei







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Deus concedeu Sua Lei a fim de prover abundantes bênçãos a Seu povo, e para conduzi-los a um relacionamento salvador com Ele. Observe os seguintes propósitos específicos:



Ela Revela a Vontade de Deus para a Humanidade



Na qualidade de expressão do caráter e do amor de Deus, os Dez Mandamentos revelam Sua vontade e propósito para a humanidade. Demandam obediência perfeita, "pois qualquer que guarda toda lei, mas tropeça em só ponto, se torna culpado de todos" (Tiago 2:10). Obediência à lei, sendo esta a regra de vida, é vital para a nossa salvação. O próprio Cristo explicou por quê: "Se queres, porém entrar na vida, guarda os mandamentos" (Mateus 19:17). Essa obediência somente é possível por intermédio do poder que o Espírito Santo, habitando no íntimo do ser, torna disponível.



Ela Funciona como Padrão de Julgamento



Tal como Deus, Seus "mandamentos são justiça" (Salmo 119:172). Portanto, a lei estabelece o padrão de justiça. Cada um de nós será julgado por esses retos princípios, e não por nossa consciência. Dizem as Escrituras: "Temei a Deus e guarda os Seus mandamentos... porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (Eclesiastes 12:13 e 14; Tiago 2:12).



A consciência humana é instável. A consciência de alguns é "fraca", enquanto a de outros é "corrompida", "má" ou "cauterizada" (I Coríntios 8:7 e 12; Tito 1:15; Hebreus 10:22; I Timóteo 4:2). Tal como um relógio, não importa quão bem ele trabalhe, deve a consciência ser "aferida" de acordo com algum padrão, para que ela possa ser de algum valor. Nossa consciência nos diz que devemos proceder de modo correto, mas não diz o que é correto. Somente a consciência aferida de acordo com o grande padrão divino - Sua lei - pode evitar que mergulhemos no pecado.



Ela aponta o pecado



Sem os Dez Mandamentos as pessoas não podem ver claramente a santidade de Deus, nem sua própria culpa ou necessidade de experimentar o arrependimento. Quando as pessoas não sabem que estão violando a Lei de Deus, não se arrependem de sua condição de perdidas ou a necessidade do sangue expiatório de Cristo.



Tendo em vista ajudar as pessoas a verem a sua verdadeira condição, a Lei funciona como uma espécie de espelho (Tiago 1:23 a 25). Aqueles que "olham" a seu próprio caráter defeituoso em contraste com a justiça do caráter de Deus, compreendem que a lei revela que todas as pessoas são culpadas diante de Deus (Romanos 3:19), e que são plenamente responsáveis perante Ele. "Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" (Romanos 3:20), já que "pecado é a transgressão da lei" (I João 3:4). Efetivamente, diz Paulo, "eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei" (Romanos 7:7). Ao convencer os pecadores de suas culpas, ela os ajuda a compreender que estão condenados sob juramento da ira de Deus e que estão diante da penalidade de morte eterna. A lei provoca neles, portanto, um senso de completo desamparo.



Ela é um Agente de Conversão



A lei de Deus é o instrumento que o Santo Espírito utiliza para trazer-nos à conversão. "A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma" (Salmo 19:7). Quando, depois de ver nosso verdadeiro caráter, compreendemos que somos pecadores, que estamos condenados à morte e sem esperança, sentimos a necessidade de um Salvador. Neste ponto, as boas novas do evangelho tornam-se cheias de significado. Assim, pois, a lei nos indica a Cristo, o Único que nos pode ajudar a escapar de nossa desesperada condição.1 Foi nesse sentido que Paulo se referiu tanto à Lei Moral quanto a Cerimonial como sendo um tutor ou "aio", cujo objetivo é "nos conduzir a Cristo, a fim de que [sejamos] justificados por fé" (Gálatas 3:24).2

Ao mesmo tempo que a lei revela nosso pecado, ela jamais será capaz de salvar-nos. Da mesma forma como a água é o elemento necessário para lavar as faces sujas, assim, depois de nos contemplarmos no espelho da Lei Moral de Deus, tendo descoberto nossa necessidade de limpeza, corremos à fonte que se encontra aberta "para remover o pecado e a impureza" (Zacarias 13:1), onde somos purificados pelo "sangue do Cordeiro" (Apocalipse 7:14). Temos de contemplar a Cristo. O pecador tem de "olhar para seu Salvador, o portador dos pecados. E ao ser-lhe revelado Cristo na cruz do Calvário, morrendo sob o peso dos pecados de todo o mundo, o Espírito Santo lhe mostra a atitude de Deus para com todos os que se arrependem de suas transgressões".3

Nesse momento, a esperança extravasa de nosso coração e em fé nos dirigimos a nosso Salvador, que por Sua vez nos estende o dom da vida eterna (João 3:16).



Ela Provê Genuína Liberdade



Cristo disse que "todo aquele que comete pecado é escravo do pecado" (João 8:34). Quando transgredimos a Lei de Deus, não nos achamos em liberdade; a obediência aos Dez Mandamentos, esta sim, nos assegura verdadeira liberdade. Viver dentro dos limites estabelecidos pela Lei de Deus significa liberdade do pecado. Significa também liberdade diante daquilo que acompanha o pecado - contínuo aborrecimento, consciência ferida, crescente culpa e remorso, que minam as forças vitais de nossa vida. Disse o salmista: "Andarei em liberdade, pois busquei os Teus preceitos" (Salmo 119:45, New International Version). Tiago referiu-se ao Decálogo como a "lei perfeita, lei da liberdade" (Tiago 2:8; 1:25).



Para que pudéssemos receber essa liberdade, Jesus nos convidou a que viéssemos até Ele com todos os nossos fardos de pecado. Ele nos oferece o Seu jugo, que é suave (Mateus 11:29 e 30). Se a lei é apresentada sem o poder salvador de Cristo, não há qualquer libertação do pecado. Mas a graça salvadora de Deus, que de nenhuma forma invalida a Lei, traz o poder que nos liberta do pecado, pois "onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" (II Coríntios 3:17).



Ela Restringe o Mal e Traz Bênçãos



O aumento de crimes, violência, imoralidade e maldade que inunda a Terra, resultou do desprezo que os homens votaram ao Decálogo. Sempre que a lei é aceita, restringe o pecado, promove ações corretas e tornar-se o meio para estabelecer a justiça. Nações que incorporaram os princípios dessas lei a suas leis nacionais, experimentaram grandes bênçãos. Por outro lado, o abandono desses princípios sempre trouxe consigo decidido declínio.



Nos tempos do Antigo Testamento, Deus muitas vezes abençoou nações e indivíduos em proporção à obediência destes a Sua lei. Dizem as Escrituras: "A justiça exalta as nações" e "com justiça se estabelece o trono" (Provérbio 14:34; 16:12). Aqueles que se recusavam a obedecer os mandamentos de Deus, encontravam calamidades (Salmo 89:31 e 32). "A maldição do Senhor habita na casa do perverso, porém a morada dos justos Ele abençoa" (Provérbio 3:33; Levítico 26; Deuteronômio 28). O mesmo princípio geral continua válido nos dias de hoje.





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Nisto Cremos, CPB, 4.ª ed., 1997, págs. 315-318.



1. Alguns têm interpretado a afirmação de Paulo, "porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê", como significando que o fim ou propósito da lei é conduzir-nos ao ponto em que podemos perceber nossa pecaminosidade e assim dirigirmos a Cristo para obter perdão e, pela fé, recebermos a Sua justiça. (Este uso da palavra "fim" [do grego telos] também é encontrado em I Tessalonicenses 1:5; Tiago 5:11 e I Pedro 1:9). Veja também The SDA Bible Commentary, edição revista, vol. 6, págs. 541 e 542. - Leia também em Guiados Para Vencer I: A Lei de Deus aos Romanos.



2. Cf. SDA Bible Commentary, edição revista, vol. 6, pág. 961; E. G. White, Mensagens Escolhidas, vol.1, pág. 233. A Lei Cerimonial representava também um aio que conduzia o indivíduo a Cristo através de diferentes meios. Os serviços do santuário, com suas ofertas sacrificais, apontavam aos pecadores o perdão de pecados que o sangue do vindouro Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, haveria de prover, levando-os, portanto, à compreensão da graça do evangelho. Era seu desígnio desenvolver amor pela Lei de Deus, enquanto as ofertas sacrificais deveriam constituir dramática ilustração do amor de Deus em Cristo.


Romanos 4:15 e 5:13 - "Porque a Lei suscita a ira; mas onde não há Lei, também não há transgressão." - "Porque até ao regime da Lei havia pecado, mas o pecado não é levado em conta quando não há Lei."


Aqueles que pregam que, a Lei de Deus foi abolida, forçosamente também terão de crer que não existe pecado, e se assim é, todos são justos, e todos se salvarão, creiam ou não em Cristo, tenham ou não nascido de novo. Sim, porque Deus não pode condenar nem destruir aqueles que não pecaram. Aceitando-se que a Lei Moral foi abolida por Cristo, não há mais necessidade de fé e muito menos angustiar-se por causa da perdição eterna, em chamas crepitantes.



Romanos 7:6 - "Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra."



"Livres da Lei" - Por quê? Simples. Antes, porém, se você achar que esse "livre" é para fazer o que bem entende, isente Paulo primeiro. A transgressão da Lei é pecado (I João 3:4). Disso Paulo não deixa dúvidas. Diz ele: "...mas o pecado não é levado em conta quando não há Lei." (Romanos 5:13). Guardando os mandamentos da Lei de Deus, não estaremos sob sua condenação, mas "estaremos livres" de sua penalidade. Não livres da Lei. Veja bem, o porque:



A Lei é espiritual. Paulo afirmou em Romanos 7:14. O homem carnal não é sujeito à Lei de Deus. O homem carnal transgride a Lei inopinadamente, porque é carnal. Este homem rouba e a Lei diz: "Não furtarás". Quando porém este homem se converte, deixa de roubar; passa da esfera carnal para a espiritual, que é a própria esfera da Lei, e então ela deixa de acusá-lo de roubo. Todavia (não esperamos), se um dia esse homem voltar a roubar, novamente a Lei tornará a acusá-lo: "Não furtarás"... então, entende como a Lei não perde o valor quando o homem se converte? Ela simplesmente não terá domínio sobre ele, não o acusará por todo o tempo enquanto com ela viver em obediência, está pessoa estará "livre da lei".



Romanos 7:7 - "Que diremos, pois? É a Lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela Lei; porque eu não conhecia a cobiça, se a Lei não dissesse: Não cobiçarás".



Paulo chama uma lei de maldita (Gálatas 3:10); logicamente esta que menciona agora em Romanos 7:7, realçando surpreso: "De modo nenhum!", não pode ser a mesma. Vamos então descobrir qual é ela. Na sua Bíblia, depois dos dois pontinhos que antecedem as palavras "não cobiçaras" (Romanos 7:7), há o número 8, "bem miudinho". Vá ao rodapé da Bíblia (referência) e ela o conduzirá até Êxodo 20:17, que é a Lei Moral, o Decálogo. Nunca foi difícil mesmo em meio à profunda dialética paulina descobrir que ele exaltava a Lei Moral, mesmo porque, ensinava que, sem sua vigência atuante não poderia existir o pecado. O "pecado é a força da lei" ou seja: existe porque a lei o aponta e o revela.



Hoje, porém, há pessoas que chegam ao grande erro de dizer que a Lei Moral foi pregada na cruz, que estamos sob maldição e que adoramos um Deus morto (tudo isso já nos disseram, portanto é experiência própria). Mas, para Paulo não é assim, "de modo nenhum!", enfatiza Paulo. Ele só se apercebeu da malignidade do pecado quando se espelhou na Lei de Deus. Diante dela, esta, o acusou de cobiça.



Por outro lado, quando Paulo era carnal (isto é, antes de sua conversão), cobiçava, matava (tinha carta de autorização para isso), praticava atos de judiaria com crentes, e sua consciência não lhe doía; participou da morte de Estevão e tudo era-lhe normal. Mas agora, Saulo é Paulo, o ímpio é cristão, o carnal é espiritual, e assim descobriu ele o verdadeiro valor da Lei, e no poder de Cristo a ela obedeceu enquanto teve fôlego de vida.



Mais três textos claros definem, se houver dúvidas, que a Lei é imprescindível na dispensação cristã para que possamos apresentar ao mundo que o pecado ainda impera, e, portanto, há necessidade do Salvador Jesus.



Romanos 3:19 e 20: "... porque pela lei vem o pleno conhecimento do pecado."

Romanos 4:15: "... mas onde não há lei, também não há transgressão."

Romanos 5:13: "... mas o pecado não é levado em conta não havendo lei."

É bastante claro o ensino de Paulo. Ele não tem dúvida. A Lei permanece em vigor, enquanto existir pecado. Quando porém este chegar ao fim, a vigência da Lei cessa.



Romanos 7:8 - "Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a sorte de concupiscência; porque, sem Lei, está morto o pecado."



O apóstolo Paulo descobriu e ensinou que não teria conhecido o pecado se não fosse a Lei (Romanos 7:7). Disse que o pecado não teria valor, estaria morto, se não existisse a Lei (Romanos 5:13). A Lei lhe revelou a hediondez do pecado; por isso afirmou: "... o pecado reviveu e eu morri." (Romanos 7:9). Mas Paulo não permaneceu morto. Observando a Lei, o pecado desapareceu, ele reviveu para uma vida nova, e quem "morreu" agora foi o pecado, enquanto ele vivia em obediência, livre da penalidade da Lei.



Romanos 10:4 - "Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê".



Este texto, se for lido com o espírito de quem certa ocasião o leu para nós, tentando provar que ele cancelava por completo a Lei Moral, que fora abolida na cruz, e que quem a observa é maldito, e outros "mitos", certamente estará do lado do erro.



Se o termo "fim", que é proveniente da palavra grega telos, empregado aqui neste texto, ter como querem, o sentido de "término", "encerramento", "abolição", então o mesmo peso e a mesma medida terão que ser aplicados em I Pedro 1:9: "Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas." Ora o sentido é o mesmo, mas você jamais irá crer e aceitar o término, abolição e encerramento da fé do crente! Será que, assim, pode ele esperar a salvação de sua "alma"? A palavra "fim", aqui empregada, tem o sentido de finalidade, objetivo, propósito. Os chefes e executivos podem auxiliar o seu entendimento, porque estão acostumados a redigir cartas neste teor; observe:



"Esta tem o fim (objetivo) de informar a V. Sas. que o carregamento de matéria-prima ficou retido no cais..."

Com o fim (propósito) de convidá-los para inauguração da nova sede, enviamo-lhes estes convites..."

Aliás, com este termo "fim", não como término de alguma coisa, mas como objetivo, concordam os grandes teólogos cristãos, sinceros em sua religião, que não têm idéias preconcebidas.

Imagine você, se aceitarmos que este fim aí cancelou a Lei de Deus; todo o ensinamento que Paulo deixou sobre essa Lei, que está em vigor e que foram provadas com inúmeras Escrituras aqui estudada; será abolida. E sendo assim, deveremos também apoiar a macabra idéia de que chegou ao "fim" a obrigação de temer a Deus. Ouça o que diz o pregador: "De tudo o que se tem ouvido o fim é: teme a Deus e guarda os Seus Mandamentos..." (Eclesiastes 12:13). Só porque este fim está aí, iremos deixar de temer a Deus?





Romanos 14:5 - "Um faz diferença entre DIA e DIA, mas outro julga IGUAIS todos os DIAS..."



A Epístola aos Romanos além de ser um hino de exaltação à Lei Moral é também, por excelência, um doutrinal de justificação pela fé. E aqui, da mesma forma que se nota nas outras cartas paulinas, "os judaizantes" não lhe davam tréguas. No capítulo 14 desta Epístola, vemos suas garras sendo estendidas solertemente a fim de injetar a heresia da justificação pelas obras da Lei Cerimonial. Entretanto, abriremos os olhos para alcançar de forma clara o que Paulo diz neste capítulo para desanuviar a confusão gerada nos leitores atuais desta Epístola que pensam ter sido cancelado o sábado.



A pessoa sincera, que ainda não entendeu a santidade do quarto mandamento da Lei de Deus, pensa que neste texto Paulo o menospreza. Não, não é assim! O primeiro passo a dar para desvendar o assunto é descobrirmos de que DIA trata. Convém lembrar que este problema também ocorreu com os gálatas, e Paulo assim os repreendeu:



"Guardais dias, e meses, e tempos, e anos." (Gálatas 4:10) - E também se deu com os crentes de Colossos:

"Portanto, ninguém vos julgue... por causa dos dias de festa, ou da Lua Nova, ou dos sábados." (Colossenses 2:16).

Especificamente, neste texto, Paulo extravasa o assunto de maneira muito clara e abrangente assegurando que a exigência dos judaizantes em todos os lugares onde se infiltrassem era mesma: guardar dias, meses, tempos, Luas Novas, que eram festivais sabáticos. Veja também em Guiados Para Vencer I: Comparando a Lei Moral e a Lei Cerimonial.



Isaías 1:13 Oséias 2:11 Amós 5:21 e 22 Jer. 6:20; 7:21 a 24

Miquéias 6:6 e 7 I Crônicas 23:31 Esdras 3:4 e 5 Jer. 14:12



Portanto o - DIA e DIAS - de Romanos 14:5, é o próprio de Gálatas, e também o mesmo dos Colossenses, que não é outra coisa senão as festas judaicas que compunha a Lei Cerimonial. Estes festivais obedeciam a um calendário anual e quando chegavam, o DIA era considerado sábado e revestido de toda a santidade conferida ao sábado do sétimo dia da semana. Estas cerimônias foram exigidas antes da morte de Cristo porque eram sombras de Cristo (Colossenses 2:17). Vindo Ele, acabou. A insistência dos judaizantes ao reviver tais festas era a pura recusa às doutrinas Cristocêntricas apresentadas por Paulo.



Como se vê, em tudo isso nada há contra o Sábado do sétimo dia da semana, que, como um mandamento da santa Lei de Deus, permanece como sinal entre Jeová e os Seus obedientes filhos (Ezequiel 20:20). Ainda que o Sábado tenha emprestado seu nome aos festivais cerimoniais nada tem a ver com eles. Lamentavelmente, o sábado semanal permanece hoje como o grande mandamento esquecido.



Por ocasião destes incidentes, todos guardavam o sábado (Atos 15:21).

O próprio Paulo o guardou em todas as suas viagens e estabelecimento de igrejas. Os apóstolos e discípulos guardavam o sábado. [Mateus 28:1; Marcos 15:42; Marcos 16:1; Lucas 23:54 a 56; Atos 13:14 e 27; Atos 13:42 e 44; Atos 17:2; Atos 18:1 a 4]. Paulo escreveu a Epístola aos Romanos no ano 58 d.C.



Jesus antes de morrer (31 d.C.) advertiu aos discípulos que não transgredissem o Sábado (Mateus 24:20), quando da destruição de Jerusalém, pelos romanos, que se daria em 70 d.C. (Portanto, 12 anos depois que Paulo escreveu aos romanos, o Sábado era guardado pelos discípulos solicitados por Cristo). Daí a conclusão coerente de que Paulo está se referindo aos DIAS (sábados cerimoniais) e nunca ao Sábado semanal, no capítulo 14 de Romanos.



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Tito 3:9 - "Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates sobre a lei, porque são coisas inúteis e vãs."



I Timóteo 1:4 - "Nem se dêem a fábulas, ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificações de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora".



Paulo sempre encontrou acérrimos judaizantes em seu caminho, preocupados em promover debates acerca do ritualismo e fábulas judaicas. Estes dois textos dizem bem a preocupação do apóstolo em preservar seu rebanho da escravidão enfadonha da Lei Cerimonial que tais contendores desejavam acirradamente colocar em uso, em todos os lugares.



Quanto à lei aí focada, você não deve confundir com a Lei de Deus cujos mandamentos são cunho moral. Efetivamente: não matar - não roubar - não adulterar - não ter outros deuses, não são futilidades, muitos menos coisas vãs, certo?





Romanos 4:15 e 5:13 - "Porque a Lei suscita a ira; mas onde não há Lei, também não há transgressão." - "Porque até ao regime da Lei havia pecado, mas o pecado não é levado em conta quando não há Lei."

Aqueles que pregam que, a Lei de Deus foi abolida, forçosamente também terão de crer que não existe pecado, e se assim é, todos são justos, e todos se salvarão, creiam ou não em Cristo, tenham ou não nascido de novo. Sim, porque Deus não pode condenar nem destruir aqueles que não pecaram. Aceitando-se que a Lei Moral foi abolida por Cristo, não há mais necessidade de fé e muito menos angustiar-se por causa da perdição eterna, em chamas crepitantes.



Romanos 7:6 - "Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra."



"Livres da Lei" - Por quê? Simples. Antes, porém, se você achar que esse "livre" é para fazer o que bem entende, isente Paulo primeiro. A transgressão da Lei é pecado (I João 3:4). Disso Paulo não deixa dúvidas. Diz ele: "...mas o pecado não é levado em conta quando não há Lei." (Romanos 5:13). Guardando os mandamentos da Lei de Deus, não estaremos sob sua condenação, mas "estaremos livres" de sua penalidade. Não livres da Lei. Veja bem, o porque:



A Lei é espiritual. Paulo afirmou em Romanos 7:14. O homem carnal não é sujeito à Lei de Deus. O homem carnal transgride a Lei inopinadamente, porque é carnal. Este homem rouba e a Lei diz: "Não furtarás". Quando porém este homem se converte, deixa de roubar; passa da esfera carnal para a espiritual, que é a própria esfera da Lei, e então ela deixa de acusá-lo de roubo. Todavia (não esperamos), se um dia esse homem voltar a roubar, novamente a Lei tornará a acusá-lo: "Não furtarás"... então, entende como a Lei não perde o valor quando o homem se converte? Ela simplesmente não terá domínio sobre ele, não o acusará por todo o tempo enquanto com ela viver em obediência, está pessoa estará "livre da lei".



Romanos 7:7 - "Que diremos, pois? É a Lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela Lei; porque eu não conhecia a cobiça, se a Lei não dissesse: Não cobiçarás".



Paulo chama uma lei de maldita (Gálatas 3:10); logicamente esta que menciona agora em Romanos 7:7, realçando surpreso: "De modo nenhum!", não pode ser a mesma. Vamos então descobrir qual é ela. Na sua Bíblia, depois dos dois pontinhos que antecedem as palavras "não cobiçaras" (Romanos 7:7), há o número 8, "bem miudinho". Vá ao rodapé da Bíblia (referência) e ela o conduzirá até Êxodo 20:17, que é a Lei Moral, o Decálogo. Nunca foi difícil mesmo em meio à profunda dialética paulina descobrir que ele exaltava a Lei Moral, mesmo porque, ensinava que, sem sua vigência atuante não poderia existir o pecado. O "pecado é a força da lei" ou seja: existe porque a lei o aponta e o revela.



Hoje, porém, há pessoas que chegam ao grande erro de dizer que a Lei Moral foi pregada na cruz, que estamos sob maldição e que adoramos um Deus morto (tudo isso já nos disseram, portanto é experiência própria). Mas, para Paulo não é assim, "de modo nenhum!", enfatiza Paulo. Ele só se apercebeu da malignidade do pecado quando se espelhou na Lei de Deus. Diante dela, esta, o acusou de cobiça.



Por outro lado, quando Paulo era carnal (isto é, antes de sua conversão), cobiçava, matava (tinha carta de autorização para isso), praticava atos de judiaria com crentes, e sua consciência não lhe doía; participou da morte de Estevão e tudo era-lhe normal. Mas agora, Saulo é Paulo, o ímpio é cristão, o carnal é espiritual, e assim descobriu ele o verdadeiro valor da Lei, e no poder de Cristo a ela obedeceu enquanto teve fôlego de vida.



Mais três textos claros definem, se houver dúvidas, que a Lei é imprescindível na dispensação cristã para que possamos apresentar ao mundo que o pecado ainda impera, e, portanto, há necessidade do Salvador Jesus.



Romanos 3:19 e 20: "... porque pela lei vem o pleno conhecimento do pecado."

Romanos 4:15: "... mas onde não há lei, também não há transgressão."

Romanos 5:13: "... mas o pecado não é levado em conta não havendo lei."

É bastante claro o ensino de Paulo. Ele não tem dúvida. A Lei permanece em vigor, enquanto existir pecado. Quando porém este chegar ao fim, a vigência da Lei cessa.



Romanos 7:8 - "Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a sorte de concupiscência; porque, sem Lei, está morto o pecado."



O apóstolo Paulo descobriu e ensinou que não teria conhecido o pecado se não fosse a Lei (Romanos 7:7). Disse que o pecado não teria valor, estaria morto, se não existisse a Lei (Romanos 5:13). A Lei lhe revelou a hediondez do pecado; por isso afirmou: "... o pecado reviveu e eu morri." (Romanos 7:9). Mas Paulo não permaneceu morto. Observando a Lei, o pecado desapareceu, ele reviveu para uma vida nova, e quem "morreu" agora foi o pecado, enquanto ele vivia em obediência, livre da penalidade da Lei.



Romanos 10:4 - "Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê".



Este texto, se for lido com o espírito de quem certa ocasião o leu para nós, tentando provar que ele cancelava por completo a Lei Moral, que fora abolida na cruz, e que quem a observa é maldito, e outros "mitos", certamente estará do lado do erro.



Se o termo "fim", que é proveniente da palavra grega telos, empregado aqui neste texto, ter como querem, o sentido de "término", "encerramento", "abolição", então o mesmo peso e a mesma medida terão que ser aplicados em I Pedro 1:9: "Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas." Ora o sentido é o mesmo, mas você jamais irá crer e aceitar o término, abolição e encerramento da fé do crente! Será que, assim, pode ele esperar a salvação de sua "alma"? A palavra "fim", aqui empregada, tem o sentido de finalidade, objetivo, propósito. Os chefes e executivos podem auxiliar o seu entendimento, porque estão acostumados a redigir cartas neste teor; observe:



"Esta tem o fim (objetivo) de informar a V. Sas. que o carregamento de matéria-prima ficou retido no cais..."

Com o fim (propósito) de convidá-los para inauguração da nova sede, enviamo-lhes estes convites..."

Aliás, com este termo "fim", não como término de alguma coisa, mas como objetivo, concordam os grandes teólogos cristãos, sinceros em sua religião, que não têm idéias preconcebidas.

Imagine você, se aceitarmos que este fim aí cancelou a Lei de Deus; todo o ensinamento que Paulo deixou sobre essa Lei, que está em vigor e que foram provadas com inúmeras Escrituras aqui estudada; será abolida. E sendo assim, deveremos também apoiar a macabra idéia de que chegou ao "fim" a obrigação de temer a Deus. Ouça o que diz o pregador: "De tudo o que se tem ouvido o fim é: teme a Deus e guarda os Seus Mandamentos..." (Eclesiastes 12:13). Só porque este fim está aí, iremos deixar de temer a Deus?





Romanos 14:5 - "Um faz diferença entre DIA e DIA, mas outro julga IGUAIS todos os DIAS..."



A Epístola aos Romanos além de ser um hino de exaltação à Lei Moral é também, por excelência, um doutrinal de justificação pela fé. E aqui, da mesma forma que se nota nas outras cartas paulinas, "os judaizantes" não lhe davam tréguas. No capítulo 14 desta Epístola, vemos suas garras sendo estendidas solertemente a fim de injetar a heresia da justificação pelas obras da Lei Cerimonial. Entretanto, abriremos os olhos para alcançar de forma clara o que Paulo diz neste capítulo para desanuviar a confusão gerada nos leitores atuais desta Epístola que pensam ter sido cancelado o sábado.



A pessoa sincera, que ainda não entendeu a santidade do quarto mandamento da Lei de Deus, pensa que neste texto Paulo o menospreza. Não, não é assim! O primeiro passo a dar para desvendar o assunto é descobrirmos de que DIA trata. Convém lembrar que este problema também ocorreu com os gálatas, e Paulo assim os repreendeu:



"Guardais dias, e meses, e tempos, e anos." (Gálatas 4:10) - E também se deu com os crentes de Colossos:

"Portanto, ninguém vos julgue... por causa dos dias de festa, ou da Lua Nova, ou dos sábados." (Colossenses 2:16).

Especificamente, neste texto, Paulo extravasa o assunto de maneira muito clara e abrangente assegurando que a exigência dos judaizantes em todos os lugares onde se infiltrassem era mesma: guardar dias, meses, tempos, Luas Novas, que eram festivais sabáticos. Veja também em Guiados Para Vencer I: Comparando a Lei Moral e a Lei Cerimonial.



Isaías 1:13 Oséias 2:11 Amós 5:21 e 22 Jer. 6:20; 7:21 a 24

Miquéias 6:6 e 7 I Crônicas 23:31 Esdras 3:4 e 5 Jer. 14:12



Portanto o - DIA e DIAS - de Romanos 14:5, é o próprio de Gálatas, e também o mesmo dos Colossenses, que não é outra coisa senão as festas judaicas que compunha a Lei Cerimonial. Estes festivais obedeciam a um calendário anual e quando chegavam, o DIA era considerado sábado e revestido de toda a santidade conferida ao sábado do sétimo dia da semana. Estas cerimônias foram exigidas antes da morte de Cristo porque eram sombras de Cristo (Colossenses 2:17). Vindo Ele, acabou. A insistência dos judaizantes ao reviver tais festas era a pura recusa às doutrinas Cristocêntricas apresentadas por Paulo.



Como se vê, em tudo isso nada há contra o Sábado do sétimo dia da semana, que, como um mandamento da santa Lei de Deus, permanece como sinal entre Jeová e os Seus obedientes filhos (Ezequiel 20:20). Ainda que o Sábado tenha emprestado seu nome aos festivais cerimoniais nada tem a ver com eles. Lamentavelmente, o sábado semanal permanece hoje como o grande mandamento esquecido.



Por ocasião destes incidentes, todos guardavam o sábado (Atos 15:21).

O próprio Paulo o guardou em todas as suas viagens e estabelecimento de igrejas. Os apóstolos e discípulos guardavam o sábado. [Mateus 28:1; Marcos 15:42; Marcos 16:1; Lucas 23:54 a 56; Atos 13:14 e 27; Atos 13:42 e 44; Atos 17:2; Atos 18:1 a 4]. Paulo escreveu a Epístola aos Romanos no ano 58 d.C.



Jesus antes de morrer (31 d.C.) advertiu aos discípulos que não transgredissem o Sábado (Mateus 24:20), quando da destruição de Jerusalém, pelos romanos, que se daria em 70 d.C. (Portanto, 12 anos depois que Paulo escreveu aos romanos, o Sábado era guardado pelos discípulos solicitados por Cristo). Daí a conclusão coerente de que Paulo está se referindo aos DIAS (sábados cerimoniais) e nunca ao Sábado semanal, no capítulo 14 de Romanos.



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Tito 3:9 - "Mas não entres em questões loucas, genealogias e contendas, e nos debates sobre a lei, porque são coisas inúteis e vãs."



I Timóteo 1:4 - "Nem se dêem a fábulas, ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificações de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora".



Paulo sempre encontrou acérrimos judaizantes em seu caminho, preocupados em promover debates acerca do ritualismo e fábulas judaicas. Estes dois textos dizem bem a preocupação do apóstolo em preservar seu rebanho da escravidão enfadonha da Lei Cerimonial que tais contendores desejavam acirradamente colocar em uso, em todos os lugares.



Quanto à lei aí focada, você não deve confundir com a Lei de Deus cujos mandamentos são cunho moral. Efetivamente: não matar - não roubar - não adulterar - não ter outros deuses, não são futilidades, muitos menos coisas vãs, certo?


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Gálatas 2:16 - "Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei e sim mediante a fé em Jesus Cristo, também temos crido em Jesus Cristo, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado."



Paulo como que franze o cenho, olhando para Pedro e os demais apóstolos e discípulos, usando de sua fina dialética, mostra-lhes o poder do evangelho.



Circuncisão era uma exigência da Lei Cerimonial, necessária antes de Cristo. Mas após a morte do Senhor, cumprir esse ritual era buscar justificação pelas obras; por isso Paulo rebateu essa posição, pois o necessário agora era demonstrar e exercer fé no sacrifício de Jesus, e nada mais. Querer, portanto, praticar esse ritual depois que foi cancelado, era tentar justificar a si próprio, o que contraditava o Evangelho de Jesus.





Por isso Paulo enfatizava: "Por obras da lei ninguém será justificado." Corretíssimo. A Lei Cerimonial não se compunha somente do dogma da circuncisão, mas de uma infinidade de cerimônias; porém, o problema na ordem do dia é ela. O foco principal discorrido entre Paulo e os demais, é a circuncisão comentada na epístola.



Gálatas 2:21 - "Não anulo a graça de Deus, porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu inutilmente."



Antes do advento do Messias, Deus dera aos judeus, em especial, um ritual maravilhoso. Um conjunto de cerimônias, acompanhado de variadas ordenanças. Sua obrigação era exigível, pois todo o cerimonial apontava para Jesus. Era portanto necessário até que Ele viesse. Vindo porém o Filho de Deus, todo aquele cerimonial, embora belo e requerido, tornara-se inútil, pois era sombra de Jesus (Hebreus 10:1). Paulo por sua vez, compreendeu assim, aceitou o fato e colocou-o em prática. Por isso, indignou-se, ao ver, agora, novamente os discípulos voltarem a circuncidar-se.



Mais irritado ficou, ao notar os próprios apóstolos presenciarem essa disposição de suas ovelhas e nada fazerem. Permaneciam inertes. Daí causar, em Paulo, repulsa tal que levou a repreender não somente os discípulos mas também a Pedro. Paulo não concordava de modo algum, com a atitude daqueles homens que tiveram repetidas vezes o esclarecimento do plano de salvação. Um plano tão detalhado, com o seu cumprimento na morte vicária de Jesus, voltar agora aos rituais abolidos. E se essas praticas pudesse justificar o oferente, então Jesus teria morrido em vão, asseverava Paulo.



Ressaltando que a "lei" focada é sem dúvida nenhuma a Lei Cerimonial, pois tudo está exatamente dentro do mesmo fim explicativo de Paulo, da seqüência do pensamento discorrido por ele no capítulo 2. Por isso não há por que isolá-lo. Isolando-o, perderá seu sentido real. Destruirá o pensamento proposto e ardorosamente defendido por Paulo.



Gálatas 3:10 - "Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as cousas escritas no livro da lei, para praticá-las."



Se tivéssemos aberto a Bíblia agora, tomando este versículo separado, lendo-o, e em seguida fechando-a, certamente iríamos interpreta-la de maneira errônea. Mas infelizmente é dessa forma que a mensagem do apóstolo Paulo é estudada por muitos. Servindo-se deste versículo, muitos pregam inverdades e escrevem grosseiras falsidades, enganando muita gente sincera.



1.º - Quem pratica ou permanece em "todas cousas escritas no livro da lei" está sob maldição. Logicamente não poderá ser a Lei Moral ou os Dez Mandamentos, que a Bíblia nos mostra sem deixar qualquer dúvida. As Escrituras deixam bem claro que os Dez Mandamentos são eternos e não mudam. E estes mesmos Dez Mandamentos entregue a Moisés no monte Sinai foram divididos sabiamente em duas partes pelo Seu Criador.

Os quatro primeiros dizem respeito à nossa obrigação para com Deus, e os seis restantes, para com o nosso próximo. Assim que, amar a Deus de todo coração, de toda a alma e entendimento, é cumprir os primeiros Quatro Mandamentos da primeira tábua de pedra. E amar nossos semelhantes como a nós mesmos é cumprir os Seis Mandamentos restantes na segunda tábua de pedra. Portanto se isso é maldição, pedimos-lhe para afirmar: é irracional, incabível, insuportável e inverossímil.



2.º - Essa lei que Paulo menciona foi escrita em um livro. Portanto, só isso bastaria para os sinceros crentes compreenderem que essa lei focada pelo apóstolo é a Lei Cerimonial, haja vista que os Dez Mandamentos foram escritos pelo próprio Deus e em pedras (Êxodo 31:18). Ora, pedra é granito, livro é pergaminho, pele de animal e casca de madeira. Por isso mesmo é bastante diferente. Ademais, quem escreveu essa lei insistentemente abordada em Gálatas, não foi Deus, e sim Moisés, é o que descobrimos na leitura de Deuteronômio 31:24, que diz: "Tendo Moisés acabado de escrever, integralmente, as palavras desta lei num livro..."



Gálatas 4:5 - "Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos."



A Lei Cerimonial apontava para Cristo como afirma Paulo, e Cristo veio exatamente para tomar o lugar da oferta que era morta no ritual da manhã e da tarde, pelo pecado. (Êxodo 29:38 a 41; Isaías 1:13; Malaquias 2:8 e 9). Ele acabou com todos os símbolos que apontavam para Sua obra redentora. Por isso recebemos a "adoção de filhos". Fomos precipitados pelo pecado, perdemos a condição de filhos; entretanto agora, arrancados das garras de Satanás, fomos "adotados" por Cristo, pelo Seu sangue e sacrifício na cruz do Calvário. Paulo procurava insistentemente mostrar aos gálatas que, com a vinda do Messias Jesus, o homem não podia ser salvo sob o judaísmo, escorado na Lei Cerimonial.



Gálatas 4:9 e 10 - "Mas agora, conhecemos a Deus, ou antes, sendo conhecidos de Deus, como estais voltando outra vez, a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses e tempos, e anos."



Após um logo estudo sobre as diferenças entre as Lei Moral e Cerimonial, temos certeza absoluta onde encaixar e enquadrar "esses rudimentos fracos e pobres." Entretanto deixaremos bem gravado que a "lei" enfocada novamente por Paulo, é aquela que a Bíblia nos diz ser: Lei Cerimonial, porque:



1.º - Na seqüência do pensamento de Paulo está se mostrando a inutilidade daquelas cerimônias introduzidas pelos judaizantes em sua ausência. Diz que é maldito (Gálatas 3:10) todo aquele que praticar aquelas obras, depois que se tornaram obsoletas. Por outro lado, na Lei Moral, não existem cerimônias. Pelo contrário Ela enobrece o homem, moralizando-o, daí não conter maldição.



2.º - Menciona Paulo que a Lei Cerimonial foi escrita em um livro (Gálatas 3:10), ao passo que a Lei Moral foi escrita em blocos de pedra (Êxodo 31:18).



3.º - Diz Paulo que a Lei Cerimonial tinha um propósito: mostrar a obra redentora de Cristo. E isso não pode ser requerido da Lei Moral. Nos Dez Mandamentos não há ordem para circuncidar, nem matar animais, ou outro ritual qualquer, os quais simbolizavam e apontavam a obra de expiação de Jesus.



4.º - Ninguém será maldito por guardar a Lei Moral; pelo contrário, ela ajuda o homem a tornar-se elevado, nobre e a ter bons princípios. A Lei do Senhor (Dez Mandamentos) é perfeita (Salmo 19:7).



5.º - A Lei Moral não tem "rudimentos", e sim "Mandamentos" (Salmo 119:34 a 36). Em Romanos 7:12: "Por conseguinte, a Lei é santa; e o Mandamento santo, e justo, e bom."



Fica por conseguinte, claríssimo que a "lei" de "rudimentos fracos e pobres" jamais pode ser a Lei Moral, que é enaltecida por Paulo, e que mesmo a fé não pode anular (Romanos 3:31). "Pelo contrário, a Bíblia diz que os Dez Mandamentos e o testemunho de Jesus são requisitos, características, para distinguir os filhos de Deus, nos momentos finais deste mundo. (Apocalipse 12:17 e Apocalipse 14:12)."



6.º - Portanto a Lei Cerimonial é que se enquadra no texto, pois ela, sim tem "rudimentos", e estes são comprovadamente, "fracos e pobres", foram e são impotentes para justificar. Cumpriram sua missão e pronto. Acabou. E note o paradoxo, foram anulados pela fé em Cristo.



7.º - A Lei Moral não exige a guarda de "dias" e sim de "um" dia, ordenado por Deus - o Sábado - memorial eterno do Seu poder Criador.



8.º - Na lei Cerimonial havia sim "dias", "meses" e "anos". Eram sete festas anuais, consideradas feriados altamente solenes, são elas:



1.ª - Páscoa.

2.ª - Festa dos Pães Asmos.



3.ª - Festa das Primícias (Pentecostes).

4.ª - Memória da Jubilação (Festa das Trombetas).



5.ª - Dia da Expiação.

6.ª - 1.º Dia da Festa dos Tabernáculos.





7.ª - Último Dia da Festa dos Tabernáculos.





Estas festas se davam no decorrer do ano judaico. Eram datas fixas em dias móveis. Por exemplo, data fixa quer dizer: um dia de determinado mês. Dia móvel indica que esse dia podia cair em uma segunda, quarta, quinta, sábado, etc. (Assim como o nosso sete de setembro, que é feriado nacional, não cai continuamente no mesmo dia da semana, porém é uma data fixa - sete de setembro). Eram "dias" guardados com tanta solenidade pelos judeus que se assemelhavam ao sábado do sétimo dia da semana, porque, naqueles "dias" em que caíam tais festas, toda a nação parava. [Veja também em Guiados Para Vencer I: Comparando a Lei Moral e a Lei Cerimonial].









Os afazeres cotidianos e seculares findavam, semelhante ao que faziam durante o Sábado do Senhor. Aliás esses "dias" eram também chamados de sábados (Isaías 1:13 e 14; Oseías 2:11). A páscoa ocorrida na semana em que Cristo foi crucificado, coincidiu cair no dia de Sábado do Sétimo dia da semana; por isso foi "grande aquele Sábado" (João 19:31). Era o sábado cerimonial, dentro do Sábado Moral dos Dez Mandamentos.



Assim que, os gálatas guardavam "dias" (eram esses feriados), "meses" (porque eram meses fixos), e "anos" (durante todos os anos, até a morte de Jesus - Hebreus 10:1). Exatamente como enfatizou Paulo aos gálatas, que retornavam ao judaísmo, empurrados pelos professores judaizantes.



Portanto nada mais claro e lógico que a "lei" insistentemente abordada por Paulo aos gálatas não é outra senão a Lei Cerimonial. É o que diz a Bíblia. Resta de sua parte a decisão para aceitar.







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Gálatas 5:1 a 4 - "Estais pois firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do julgo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós, os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído."



Observe que Paulo novamente enfatiza o tema central especulativo da epístola: a circuncisão. Os gálatas buscavam com "ousadia e muita severidade" a justificação pelas suas próprias obras, e o apóstolo sabia que nada disso tinha valor; mesmo que eles observassem todos os ritos mosaicos com a maior sinceridade, de nada adiantaria. O homem só será justificado e salvo pela fé em Cristo, nada mais.









Paulo então determina, como que cansado de falar, argüir e repreender: "Se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará". E isso é fácil de compreender agora, pelo estudo que fazemos de toda a epístola de Gálatas.



Cristo Jesus morreu. Sua morte cancelou a Lei Cerimonial. Agora era necessário apenas exercer fé no ressurreto Filho de Deus, para que o homem fosse justificado. Isso é graça. Se os gálatas continuassem a buscar a justificação pelo cumprimento e prática das obras da Lei Cerimonial, a graça não teria nenhum valor para eles. Por certo, "da graça cairiam".



Gálatas 5:6 - "Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma; mas a fé que opera pelo amor."



Que clareza meridiana! Que declaração límpida! Perceptível! Só uma mente cauterizada, indecisa, deixará de alcançar o que Paulo passou toda a epístola combatendo, lutando para colocar na mente dos gálatas que o ritual da circuncisão, sendo parte integrante e saliente dos dogmas cerimoniais, perdera o seu valor e significado com o advento do Messias. Aliás, para eles isso não era uma doutrina nova, fora o evangelho que Paulo lhes pregou anteriormente. Eles haviam aceitado desta forma e até posto em prática, pois o que se depreende do versículo seguinte é isso, note bem o versículo de Gálatas 5:7.



Gálatas 5:7 - " Vós corríeis bem; quem vos impediu para não obedeçais à verdade?"



"Quem vos impediu...?"



Observe a enfática indagação de Paulo.



Quem?... Os professores judaizantes. Eles adoçaram sua mensagem de tal maneira, que não demorou muito e os gálatas estavam todos elevados e apegados à circuncisão. Os tais professores, naturalmente, devem ter-se servido de argumentos contundentes, porque, deixar os ensinamentos de Paulo anteriormente recebidos, para aceitar aquelas ordenanças agora obsoletas, apagadas, sem vida, é demais.



Gálatas 5:10 e 12 - "Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a condenação. Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia."



Paulo pregava o evangelho da liberdade. Cristo concedera a liberdade pelo Evangelho. Fé, somente fé em Seu sacrifício. Fé e testemunho em favor de Cristo, eis tudo que era necessário. Entretanto, queriam novamente os gálatas meter-se debaixo da servidão do ritual mosaico; reviver os momentos solenes do sistema sacrifical e da infinidade de cerimônias, agora inúteis e sem nenhuma expressão, pois Jesus Cristo, o justo, tornara-Se a oferta viva pelo pecado, o Cordeiro Pascal, e, assim, abolira a Lei Cerimonial, conforme a mesma segura e abalizada palavra do apóstolo Paulo em Colossenses 2:14: "Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, cravando-a na cruz."



Foi realmente o que aconteceu. Quando exausto o Salvador expirava na cruz, lá no Templo de Jerusalém o sacerdote se preparava para oficiar o ritual da tarde, alheio ao magistral acontecimento daquele fatídico dia.

O cordeirinho estava amarrado sobre o altar, semelhante ao que era feito por milênios. Naquela tarde, como de costume, o animalzinho seria sacrificado. Ao bradar Jesus: "está consumado", toda a natureza se mostrou repulsa pelo triste quadro, retirando sua luz natural, e os elementos, entrando em comoção, suspiravam pela vida de Seu Criador, enquanto que miraculosamente, o cordeiro se desprende do altar e foge, deixando apavorado o sacerdote ministrante, e, para seu completo desentendimento daquela situação, nota que o véu do templo, que separava o lugar santo do santíssimo, rasga-se de alto a baixo por mãos potentes e invisíveis (Mateus 27:51).









Era o cumprimento in-loco de todas as profecias messiânicas do Antigo Testamento. Em especial a de Daniel 9:27, que agora cumpre-se fidedignamente:



Daniel 9:27 - "Ele fará firme Aliança com muitos, por uma semana; na metade fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares..."

Terminara portanto o ritual que por milênios impressionara os judeus. Pendia altaneiro do Gólgota o Messias Jesus, e agora, a cruz tornara-se o emblema de fé, símbolo de salvação. Findara a era da justificação pelas obras da Lei Cerimonial, e raiava a era da justificação pela fé em Cristo. E isso os gálatas rejeitavam, absorvidos pelo vento de doutrinas dos "professores judaizantes".





Gálatas 6:13 - "Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis para se gloriarem na vossa carne."



Neste versículo Paulo deixa claro que todo o tema e preocupação da epístola de Gálatas, são motivados pela circuncisão. Isso aceitarão os sinceros de coração que são os "cidadãos do Céu"; porque afirma o apóstolo, aqueles heréticos ensinadores "professores judaizantes" que despertaram novamente a circuncisão na igreja dos gálatas, eles mesmos não guardavam a Lei Cerimonial, por que esta não se compunha apenas do rito da circuncisão, mas de uma infinidade de ritos cerimoniais.



Viaje em pensamento até a Igreja de Corinto, sente-se no primeiro banco, poste-se diante do Rei do Céu, pois convidamos o campeão da cruz, para pregar um grandioso sermão para você. Ei-lo:

I Coríntios 7:19 - "A circuncisão, em si, não é nada; a incircuncisão também nada é, mas o que vale é a observância dos mandamentos de Deus."



Aqui Paulo define claramente as duas leis do conflito dos gálatas. Nega com veemência a lei da circuncisão (Cerimonial) e realça os mandamentos de Deus (Lei Moral). Assim com a descoberta da lei que Paulo menciona insistente e exaustivamente, na Epístola aos Gálatas, cuja preocupação geral foi a circuncisão, leva-nos sem dúvida até a Lei Cerimonial.



A Lei de Deus, revela a condição do homem, é como um espelho que nos mostra como estamos, cabe a essa Lei mostrar o nosso pecado, e a Cristo, quando assim permitimos através da verdadeira fé e obediência, remove-los, nos ajudando assim a alcançar a graça de Sua salvação.



Esta gloriosa "lei" que revela a condição do homem, que lhe mostra o pecado, que é sobretudo o fundamento do Seu governo, de Seu caráter, será norma de justiça no grande julgamento do Senhor, o DIA DO JUÍZO. (Eclesiastes 12:13 e 14; II Coríntios 5:10)



A decisão deve ser feita. Lembre-se: você será um vencedor, se for humilde, em aceitar o que diz a Bíblia.



Paulo estabelece em II Coríntios 3, um contraste entre dois Concertos, a saber:




Velho Concerto

Novo Concerto



1 - (v. 7) "Ministério da Morte" 1 - (v. 8) "Ministério do Espírito"

2 - (v. 9) "Ministério da Condenação" 2 - (v. 9) "Ministério da Justiça"

3 - (v. 6) "Letra que Mata" 3 - (v. 6) "Espírito que Vivifica"

4 - (v. 14) "Foi abolido" 4 - (v. 11) "Permanece"

5 - (v. 10) "Em Glória" 5 - (v. 10) "Em Excelente Glória"



O Velho Concerto, foi com sangue de animais (Hebreus 9:19 e 20). O Novo Concerto foi com o sangue de Jesus.

A base fundamental destes dois Concertos foi uma só: Os Dez Mandamentos, chamados de Lei Moral. A função da Lei é revelar o pecado (Romanos 7:7). O objetivo da Lei é levar o homem a Cristo. (Romanos 2:13).

II Coríntios 3:3 - "Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração."



Tábuas de "pedra e de carne": Isto é uma metáfora, para comparar os dois Concertos. Leia o que diz o profeta, nas palavras seguintes:



Jeremias 31:31 a 33 - "Eis que vem dias, diz o Senhor, em que fareis um Concerto Novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o Concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para tirar da terra do Egito; porquanto eles invalidaram o Meu Concerto, apesar de Eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o Concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor:

'Porei a Minha Lei no seu interior, e a escreverei no seu coração: e Eu serei o seu Deus e eles serão Meu povo."



Deus está falando de um Novo Concerto e Se refere à mesma Lei que escreveu com o Seu dedo no Sinai. Portanto, nada há de indicativo do cancelamento da Lei Moral. Observe:



Ezequiel 11:19 e 20 - "E lhes darei um mesmo coração e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei de sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne. Para que andem nos Meus estatutos, e guardem os Meus juízos (leis), e os executem; e eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus."



Hebreus 8:10 - "Porque este é o concerto que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as Minhas Leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e Eu serei por Deus, e eles Me serão por povo."



No Novo Concerto, a Lei de Deus seria impressa não em pedra, mas em carne (no coração). Isso prova que jamais seria abolida. Sem sombra de dúvida, sob o evangelho, só pode participar do Novo Concerto que tenha conhecimento da Lei de Deus, pois ela será colocada no coração do crente.



O que é concerto?

Diz o dicionário ser: Combinação, acordo. Concerto não é uma Lei, mas um pacto normativo entre duas pessoas. Neste caso, com o povo de Deus, os cristãos. E a norma ou base é a Lei Moral.



Se Deus acabar com o objeto (norma/base) do Seu acordo, como saberá se a outra parte (nós) está cumprindo o acordo?

Qual legislador executará a sentença se não possuir uma lei reguladora?

Quando Deus julgar o mundo (João 12:47, Atos 17:31), o fará através desta Lei (Tiago 2:12). Como faria, estando cancelada?

Por conseguinte, o problema de II Coríntios 3 não é o cancelamento da Lei de Deus, porque o próprio Paulo diz que a fé não anula a Lei ( Romanos 3:31). Em nenhuma hipótese ou circunstância a Lei Moral pode ser abolida, porque ela é base, o fundamento do governo de Deus no presente e o será no futuro, para todos os Seus súditos fiéis e leais.



"Ministério da Morte" - (II Coríntios 3:7)

"Ministério da Condenação" - (II Coríntios 3:9)



"Sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados" (Hebreus 9:22). Se alguém transgredisse a Lei Moral deveria morrer. Todavia, o pecador poderia conseguir um substituto para assumir o seu lugar.



O Velho Concerto foi estabelecido nesta base: "A alma que pecar, esta morrerá" (Ezequiel 18:20). A Lei realiza sua função (ministério da condenação). Ao revelar o pecado, exige a morte do pecador (ministério da morte).

Quando pecava (transgredindo a Lei de Deus), o que, então, fazia o pecador? Adquiria um cordeiro sem defeitos físicos e o levava ao sacerdote para ser morto pelo seu pecado. Hoje a base (Lei Moral - único instrumento que revela o pecado) continua a mesma, apenas, o sacrifício é melhor. O Cordeiro é Jesus, o "Cordeiro que tira o pecado do mundo" (João 1:29).



"Letra que Mata" - (II Coríntios 3:6)



A função (ministério) da Lei era definida. Sua "letra que mata", resultava evidentemente em morte para os transgressores. Hoje, porém, a função (ministério) da Lei continua, mas "baseada na justiça de Cristo através da ação do Espírito Santo no coração do pecador, resulta em vida."



Assim, "o primeiro ministério foi letra mortal, por inadimplemento por parte do povo. O último, 'Espírito que vivifica', por ser Cristo que habilita o homem a obedecer." Em ambos os Concertos, nada sugere a abolição da Lei de Deus.

"Foi Abolido" - (II Coríntios 3:14)



Quanto ao que foi "abolido", é claro, foi o Velho Concerto e não a Lei de Deus. O Novo Concerto permanece, e a Lei Moral como sua eterna base, continua em vigor. Enquanto houver o pecado, a Lei terá que existir. Ela é o mais perfeito instrumento que Deus possui para revelar o pecado. Mas, indagará alguém: Estaria Deus circunscrito a uma Lei para definir o pecado?



O que é pecado?

Você pode dizer: beber, fumar, falar palavrão são pecados. Sim! Mas Deus em Sua suprema sabedoria, enfeixou todo o pecado, sob quaisquer espécie, nome ou títulos, em Dez Mandamentos. Por isso a melhor definição para o pecado é bíblica:



"Pecado é transgressão da Lei de Deus." (I João 3:4). Por isso, a Lei só perderá seu valor quando o pecado acabar.

" Em Glória" - (II Coríntios 3:10)

O Sinai foi envolvido em glória quando Deus proclamou a Lei. Porém, maior glória viu a Terra quando Cristo desceu do Céu para "salvar o povo dos seus pecados" (Mateus 1:21). A glória de Jesus no Sinai, produziu reflexos no rosto de Moisés, que precisou cobri-lo com um véu. Mas, a glória de Jesus em pessoa na Terra, visível e palpável entre os homens, empalideceu a glória do Sinai.



Cristo exaltou a Sua Lei (Isaías 42:21), libertando-a da grande quantidade de tradições (39 classes de regulamentos impostas pelos rabis), que levavam as pessoas a considerá-la fardo pesado. Ele esclareceu-a, explicou-a, honrou-a e obedeceu-a. Jesus tornou-a muito mais gloriosa. E quando pediu que orássemos para não transgredir o Sábado (Mateus 24:20), Jesus demonstrou, de fato, ser uma Lei por demais gloriosa.



O texto de II Coríntios 3, menciona duas palavras que muitos cristãos sinceros aplicam à Lei de Deus, equivocadamente. Ei-las:



Abolido - Está claro que é o Velho Concerto.

Transitório - Esta palavra não pode referir-se à Lei Moral, porque:

Paulo em nenhum lugar da Bíblia falou contra ela.

Paulo, dezenas de vezes realça a santidade, legitimidade, utilidade e necessidade dela.

O Senhor Jesus mencionou cinco dos Dez Mandamentos dessa Lei, para o jovem rico, dizendo-lhe da necessidade de observá-la, para entrar na vida eterna. (Mateus 19:16 a 19).

Na Nova Terra (Isaías 66:22 e 23), o Sábado será eternamente o Dia do Senhor.

Deus não se contradiz.

A grande maioria dos cristãos não admite o cancelamento de Nove Mandamentos desta Lei, mas apenas um (4.º Mandamento).

Deus não daria uma lei nas circunstâncias que fez, para depois dizer que foi cancelada ou que só valeria para um povo, uma época ou ocasião.

Na Lei, especificamente no quarto mandamento, está o selo de Deus, isto é: Seu nome: "Senhor teu Deus". Seu cargo ou posição: "Fez os Céus e a Terra". Território sobre que domina: "Os Céus e a Terra". Abolindo a Lei de Deus, a idolatria se generalizaria na proliferação de deuses.

O texto de II Coríntios 3, apresenta apenas a função da Lei. Paulo jamais poderia concluir pela ab-rogação dela neste texto isolado, senão contraditaria dezenas de outros textos seus, que exaltam a Lei de Deus. Portanto, transitório e fadado a extinção foi o Velho Concerto que abrigava o Sistema Sacrifical.



Charles Spurgeon: "Antes de vir a fé, éramos mantidos sob a lei, retidos dentro da fé que depois se revelaria. Por essa causa a lei era nosso aio para conduzir-nos a Cristo, a fim de sermos justificados pela fé. Digo-vos que, ponho de parte a lei, despojastes o evangelho de seu auxiliar mais competente. Tiraste dele o aio que leva os homens a Cristo. Eles nunca aceitarão a Graça sem que tremam perante uma lei justa e santa. Por conseguinte, a lei serve ao mais necessário e bendito propósito, e não deve ser removida do lugar que ocupa." - C. H. Spurgeon, The Perpetuity of the Law of God, pág. 11.



Willian Carey Taylor: "Seria uma bênção se cada púlpito do mundo trovejasse ao povo a voz divina do Decálogo, pois a lei é o aio para guiar a Cristo." - W. C. Taylor, Os Dez Mandamentos, pág. 5.



Perceba este detalhe:



II Coríntios 3:13 - "E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório."



Por que o véu era posto sobre o rosto de Moisés e não sobre as tábuas de pedra?

A Lei de Deus é fato consumado em toda a Bíblia, e confirmado por todos os escritores bíblicos, inclusive o próprio Paulo.

Portanto, isto não é forte argumento para se concluir que o que era transitório foi o reflexo de glória que ficou na face de Moisés?

II Coríntios 3:14 e 15 - "... Porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do Velho Concerto (nunca Velho Testamento), o qual por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles."



"Deles" quem? - Paulo esta se referindo aos "judaizantes".

Paulo escreveu esta epístola em 52-54 d.C., nesta ocasião os judeus teimavam em praticar o ritual (lei Cerimonial) que por Jesus foi abolido ao morrer no Calvário. Somente no ano 70 com a destruição do Templo pelos romanos é que cessou "definitivamente" o que fora transitório. Este texto de II Coríntios 3, jamais financia a abolição de 39 livros da Bíblia, como afirma em seu livro, o pastor pentecostal Antenor Santos de Oliveira. Nele Paulo realmente se refere à Lei Moral escrita em tábuas de pedra, porque ela era, e é o único instrumento que Deus tem para revelar o pecado. Paulo diz claramente que o que foi abolido é o Velho Concerto e não o Velho Testamento.



Semelhanças entre os dois concertos:

Ambos são chamados concertos.

Ambos foram ratificados com sangue.

Ambos foram feitos com base na Lei de Deus.

Ambos foram feitos com o povo de Deus.

Ambos foram estabelecidos sobre promessas.



"... Moisés mesmo estava inconsciente da brilhante glória que irradiava da face, e não sabia porque era que os filhos de Israel fugiam dele quando se lhes aproximava. Chamou-os para junto de si, mas não ousavam olhar para aquela face glorificada. Quando Moisés percebeu que o povo não lhes podia mirar o rosto, por causa de sua glória, cobriu-o com o véu.



A glória do rosto de Moisés era muitíssimo penosa para os filhos de Israel, por motivo de sua transgressão da santa Lei de Deus. Isto é uma ilustração dos sentimentos dos que violam a lei divina. Desejam remover dela sua luz penetrante, que é um terror para o que a transgride, ao passo que para os leais ela se afigura santa, justa e boa. Apenas os que têm justa consideração para com a Lei de Deus podem estimar devidamente a expiação de Cristo, tornada necessária pela violação da Lei do Pai." - Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág 232.





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Lourenço Gonzalez, Assim Diz o Senhor, 7.ª ed., 1997.





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Os Verdadeiros Obedientes Não Cairão







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"Mas quando o mundo anular a Lei de Deus, qual será o efeito sobre os que são verdadeiramente obedientes e justos? Serão levados pela forte corrente do mal? Porque tantos se enfileiram sob a bandeira do príncipe das trevas, hão de os que guardam os Mandamentos de Deus apartar-se de sua fidelidade? Nunca!



Nem um dos que permanecem em Cristo falhará ou cairá. Seus seguidores curvar-se-ão em obediência a uma autoridade superior à de qualquer potentado terrestre. Ao passo que o desprezo lançado sobre os Mandamentos de Deus leva muitos a suprimir a verdade e mostrar por ela menos reverência, os fiéis hão de com maior zelo manter erguidas suas verdades distintivas. Não somos deixados a nossa própria direção.

Devemos reconhecer a Deus em todos os nossos caminhos, e Ele dirigirá nossas veredas. Devemos consultar-Lhe a Palavra em humildade de coração, pedir-Lhe o conselho, e submeter nossa vontade à Sua. Nada podemos fazer sem Deus." -

Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 368.

Capítulo 08 - A Lei e os Profetas Duraram Até...(?)






Os bons e sinceros cristão que militam hoje sob as mais diversas bandeiras denominacionais, ainda que não descobriram a verdade sobre a Lei de Deus em seu esplendor magno, admitem e crêem que ela findou na cruz, estribando-se para isso em Colossenses 2:14 - "Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e atirou do meio de nós, cravando-a na cruz."



Por outro lado, há também os que ensinam que a Lei durou até a posteridade que é Cristo (Gálatas 3:16). E outros, mais afoitos, afirmam que o fim da Lei se deu com o advento de João Batista, e para tanto citam: "A lei e os profetas duraram até João" - Lucas 16:16. Deduzimos daí, lamentavelmente, que os adeptos da abolição da Lei de Deus sequer chegam a um acordo mútuo, uma unidade. Se houve três abolições intercaladas no tempo, qual deve basear-se o crente para firmar sua fé?



A coluna basilar para uns é que foi até João, para outros findou com Jesus. Como é isso? Afinal, quando foi exatamente que a Lei de Deus foi "abolida", ou "cessou de vigorar"? Porque a premissa lógica é que, "se durou até João, já estava abolida e nada mais teria Jesus que abolir".



Novamente lembramos, quando quiser descobrir a verdade que o versículo bíblico quer ensinar, não o isole do contexto, nem se sirva dele separadamente, para não comprometer-se a um grande engano. Porque se ensinam que depois de João não houve mais profetas, é uma heresia tal ensinamento e este verso jamais financiou tal afirmativa. Por exemplo:



Atos 2:17 e 18 - "E nos últimos dias acontecerá diz o Senhor, que do Meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e vossas filhas profetizarão... e também sobre os Meus servos... e profetizarão."

Atos 19:6 - "E impondo-lhes as mãos... profetizaram."

Atos 21:9 e 10 - "E tinha este quatro filhas donzelas, que profetizavam. E demorando-nos ali... chegou da Judéia um profeta por nome Agabo."

I Coríntios 14:29 e 32 - "E falem dois ou três profetas... E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas."





Pela leitura destes textos do Novo Testamento, fica comprovado que depois de João Batista houve profetas, efetivamente. Quanto à existência e permanência da Lei de Deus após João é uma evidente afirmação. Veja: depois de Lucas registrar - "A lei e os profetas duraram até João...", um moço rico procurou a Jesus com as palavras, conhecidas: "... Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?" (Mateus 19:16). Resposta de Jesus: "Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos" (Mateus 19:17).

Estas palavras são do Mestre e ninguém pode negar que estes mandamentos são do Decálogo, porque Jesus definiu dizendo para o jovem: "Não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe" (Mateus 19:18 e 19).



Aqui entram cristãos com o dedo apontado, afirmando que Jesus cancelou o Sábado porque não o repetiu para o moço rico guardar.



Então nós respondemos: Se por Jesus ter omitido - "Lembra-te do Sábado para o santificar", Jesus o cancelou, então o Mestre fez pior, ao omitir a proibição daquilo que é repulsivo para Ele próprio e para Seu Pai, que é a idolatria, admitindo a negação do próprio Deus. Porque Jesus também não recitou para o moço - "Não terás outros deuses diante de Mim; não farás para ti imagens de esculturas."



Agora perguntamos: Por essas omissões tais cristãos deixaram de adorar a Deus? Terão ídolos? Lógico que não! Então porque aceitar uma declaração e negar a outra? É coisa seria entrar na vida eterna, e a condição foi estipulada e estabelecida por Cristo: obediência aos Dez Mandamentos. Se a Lei foi abolida, ou vigorou até João Batista apenas, porque ordenaria Cristo a obediência a esta Lei "abolida"? E têm mais: como poderia estabelecer a guarda dela como norma para entrar na vida eterna, já que Ele "veio para mudar ou abolir"? Considere isso.



Antes de prosseguir, deixe-nos dizer-lhe por que Cristo citou apenas parte dos Dez Mandamentos para o jovem. Jesus estava diante de um israelita guardador do Sábado, como os demais judeus. Para eles este mandamento era o de maior valor, porque eram desamorosos e avarentos. Eram de fato extremosos na guarda do Sábado, porém falhavam abertamente noutros pontos; por isso Jesus focalizou apenas o que negligenciavam. Quanto ao Sábado, estavam certos, é o dia de guarda, não precisaria relembrar-lhes.



Jesus referindo-se aos doutores da Lei, disse: "Observai pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras , porque dizem e não praticam" (Mateus 23:3). Ora, o Mestre sabia que os ensinamentos dos sacerdotes concernentes com à Sua Lei eram certos, apenas praticavam errado, ou seja, guardavam a letra.



Então, como entender o versículo de Lucas 16:16 que menciona: "A Lei e os profetas duraram até João"? Volte ao texto; leia-o. Verifique com cuidado e bastante atenção como está grifada a palavra "duraram". Observou? Está grifada no texto, isto é, escrita com as letras de forma diferente das demais, um pouco inclinadas. O que isso quer disser? É para chamar a atenção que o tradutor não encontrou no original grego esta palavra, apenas a empregou por considerar a melhor para complementar o sentido do verso. Todas as palavras grifadas, encontradas na Bíblia, não constam do original.



Agora, leia Mateus 11:13: "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João." - Agora sim, está clara e explícita a verdade que Jesus queria ensinar.



A "lei e os profetas" formam uma expressão que designa os ensinos do Antigo Testamento (João 1:45), incluindo o Pentateuco e os escritos de todos os profetas, porque "os escritos do Antigo Testamento constituíam o primeiro guia do homem para a salvação. Estes escritos eram tudo que os homens tinham em matéria de revelação. O evangelho veio, não para abolir os escritos antigos, mas para suplementá-los, reforçá-los e confirmá-los.

O evangelho veio, não para ser colocado no lugar do Antigo Testamento, mas em acréscimo a ele." (Subtilezas do Erro, pág. 97, A. B. Christianini - CPB)



Logo, quis o Mestre dizer que até João Batista todas as Escrituras dos profetas, referentes à Sua primeira vinda contidas nos livros do Antigo Testamento, com o Seu advento, batismo e ministério, enfim as profecias referentes a Sua vinda encontraram cumprimento in-loco.



Até João Batista, a lei e os profetas (escritos do Antigo Testamento) indicavam, através da palavra escrita, dos símbolos e do sistema sacrifical (sombras de Jesus), o tempo em que o reino de Deus seria anunciado, e, de fato, com a pregação do reino, novo tempo raiava. O próprio João Batista afirmava: "... arrependei-vos porque é chegado o Reino dos Céus..." (Mateus 3:2).








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Uma das "razões" apresentadas para "justificar" que a lei findou na cruz, é a indevida citação de Colossenses 2:14, 16 e 17, que assim reza: "Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de algum modo nos era contrária, e a tirou no meio de nós, cravando-a na cruz...



Portanto ninguém vos julgue pelo comer ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da Lua Nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é Cristo." - Sobre estes textos, procura-se armar duas teses: a da invigência da lei pós-cruz, e a da ab-rogação do sábado do Decálogo. Vamos desmontá-las completamente, deixando que a própria Bíblia se interprete, sem forçar a nota.









Notemos os seguintes fatos, que saltam à vista:

Não há aí a mais leve referência à Lei Moral, ou à sua súmula: o Decálogo. Não há, em todo contexto, alusão a nenhum preceito dos Dez Mandamentos, mas sim a outros preceitos - isto é muito importante. Em Romanos 7:7, por exemplo, Paulo alude à "lei", mas o contexto esclarece que se referia a Lei Moral, porque um dos seus preceitos é citado, "não cobiçarás", Tiago também fala em "lei" (Tiago 2:10 e 11) e a seguir cita dois preceitos da Lei Moral. Mas, no caso que se discute, nada consta do Decálogo. Nem a palavra "lei" também é sequer mencionada nos textos, mas apenas uma cédula de ordenança.



Sabemos que o preceito cerimonial consistia de extensas instruções ritualistas a que os judeus ficavam obrigados. Um autêntico "escrito de divida" - como reza outra tradução. "Ordenança" são prescrições litúrgicas, e isto não se aplica Lei Moral. Compare em Hebreus 9:1. Ordenança "é um rito religioso ou cerimonial ordenada por autoridade divina ou eclesiástica" - define, com propriedade, o autorizado Standard Dictionary.



Coloquemos o quadro que Paulo nos pinta, na sua moldura contemporânea. A igreja de Colossos (a exemplo das de Galácia, Éfeso, Roma e outras) enfrentava dissensões internas em virtude da ação conservadora dos elementos judaizantes, isto é, judeus que aceitavam o evangelho, ingressavam na igreja, mas conservavam práticas do judaísmo e pretendiam impô-las aos cristãos vindos do gentilismo. Entre estas práticas estava a observância da lei cerimonial, notadamente os dias de festas (Páscoa, Pentecostes, Dia da Expiação, Festa dos Tabernáculos, Lua Nova e outras). Como é natural, no passo que estamos considerando, Paulo quis dizer aos cristãos de Colossos que estas ordenanças e festividades foram riscadas ou cravadas na cruz tendo vindo Cristo, a Realidade, automaticamente cessaram os tipos e "sombras" que para Ele apontavam.



O contexto esclarece alguma coisa do conteúdo desta "cédula de ordenança". Alguns dos seus itens se acham registrados no versículo 16, ligado aos versículos anteriores pela conjugação "portanto". Lemos que aí consta comer, beber, festividades, lua nova e sábados prefigurativos, tudo averbado de "sombras de coisas futuras". Ora, resta ver em qual código constavam tais exigências ritualistas e festivas.



Consultaremos o Decálogo. Examinemos-lhe os preceitos. Há nele algum mandamento sobre comer ou beber? E sobre os dias de festas e Lua Nova? Não! Nele só há preceitos morais e éticos. Nenhuma "ordenança", portanto. Sabemos que Moisés escreveu um livro, cujo o conteúdo consistia de estatutos civis, preceitos higiênicos, ordenanças levíticas e regulamentos sobre festividades, Lua Nova, manjares, ofertas, sacrifícios, etc. (Deuteronômio 31:24 e Êxodo 24:4 e 7). A parte propriamente cerimonial e festival estava em Êxodo 23:14 a 19; capítulos 29 e 30; Levítico capítulos 1 a 7, 21, 22, 23, etc. E todas estas coisas estavam no livro de Moisés, mas não em tábuas do Decálogo, escritas pelo dedo de Deus. (Êxodo 31:18)



Notemos que esta cédula de ordenanças nos era contrária. Sim, porque a complicadíssima e onerosa lei Cerimonial, com suas exigências difíceis e até penosas, tendo preenchido a sua passageira finalidade com a morte de Cristo, tornou-se invigente, desnecessária e mesmo contrária ao cristão. Não assim com a Lei Moral de Deus, que é santa, justa, boa, espiritual e prazerosa (Romanos 7:12, 14 e 22), e estabelecida na dispensação evangélica, Romanos 3:31. Não pode a Lei de Deus ser confundida com uma precária cédula de ordenanças que foi riscada. Comidas, bebidas, festividades... Evidentemente, que não se trata do Decálogo, mas meramente de coisas transitórias, "sombras de coisas futuras" - como o próprio texto afirma.



Portanto, segundo a conclusão irrecorrível a que nos leva a Bíblia, os textos em lide referem-se inequivocadamente à lei Cerimonial. Foi riscada, é evidente, e cravada na cruz.



Tão clara é a Bíblia! E ainda para, subsidiariamente, concluir esta parte, citemos o notável comentador Adam Clarke, que sobre este ponto diz: "'Ninguém vos julgue pelo comer ou beber'... O apóstolo aqui se refere a algumas particulares do escrito de ordenanças, que foram abolidas, a saber, a distinção de carnes e bebidas... e a necessidade da observância de certos feriados e festivais, tais como a Luas Novas e sábados particulares ou aqueles que deviam ser observados com incomum solenidade; todos eles foram abolidos e cravados na cruz, e não mais eram de obrigação." - Clarke's Commentary. Aí está uma interpretação insuspeita e valiosa!



"Nunca devemos rebaixar o nível da verdade, a fim de obter conversos, mas precisamos procurar elevar o pecador corrupto à alta norma da Lei de Deus." - Ellen G. White, Evangelismo, pág. 136.






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Muita gente mal informada ou que lê superficialmente as Escrituras, é capaz de jurar que nelas se menciona apenas um sábado: o sábado da Criação, do Decálogo ou semanal, ou seja, o sábado que os adventistas guardam.



Há pessoas que, ao ouvir dizer que havia outros sábados, que não caíam necessariamente no sétimo dia e que eram meramente feriados religiosos anuais dos judeus, arregala os olhos, assombrada. E os fanáticos (como alguns que temos encontrado), que não se dão ao trabalho de investigar a Palavra de Deus neste particular, de forma arrogante e às vezes ofensiva, dizem: Qual, isso é invenção de adventista...









Mas o que interessa a quem ama a verdade é a pergunta:



Havia ou não sábados cerimoniais, completamente inconfundíveis e distintos do descanso do sétimo dia (semanal, estabelecido no Éden)?



Recorramos à Bíblia, que é a única instância em matéria doutrinária. À Lei e ao Testemunho! Por exemplo, em Levítico 16:29 a 31, que fala do Dia da Expiação - festa nacional judaica, extraímos: "... no sétimo mês, aos dez dias do mês, afligireis as vossas almas, nenhuma obra fareis... Porque, naquele dia, se fará expiação por vós... É um sábado de descanso para vós..." Aqui está claramente aplicado o termo sábado a uma festa anual, que se iniciava invariavelmente no décimo dia do sétimo mês. Portanto distinto do dia de repouso semanal, porque necessariamente recaía em dia diferente da semana.



Leiamos ainda, com cuidado, Levítico 23:24, 27, 32 e 39. Nesse particular, as traduções de Matos Soares e Figueiredo são mais claras, e seguem melhor o original. Valamo-nos da versão de Matos Soares: "O sétimo mês, o primeiro dia do mês será para vós um sábado e uma recordação..." (v.24). Refere-se à festa das primícias e, embora Almeida tenha traduzido descanso, no original hebraico está "shabbath" - erit vobis sabbatum" - diz a Vulgata, e a expressão correta é reproduzida por grande número de traduções. Note-se bem que este sábado ou dia de descanso, do primeiro dia do mês, caía em dia diferente do sétimo. Nada tinha que ver com o repouso semanal.



Prossigamos: "Aos dez dias do sétimo mês será dia soleníssimo da expiação... É o sábado do repouso... afligireis as vossas almas. (v.27 e 32). Refere-se também ao dia da Expiação, que se celebrava anualmente, como foi dito, no 10.º dia do 7.º mês e, portanto, caía em dia diverso do sétimo. E a Escritura o chama de sábado (shabbath), dia especial de descanso.



Vamos adiante, referindo-se à Festa dos Tabernáculos, diz a Bíblia: "... no dia quinze do sétimo mês... celebrareis a festa do Senhor... o primeiro e o oitavo dia vos será o sábado, isto é, descanso." (v.39). Note-se que, neste versículo, no hebraico a palavra "shabbath" aparece duas vezes, e seria curial traduzi-la "sábado de sábado". Diz a Vulgata: "... die primo et die octavo erit sabbatum, id est requies."



É irrecusável que a Bíblia chama de "sábados" estes dias festivais que nada tinham a ver com o descanso semanal, ou o Sábado do Decálogo. Estes sábados cerimoniais estavam no Livro de Moisés e não nas Tábuas dos Dez Mandamentos, que só menciona o Sábado do Sétimo Dia, comemorativo da Criação, "porque em seis dias fez o Senhor os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou". (Êxodo 20:11).



Os sábados festivais foram instituídos no Sinai, após a entrega da Lei de Deus (Dez Mandamentos), ao passo que o sábado semanal o foi na Criação (Gênesis 2:2 e 3) e incorporado na Lei Moral, precedido de um imperativo "Lembra-te". Não pode haver confusão. Além disso a própria Bíblia estabelece uma linha divisória entre eles, de modo a não deixar dúvidas:



"Estas são as festas fixas do Senhor, que proclamareis como santas convocações, para oferecer-se ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de cereais, sacrifícios e ofertas de libação, cada qual em seu dia próprio; além dos sábados do Senhor, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias que derdes ao Senhor." (Levítico 23:37 e 38)

Repetimos: sábados anuais de modo algum podem ser confundidos com Sábados . Há um abismo entre eles, que nem as marteladas de uma dialética torcida conseguem transpor. Para nós basta a clara distinção que a Bíblia faz. Mas para os que gostam de comentários, vamos citar alguns; dos mais insuspeitos:



J. Skinner, abalizada autoridade evangélica, reitor do Colégio de Westminster (Cambridge), anota: "O nome sábado podia ser aplicado a qualquer época sagrada como tempo de cessação de trabalho e assim é usado com relação ao Dia de Expiação, o qual era observado anualmente, no décimo dia do sétimo mês. Levítico 16:31; 23:32. Nos livros proféticos e históricos, 'sábados' e 'Luas Novas' estão associados de tal modo a sugerir serem ambos festividades lunares. Amós 8:5; Oséias 2:11 e Isaías 1:13." 1



Alfred Edersheim, escritor de nacionalidade judaica, convertido ao protestantismo, profundo conhecedor da lei Cerimonial, referindo-se à festa dos Tabernáculos, diz: "O primeiro dia da festa e também o oitavo (ou Hzereth) eram dias de santa convocação e eram também um sábado, mas não no sentido do sábado semanal, senão de um festivo descanso diante do Senhor em que nenhuma obra servil de qualquer espécie podia ser feita." 2



O mesmo autor, falando do Dia da Expiação, diz: "... o Dia da Expiação... conservando um caráter próprio, pois a Escritura o chama de "um sábado de sabatismo" (no original) em que... como no sábado semanal, qualquer trabalho era proibido." 3

Referindo-se a Festa do Pentecostes diz: "É fácil observar por alusões análogas, no mesmo capítulo, que não se trata do sábado semanal mas sim do festival. O testemunho de Josefo, de Filo, e da tradição judaica, não deixam margem de dúvida de que, neste caso, devemos entender por "sábado" o 15 de Nisan ou qualquer dia da semana em que o referido dia venha cair." 4

E, finalmente, sobre a Páscoa afirma: "O último dia da Páscoa, como o primeiro, era uma santa convocação e se observava como um sábado." 5 - Segundo o mesmo autor, há evidências em Amós 8:5 de que a Lua Nova se observava como dia de descanso, ou sábado.6



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A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 121.



1. J. Skinner, art. "Sabbath." Hasting's Biblie Dictionary, pág. 807.



2. A. Edersheim, Festas de Israel, pág. 86.



3. Idem, pág. 8 e 118.



4. Idem, pág. 71.



5. Idem, pág. 72.



6. Idem, pág. 109.
  Capítulo 11 - Colossenses 2:16 e os Sábados Cerimoniais








Ficou exuberantemente provado que a Bíblia menciona os sábados festivais, anuais, portanto cerimoniais. Os sinceros aceitam esta evidência e os estudiosos proclamam esta verdade. Portanto não é invenção dos adventistas, como dizem os inimigos da verdade. Agora, o ponto mais importante.



Precisamos analisar, com isenção de ânimo, sem idéias preconcebidas, a passagem em lide, Colossenses 2:16, e interpretá-la dentro do seu contexto e no sentido claro e evidente que contém. Notemos os seguintes fatos:



a) Estes sábados aí estão associados a dias de festas e Lua Nova, que eram solenes festividades nacionais judaicas, ou feriados fixos. Ora o sábado do Decálogo não tem esta natureza. Não era festivo nem típico.









b) Os sábados cerimoniais estavam incluídos entre instituições que eram "sombras das coisas futuras" - prefigurações de fatos que ainda estavam por vir. O sábado do Decálogo é comemorativo de um fato passado: a Criação. Não era sombra de coisas futuras. Sem dúvida, o texto se refere aos sábados cerimoniais. Vejamos o que os eruditos dizem a esse respeito:



Jamieson, Fausset, and Brown, estudiosos fundamentalistas, assim comentam Colossenses 2:16: "Sábados... referem-se ao dia da Expiação e festa dos Tabernáculos que chegaram ao fim com os cultos judaicos a que pertenciam (Levítico 23:32, 37 e 39). O sábado semanal repousa em base mais permanente, tendo sido instituído no Paraíso para comemorar o remate da Criação em seis dias. Levítico 23:38 expressamente distingue o 'sábado do Senhor' dos outros sábados."



Adam Clark, em seu autorizado comentário, assim interpreta Colossenses 2:16: "Não há aqui indicação de que o sábado fosse abolido, ou que sua obrigação moral fosse superada pelo estabelecimento do cristianismo. Demonstrei em outra parte que 'Lembra-te do dia do sábado para o santificar' - é um mandamento de obrigação perpétua, e nunca pode ser superado senão pela finalização do tempo."



Albert Barnes, em sua obra Notes on The New Testament, comenta Colossenses 2:16, textualmente: "Não há nenhuma evidência nessa passagem de que Paulo ensinasse que não havia mais obrigação de observar qualquer tempo sagrado, pois não há a mais leve razão para crer que ele quisesse ensinar que um dos Dez Mandamentos havia cessado de ser obrigatório à humanidade. Se ele tivesse escrito 'O sábado', no singular, então, certamente estaria claro que ele quisesse ensinar que aquele mandamento (o quarto) cessou de ser obrigatório, e que o sábado não mais devia ser observado. Mas o uso do termo no plural, e a sua conexão, mostram que o apóstolo tinha em vista o grande número de dias que eram observados pelos hebreus como festivais, como uma parte de sua lei Cerimonial e típica, e não a lei Moral, ou os Dez Mandamentos. Nenhuma parte da lei Moral - nenhum dos Dez Mandamentos - poderia ser referido como 'sombra das coisas futuras.' Estes mandamentos são, pela natureza da lei Moral, de obrigação perpétua e universal."



Até parece um adventista que está falando... é forte a força da evidência. É esmagadora a força da verdade. Sim, estes sábados mencionados em Colossenses 2:16, e que foram cravados na cruz, não se confundem com o sábado do sétimo dia, porque este é de obrigação perpétua. São os adventistas que o afirmam? Muitos compreensivos estudiosos dos oráculos divinos ratificam essa afirmação.



E a importante declaração de Strong, que muito nos tem ajudado neste mister. Diz textualmente: "Percebemos... a importância e o valor do sábado, como comemorativo do ato divino da Criação e, necessariamente da personalidade, soberania e transcendência de Deus. O sábado é de obrigação perpétua como o memorial estabelecido de Sua atividade criadora. A instituição do sábado antedata o decálogo e forma uma parte da lei moral. Feito na criação, ele se aplica ao homem em toda a parte e em época, em seu atual estado de criatura." 1



E continua A. H. Strong: "Nem nosso Senhor nem Seus apóstolos ab-rogaram o sábado do Decálogo. A nova dispensação anulou as prescrições mosaicas relativas à maneira de guardar o sábado, mas continua reafirmando sua observância como de origem divina necessária à natureza humana. Nem tudo na lei mosaica foi abolido por Cristo... Cristo não cravou na cruz mandamentos do Decálogo." 2



Esse testemunho fala por si: Os "sábados" de Colossenses 2:16 eram cerimoniais. Há estudiosos que alinham os sábados em sete, durante o ano judaico, e que no ano 30 de nossa eram assim se teriam seguido: 15 de Nisã (sexta-feira), 21 de Nisã (quinta-feira), 6 de Sivã (sábado), 1.º de Tishri (domingo), 10 de Tishri (terça-feira), 15 de Tishri e 22 de Tishri (domingo). De qualquer maneira, recaíam em dias diversos da semana. Deus descansou no sábado do sétimo dia, porém não fez o mesmo nos sábados anuais. Ao primeiro Deus chama "os Meus sábados" (Ezequiel 20:20); aos últimos, chama-os de "seus sábados" (Oséias 2:11; Isaías 1:13), etc. A própria Bíblia estabelece a distinção, como vimos.



E os já citados Jamieson, Fausset, and Brown, no seu comentário, dizem: "Levítico 23:38 expressamente distingue 'o sábado do Senhor', de outro sábados. Um preceito positivo é ordenado por ser necessário e cessa de ser obrigatório quando ab-rogado; porém o preceito moral é ordenado eternamente, porque é eternamente necessário."



E para concluir deve-se dizer que a posição daqueles que tentam livrar-se do mandamento do sábado do sétimo dia, insistindo que Colossenses 2:16 se refere a ele e que foi cancelado na cruz, é assaz comprometedora para eles mesmos. Afirmando a ab-rogação do quarto mandamento estão efetivamente cancelando a base do domingo, porquanto fora da lei moral não há mandamento para santificar um dia em sete - como entendem e procuram justificar.



Capítulo 12 - O Sábado Antes do Sinai








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"Lembra-te do dia de Sábado para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e o mar e tudo que neles há e no sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de Sábado e o santificou."

(Êxodo 20:8 a 11).





Tanto é verdade que o Sábado existe desde a criação, que Deus ao proclamar o Mandamento por escrito, Ele usou a expressão: "Lembra-te". Jamais Deus mandaria lembrar de uma coisa que o Seu povo, não o havia conhecido. E a razão de lembrar e santificar o Sábado, Deus escreveu no verso 11: "Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descasou; portanto abençoou o Senhor o dia de Sábado e o santificou."



Este verso não só prova que o Sábado existia da criação ao Sinai, como prova que é o mesmo dia que Deus descansou. Compare este verso com Gênesis 2:2 e 3: "E havendo Deus terminado no dia sétimo a Sua obra, que fizera, descansou neste dia de toda a Sua obra que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda obra que como Criador, fizera."



Prova de que o Sábado foi guardado pelos Patriarcas.



"A Lei Moral (os Dez Mandamentos) na qual o Sábado é o quarto Mandamento, já existia desde o Éden. Era essa lei transmitida oralmente de pai para filho através do ensino familiar (Êxodo 13:9). Também era conhecida e praticada na casa do patriarca Jacó, no Egito. O seu filho José, quando assediado pela impura mulher de Potifar diz:



"...Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, portanto tu és sua mulher; como pois farei eu este tamanho mal, e pecaria contra Deus?..." ( Gênesis 39:6 a 10).

Claramente se vê que o adultério é a quebra do sétimo mandamento da Lei de Deus (Dez Mandamentos) que o Sábado é o quarto Mandamento, e isto é pecado. Em Gênesis 26:5, declara que Abraão guardou essa lei, a Lei de Deus.



"Porque Abraão obedeceu à Minha Palavra, e guardou os Meus Mandamentos, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas Leis." (Gênesis 26:5)

Como se vê desde o começo do mundo existia a Lei Moral consolidada nos Dez Mandamentos. Embora não escrita, achava-se implantada no coração, na mente e na consciência do homem. Caim matou e isto foi imputado como pecado. (Gênesis 4:7). E a Bíblia chama o pecado de "transgressão da Lei.":



"Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei." (I João 3:4)

Jesus também participou da Criação e da feitura do Sábado, conforme relata as Escrituras:



"Todas as coisas foram feitas por Ele (Jesus), e sem Ele nada do que foi feito se fez." (João 1:3)

"... e manifestar qual seja a dispensação do ministério, desde os séculos, oculto em Deus, que Criou todas as coisas." (Efésios 3:8 e 9)

"Pois, nEle, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis... Tudo foi criado por meio dEle e para Ele." (Colossenses 1:16)

"Sendo Ele o resplendor da Sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder, havendo Ele mesmo feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas." (Hebreus 1:3)



Havendo Cristo sido agente ativo na criação, Ele mesmo afirmou que era Senhor do Sábado (Marcos 2:28). E se Cristo é dono do Sábado, também sabe para que foi feito o Sábado. Disse Cristo: "O Sábado foi feito por causa do homem." (Marcos 2:27). O homem foi feito antes do Sábado, portanto o Sábado foi criado para o homem. Outra prova que os patriarcas guardavam o Sábado antes do Sinai.



Em Êxodo 16:4 a 29 Deus prova a Israel, no deserto, a observância do Sábado:



"Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá cada dia a porção para cada dia, para que Eu veja se anda em Minha lei ou não... E aconteceu que ao sexto dia colheram pão em dobro, dois ômeres para cada um; e os príncipes da congregação vieram a Moisés.

Respondeu-lhes ele: Isto é o que disse o Senhor: Amanhã é repouso, o santo Sábado do Senhor...

Porquanto o Sábado é do Senhor, hoje não achareis no campo. Seis dias colherás, mas o sétimo dia é o Sábado; nele não haverá. Ao sétimo dia saíram alguns do povo para colher, porém, não acharam.

Então disse o Senhor a Moisés: Até quando recusareis guardar os Meus Mandamentos e as Minhas Leis?

Considerai que o Senhor vos deu o Sábado; por isso Ele, no sexto dia vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia..."





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Este incidente ocorreu no deserto de Sim, antes dos filhos de Israel haverem chegado ao Sinai, onde foi entregue a Lei. Tanto o Sábado como a Lei existem desde a Criação.





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José Maria Prudêncio, A Verdade do Sétimo Dia, 1.ª ed., 1998, pág. 83.





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Os Atributos do Caráter de Deus







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Veja agora alguns versículos sobre a Lei de Deus e veja que os mesmos atributos do caráter de Deus, são os mesmos atribuídos à Sua santa Lei.



Deus é Justo (Romanos 3:26) - Sua Lei é Justa (Romanos 7:12).

Deus é Verdadeiro (João 3:33) - Sua Lei é Verdadeira (Neemias 9:13).

Deus é Puro (I João 3:3) - Sua Lei é Pura (Salmo 19:7 e 8).

Deus é Luz (I João 1:5) - Sua Lei é Luz (Provérbio 6:23).

Deus é Fiel (I Coríntios 1:9) - Sua Lei é Fiel (Salmo 119:86).

Deus é Bom (Naum 1:7) - Sua Lei é Boa (Romanos 7:12 e 16).

Deus é Espiritual (I Coríntios 10:3 e 4) - Sua Lei é Espiritual (Romanos 7:14).

Deus é Santo (Isaías 6:3; I Pedro 1:14 a 16) - Sua Lei é Santa (Romanos 7:12).

Deus é Verdade (João 14:6; 10:30) - Sua Lei é Verdade (Salmo 119:142 e 151).

Deus é Vida (João 14:6; 10:30) - Sua Lei é Vida (João 12:50; Mateus 19:17).

Deus é Justiça (Jeremias 23:6) - Sua Lei é Justiça (Salmo 119:172).



Em Romanos 3:31 diz: "Anulamos a Lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a Lei."



A Lei revela a perfeição de caráter requerida, dando assim a conhecer o pecado; é, porém, impotente quanto a conferir o caráter exigido. No evangelho, a lei, primeiramente escrita no coração de Cristo, vem a ser a "lei do Espírito de vida em Cristo Jesus", e transfere-se assim para o coração do crente, no qual Cristo mora pela fé. Por essa forma cumpre-se a promessa do novo pacto, quanto a ser escrita no coração. Isto é uma genuína experiência de Justiça pela fé - uma justiça testificada pela lei. [Veja também em Guiados Para Vencer I: Os Dois Concertos - II Coríntios 3].



Vê-se assim que o evangelho é a providência tomada para restaurar a lei em seu lugar, no coração e na vida daquele que crê em Cristo, e aceita Sua obra mediadora. Uma fé semelhante, em vez de anular a lei, confirma-a no coração e na mente do crente. O evangelho, portanto, não é contrário a lei, antes nos apresenta e mantém a lei em Cristo.



Alinhamos alguns depoimentos escritos em épocas variadas, ao longo dos séculos depois de Cristo.




Século II

Justino Mártir (100-165): "Devemos unir-nos a eles [observadores do sábado], associando-nos com eles em tudo, como parentes e irmãos." - Dialogue With Trypho, em The Ante-Nicene Fathers, vol. I, pág. 218.



Século III

Tertuliano (155-222): "Na questão de ajoelhar-se, também a oração pode ser feita de várias maneiras, embora haja alguns que se abstenham de se ajoelharem no sábado. Uma vez que esta divergência está sendo considerada pelas igrejas, o Senhor dará Sua graça para que os que não concordam com isto cedam ou sigam o exemplo dos outros, sem haver ofensa contra ninguém." - On Prayer, cap. 23. Em The Ante-Nicene Fathers, vol. III, pág. 689.



Orígenes (185-254): "Depois da celebração do sacrifício contínuo (a crucifixão), vem a segunda festividade, do sábado, e é apropriado para quem for direito entre os santos, celebrar também a festa do sábado. E qual é, de fato, a festa do sábado, senão a de que o apóstolo disse: 'Portanto resta ainda um sabatismo para o povo de Deus?' Hebreus 4:9. Deixando, pois, de lado a observância judaica do sábado, que espécie de observância se espera do cristão?

No sábado nenhum ato mundano deve ser realizado. Se, portanto, repousardes de todas as obras seculares, não deveis fazer coisa alguma mundana, mas estareis livres para as obras espirituais, indo à igreja, dedicando atenção à leitura sagrada e aos estudos de assuntos divinos, pensando nas coisas celestiais e na vida futura, bem como no julgamento vindouro, sem atentar para as coisas atuais e visíveis, mas para as invisíveis e futuras." - Homily on Numbers 23, par. 4, em Migne, Patrologia Graeca, vol. XII. cols. 749 e 750.



Século IV

Hermas Sozomeno (399-443): "O povo de Constantinopla, e de quase todas as partes, reúne-se no sábado, bem como no primeiro dia da semana, costume que nunca se observa em Roma, nem em Alexandria." - Ecclesiastical History, livro 7, cap. 19, em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. II, pág. 390.



Johannes Cassianus, monge egípcio, (360-435), descrevendo a vida monástica: "Portanto, exceto os cultos vespertinos e noturnos, só há culto de dia no sábado e no primeiro dia da semana, quando os monges se reúnem à terceira hora [nove horas] para a santa comunhão." - De Institutione Coenobiorum, livro III, cap. 2, em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. XI, pág. 213.



Constituições dos Santos Apóstolos (produto de escritores da Igreja Oriental). Embora também ordene a guarda do domingo, assim indica a guarda do sábado: "Observarás o sábado por causa dAquele que repousou da obra da criação, mas não cessou Sua obra de providência. É repouso para meditação sobre a lei, e não para ficar com as mãos ociosas." - Constitutions of the Holy Apostles, livro II, sec. 5, cap. 36. The Ante-Nicene Fathers, vol. VII, pág. 413.



Atanásio (298-373): "Reunimo-nos no dia de sábado não porque estejamos infectados de judaísmo... Achegamo-nos ao sábado para adorar a Cristo, o Senhor do sábado." - Pseudoathan, de semente, tomo I, pág. 885.



Agostinho (354-430): "Neste dia, que é sábado, costumam reunir-se, na maior parte, os desejosos da Palavra de Deus... Em alguns lugares, a comunhão ocorre diariamente; em outros, somente no sábado; e em outros, somente no domingo." - Sermão 128, tomo VII, pág. 629, Epistola ad Janerius, cap. 2.



Edward Brerewood, historiador (1565-1615), depois de exaustiva pesquisa do assunto: "O sábado foi religiosamente observado na Igreja do Oriente, durante mais de trezentos anos depois da paixão do Salvador." - A Learned Treatise of the Sabbath, pág. 77.



Concílio de Laodicéia (cerca de 365 d.C.): "No sábado, os Evangelhos e outras porções da Escritura devem ser lidos em voz alta." - Charles Joseph Hefele, A History of the Concils of the Church, vol. II, pág. 31. (Edinburg. 1876).



Bruce M. Metzger, orientalista contemporâneo, que estudou profundamente o Lecionário Grego do Evangelho: "Na Igreja Oriental o sábado, com exceção do grande sábado que fica entre a Sexta-Feira Santa e o dia da Páscoa, era observado como dia de festa." - The Saturday and Sanday Lessons From Luke in the Gospel Lectionary.



John C. L. Gieseler (historiador eclesiástico alemão do século do séc. XIX): "O domingo e o sábado eram observados como dias de festa na igreja cristã; o último, porém, sem a superstição judaica." - Compendium of Ecclesiastical History, período I, divisão 2, cap. 3, parágrafo 53.



Joseph Bingham (pesquisador de história da igreja cristã, que viveu na Inglaterra no século XVIII):

"Depois do dia do Senhor, os antigos cristãos eram cuidadosos na observância do sábado, ou sétimo dia, que era o primitivo sábado judaico. Alguns o observavam como dia de jejum, outros como dia festivo. Todos, porém, unanimente o guardavam como o mais solene dos dias religiosos de culto e adoração. Na Igreja Oriental era sempre observado como dia de festa." - Origines Eclesiasticae, ou Antiquities of the Christian Church, livro XX, cap. 3, par. 1.



Século V

Sócrates, o Eclesiástico (historiador - 379-440): "Conquanto quase todas as igrejas do mundo celebrassem os sacramentos aos sábados, cada semana, os cristãos de Alexandria e de Roma, por causa de alguma tradição, deixaram de fazer isto." - Ecclesiastical History, livro V, cap. 22 (escrito em 439 d.C.), em Nicene and Post-Nicene Fathers, 2.ª série, vol. II, pág. 132.



Agostinho (Aurelius Augustinus, 354-430): "Se dissermos que é errado jejuar no sétimo dia, condenaremos são somente a igreja de Roma, mas também muitas outras igrejas, tanto da atualidade como dos tempos mais remotos, nas quais o mesmo costume continua sendo praticado. Se, por outro lado, dissermos que não é errado jejuar no sétimo dia, quão grande será nossa presunção em censurar tantas igrejas do Oriente, e até a maior parte do mundo cristão!" - Carta 82, de Agostinho a Jerônimo, parágrafo 14 - Nicene and Post-Nicene Fathers, 1.ª série, vol. I, págs. 353 e 354.



Lyman Coleman (1796-1882), após minuciosa pesquisa: "Retrocedendo mesmo até ao quinto século, foi contínua a observância do sábado judaico na igreja cristã, mas com rigor e solenidade gradualmente decrescentes, até ser de todo abolida." - Ancient Christianity Exemplified (1852), cap. 26, seção 2.



Século VI

Alexander Clarence Flick (doutor em Filosofia e Letras, catedrático de História Européia na Universidade Siracusa, 1869-1942): "Os celtas permitiam o casamento de seus sacerdotes, e a igreja romana proibia... Os celtas tinham seus próprios concílios e editavam suas próprias leis, independentes de Roma. Os celtas usavam uma Bíblia latina diferente da Vulgata, e guardavam o sábado como dia de repouso. Também realizavam cultos especiais no domingo." - The Rise of Medieval Church, pág. 237 (ed. 1909, New York).



Alphonso Bellesheim (1839-1912) falando da igreja celta da Irlanda, no sexto século: "No sábado seguinte, o santo, apoiado em seu fiel assistente Diormit, foi abençoar o celeiro. 'Este dia" - disse Columba - 'nas Escrituras Sagradas é chamado o sábado, que significa descanso'... A Igreja Celta, como já observamos, embora guardasse o domingo, parece ter seguido os judeus, por isso abstinha-se de todo trabalho no sábado." - History of the Catholic Church in Scotland, vol. I, pág. 86.



Gregório I (540-604) trovejou uma objurgatória contra os existentes observadores do sábado: "Gregório I, bispo pela graça de Deus, a seus amados filhos, os cidadãos de Roma: Chegou ao meu conhecimento que certos homens de índole perversa têm disseminado entre vós coisas depravadas e contrárias à santa fé, pois proíbem que se faça qualquer trabalho no sábado. Como os chamarei senão de pregadores do Anticristo?" - Epitles, b. 13:1, em Labbes and Cossart, Sacrosancta Concilia, vol. V., col. 1511.



Século XI

Andrew Lang (1844-1912), erudito grego-escocês, historiador, referindo-se à igreja do norte da Escócia no décimo primeiro século, igreja fundada por Columba: "Eles trabalhavam no domingo, observavam o sábado." - History of Scotland, vol. I, pág. 96.



William Forbes Skene (1809-1892), historiógrafo real da Escócia em 1881. Referindo-se à Igreja Celta do século XI:

"Parecia seguirem um costume, conforme, vestígios na primeira igreja monástica da Irlanda, segundo o qual consideravam o sábado como dia de repouso, no qual descansavam de seu trabalho... Não deixavam de venerar o domingo, embora sustentassem que o sábado do sétimo dia era o legítimo sábado, no qual se abstinham do trabalho." - Celtic Scotland (Edinburgo, 1877), livro II, cap. 8, págs. 349 e 350.



Thomas Ratcliffe Barnett (1868-1941) erudito anglicano: "Neste assunto, os escoceses talvez mantivessem o costume tradicional da antiga Igreja da Irlanda que observava o sábado, em vez do domingo, como dia de repouso." - Margaret of Scotland, Queen and Saint (Londres, 1926), pág. 97.



Um Ramo dos Valdenses

J. J. Ign. Dollinger (1799-1890), professor de História Eclesiástica e Direito Canônico na Universidade de Munich: "Os Picardos, ou Irmãos Valdenses, não celebravam festividades à Virgem e aos Apóstolos. Alguns guardavam o domingo. Outros, entretanto, só observavam o sábado, como os judeus." - Beiträge zur Sektengeschichte des Mittelalters (Munich, Beck 1890), vol. II, pág. 662.



Época da reforma

Andreas Rudolf Karlstadt (1480-1541), reformador protestante alemão, que se juntou a Lutero em Witenberg, em 1517. Escreveu um tratado sobre o dia de guarda. "Quando os servos tenham trabalhado seis dias, devem ter o sétimo livre. Deus disse com toda a clareza: 'Lembrai-vos de observares o sétimo dia'... Com relação ao domingo, sabe-se que os homens o inventaram." - Von dem Sabbath und Gebotten Feyertagen (1524), cap. IV, pág. 23.



Martinho Lutero (1483-1546) o pai da reforma protestante: "Em verdade, se Karlstadt escrevesse mais acerca do sábado, o domingo teria que lhe ceder lugar, e o sábado ser santificado." - Wider die himmlischen Propheten, em Sämmtliche Schriften (ed. por John Georg Walch - St. Louis: Concordia, 1890), vol. XX, col. 148.



Posteriormente

No século XVII, fundou-se em Newport, (Rhode Island, USA), precisamente em 1671, a Igreja Batista do Sétimo Dia. No século XVIII fundou-se a Comunidade Efrata, por John Conrad Beissel, em Lancaster, precisamente em 1732. Convenceu-se depois do dever de observar o sétimo dia como dia de repouso e publicou Das Büchlein vom Sabbath (Philadelphia, 1728). E no século XIX, em 1844 surgiu nos Estados Unidos o movimento que, anos depois, teria a denominação de Adventistas do Sétimo Dia, de âmbito mundial.



Há uma acusação que é assim formulada: "Podem os adventistas provar que o sábado é o dia sétimo exato desde a criação? Estão eles certos de que tem sido conservado... durante todos os séculos?! Certamente não."


E nós respondemos, com absoluta firmeza: Certamente sim! E ficam os oponentes aos mandamentos de Deus na obrigação de provar em que época, em que dia, mês e ano ocorreu a alteração dos dias da semana. Notem os leitores que não se apresenta uma única prova sequer em favor da interrupção do ciclo semanal através da história. Apenas afirmações vagas, imprecisas, hipotéticas. Coisas assim: "Quem sabe foi na ocasião do dilúvio... Quem quem sabe no período anárquico dos juízes... Quem sabe... talvez... é provável..." etc. Isto é um "complexo de extravio de tempo" que acomete os antiadventistas, em grande parte devido ao modernismo religioso, calcado em equivocadas idéias evolucionistas, que os induz a não levarem a sério a antiguidade do dia do repouso.



Na era pré-cristã não se perdeu o dia original de repouso. Na nossa era não seria possível perder-se. Consideremos estes fatores:



1. Impossibilidade do mundo perder a contagem de um dia.



Uma simples pessoa dificilmente perde a contagem de um dia. Mais difícil é que uma família o faça. Seria possível que um povoado, ou cidade, ou país perdesse a contagem de um dia? Seria, pois, absurdo admitir que o mundo com seus bilhões de habitantes, grande parte observando o primeiro dia da semana, perdesse a contagem do dia!



2. O cuidado de Deus.



É absurdo supor que Deus exija a observância de uma instituição - como no caso do sábado por mandamento - e permita que este dia se extravie através dos tempos.



3. Os judeus.



Nos tempos de Jesus, os judeus eram extremados na guarda do sábado. Ao serem espalhados, dispersos por todas as nações da Terra, após a destruição de Jerusalém, levaram consigo a observância sabática. Em tempo algum se perdeu o sétimo dia nas nações em que se estabeleceram.



4. O costume e a História.



O Pastor William Jones, de Londres, com a cooperação de competentes lingüistas de todo o mundo, elaborou um mapa da semana em 162 idiomas ou dialetos. Todos reconheceram a mesma ordem dos dias da semana, e 102 deles denominaram o sétimo dia, de sábado. Abram-se as enciclopédias, cronologias seculares ou eclesiásticas, e o domingo é reconhecido como o primeiro dia da semana, logo depois do sábado. Quer dizer que não houve extravio algum.



5. As igrejas.



A igreja primitiva observava o sábado. O Prof. Edward Brerewood, em sua obra Learned Treatise of the Sabbath, Oxford, 1631 (notem bem a data), afirma: "O sábado ou sétimo dia... era observado religiosamente na igreja oriental por 300 anos ou mais depois da paixão do Salvador." Quer observadores do domingo (católicos e protestantes), quer da sexta-feira (mulçumanos) ou do sábado (judeus e adventistas), na era cristã, jamais houve eles a menor dúvida quanto ao dia que guardam.



6. Astronomia.



Os registros astronômicos e datas, que remontam a 600 a.C. concordam com a contagem dos astrônomos de hoje, de que jamais se alterou em tempo algum o ciclo semanal.



Reformas do calendário.



Houve, de fato, mudanças no calendário. Nenhuma delas, porém, mexeu com a ordem dos dias da semana. Não vamos referir-nos às reformas precárias que não foram adotadas, ou apenas simbólicas como o calendário positivista, o da Revolução Francesa, e outros. Analisemos resumidamente as mudanças que alteraram a contagem dos meses, dias e anos. O calendário judaico vinha dos primeiros tempos bíblicos, e consignava o sábado. Os calendários das demais nações do Antigo Oriente, embora dessemelhantes quanto aos meses ou anos, eram contudo idênticos na divisão semanal.



O calendário romano mais antigo, que se crê fora dado por Rômulo, na qual propôs um ano de 305 dias em 10 meses, a partir de março. Numa, sucessor de Rômulo, acrescentou dois meses, elevando o ano civil para 365 dias. Quando Júlio César subiu ao poder supremo de Roma, notando que o calendário vigente era deficiente, chamou o famoso astrólogo Alexandrino Sosígenes para estudar a questão.

Este determinou que se abandonasse o calendário dos meses lunares, e se adotasse o egípcio. Essa reforma foi feita em 45 a.C. e a semana que vinha no calendário egípcio era paralela à do calendário judaico, e foi mantida.



Assim a ordem setenária dos dias da semana não se alterou. Isso foi antes do nascimento de Cristo. Nos tempos de Jesus e dos apóstolos, a semana na Palestina coincidia com a semana dos romanos quanto a ordem dos dias. Também a denominação dos dias era a designação ordinal, pois os nomes aos dias da semana se devem a Constantino, o mesmo que, por decreto, legalizou a observância do primeiro dia. Voltando a Júlio César, o calendário ficou alterado, sem afetar a ordem dos dias semanais. É a reforma chamada juliana.



A outra reforma que alterou a contagem, mas não a semana, é a denominada gregoriana, feita por ordem do Papa Gregório XIII. Os países latinos: Espanha, Portugal e Itália aceitaram-na em 1582. A reforma se fez no dia 4 de outubro daquele ano. O dia 4 de outubro pulou para 15 (havendo portanto uma subtração de 10 dias). Mas o dia 4 foi quinta-feira, e o dia 15 logo a seguir foi a sexta-feira, permanecendo inalterado o ciclo semanal. Nos países de fala inglesa a mudança gregoriana só foi aceita em 1752, em setembro daquele ano. Assim o dia 2 foi seguido pelo dia 14. Mas o dia 2 de setembro caiu, numa quinta-feira. De novo não se alterou a semana.



Testemunho dos Astrônomos.



Não creio haver pessoas mais bem informadas a respeito do assunto do que os astrônomos. Recorramos, pois, a eles. Eis o que depõem:



"Tivemos a oportunidade de investigar os resultados dos trabalhos de especialistas em cronologia, e jamais se soube de um sequer que tivesse a menor dúvida acerca da continuidade do ciclo semanal desde muito tempo antes da era cristã. Nenhuma das reformas havidas em nosso calendário, em séculos passados, afetou de algum modo o ciclo da semana." - Dr. A. James Robertson, Diretor do Observatório Naval de Washington, respondendo a carta de consulta, em 1932. (Fotocópia publicada à pág. 560 de Answers to Objections, de F. D. Nichol.)



Outra carta assinada por Sir Frank W. Dyson, do Real Observatório de Greenwich, Londres, diz, em 1932: "Tanto quanto se sabe, nas várias mudanças do Calendário, não tem havido nenhuma alteração na ordem dos sete dias da semana, a qual transcorre inalterada desde os mais remotos tempos." (Fac-símile no mesmo livro, pág. 562).



Depoimento do Prof. D. Eginitis, Diretor do Observatório de Atenas, num relatório apresentado à antiga Liga das Nações: "A quebra da continuidade da semana, que tem atravessado, ainda intacta, os séculos e todos os calendários conhecidos, e o uso universal desta unidade de medição de tempo, são as razões que se opõem a esta mudança de calendário."



Em Nature, publicação científica inglesa, de 06/06/1931, na "Coluna da Astronomia", há o seguinte tópico: "A regularidade ininterrupta da seqüência das semanas, que têm decorrido sem uma quebra por mais de três mil anos, está agora levantando debates... Alguns... defendem a utilidade de manter-se a unidade do tempo que se mantém invariável desde o alvorecer da História."



O Dr. Fotheringham, uma das mais eruditas autoridades em cronologia, num artigo, publicado no Nautical Almanac para 1931, pág. 740, afirma: "Evidência clara é que o período de sete dias era contado independentemente do mês e de todos os períodos astronômicos. Da Igreja Judaica passou-se ele para a Igreja Cristã."



O congressista Sol Bloom, de Nova Iorque, falando no senado americano, em 11/06/1929, sobre a reforma do calendário, disse: "As mudanças do calendário de modo algum interferiram na continuidade dos dias da semana... Não produziram quebra no ciclo semanal. As datas do mês foram alteradas, mas nunca os dias da semana... Não foi alterada quando a França cancelou dez dias de seu calendário no mês de dezembro. A mudança teve lugar numa sexta-feira, mas continuou sendo sexta-feira dia 20 em vez de sexta-feira dia 10... Os dias do ciclo semanal jamais foram alterados em tempo algum, em qualquer reforma processada no calendário." - Congressional Record, junho, 1829, pág. 5.



"A divisão da semana vem inalterável em milhares de anos" - M. Anders Donner, professor de Astronomia da Universidade de Helsinqui (Report on the Reform of the Calendar, 17 de agosto, 1926, pág. 51.



O espaço não nos permite citar perto de quinze depoimentos de autoridade em matéria de calendário, entre elas o Prof. M. Edouard Bailland, Diretor do Observatório de Paris, o Prof. Frederico Oom, Diretor do Observatório Astronômico de Lisboa, o Prof. M. Emile Picard, Presidente do Office of Longitudes.



Concluiremos com a transcrição dos debates havidos em torno da reforma do calendário, no Congresso de Washington, sessão de 21/01/1929, entre os congrecistas Sol Bloom, Cyrenus Cole e W. S. Eichelberger, então Diretor do Observatório Naval dos E.U.A:



"Mr. Bloom: Não é um fato que, nas mudanças produzidas no calendário, as datas foram mudadas, porém nunca os dias? V. Exa. sabe de algum tempo na História em que algum calendário, a partir do princípio do remoto calendário egípcio, em que o dia da semana se tenha trocado?

Mr. Eichelberger: Não, não sei absolutamente.

Mr. Bloom: Mas as datas foram mudadas?

Mr. Eichelberger: Sim, não há dúvida.

Mr. Bloom: V. Exa. pode mudar qualquer data do calendário a seu critério, como o fez o Papa Gregório, desprezando 10 dias em 1582, e o britânicos 11 dias em seu calendário, instituindo-se assim o calendário sob o qual vivemos. As datas foram trocadas, mas não foi alterado sequer um dia da semana...

Mr. Eichelberger: Tanto quando eu saiba, isto é exato.

Mr. Cole: Há fundamento na crença de que o sábado, ou outros dias da semana se têm sucedido em ininterrupta continuidade desde tempos remotos?

Mr. Eichelberger: Tanto quanto eu sabia, isto é verídico." - Congressional Report, pág. 68.



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Temos absoluta certeza de que o dia de sábado jamais se perdeu na meada dos milênios. E, a despeito da multiplicidade das provas, contentamo-nos com uma: sendo o dia que tem o brilho inviolável da bênção divina, jamais se perderia na noite dos tempos. O próprio Deus Onisciente cuidou que assim fosse. E de fato o foi.

Já o mesmo não ocorre com os professos cristão em relação ao seu espúrio dia de repouso. Não têm certeza de que não se tenha extraviado nalguma alteração cronológica ou mudança de calendário na era cristã. Com este "complexo de extravio de dia", nem têm certeza do dia que guardam. Isto, porém, é um problema que






"No mundo religioso tem sido ensinada uma doutrina de graça tão errônea que não é nada menos que uma doutrina de desgraça. O Salvador tem sido mais apresentado como Alguém que nos livra de guardar os Mandamentos de Deus, do que Aquele que nos salva de os transgredir. Uma chamada fé dessa espécie tem sido apresentada como substituto da obediência à santa Lei de Deus." 1



É deveras lamentável que o mundo chamado cristão apresente um tipo de graça que tem mais o sentido de indulgência ou de um manto acobertador de certas iniqüidades do que propriamente o dom divino que consiste em amorável oferecimento de salvação aos transgressores da Lei Moral.



A tecla surradíssima da lei contra a graça [a maior deturpação teológica dos tempos] é insistentemente batida por muitos. Chama-se a isto dispensacionalismo, que pretende definir duas épocas distintas, uma da lei, outra da graça - idéia que hoje é desprezada pelos mais cultos pesquisadores do Livro Santo. Afirma-se que a lei foi abolida e substituída pela graça. Afirma-se que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça, dando a entender que uma coisa destruiu a outra. Como vamos demonstrar, só mesmo uma irremediável vesguice teológica poderia estabelecer contradição entre a lei e a graça, ou entre a lei e o evangelho.





Precisamos considerar o legítimo conceito da graça. Não vamos entrar em terreno especulativo. Não consideraremos, por exemplo, a graça "universal" como a entendia Wesley; nem o conceito restrito de Armínio ou a singular graça "da criação", defendida por Pelágio. Para maior luz do assunto, temos que nos distanciar desses backgrounds teológicos discordes e até rebarbativos. Vamos analisar a deturpação do conceito de graça, como se observa nos dias atuais, para "justificarem" a não-observância dos mandamentos de Deus.



O que é graça?

Responde, com propriedade, o teólogo A. H. Strong: "A graça é favor imerecido concedido aos pecadores." 2

É uma atitude de liberdade divina, generosidade inefável, concedendo-nos a salvação como um dom, já que estávamos irremediavelmente condenados. É uma oportunidade conferida aos pecadores e que tem o sentido de uma dívida perdoada, de um perdão concedido, de uma libertação sem paga, de um jugo desatado, de uma carga retirada dos ombros. Graça é a mais alta expressão do amor de Deus, que se tornou objetiva no sacrifício oblativo de Jesus em favor dos pecadores, ou seja, da transgressão da lei divina.



A lei é existente. Condena. E justamente porque ela traz condenação e não provê salvação, temos que apelar para a graça. Definindo a relação entre a lei e a graça, disse Agostinho: "A Lei é dada para que a Graça possa ser exigida; a Graça é concedida para que a Lei possa ser cumprida." 3

"A graça, contudo, não deve ser entendida como se ab-rogasse a lei, mas sim como reafirmando-a e estabelecendo-a (Romanos 3:31 'estabelecemos a lei'). A graça assegura o perfeito cumprimento da lei, removendo da mente de Deus os obstáculos ao perdão, e habilitando o homem a obedecer (Romanos 8:4 'para que a justiça da lei se cumpra em nós')." 4

"Assim a revelação da graça, conquanto esta compreenda e inclua em si mesma a revelação da lei, acrescenta algo diferente em espécie, a saber, a manifestação do amor pessoal do Legislador. Sem a graça, a lei tem apenas um aspecto exigente. Somente em harmonia com a graça, ela se torna 'a lei perfeita da liberdade' (Tiago 1:25)." 5



E a Lei mencionada por Tiago 2:10 a 12 é insofismavelmente o Decálogo.



De fato, como foi dito, se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão e, necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação, não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra. A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há contradição mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se harmonizam e completam-se em suas funções:



"Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos, mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé; ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém." (Romanos 16:25 a 27)

É errôneo crer que, depois de Cristo, a graça suplantou a lei, substituiu-a, anulo-a, destruiu-a. É errôneo afirmar que, com a morte de Cristo, findou-se a jurisdição da lei, iniciando-se a da graça. Infelizmente é assim que muitos entendem o "estar debaixo da lei" e o "estar debaixo da graça", realçando que a graça existe da morte de Cristo para cá. Se isso fosse verdade, gostaríamos de perguntar como se arrumaram os pecadores dos tempos do Velho Testamento? Como se teriam salvo? Este ponto não pode ser passado por alto, porquanto as Escrituras ensinam clarissimamente que a salvação é obtida unicamente pela graça.



E se a graça não existia antes da cruz, segue-se que os pecadores que viveram nos tempos patriarcais e posteriores não se salvaram. Viveram antes da graça, para sua perdição. Ou - como querem alguns - os pecadores do Velho Testamento se salvaram pelas obras da lei. Forçoso é convir que o Céu estará dividido em dois grupos: um grupo a proclamar altissonantemente ter-se salvado pelos seus méritos e esforços, por terem guardado a lei (e isto seria um insulto a Jesus, um ultraje ao Seu sacrifício e ao Seu sangue), ao passo que o povo que viveu depois da cruz lá estaria a proclamar humildemente os louvores de Cristo, que lhes deu a vida eterna.



Seria isso possível? Seria concebível? Não, não há na Bíblia tal coisa: uma jurisdição da lei e outra da graça, separados pela cruz. Isto é danosa invencionice humana, ofensa ao plano de Deus. Tal conceito é blasfemo e deve ser rejeitado. A verdade é bem outra. Diz a Bíblia que a graça vem de "tempos eternos" (Romanos 16:25).



Que o "Cordeiro foi morto deste a fundação do mundo" (Apocalipse 13:8), e que "a graça nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos" (II Timóteo 1:9). Portanto, os pecadores sobe o Velho Testamento também se salvaram pela graça. Como afirmar que veio depois da cruz?





Abraão foi salvo pela graça. (Gálatas 3:8; Romanos 4:3)

Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas pela fé em Cristo. (Romanos 4:6)



A graça esta estendida a todos os homens. (Tito 2:11 a 15; Romanos 5:18) Estava planejada antes mesmo da queda e começou a vigorar desde Gênesis 3:15, mas um dia será retirada (Apocalipse 7:2 e 3; Apocalipse 15:8). Cessará então de vigorar. Em matéria de salvação todos os homens, em todos os tempos estiveram debaixo da graça. Em Hebreus 11 se alinham os vultos exponenciais do Velho Testamento que agiram, viveram e se salvaram pela fé. Os sacrifícios de cordeiros e oferendas que o Israel fazia na antigüidade, simbolizavam a sua fé no futuro Messias - verdadeiro "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Eram a maneira de expressar a fé em Cristo. Não expressavam obras mas fé.



No Céu só haverá uma classe de pessoas: a dos salvos pelo Cordeiro. Eis a descrição dos remidos, na bela antevisão joanina: "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos; porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação." (Apocalipse 5:9). Portanto a graça abrange TODOS os períodos da História.





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A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 93.



1. O Que Vale Mais do que o Dinheiro, série V.A., pág. 1.



2. A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 779.



3. Citada em Paul and The Law, Charles D. Utt.



4. A. H. Strong, op. cit., pág. 548.



5. Idem, pág. 549.








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Pré-Cruz ou Pós-Cruz?



Mas - vem a objeção - Paulo não disse claramente aos romanos, que não estavam mais "debaixo da lei" mas "debaixo da graça?" Sim, disse. Mas com tais expressões queria ele acaso dizer que não necessitamos guardar os mandamentos contra o adultério, a idolatria, o homicídio, o roubo, a mentira, etc., enfim o conteúdo do Decálogo?



De modo nenhum, pois os argumentos narrados na mesma epístola são contrários a essa desastrosa conclusão. Leia por exemplo os capítulos de Romanos 3:31; 7:12 e 14; 7:22 e outras passagens. Analisaremos, com muita atenção, o verdadeiro sentido da expressão de Paulo. Qual o assunto que Paulo tinha em mente ao escrever aos crentes de Roma?





Estaria ele querendo diferenciar a lei do Velho Testamento e a lei do Novo Testamento? Não!

Queria ele estabelecer conflito ou contradição entre a lei e graça? Também não!

Estaria indicando várias maneiras de salvação? Não!! Romanos 3:31.

Então a que se referia o apóstolo, ao dizer "debaixo da lei" e "debaixo da graça"?



Referia-se à mudança do que ocorre no indivíduo por ocasião de sua conversão, mudança do "velho homem" para o "novo homem", do pecado para a santidade, da condenação fatal para a graça livradora.

Paulo está se dirigindo a homens crentes, a cristãos batizados, a homens convertidos. Não a ímpios, pagãos ou a transgressores da lei divina. Leia Romanos 6:1 a 5. E prossegue o verso 6: "sabendo isto que o nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não mais sirvamos o pecado". Claro como a luz que o capítulo se refere à conversão e não à mudança de dispensações. Notemos cuidadosamente o que ele diz: "assim também considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6:11).



A respeito de quem se afirma isso? Somente a respeito do homem convertido - membros da igreja de Roma, que não mais transgrediam a Lei, pois viviam em harmonia com ela. Paulo os exorta a não mais volverem ao pecado. "Não reine, portanto o pecado, em vosso corpo mortal..." (v. 12). Pecado - como define a Palavra de Deus - é transgressão da Lei [Dez Mandamentos] (I João 3:4). Paulo está exortando os romanos a não se deixarem arrastar pelas paixões carnais, voltando assim a transgredir a Lei de Deus. E no (v. 14): "Porque o pecado não terá domínio sobre vós... Por quê? Por que a lei foi abolida? Não. Mas porque já tinham abandonado o pecado, cessaram de transgredir a Lei.



O próprio argumento de Paulo mostra, de modo inequívoco, que era precisamente isto que ele queria dizer. "...o pecado não terá domínio sobre vós, porque não estais debaixo da lei (não mais a transgredis, não estais mais sujeitos à sua condenação, não colocais debaixo dela como antes) mas debaixo da graça (do favor imerecido que Deus vos concedeu de serdes redimidos por Cristo)."



O sentido exato e completo do v.14 é este: "tendo abandonado os vossos pecado, tendo cessado de quebrar a Lei, tendo crido em Cristo e sendo batizados, vós agora não sois mais governados pelos pelo pecado ou pelas paixões, nem sois condenados pela Lei, porque achastes graça à vista de Deus, que vos concedeu este favor imerecido, e os vossos pecados foram apagados."



Claríssimo! Portanto, não estar debaixo da lei, é não está sobre a sua condenação. Não há conflito entre Lei e Graça. "Por quê? Pecaremos (isto é transgrediremos a lei) porque não estamos debaixo da lei (da sua condenação) mas debaixo da graça (do favor divino)? De modo nenhum." Portanto, a própria conclusão do apóstolo Paulo destrói inteiramente a tese de um suposto conflito entre Lei e Graça. Mesmo porque se "não estar debaixo da lei" significa que não devemos obedecer-Lhe, segue-se portanto que podemos transgredir-la à vontade. Porém Paulo destrói imediatamente esta idéia blasfema com um categórico "De modo nenhum!".



Credenciada autoridade evangélica sentenciou, com relação a Romanos 6:14: "A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com ela." 1



Outra passagem - muito ao gosto dos negadores da lei - é Gálatas 5:18: "... se sois guiados pelo Espírito não estais debaixo da lei." Também neste caso, quais os que não estão debaixo da lei? Somente os que são guiados pelo Espírito, ou seja convertidos, os fiéis, os crentes, os que não seguem as concupiscências, os que não transgridem a Lei de Deus - em suma os que não cometem pecado. Os ímpios os pecadores não são guiados pelo Espírito, por isso eles estão debaixo da lei, da sua condenação, porque as transgridem. Não há aí a mais leve alusão de abolição da Lei de Deus. Só uma interpretação obtusa conduziria a tal conclusão.



Consideremos agora a absurda interpretação de alguns. Dizem que pela expressão "não estamos debaixo da lei" Paulo quis dizer que a lei foi abolida e, portanto, não precisamos mais cumprir os seus preceitos. Passou a lei, sua época e sua função - segundo dizem. Ora, se isto é verdade, então ninguém está debaixo da lei, quer seja ou não guiado pelo Espírito. Daqui não há como fugir. Mas Paulo combate este erro, declarando explicitamente que a fim de não estarmos debaixo da lei, temos que ser guiados pelo Espírito.



A idéia de se estar "livre da lei" e de sua obediência não é nova. Ela surgiu, pela primeira vez, em 608 A.C., aproximadamente, nos tempos do profeta Jeremias. Naquele tempo, este argumento indigno foi empregado pelo rebelde povo de Judá a fim de justificar a sua transgressão da lei de Deus. Consulte-se, de preferência nas versões Brasileiras ou Trinitária, a repreensão de Deus ao Seu povo, em Jeremias 7: 8 a 10: "Eis que vos confiais... furtareis, matareis, adulterareis... e direis: fomos livrados a fim de fazer todas estas coisas."

Um fato inegável: os cristãos de qualquer denominação crêem que eles não devem jurar, matar, furtar, mentir, cobiçar, etc. Em outras palavras, crêem que devem guardar os mandamentos. Os adventistas crêem o mesmo, com a diferença que o fazem em relação a todo o Decálogo, incluindo necessariamente o quarto mandamento.

Ora, se nós, os Adventistas do Sétimo Dia, estamos "debaixo da lei" porque cremos na guarda dos Dez Mandamentos, então os demais cristãos estão nove décimos (ou noventa por cento) debaixo da lei, pelo fato de guardarem nove preceitos do Decálogo. "Coerência, és uma jóia."



Outro fato de suma gravidade: costuma-se usar a expressão "não estar debaixo da lei" mas "debaixo da graça" unicamente para se "justificar" a desobediência ao quarto mandamento. Ninguém a emprega para justificar a quebra de outros mandamentos do Decálogo. Cremos honestamente que aqueles que a usam para fugir a guarda do sábado, não sentem nenhum desejo de roubar, matar ou adulterar. Certamente que essas coisas lhes causam horror. Mas, com tal atitude, apenas provam que não é o mandamento de Deus que os inibe de fazer de adulterar, matar, cobiçar, etc., mas sim a educação que receberam, a vigilância social e a opinião pública. Se a prática desses horríveis pecados fosse coisa aceita (como o eram em alguns ritos bárbaros), então não hesitariam em dizer que praticariam tais coisas porque "não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça".



A tal extremo conduz o anominianismo, servindo-se de suas bases capciosas de argumentação. Note-se que há índios e nativos canibais que matam impiedosamente e a sua consciência não os acusa. Erro grosseiro é supor que a guarda dos mandamentos é questão de consciência. A religião cristã não se baseia na consciência, mas é uma religião revelada. Está escrito o que devemos fazer, e o que devemos evitar de fazer e isto é cumprido quando o Espírito nos toca o coração. A consciência, muita vezes, mesmo crendo estar sendo dirigida por Deus, acomoda-se. A consciência não é um guia seguro. O seguro está na revelação. Vamos cumpri-la. A Escritura tem muito a dizer sobre a consciência, como base precária e enganosa. A Bíblia fala de "consciência cauterizada" (I Timóteo 4:2), consciência "fraca" (I Coríntios 8:7). Somente a revelação divina não se cauteriza nem se enfraquece. É inalterável porque o seu elemento é só divino.



Mostrando indisfarçável aversão pela lei divina, alguns citam Romanos 2:14, isolando a expressão “os gentios que não tem lei”, para concluir erroneamente que a lei só fora dada a Israel, e que os gentios não precisam de lei. Ora, a Bíblia diz justamente o contrário, e preferimos crer nela. Em Isaías 56, por exemplo, lemos as grandes promessas feitas por Deus aos gentios que se unissem ao Seu concerto e guardassem o Sábado.




Note-se que o capítulo se refere à dispensação cristã, quando “a salvação está prestes a vir e a justiça a manifestar-se”. Leia Números 15:15. E Gálatas 3:29, afirma que os cristãos são descendentes de Abraão e herdeiros conforme a promessa.







A Escritura também não diz que Deus o é dos gentios? - “E porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.” (Romanos 3:29). No entanto, esse Deus, reiteradamente é denominado “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Todas as bênçãos divinas foram transferidas para o gentilismo: o concerto, a lei, o evangelho, tudo, em fim. Somos o Israel espiritual.



Para compreender realmente Romanos 2:14, leiamos o verso 11 ao 16, e veremos que o apóstolo faz interessantes afirmações.



1.ª - Que Deus não faz distinção de homens (pois só tem um padrão de julgamento: a Sua santa Lei. Sejam judeus ou gentios).



2.ª - Que os que pecaram, mesmo não conhecendo a lei, perecerão. Notem bem: perecerão (porque o salário do pecado é a morte). Não se diz que se salvam pela consciência da lei.



3.ª - Que os que pecaram, conhecendo a lei, por ela serão julgados. (Logo, não foi abolida porque será norma de julgamento). Paulo diz isso em sentido genérico, não restrito aos judeus. E os que forem julgados por ela, sendo achados em falta, necessariamente serão condenados, pois a transgrediram.



4.ª - O verso 13 estabelece um cortejo entre os que “ouvem” e os que “praticam” os preceitos divinos. (compare com Tiago 1:22 a 26). E o apóstolo conclui que somente os últimos, os praticantes alcançam a justificação, e isto porque a sua fé os levou a obedecerem ao padrão do Céu.



5.ª - Os versos 14 à 16 em conjunto revelam que ninguém escapa ao julgamento de Deus, que julgará os segredos dos homens. Não escaparão nem mesmo os que não tendo lei, julgam a praticar “as coisas que são da lei” sob o tríplice testemunho do coração, da consciência e do pensamento.



Note-se a que alusão a “gentios” é motivada pelo contraste que Paulo estabelece na impenitência dos judeus. A tese forçada de que a lei não é necessária aos gentios, encontra o seu desmentido especialmente nos versos 12 e 13. É só ler com atenção e entendimento.



Milton C. Wilcox faz judicioso comentário deste assunto, que reproduzimos:



“A lei divina é uma só. O pagão que a tinha, ou supunha tê-la em sua capacidade, certamente julgava-se bem com a consciência mesmo nos tempos em que podia ter uma multidão de esposas. Àquele tempo ele podia praticar outras coisas que as próprias convenções da época não permitiriam – e que a luz da Palavra de Deus sem dúvida condenaria – tal como se deu com Abraão e Jacó. Mas sentiam-se bem com a consciência. A lei escrita em seus corações de início não constituía um conhecimento completo, senão um princípio de agir correto. Assim se expressa Deus em II Crônicas 16:9: “Os olhos do Senhor passam por toda a Terra para mostrar-Se forte com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele.” - Milton C. Wilcox, Guestions Answered, pág. 96.



Isto é o que Deus requer – afeição perfeita, perfeito coração. A força "propulsora" do homem é a sua afeição, seu amor, mesmo que seu conhecimento seja pouco.

Mesmo que se manifeste apenas um raio de luz do trono de Deus, este raio de luz domina a sua vida, e o homem que se submete a ele é aceito por Deus. Mesmo tendo um conhecimento parcial da verdade, vive ele de acordo com a luz que possui.

O pagão que tem pequena luz, sem dúvida submete-se a toda luz, quando esta lhe for revelada, e alegremente submeter-se-á aos mandamentos divinos. Para ele é somente questão de revelação para confirmar o que já está no coração. E este amor é abonado pelo Mestre para 'obediência da lei'.



Porém aquele que tem o conhecimento da Lei de Deus, expressa nos dez mandamentos, e ainda se submete ao pecado, por pequeno que seja, repele a luz. Se persistir nessa prática, será rejeitado por Deus. [veja também em Próximos do Fim: O pecado imperdoável].



Concluir que os gentios não precisam de lei, seria admitir que eles não pecam, não precisam de revelação, não precisam de Deus. E se os gentios que não conheceram a lei, dispensam-na e se julgam pela consciência – como querem alguns – também, pelo mesmo raciocínio, os gentios que não conhecem o evangelho podem dispensá-lo pelas mesmas razões. Por aí se vê a debilidade do argumento.



Nada, absolutamente nada prova que a lei fora dada exclusivamente os judeus, mas o que a Bíblia claramente revela é que Deus de modo especial honrou a Israel fazendo daquele nação Seu povo escolhido e depositário de Sua lei. (Romanos 9:4). Era objetivo de Deus que Israel tornasse conhecida a Sua vontade expressa na lei, a todas as demais nações. Leia ainda Deuteronômio 4:6 a 8; Romanos 3:1 e 2. E quando os gentios aceitaram a religião de Israel, também se sujeitaram à Lei de Deus. (Números 15:15 e 16; Isaías 56:6 a 8).



Deus proferiu Sua lei santa, no monte Sinai, ao seu redor estavam os judeus. Também ao redor de Cristo, no sermão do Monte, só havia judeus... Mas as bênçãos da Lei e do Evangelho se estenderam aos gentios. Graças a Deus, pelo Seu Dom inefável!



Por onde se vê a citação de Romanos 2:14 saiu às avessas, porque Paulo prova justamente o contrário, a validade da lei e sua extensão aos gentios. Dizem que “pregar a lei ao povo remido é um insulto e uma ofensa à igreja de Deus”! Calma, gente. Então que grandes insultadores foram Cristo, Paulo Tiago e João!!! E Wesley, Moody, Barnes, Clarke e outros. E Taylor, que disse ser “uma bênção se cada púlpito trovejasse a voz divina ao Decálogo, porque a lei é o aio que conduz a Cristo”? E os milhões de cristãos obedientes ao divino padrão? - O nosso zelo nos leva afirma: insultadores, na verdade, são os que desprezam a Lei de Deus, pisam os seus preceitos, ou os que negam deliberadamente. Examine-se cada um a si mesmo.



Livre da Lei do Marido.



É comum citarem o começo do capítulo 7 da epístola aos Romanos (o símile da mulher casada e a lei), para concluir desastradamente pela ab-rogação da lei divina. É realmente deplorável que ajam com tal subtileza. É lastimável que cheguem a uma conclusão inteiramente contrária à que o próprio Paulo chegou, conclusão que pode ser encontrada especialmente nos versículos 7, 12, 14 e 22: “porque eu não conhecia a concupiscência se a lei não dissesse: Não cobiçarás... E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom... bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado... consinto que a lei é boa... Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”



Inevitável é admitir que a conclusão paulina é inteiramente a favor da lei, e não contra. É de exaltação ao padrão divino, e não de desprezo. Paulo amava a Lei de Deus. Fazia elogios à ela. Exaltava-a, como bom cristão que era. Vamos estudar o tópico de Romanos 7, sem idéias preconcebidas. O que Paulo está explanando neste capítulo? O mesmo assunto dos capítulos precedentes e subseqüentes: o homem carnal - escravo do pecado - incapaz de salvar-se por si e que deverá encontrar a salvação pela graça de Deus em Cristo Jesus.



Notemos que Paulo estabelece a premissa: "a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo em que vive". (Romanos 7:1). Na mesma epístola, em vários lugares, ele demonstra que o pecador, por ter transgredido a Lei de Deus, está sob o domínio do pecado. Em outras palavras, nossa velha natureza pecaminosa - que Paulo define como "o homem velho", exerce domínio sobre nós. Por isso declarou o apóstolo sobre o seu estado anterior: "o que quero, isso não faço, mas o que aborreço isso faço". (versículo 15). Quis ele dizer que nós, por nós mesmos, não podemos nos livrar do domínio do pecado.



Como nos libertaremos, então, do "velho homem" que nos mantém em sujeição?



Somente pela morte desse "velho homem", ou seja, pela nossa conversão, porque assim, pela conversão, a nossa velha natureza é crucificada. Leia Romanos 6:6. Mas, não é bastante a morte do "homem velho"; é necessário o nascimento do "novo homem". (Romanos 6:4)



No caso em tela, Paulo refere-se a esta mudança que se opera no homem, e para ilustrá-la convenientemente, usa o símile de um matrimônio. Nesta comparação, há 4 partes principais: uma mulher, seu primeiro marido, seu segundo marido, e a lei do matrimônio. Leia atentamente Romanos 7: 2 e 3.



A mulher representa aí o pecador, ligada ao primeiro marido, ou seja o "homem velho" com suas paixões e cobiças, ao qual está ligado pela lei: porém não pela lei em si, mas o seu objeto, o que estabelece e aponta: o pecado. E para desfazer qualquer idéia equívoca a esse respeito, Paulo apressa-se em advertir incisivamente: "É a lei pecado? De modo nenhum." (versículo 7). Enquanto o "homem velho" viver, está ligado à "mulher", que a ele se sujeita. Se morre o "marido", então o pecador se livra da condenação da lei, tornando-se um "novo homem", quer dizer, ligando-se a Cristo, o novo marido.



O primeiro ponto importante, nesta ilustração, é que Paulo não está falando da morte da lei, mas da morte de um marido. E nem haveria objetivo na ilustração, se a lei fosse morta, pois se o fosse, nada haveria que prendesse a esposa a seu marido. E também qualquer referência a adultério seria inadmissível (verso 4). Como haveria a possibilidade de adultério - que é a transgressão de um mandamento da Lei de Deus - se a lei que o capítula fora morta? Meditem bem nisso leitores. Vejam a confusão em que se metem os torcedores do sentido claro das Escrituras.



A lei do matrimônio não fica abolida, pela morte de um marido. A aplicação paulina é a vida do homem que se converte do pecado para a justiça. A primeira parte do verso 4 é claríssima. É só ler com entendimento. Fomos crucificados com Cristo. Seu corpo foi crucificado vicariamente por nós. Toda a exigência condenatória da lei sobre o nosso "homem velho" cessa com a morte de tal "homem". Assim estamos livre da condenação, e podemos estar casado com Cristo. Então "demos fruto para Deus".



E ainda se deve considerar o seguinte: se o estar "livre da lei" (verso 6) se refere à morte da lei - como ensinam alguns - então estaria Paulo fazendo horrível confusão na própria analogia do casamento, e contradizendo irremediavelmente as afirmações literais do mesmo contexto. Mas não é assim. Ele fala da morte de um marido, e pela aplicação, refere-se à nossa morte. O verso 4 não diz que a lei está morta, mas nós é que estamos mortos para a lei (pois ela não nos pode mais condenar, em virtude do nosso casamento com Cristo).



A expressão "morremos para aquilo em que estávamos retidos", claramente refere-se à nossa natureza pecaminosa. O pecado, agindo mediante a nossa natureza corrupta, era o que nos retinha. (versos 24 e 25). E acrescente-se que o original diz "tenho morrido" ou "estando mortos", o que reforça e esclarece ainda mais o pensamento do apóstolo.



Os eruditos Jamieson, Fausset e Brown assim concluem: "A morte aí referida, como vimos, não é da lei, mas a nossa, e isso mediante a união com o Salvador crucificado." - Assim entendem os sinceros estudiosos do Livro Santo.



Muitos englobam em "mandamentos" todas as ordens, mandados, admoestações e diretrizes dos apóstolos, confundindo-os com os mandamentos da Lei de Deus.

Não há dúvida que houve "mandamento" de profetas, de Cristo, de Paulo, de Pedro e de outros. Muitos deles restritos ou para serem cumpridos por certos grupos, igrejas ou pessoas sob certas circunstâncias. Mas para o pesquisador sincero, é óbvio que tais "mandamentos" nada têm a ver com o Decálogo, e nivelá-los com a eterna Lei de Deus, denota incompreensão da revelação bíblica.



Nada melhor que o contexto para esclarecer a que se referem os mandamentos. E com espírito despido de conceitos pré-firmados, com simplicidade e dentro da exata contextuação é que podemos ser guiados pelo Espírito na compreensão da Palavra de Deus.


Mostrando indisfarçável aversão pela lei divina, alguns citam Romanos 2:14, isolando a expressão “os gentios que não tem lei”, para concluir erroneamente que a lei só fora dada a Israel, e que os gentios não precisam de lei. Ora, a Bíblia diz justamente o contrário, e preferimos crer nela. Em Isaías 56, por exemplo, lemos as grandes promessas feitas por Deus aos gentios que se unissem ao Seu concerto e guardassem o Sábado.




Note-se que o capítulo se refere à dispensação cristã, quando “a salvação está prestes a vir e a justiça a manifestar-se”. Leia Números 15:15. E Gálatas 3:29, afirma que os cristãos são descendentes de Abraão e herdeiros conforme a promessa.







A Escritura também não diz que Deus o é dos gentios? - “E porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.” (Romanos 3:29). No entanto, esse Deus, reiteradamente é denominado “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Todas as bênçãos divinas foram transferidas para o gentilismo: o concerto, a lei, o evangelho, tudo, em fim. Somos o Israel espiritual.



Para compreender realmente Romanos 2:14, leiamos o verso 11 ao 16, e veremos que o apóstolo faz interessantes afirmações.



1.ª - Que Deus não faz distinção de homens (pois só tem um padrão de julgamento: a Sua santa Lei. Sejam judeus ou gentios).



2.ª - Que os que pecaram, mesmo não conhecendo a lei, perecerão. Notem bem: perecerão (porque o salário do pecado é a morte). Não se diz que se salvam pela consciência da lei.



3.ª - Que os que pecaram, conhecendo a lei, por ela serão julgados. (Logo, não foi abolida porque será norma de julgamento). Paulo diz isso em sentido genérico, não restrito aos judeus. E os que forem julgados por ela, sendo achados em falta, necessariamente serão condenados, pois a transgrediram.



4.ª - O verso 13 estabelece um cortejo entre os que “ouvem” e os que “praticam” os preceitos divinos. (compare com Tiago 1:22 a 26). E o apóstolo conclui que somente os últimos, os praticantes alcançam a justificação, e isto porque a sua fé os levou a obedecerem ao padrão do Céu.



5.ª - Os versos 14 à 16 em conjunto revelam que ninguém escapa ao julgamento de Deus, que julgará os segredos dos homens. Não escaparão nem mesmo os que não tendo lei, julgam a praticar “as coisas que são da lei” sob o tríplice testemunho do coração, da consciência e do pensamento.



Note-se a que alusão a “gentios” é motivada pelo contraste que Paulo estabelece na impenitência dos judeus. A tese forçada de que a lei não é necessária aos gentios, encontra o seu desmentido especialmente nos versos 12 e 13. É só ler com atenção e entendimento.



Milton C. Wilcox faz judicioso comentário deste assunto, que reproduzimos:



“A lei divina é uma só. O pagão que a tinha, ou supunha tê-la em sua capacidade, certamente julgava-se bem com a consciência mesmo nos tempos em que podia ter uma multidão de esposas. Àquele tempo ele podia praticar outras coisas que as próprias convenções da época não permitiriam – e que a luz da Palavra de Deus sem dúvida condenaria – tal como se deu com Abraão e Jacó. Mas sentiam-se bem com a consciência. A lei escrita em seus corações de início não constituía um conhecimento completo, senão um princípio de agir correto. Assim se expressa Deus em II Crônicas 16:9: “Os olhos do Senhor passam por toda a Terra para mostrar-Se forte com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele.” - Milton C. Wilcox, Guestions Answered, pág. 96.



Isto é o que Deus requer – afeição perfeita, perfeito coração. A força "propulsora" do homem é a sua afeição, seu amor, mesmo que seu conhecimento seja pouco.

Mesmo que se manifeste apenas um raio de luz do trono de Deus, este raio de luz domina a sua vida, e o homem que se submete a ele é aceito por Deus. Mesmo tendo um conhecimento parcial da verdade, vive ele de acordo com a luz que possui.

O pagão que tem pequena luz, sem dúvida submete-se a toda luz, quando esta lhe for revelada, e alegremente submeter-se-á aos mandamentos divinos. Para ele é somente questão de revelação para confirmar o que já está no coração. E este amor é abonado pelo Mestre para 'obediência da lei'.



Porém aquele que tem o conhecimento da Lei de Deus, expressa nos dez mandamentos, e ainda se submete ao pecado, por pequeno que seja, repele a luz. Se persistir nessa prática, será rejeitado por Deus. [veja também em Próximos do Fim: O pecado imperdoável].



Concluir que os gentios não precisam de lei, seria admitir que eles não pecam, não precisam de revelação, não precisam de Deus. E se os gentios que não conheceram a lei, dispensam-na e se julgam pela consciência – como querem alguns – também, pelo mesmo raciocínio, os gentios que não conhecem o evangelho podem dispensá-lo pelas mesmas razões. Por aí se vê a debilidade do argumento.



Nada, absolutamente nada prova que a lei fora dada exclusivamente os judeus, mas o que a Bíblia claramente revela é que Deus de modo especial honrou a Israel fazendo daquele nação Seu povo escolhido e depositário de Sua lei. (Romanos 9:4). Era objetivo de Deus que Israel tornasse conhecida a Sua vontade expressa na lei, a todas as demais nações. Leia ainda Deuteronômio 4:6 a 8; Romanos 3:1 e 2. E quando os gentios aceitaram a religião de Israel, também se sujeitaram à Lei de Deus. (Números 15:15 e 16; Isaías 56:6 a 8).



Deus proferiu Sua lei santa, no monte Sinai, ao seu redor estavam os judeus. Também ao redor de Cristo, no sermão do Monte, só havia judeus... Mas as bênçãos da Lei e do Evangelho se estenderam aos gentios. Graças a Deus, pelo Seu Dom inefável!



Por onde se vê a citação de Romanos 2:14 saiu às avessas, porque Paulo prova justamente o contrário, a validade da lei e sua extensão aos gentios. Dizem que “pregar a lei ao povo remido é um insulto e uma ofensa à igreja de Deus”! Calma, gente. Então que grandes insultadores foram Cristo, Paulo Tiago e João!!! E Wesley, Moody, Barnes, Clarke e outros. E Taylor, que disse ser “uma bênção se cada púlpito trovejasse a voz divina ao Decálogo, porque a lei é o aio que conduz a Cristo”? E os milhões de cristãos obedientes ao divino padrão? - O nosso zelo nos leva afirma: insultadores, na verdade, são os que desprezam a Lei de Deus, pisam os seus preceitos, ou os que negam deliberadamente. Examine-se cada um a si mesmo.



Livre da Lei do Marido.



É comum citarem o começo do capítulo 7 da epístola aos Romanos (o símile da mulher casada e a lei), para concluir desastradamente pela ab-rogação da lei divina. É realmente deplorável que ajam com tal subtileza. É lastimável que cheguem a uma conclusão inteiramente contrária à que o próprio Paulo chegou, conclusão que pode ser encontrada especialmente nos versículos 7, 12, 14 e 22: “porque eu não conhecia a concupiscência se a lei não dissesse: Não cobiçarás... E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom... bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado... consinto que a lei é boa... Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”



Inevitável é admitir que a conclusão paulina é inteiramente a favor da lei, e não contra. É de exaltação ao padrão divino, e não de desprezo. Paulo amava a Lei de Deus. Fazia elogios à ela. Exaltava-a, como bom cristão que era. Vamos estudar o tópico de Romanos 7, sem idéias preconcebidas. O que Paulo está explanando neste capítulo? O mesmo assunto dos capítulos precedentes e subseqüentes: o homem carnal - escravo do pecado - incapaz de salvar-se por si e que deverá encontrar a salvação pela graça de Deus em Cristo Jesus.



Notemos que Paulo estabelece a premissa: "a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo em que vive". (Romanos 7:1). Na mesma epístola, em vários lugares, ele demonstra que o pecador, por ter transgredido a Lei de Deus, está sob o domínio do pecado. Em outras palavras, nossa velha natureza pecaminosa - que Paulo define como "o homem velho", exerce domínio sobre nós. Por isso declarou o apóstolo sobre o seu estado anterior: "o que quero, isso não faço, mas o que aborreço isso faço". (versículo 15). Quis ele dizer que nós, por nós mesmos, não podemos nos livrar do domínio do pecado.



Como nos libertaremos, então, do "velho homem" que nos mantém em sujeição?



Somente pela morte desse "velho homem", ou seja, pela nossa conversão, porque assim, pela conversão, a nossa velha natureza é crucificada. Leia Romanos 6:6. Mas, não é bastante a morte do "homem velho"; é necessário o nascimento do "novo homem". (Romanos 6:4)



No caso em tela, Paulo refere-se a esta mudança que se opera no homem, e para ilustrá-la convenientemente, usa o símile de um matrimônio. Nesta comparação, há 4 partes principais: uma mulher, seu primeiro marido, seu segundo marido, e a lei do matrimônio. Leia atentamente Romanos 7: 2 e 3.



A mulher representa aí o pecador, ligada ao primeiro marido, ou seja o "homem velho" com suas paixões e cobiças, ao qual está ligado pela lei: porém não pela lei em si, mas o seu objeto, o que estabelece e aponta: o pecado. E para desfazer qualquer idéia equívoca a esse respeito, Paulo apressa-se em advertir incisivamente: "É a lei pecado? De modo nenhum." (versículo 7). Enquanto o "homem velho" viver, está ligado à "mulher", que a ele se sujeita. Se morre o "marido", então o pecador se livra da condenação da lei, tornando-se um "novo homem", quer dizer, ligando-se a Cristo, o novo marido.



O primeiro ponto importante, nesta ilustração, é que Paulo não está falando da morte da lei, mas da morte de um marido. E nem haveria objetivo na ilustração, se a lei fosse morta, pois se o fosse, nada haveria que prendesse a esposa a seu marido. E também qualquer referência a adultério seria inadmissível (verso 4). Como haveria a possibilidade de adultério - que é a transgressão de um mandamento da Lei de Deus - se a lei que o capítula fora morta? Meditem bem nisso leitores. Vejam a confusão em que se metem os torcedores do sentido claro das Escrituras.



A lei do matrimônio não fica abolida, pela morte de um marido. A aplicação paulina é a vida do homem que se converte do pecado para a justiça. A primeira parte do verso 4 é claríssima. É só ler com entendimento. Fomos crucificados com Cristo. Seu corpo foi crucificado vicariamente por nós. Toda a exigência condenatória da lei sobre o nosso "homem velho" cessa com a morte de tal "homem". Assim estamos livre da condenação, e podemos estar casado com Cristo. Então "demos fruto para Deus".



E ainda se deve considerar o seguinte: se o estar "livre da lei" (verso 6) se refere à morte da lei - como ensinam alguns - então estaria Paulo fazendo horrível confusão na própria analogia do casamento, e contradizendo irremediavelmente as afirmações literais do mesmo contexto. Mas não é assim. Ele fala da morte de um marido, e pela aplicação, refere-se à nossa morte. O verso 4 não diz que a lei está morta, mas nós é que estamos mortos para a lei (pois ela não nos pode mais condenar, em virtude do nosso casamento com Cristo).



A expressão "morremos para aquilo em que estávamos retidos", claramente refere-se à nossa natureza pecaminosa. O pecado, agindo mediante a nossa natureza corrupta, era o que nos retinha. (versos 24 e 25). E acrescente-se que o original diz "tenho morrido" ou "estando mortos", o que reforça e esclarece ainda mais o pensamento do apóstolo.



Os eruditos Jamieson, Fausset e Brown assim concluem: "A morte aí referida, como vimos, não é da lei, mas a nossa, e isso mediante a união com o Salvador crucificado." - Assim entendem os sinceros estudiosos do Livro Santo.



Muitos englobam em "mandamentos" todas as ordens, mandados, admoestações e diretrizes dos apóstolos, confundindo-os com os mandamentos da Lei de Deus.

Não há dúvida que houve "mandamento" de profetas, de Cristo, de Paulo, de Pedro e de outros. Muitos deles restritos ou para serem cumpridos por certos grupos, igrejas ou pessoas sob certas circunstâncias. Mas para o pesquisador sincero, é óbvio que tais "mandamentos" nada têm a ver com o Decálogo, e nivelá-los com a eterna Lei de Deus, denota incompreensão da revelação bíblica.



Nada melhor que o contexto para esclarecer a que se referem os mandamentos. E com espírito despido de conceitos pré-firmados, com simplicidade e dentro da exata contextuação é que podemos ser guiados pelo Espírito na compreensão da Palavra de Deus.



Cristo não entregou Sua vida antes que realizasse a obra que viera fazer, e ao exalar o espírito, exclamou: "Está consumado." (João 19:30). Ganhara a batalha. Sua destra e Seu santo braço Lhe alcançaram a vitória. Como Vencedor, firmou Sua bandeira nas alturas eternas. Que alegria entre os anjos! Todo o Céu triunfou na vitória do Salvador. Satanás foi derrotado, e sabia que seu reino estava perdido.




Era um ser admirável de poder e glória o que se pusera em oposição a Deus. De Lúcifer, diz o Senhor: "Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura." (Ezequiel 28:12). Lúcifer fora o querubim cobridor. Estivera à luz da presença divina. Fora o mais elevado de todos os seres criados, e o primeiro em revelar ao Universo os desígnios divinos.



Depois de pecar, seu poder de enganar tornou-se consumado, e mais difícil o descobrir-lhe o caráter, em virtude da exaltada posição que mantivera junto do Pai.





Deus poderia haver destruído Satanás e seus adeptos tão facilmente, como se pode atirar um seixo à terra; assim não fez, porém. A rebelião não seria vencida pela força. Poder compulsor só se encontra sob o governo de Satanás. Os princípios do Senhor não são dessa ordem. Sua autoridade baseia-se na bondade, na misericórdia e no amor; e a apresentação desses princípios é o meio a ser empregado. O governo de Deus é moral, e verdade e amor devem ser o poder predominante.



Era desígnio divino colocar as coisas numa base de segurança eterna, sendo decidido nos conselhos celestiais que se concedesse tempo a Satanás para desenvolver os seus princípios, o fundamento de seu sistema de governo. Pretendera serem os mesmos superiores aos princípios divinos. Deu-se tempo para que os princípios de Satanás operassem, a fim de serem vistos pelo Universo celestial. Satanás induziu o homem ao pecado, e o plano de redenção entrou em vigor. Por quatro mil anos, esteve Cristo trabalhando pelo reerguimento do homem, e Satanás por sua ruína e degradação. E o Universo celestial contemplava tudo.



Ao vir Jesus ao mundo, o poder de Satanás voltou-se contra Ele. Desde o tempo em que aqui apareceu, como a Criancinha de Belém, manobrou o usurpador para promover Sua destruição. Por todos os meios possíveis, procurou impedir Jesus de desenvolver infância perfeita, imaculada varonilidade, um ministério santo e sacrifício irrepreensível. Foi derrotado, porém. Não pôde levar Jesus a pecar. Não O conseguiu desanimar, ou desviá-Lo da obra para cuja realização viera ao mundo. Do deserto ao Calvário, foi açoitado pela tempestade da ira de Satanás, mas quanto mais impiedosa era ela, tanto mais firme Se apegava o Filho de Deus à mão de Seu Pai, avançando na ensangüentada vereda. Todos os esforços de Satanás para oprimi-Lo e vencê-Lo, só faziam ressaltar, mais nitidamente, a pureza de Seu caráter.



Todo o Céu, bem como os mundos não caídos, foram testemunhas do conflito. Com que profundo interesse seguiram as cenas finais da luta! Viram o Salvador penetrar no jardim do Getsêmani, a alma vergando sob o horror de uma grande treva. Ouviram-Lhe o doloroso grito: "Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice!" (Mateus 26:39). À medida que dEle era retirada a presença do Pai, viram-nO aflito por uma dor mais atroz que a da grande e derradeira luta com a morte. Suor de sangue irrompeu-Lhe dos poros, gotejando no chão. Por três vezes foi-Lhe arrancada dos lábios a súplica de livramento. Não mais pôde o Céu suportar a cena, e um mensageiro de conforto foi enviado ao Filho de Deus.



O Céu viu a Vítima entregue às mãos da turba homicida, e, com zombaria e violência, impelida à pressa de um a outro tribunal. Ouviu os escárnios dos perseguidores por causa de Seu humilde nascimento. Ouviu a negação por entre juras e imprecações da parte de um de Seus mais amados discípulos. Viu a frenética obra de Satanás, e seu poder sobre o coração dos homens. Oh! Terrível cena! O Salvador aprisionado à meia-noite no Getsêmani, arrastado daqui para ali, de um palácio a um tribunal, citado duas vezes perante sacerdotes, duas perante o Sinédrio, duas perante Pilatos, e uma diante de Herodes, escarnecido, açoitado, condenado e conduzido fora para ser crucificado, carregando o pesado fardo da cruz, por entre os lamentos das filhas de Jerusalém e as zombarias da gentalha!



Com dor e espanto contemplou o Céu a Cristo pendente da cruz, o sangue a correr-Lhe das fontes feridas, tendo na testa o sanguinolento suor. O sangue caía-Lhe, gota a gota, das mãos e dos pés, sobre a rocha perfurada para encaixar a cruz. As feridas abertas pelos cravos aumentavam ao peso que o corpo fazia sobre as mãos. Sua difícil respiração tornava-se mais rápida e profunda, à medida que Sua alma arquejava sob o fardo dos pecados do mundo. Todo o Céu se encheu de assombro quando, em meio de Seus terríveis sofrimentos, Cristo ergueu a oração: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." (Lucas 23:34).

E, no entanto, ali estavam homens formados à imagem de Deus, unidos para esmagar a vida de Seu unigênito Filho.



Houvesse-se podido achar um só pecado em Cristo, tivesse Ele num particular que fosse cedido a Satanás para escapar à horrível tortura, o inimigo de Deus e do homem teria triunfado. Cristo inclinou a cabeça e expirou, mas manteve firme a Sua fé em Deus, e a Sua submissão a Ele. "E ouvi uma grande voz no Céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do Seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite." (Apocalipse 12:10).



Satanás viu que estava desmascarado. Sua administração foi exposta perante os anjos não caídos e o Universo celestial. Revelara-se um homicida. Derramando o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais. Daí em diante sua obra seria restrita. Qualquer que fosse a atitude que tomasse, não mais podia esperar os anjos ao virem das cortes celestiais, nem perante eles acusar os irmãos de Cristo de terem vestes de trevas e contaminação de pecado. Estavam rompidos os derradeiros laços de simpatia entre Satanás e o mundo celestial.



Todavia, Satanás não foi então destruído. Os anjos não perceberam, nem mesmo aí, tudo quanto se achava envolvido no grande conflito. Os princípios em jogo deviam ser mais plenamente revelados. E por amor do homem, devia continuar a existência de Satanás. O homem, bem como os anjos, devia ver o contraste entre o Príncipe da Luz e o das trevas. Cumpria-lhes escolher a quem servir.



No início do grande conflito, declarara Satanás que a lei divina não podia ser obedecida, que a justiça era incompatível com a misericórdia, e que, fosse a lei violada, impossível seria ao pecador ser perdoado. Cada pecado devia receber seu castigo, argumentava Satanás; e se Deus abrandasse o castigo do pecado, não seria um Deus de verdade e justiça. Quando o homem violou a lei divina, e Lhe desprezou a vontade, Satanás exultou. Estava provado, declarou, que a lei não podia ser obedecida; o homem não podia ser perdoado. Por haver sido banido do Céu, depois da rebelião, pretendia que a raça humana devesse ser para sempre excluída do favor divino. O Senhor não podia ser justo, argumentava, e ainda mostrar misericórdia ao pecador.



Mas mesmo como pecador, achava-se o homem, para com Deus, em posição diversa da de Satanás. Lúcifer pecara, no Céu, em face da glória divina. A ele, como a nenhum outro ser criado, se revelou o amor de Deus. Compreendendo o caráter do Senhor, conhecendo-Lhe a bondade, preferiu Satanás seguir sua própria vontade independente e egoísta. Essa escolha foi decisiva. Nada mais havia que Deus pudesse fazer para o salvar. O homem, porém, foi enganado; obscureceu-se-lhe o espírito pelo sofisma de Satanás. A altura e a profundidade do amor divino, não as conhecia o homem. Para ele, havia esperança no conhecimento do amor de Deus. Contemplando-Lhe o caráter, podia ser novamente atraído para Ele.



Por meio de Jesus, foi a misericórdia divina manifesta aos homens; a misericórdia, no entanto, não pôs de parte a justiça. A lei revela os atributos do caráter de Deus, e nem um jota ou til da mesma se podia mudar, para ir ao encontro do homem em seu estado caído. Deus não mudou Sua lei, mas sacrificou-Se a Si mesmo em Cristo, para redenção do homem. "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo." (II Coríntios 5:19).



A lei requer justiça – vida justa, caráter perfeito; e isso não tem o homem para dar. Não pode satisfazer as reivindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à Terra como homem, viveu vida santa, e desenvolveu caráter perfeito. Estes oferece Ele como dom gratuito a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus. Mais que isso, Cristo lhes comunica os atributos divinos.

Forma o caráter humano segundo a semelhança do caráter de Deus, uma esplêndida estrutura de força e beleza espirituais. Assim, a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo. Deus pode ser "justo e justificador daquele que tem fé em Jesus". (Romanos 3:26).



O amor de Deus tem-se expressado tanto em Sua justiça como em Sua misericórdia. A justiça é o fundamento de Seu trono, e o fruto de Seu amor. Era o desígnio de Satanás divorciar a misericórdia da verdade e da justiça. Buscou provar que a justiça da lei divina é um inimigo da paz. Mas Cristo mostrou que, no plano divino, elas estão indissoluvelmente unidas; uma não pode existir sem a outra. "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram." (Salmo 85:10). Por Sua vida e morte, provou Cristo que a justiça divina não destrói a misericórdia, mas que o pecado pode ser perdoado, e que a lei é justa, sendo possível obedecer-lhe perfeitamente. As acusações de Satanás foram refutadas. Deus dera ao homem inequívoca prova de amor.



Outro engano devia ser então apresentado. Satanás declarou que a misericórdia destruía a justiça, que a morte de Cristo anulava a lei do Pai. Fosse possível ser a lei mudada ou anulada, então não era necessário Cristo ter morrido. Anular a lei, porém, seria imortalizar a transgressão e colocar o mundo sob o domínio de Satanás. Foi porque a lei é imutável, porque o homem só se pode salvar mediante a obediência a seus preceitos, que Jesus foi erguido na cruz. Todavia, os próprios meios porque Cristo estabeleceu a lei, foram apresentados por Satanás como destruindo-a. A esse respeito sobrevirá o derradeiro conflito da grande luta entre Cristo e Satanás.



O ser defeituosa a lei pronunciada pela própria voz divina, o haverem sido certas especificações postas à margem, eis a pretensão apresentada agora por Satanás. É o último grande engano que ele há de trazer sobre o mundo. Não necessita atacar toda a lei; se pode levar os homens a desrespeitar um só preceito, está conseguido seu objetivo. Pois "qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos". (Tiago 2:10). Consentindo em transgredir um preceito, são os homens colocados sob o poder de Satanás. Substituindo a lei divina pela humana, procurará Satanás dominar o mundo. Essa obra é predita em profecia. Acerca do grande poder apóstata que é representante de Satanás, acha-se declarado: "Proferirá palavras contra o Altíssimo e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão." (Daniel 7:25). Os homens hão de certamente estabelecer suas leis para anular as de Deus. Procurarão obrigar a consciência de outros, e, em seu zelo para impor essas leis, oprimirão os semelhantes.



A guerra contra a lei divina, começada no Céu, continuará até ao fim do tempo. Todo homem será provado. Obediência ou desobediência, eis a questão a ser assentada por todo o mundo. Todos serão chamados a escolher entre a lei divina e as humanas. Aí se traçará a linha divisória. Não existirão senão duas classes. Todo caráter será plenamente desenvolvido; e todos mostrarão se escolheram o lado da lealdade ou o da rebelião. Então virá o fim.



Deus reivindicará Sua lei e livrará Seu povo. Satanás e todos quantos se lhe houverem unido em rebelião serão extirpados. O pecado e os pecadores perecerão, raiz e ramos (Malaquias 4:1) – Satanás a raiz, e seus seguidores os ramos. Cumprir-se-á a palavra dirigida ao príncipe do mal: "Pois que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus, ... te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. ... Em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre." (Ezequiel 28:1 a 21). Então "o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá" (Salmo 37:10); "e serão como se nunca tivessem sido". (Obadias 16).



Isso não é um ato de poder arbitrário da parte de Deus. Os que Lhe rejeitam a misericórdia ceifarão aquilo que semearam. Deus é a fonte da vida; e quando alguém escolhe o serviço do pecado, separa-se de Deus, desligando-se assim da vida. Ele está "separado da vida de Deus" (Efésios 4:18). Cristo diz: "Todos os que Me aborrecem amam a morte." (Provérbio 8:36). Deus lhe dá existência por algum tempo, a fim de poderem desenvolver seu caráter e revelar seus princípios. Feito isso, receberão os resultados de sua própria escolha. Por uma vida de rebelião, Satanás e todos quantos a ele se unem colocam-se em tanta desarmonia com Deus, que Sua própria presença lhes é um fogo consumidor. A glória dAquele que é amor os destruirá.



Havendo-se completado o plano da redenção, o caráter de Deus é revelado a todos os seres inteligentes. Os preceitos de Sua lei são vistos como perfeitos e imutáveis. Então o pecado terá patenteado sua natureza, Satanás o seu caráter. O extermínio do pecado reivindicará o amor de Deus, e estabelecerá Sua honra perante um Universo de seres que se deleitam em fazer Sua vontade, e em cujo coração está a Sua lei. A destruição do pecado e de Satanás fora para sempre assegurada, que a redenção do homem era certa e que o Universo estava para sempre a salvo. O próprio Cristo compreendeu plenamente os resultados do sacrifício feito no Calvário. A tudo isto olhava Ele quando exclamou na cruz: "Está consumado." (João 19:30).






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Como Cristo Considerou o Sábado

Toca ás raias do absurdo a vesguice dialética dos que tentam demolir o dia de Deus, relegá-lo ao desprezo e evitá-lo de toda forma, principalmente os que acham que Cristo considerou desrespeitosamente o Sábado. Citam Marcos 2:27, que reza: "O sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado", e pontificando com ares doutorais declaram: "Isto quer dizer que o sábado ou dia de descanso, deve servir ao homem e não o homem estar sujeito a ele." Aí está uma pueridade de causar pena.





Vejamos o que o Mestre quer dizer com estas palavras: Há aí duas proposições: uma do sábado servir ao homem; outra, do homem sujeitar-se ao sábado. Considerando a primeira. É de clareza meridiana:



1.ª - O sábado foi instituído e oferecido ao homem como algo muito precioso, como um bem, um favor divino. Figueiredo traduz: "O sábado foi feito em contemplação ao homem." O sentido evidente é que o sábado foi instituído para o bem-estar físico, moral e espiritual das criaturas humanas. O sábado é assim uma instituição a favor do homem, em seu benefício, uma benção grandiosa. Só uma perversa distorção do texto poderia levar à conclusão de que o sábado deva ser considerado contrário ao homem. Portanto, a dedução dos que são contra o sábado é infeliz, errônea e contrária ao sentido bíblico.



2.ª - A segunda proposição contida no texto diz: "e não o homem por causa do sábado". Simples demais para ser entendida. Deus não criou o homem porque Ele tivesse um sábado a ser guardado por alguém. Ao contrário, criara primeiro o homem, e depois o sábado para atender-lhe às necessidades de repouso e recreação espiritual. Assim o sábado lhe seria uma benção e não uma carga. O farisaísmo dos dia de Cristo obscurecera o verdadeiro caráter do sábado. Os rabinos o acumularam de exigências extravagantes que o tornaram um fardo quase insuportável. A atitude de Cristo para com o sábado foi a de purificá-lo, limpá-lo desses acréscimos, devolvendo-o à real pureza. A atitude de Cristo para com o Seu santo dia foi de reverência e não de desprezo.



E de passagem cabe aqui uma observação: o sábado foi feito por causa do homem, e isto não pode ser verdade em relação ao domingo, porque no primeiro dia da semana o homem ainda não fora criado!



Citam em seguida Mateus 12:8: "O Filho do homem até do sábado é Senhor". E concluem desastradamente que Cristo é Senhor do sábado para mudá-lo, alterá-lo, suprimi-lo, enfim. Incrível! Diríamos de início que, sendo o sábado um mandamento da Lei de Deus, se Cristo o transgredisse de qualquer maneira Se tornaria um pecador, e nessa condição não poderia ser o nosso Salvador! No entanto, Cristo permaneceu em completa adoração e obediência ao Deus Pai. Teve uma vida humana impecável, um caráter irrepreensível. (Filipenses 2:5 a 11). E Ele mesmo declara:



"Porque eu não falei por Mim mesmo; mas o Pai, que Me enviou, Esse Me deu mandamento quanto ao que dizer e como falar. E sei que o Seu mandamento é vida eterna. Aquilo, pois, que Eu falo, falo-o exatamente como o Pai Me ordenou." (João 12:49 e 50)

"Como o Pai Me amou, assim também Eu vos amei; permanecei no Meu amor. Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor; do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e permaneço no Seu amor." (João 15: 9 e 10)

"Tenho-vos dito estas coisas, para que em Mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo." (João 16:33)

Jesus declarou-Se Senhor do sábado! Solene e importantíssima declaração! Frise-se bem que Ele é Senhor do sábado e não do domingo, embora a cristandade semi-apostatada averbe este dia como "dia do Senhor". Cristo porém reafirmou Sua soberania sobre o sábado. É o Autor do sétimo dia, consagrado ao repouso e, nessa qualidade, sabe o que lícito ou não fazer nele. Os fariseus que censuraram os discípulos por apanharem espigas, foram além dos reclamos divinos, "além do que está escrito".

Punham restrições descabidas à guarda do sábado. E Jesus para mostrar-lhes Sua autoridade, apresenta-Se como Autor do sábado. Nada há de derrogatório na declaração do Mestre. Ao contrário, reafirma o valor e a vigência do sábado, livre, no entanto das aderências talmúdicas.



Broadus, renomado comentarista, tratando deste texto, assim conclui: "Mas o sábado permanece ainda, pois que existia antes de Israel, e era desde a criação um dia designado por Deus para ser santificado (Gênesis 2:3)..." 1



Cristo não foi contra o dia, mas contra a maneira errônea e extremista de guardá-lo.

A. H. Strong, grande teólogo, diz: "Nem nosso Senhor ou os apóstolos ab-rogaram o sábado do decálogo. A nossa dispensação abole as prescrições mosaicas quanto à forma de guarda o sábado mas ao mesmo tempo declara sua observância de origem divina e como sendo uma necessidade da natureza humana... Cristo não cravou na cruz qualquer mandamento do decálogo... Jesus não se defende da acusação de quebrar o sábado, declarando que este foi abolido, mas estabelece o verdadeiro caráter do sábado em atender uma necessidade humana fundamental..." 2



Ryle, erutido comentarista evangélico, tratando do texto diz: "Não devemos deixar-nos arrastar pela opinião comum de que o sábado é mera instituição judaica, que foi abolido ao anulado por Cristo. Não há uma só passagem das Escrituras que isso prove. Todos os casos em que o Senhor Se refere ao sábado, fala contra as opiniões errôneas que os fariseus propagaram a respeito de sua observância. Cristo depurou o quarto mandamento da superfluidade profana dos judeus... O Salvador que despojou o sábado das tradições judaicas e que tantas vezes esclareceu o seu sentido, não pode ser inimigo do quarto mandamento. Pelo contrário Ele engrandeceu e o exaltou." 3





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Reuniões no Sábado Mencionadas no Novo Testamento



Para visualizar os versículos bíblicos, referentes aos Sábados, registrados no Novo Testamento click no farol.













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Perpetuidade Temporária?



Surge sempre a cediça afirmação de que o sábado não é "perpétuo", porque em Êxodo. 12:14; 30:21 e Levítico 23:21 o adjetivo "perpétuo" também é aplicado à "páscoa", "lavagem de mãos", e "festas judaicas", e estas coisas cessaram de existir. Aqueles que declaram tal absurdo, precisam saber que o adjetivo hebraico olam, traduzido por "perpétuo" nos textos em tela e por "para sempre" em outros lugares, tem o seu sentido condicionado à natureza daquilo que se aplica. Sendo assim, as festas cerimoniais teriam duração até ao tempo em que seriam necessárias.



Jonas, ao descrever as peripécias pelas quais havia passado no interior do peixe, diz: "... os ferrolhos da Terra correram-se sobre mim para sempre [olam]", Jonas 2:6. Esse "para sempre" durou apenas três dias e três noites. Foi uma duração curtíssima, não acham?

No entanto, quando o mesmo adjetivo está junto de palavras que, pela natureza, têm duração ilimitada, significa realmente "duração sem fim". Junto de "Deus", "vida", "amor", etc., indica perpetuidade. O "argumento" nada prova contra a permanência sabática, pois, segundo a Bíblia, o sábado será observado na Nova Terra pelos remidos:



"Pois, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, durarão diante de mim, diz o Senhor, assim durará a vossa posteridade e o vosso nome. E acontecerá que desde uma lua nova até a outra, e desde um sábado até o outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor." (Isaías 66:22 e 23)



Blasfêmia



O cúmulo do contra-senso é afirmar que o sábado não santifica o homem, e os que observam decaem na vida espiritual. Mas a Palavra de Deus desmente frontalmente tal afirmação, declarando que o sábado é um sinal de santificação. Notemos:



O dia foi santificado pelo próprio Deus. (Gênesis 2:3)

O quarto mandamento manda lembrar o sábado para o santificar. (Êxodo 20:8; Isaías 58:13 e 14)

Sinal entre Deus e Seu povo, pelo qual Deus os santifica. (Ezequiel 20:12; Ezequiel 20:20)

Chamado dia santo. (Êxodo 31:14; Neemias 9:13 e14). Preferimos crer na Bíblia. Ela fala a verdade.

Estranham alguns que afirmamos que os "santos do Altíssimo" são os milhares que pereceram na Idade Média, porquanto guardaram eles o domingo. Respondemos: Sim, eram santos do Altíssimo. Foram sinceros dentro da luz que tinham. A verdade do sábado foi restaurada séculos depois que eles viveram... E hoje que esta luz está sendo irradiada a todo o mundo, quem deliberadamente se insurge contra ela estará debaixo do juízo de Deus!!!



"A Igreja mudou a observância do Sábado para o domingo pelo direito divino e a autoridade infalível concedida a ela pelo seu fundador, Jesus Cristo. O protestante, propondo a Bíblia como seu único guia de fé, não tem razão para observar o domingo. Nesta questão, os Adventistas do Sétimo Dia são os únicos protestantes coerentes." - Boletim Católico Universal, pág. 4, de 14 de agosto de 1942.





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A. B. Christianini, Subtilezas do Erro, 2.ª ed., 1981, pág. 184.



Para saber mais sobre: A lei e o livramento do Povo de Deus.



Para saber mais sobre: Os santos do Altíssimo.



1. John A. Broadus, Comentário de Mateus, vol. 1, pág. 345.



2. A. H. Strong, Systematic Theology, pág. 409.



3. J. C. Ryle, Comentário Expositivo do Evangelho Segundo Lucas, pág. 79.








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O juízo universal

No livro do Apocalipse encontramos o anúncio de um juízo. Um juízo universal e de conseqüências eternas. Um dia Lúcifer disse que estava certo e Deus, errado. O Criador deu-lhe o tempo necessário para provar a validade de suas acusações e para esclarecer qualquer dúvida na mente das criaturas. Mas, finalmente, chega o dia em que todas as acusações e seus resultados devem ser julgados.



No capítulo 14 de Apocalipse, o apóstolo João nos leva a contemplar essa cena crucial do grande conflito entre o bem e o mal. "Vi outro anjo" - diz o profeta - "voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, tribo, língua, e povo." (Apocalipse 14:6).





Quem é esse anjo e a quem simboliza?

Ao longo de todo o livro do Apocalipse são mencionados muitos anjos. Dessa vez João vê outro anjo. Este "anjo" ou "mensageiro" representa, segundo os comentaristas bíblicos, "os servos de Deus empenhados na tarefa de proclamar o evangelho".1 Afinal de contas, a missão de pregar o evangelho foi dada por Jesus aos discípulos antes de o Mestre partir." (Marcos 16:15 e 16). Quer dizer que, hoje, existe neste mundo um povo especial, com uma mensagem especial para ser dada aos moradores da Terra.



A mensagem que essas pessoas proclamam é a seguinte: "Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de Seu juízo." (Apocalipse 14:7). Essa mensagem é de suma importância porque é o anúncio do dia do acerto de contas: finalmente chegou a hora do julgamento. Quando o juízo findar, todo o Universo saberá sem sombras de dúvidas quem estava com a razão: Satanás ou Cristo. Lá nos céus, muito tempo atrás, Lúcifer acusou a Deus de ser tirano, arbitrário e cruel. Acusou-O de estabelecer princípios de vida que nenhuma criatura poderia cumprir e, portanto, de não merecer mais adoração nem obediência. Mas agora chegou o momento do veredicto final. A História encarregou-se de acumular as provas. Os livros serão abertos, e o juízo começará.



A Bíblia está cheia de afirmações que confirmam a existência de um juízo para a raça humana. Observe algumas delas:



"Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más." (Eclesiastes 12:14)

"Porquanto [Deus] estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça..." (Atos 17:31)

"Porque importa que todos nós compareçamos ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou mal que tiver feito por meio do corpo." (II Coríntios 5:10)

Mas a grande pergunta é: Quando acontece o juízo? Como saber o tempo exato em que esse julgamento terá início? Se nosso destino eterno está em jogo, não deveríamos preocupar-nos por estudar a profecia a fim de estar preparados para aquele dia?



Dia do juízo



Para compreender as profecias do Apocalipse é preciso conhecer bem o Velho Testamento. Isso porque, no Apocalipse, muitos detalhes proféticos do Velho Testamento cobram sentido. No Apocalipse está o maravilhoso final da história que começa no Gênesis. Portanto, para saber quando começa o juízo que o Apocalipse menciona, é preciso rever, na história bíblica, quando se realizava o juízo em Israel, o povo de Deus no Velho Testamento.



Segundo o Mishná, que é a coleção dos escritos judeus, o juízo de Israel começava no primeiro dia do sétimo mês, com a Festa das Trombetas, e terminava no décimo dia, com a Cerimônia da Expiação. Até hoje esse dia é denominado "Yom Kippur", que significa literalmente "dia do juízo".2 Nesse dia, cada verdadeiro israelita renovava sua consagração a Deus e confirmava seu arrependimento, ficando, assim, perdoado e limpo. (Levítico 16:30)



Nesse dia, também, o sumo sacerdote de Israel efetuava a limpeza ou purificação do santuário, com sacrifícios de animais. Note agora o que a Bíblia diz a esse respeito: "Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém, no mesmo Céu, para compadecer, agora, por nós, diante de Deus." (Hebreus 9:23 e 24).



Um santuário no Céu e o juízo



Se você analisar com cuidado essa declaração bíblica, chegará à conclusão natural de que existe um Santuário lá nos Céus e que o santuário terreno do povo de Israel era apenas uma figura do verdadeiro que está nos Céus. Bom, se o dia da purificação do santuário de Israel era o dia do juízo para aquele povo, está claro que o dia da purificação do Santuário Celestial será também o dia do juízo da humanidade. Mas quando acontecerá isso? Se descobrirmos essa data, teremos descoberto a data do início do julgamento do planeta em que vivemos. Não é fascinante?

Agora vem algo que surpreende: a Bíblia contém uma profecia quase desconhecida pela humanidade (se você tiver uma Bíblia em casa, é só conferir). Essa profecia esta registrada em Daniel 8:14, e diz assim: "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado." Essa profecia não pode se referir à purificação do santuário de Israel, porque essa purificação era realizada a cada ano. Aqui está falando necessariamente da purificação do Santuário nos Céus. E isto é confirmado pela própria Bíblia (Hebreus 9:25 e 26). Isso que dizer que, se descobrimos quando termina essa profecia, teremos descoberto o dia da purificação do Santuário Celestial, ou seja, o dia do juízo dos seres humanos.

Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que, em profecia, um dia equivale a um ano (Números 14:34; Ezequiel 4:6 e 7). Para saber, então, quando termina esse período de dois mil e trezentos anos é preciso saber quando ele começa. Essa profecia foi revelada ao profeta Daniel com a seguinte advertência: "A visão da tarde e da manhã é verdadeira. Tu porém cerra a visão porque se refere a dias mui distantes." (Daniel 8:26). E Daniel acrescenta: "Eu, Daniel, desmaiei, e estive enfermo alguns dias... E espantei-me acerca da visão, pois não havia quem entendesse." (Daniel 8:27).



Enquanto Daniel orava pedindo que Deus lhe revelasse o significado da profecia, o anjo apresentou-se novamente ao profeta, dizendo: "No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão... Sabe e entende, que desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas... E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício." (Daniel 9:23 a 27).



Nesse texto estão contidos dados necessários para entender a profecia. Com essa declaração bíblica podemos estabelecer o seguinte diagrama: (primeiro leia os pontos explicativos e depois olhe para o diagrama).



Perceba que o período profético de 2300 anos começa quando saiu "a ordem para restaurar e edificar Jerusalém". (Daniel 9:25; Esdras 7:7 e 11; Esdras 7:21 e 22). E a História registra que essa ordem foi dada pelo rei Artaxerxes, da Pérsia, no ano 457 a.C. Este é, então, o ano do início do período profético.

A profecia diz que, do ano 457 a.C. "até o Ungido Príncipe" (ou seja, o batismo de Jesus), haveria "sete semanas e sessenta e duas semanas". Esse total de 69 semanas, em linguagem profética, equivale a 483 anos, o que nos leva ao ano 27 d.C., data em que historicamente realizou-se o batismo de Jesus. Até aqui a profecia tem-se cumprido com exatidão.

A profecia fala de uma semana a mais (sete dias proféticos = sete anos), que nos leva do ano 27 d.C. até o ano 34 d.C., quando o apóstolo Estevão foi apedrejado pelo povo judeu e, com isso, o tempo de Israel estava acabado. "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo" (Daniel 9:24), tinha dito o anjo ao explicar a profecia para Daniel. Isso também se cumpriu com exatidão.

A profecia afirma que, na metade dessa última semana - que nos leva ao ano 31 d.C. - "fará cessar o sacrifício". Noutras palavras, Jesus morreria na cruz e já não seria mais necessário o sacrifício de animais que Israel realizava. A História registra que, exatamente no ano 31 d.C., Jesus foi morto, e você pode ver mais uma vez como a profecia se cumpriu de maneira extraordinária.

Até aqui, tudo aconteceu como estava previsto. A profecia foi dada a Daniel por volta do ano 607 a.C. e, séculos depois, tudo se cumpriu ao pé da letra.

Agora me acompanhe no raciocínio. Se, depois do período de 70 semanas (490 anos) continuarmos contando o tempo, concluiremos que o período de 2300 anos termina em 1844. Quer dizer que, naquele ano, segundo a profecia, o Santuário Celestial seria purificado, ou seja, começaria o grande julgamento da raça humana.





457 a.C. - Emissão da ordem para reconstruir Jerusalém (Esdras 7:11 e 12).

408 a.C. - Jerusalém reconstruída e o Estado judeu restaurado.

27 d.C. - Batismo de Jesus (Mateus 3:13 a 17).

34 d.C. - Morte de Estevão (Atos 7:54 a 60); a Igreja é perseguida (Atos 8:1 a 3) e o Evangelho é levado aos gentios (Atos 13:44 a 48).

1844 - Início do Juízo Investigativo (Daniel 8:14; Apocalipse 3:7 e 8).



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Vivendo em pleno juízo



Isso é algo surpreendente e de solene significado. A humanidade não pode viver este milênio sem saber que o juízo divino começou. Este não é um assunto para o futuro. Segundo a profecia, foi a partir de 1844 que o destino dos homens começou a ser definido, e milhões de pessoas no mundo ignoram essa verdade. Por isso o Apocalipse declara que era necessário levantar-se um anjo "voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a toda nação, tribo, língua, e povo, dizendo em grande voz: temei a Deus e dai-Lhe glória, pois "É CHEGADA A HORA DE SEU JUÍZO".



Perceba que o anjo voa. Isso é urgente. Voar significa rapidez. Não há mais tempo a perder. Perceba que a mensagem é dada em alta voz. Isso não pode ser ignorado por mais tempo. Precisa ser proclamado em toda a Terra e para todos os seres humanos. E, finalmente, perceba que este evangelho é eterno. Não é nada novo; algo que foi inventado por alguém. Trata-se da história do maravilhoso amor de Deus pelos seres humanos.



Infelizmente, o juízo, por algum motivo, é mal compreendido pela humanidade. Muitos confundem o juízo divino com os flagelos e catástrofes que acontecerão antes da volta de Cristo, e que também estão profetizados no Apocalipse. Só que aqueles flagelos são parte da sentença. Eles são resultado do juízo. Não é juízo. A prisão ou pena de morte, por exemplo, não é o juízo da pessoa, mas a condenação. Juízo é o processo pela qual se considera o caso: existe um juiz, um advogado, um promotor de acusação, testemunhas e provas.



Veja como o profeta Daniel descreve o juízo celestial: "Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a lã pura... um rio de fogo manava e saía de diante dEle. Milhares e milhares O serviam, e miríades e miríades estavam diante dEle; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros." (Daniel 7:9 e 10) Note, aí estão o Juiz e também os livros.



Agora confira como o juízo é descrito pelo Apocalipse: "E olhei, e eis não somente uma porta aberta como também a primeira voz que ouvi dizendo: sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas." (Apocalipse 4:1). Depois de que coisas? Depois que a porta for aberta, claro. E quando é que a porta foi aberta?



Uma porta aberta em 1844



No santuário de Israel, a porta que levava do lugar santo ao lugar santíssimo, era aberta a cada ano, no Dia da Expiação (que era o dia do juízo). Com relação ao Santuário Celestial é dito que:



"Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que Ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado." (Hebreus 9:24 a 26)

Que dizer que, em 1844, a porta entre o lugar santo e o lugar santíssimo, lá nos Céus, abriu-se para que Jesus pudesse iniciar a purificação do Santuário. E quando essa porta se abriu, veja o que João viu:



"Imediatamente, eu me achei no espírito, e eis armado no Céu um trono, e no trono alguém sentado." (Apocalipse 4:2).

Depois, João descreve a cena ao longo de todo o capítulo quatro de Apocalipse. Ali são mencionados: o trono de Deus, rodeado de querubins; um arco-íris em cima do trono; e, em volta, 24 pequenos tronos onde se assentam 24 anciãos, que declaram: "Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder." (Apocalipse 4:11).



Não são semelhantes essa declaração e a do anjo de Apocalipse 14, que proclama: "Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de seu juízo"? Anjos no Céu e homens na Terra confirmam que a glória pertence a Deus, porque alguém quer usurpar essa glória. Depois de descrever a cena, João continua: "Vi na mão direita dAquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro, e por fora selado com sete selos."



Está montada a cena. O tribunal está instalado. Segundo a profecia isso aconteceu em 1844 e, no presente momento, a humanidade está sendo julgada. Qual é o assunto em pauta? Qual é a acusação? Quais os argumentos? Quem é o acusador? Quem é o Advogado de defesa? Quem são as testemunhas? E quem é o Juiz? A cortina vai cair e o conflito dos séculos será desvendado.



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Alejandro Bullón, O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse, 1.ª ed., 1998, pág. 29.



Para saber mais sobre: O Princípio do Dia Profético dos 2300 anos.



1. Seventh-Day Adventist Bible Comentary, vol.7, pág. 827.



2. The Jewish Encyclopedia, vol. 2, pág. 281.



É chegada a hora do sacrifício da tarde. O sacerdote está em pé no pátio do templo de Jerusalém, pronto para oferecer um cordeiro como sacrifício. Ergue o cutelo para imolar a vítima, mas nesse momento a Terra sofre uma convulsão. Aterrorizado ele solta o cutelo e o cordeiro escapa. Por sobre o estrondo do terremoto, ele houve um alto ruído de algo que se rasga, enquanto mãos invisíveis partem o véu do templo de alto a baixo.




Fora da cidade, nuvens negras envolvem uma cruz. Quando Jesus, o Cordeiro Pascal de Deus, exclama: "Está Consumado!", Ele morre pelos pecados do mundo. O tipo encontrava o antítipo. O próprio evento ao qual os serviços do templo haviam apontado durante séculos, acabara de ocorrer. O Salvador completara Seu sacrifício expiatório, e pelo fato do símbolo haver encontrado a realidade, os rituais que antecipavam esse sacrifício haviam sido ultrapassados. Por essa razão, o véu rasgou-se, o cutelo caiu das mãos do sacerdote e o cordeiro escapou.



Há mais, porém, em relação à história da salvação. A questão vai além da cruz. A ressurreição e a ascensão de Jesus dirigem nossa atenção para o santuário celestial onde, não mais como Cordeiro, mas como sacerdote Ele ministra. O sacrifício foi oferecido uma vez por todas (Hebreus 9:28); agora Ele torna disponíveis a todos os benefícios de Seu sacrifício expiatório.



O Santuário Celestial



Deus instruiu Moisés quanto à construção do lugar em que, na Terra, Ele iria habitar (Êxodo 25:8); tratava-se do santuário, o qual funcionou sob o primeiro (velho) concerto (Hebreus 9:1). Esse era o lugar no qual se ensinava ao povo o caminho da salvação. Cerca de 400 anos mais tarde, o templo permaneceu em Jerusalém, construído pelo rei Salomão, ocupou o lugar do tabernáculo transportável de Moisés.



Depois que Nabucodonosor destruiu o templo, os exilados que retornaram de Babilônia construíram o segundo templo, que foi mais tarde embelezado grandemente por Herodes, o Grande; este último templo foi destruído pelos romanos no ano 70 d.C.



O Novo Testamento revela que o novo concerto também possui seu templo, e este se encontra no Céu. Nele Cristo trabalha como sumo sacerdote "à direita do trono da Majestade". Esse santuário é o "verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem" (Hebreus 8:1 e 2).1 No monte Sinai, foi mostrado a Moisés um "modelo", cópia ou miniatura do santuário celestial (Êxodo 25:9 e 40).2 As Escrituras identificam o santuário mosaico como "figura das coisas que se acham nos Céus" e "figura do verdadeiro" santuário (Hebreus 9:23 e 24). O santuário terrestre e seus serviços nos provêem, portanto, vislumbres especiais no tocante ao papel do santuário celestial.



Em toda a sua extensão, a Escritura revela a existência de um templo ou santuário no Céu (por exemplo, Salmo 11:4; Salmo 102:19; Miquéias 1:2 e 3).3 Em visão, o apóstolo João contemplou o santuário de Deus, que se acha no Céu (Apocalipse 11:19). Ele chegou a contemplar os itens que constituíram o modelo para mobília que ocupava o espaço do lugar santo do santuário terrestre, tais como (Apocalipse 8:3). Viu também a arca da aliança, que no santuário terrestre ocupava o Santo dos Santos (Apocalipse 11:19).



O altar do incenso do santuário celestial acha-se situado diante do trono de Deus (Apocalipse 8:3; Apocalipse 9:13), que se localiza no templo celestial de Deus (Apocalipse 4:2; Apocalipse 7:15; Apocalipse 16:17). Portanto, a cena do trono celestial de Deus (Daniel 7:9 e 10) ocorre no templo ou santuário celestial. É por essa razão que os juízos finais de Deus partem de Seu templo (Apocalipse 15:5 a 8).



Torna-se claro, portanto, que as Escrituras apresentam o santuário celestial como um lugar efetivamente existente (Hebreus 8:2), não como uma metáfora ou abstração.4 O santuário celestial é o lugar primário de habitação de Deus.



O Ministério no Santuário Celestial



A mensagem do santuário era uma mensagem de salvação. Deus utilizou os seus serviços para proclamar o evangelho (Hebreus 4:2). Os serviços do santuário terrestre eram "uma parábola para a época presente" até o tempo da primeira vinda de Cristo (Hebreus 9:9 e 10). "Através dos símbolos e rituais Deus propôs, por meio desse evangelho-parábola, focalizar a fé de Israel no sacrifício e ministério sacerdotal do Redentor do mundo, o 'Cordeiro de Deus' que haveria de remover todo o pecado do mundo (Gálatas 3:23; João 1:29)." 5



O santuário ilustra três fases do ministério de Cristo: (1) sacrifício substitutivo, (2) mediação sacerdotal e (3) julgamento final.

O sacrifício substitutivo. Todos os sacrifícios do santuário simbolizava a morte de Jesus para o perdão dos pecados, revelando a verdade de que "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hebreus 9:22). Esses sacrifícios ilustravam as seguintes verdades:



Deus julga o mundo - Pelo fato do pecado constituir uma profunda rebelião contra tudo o que é bom, puro e verdadeiro, ele não pode ser ignorado. "O salário do pecado é a morte..." (Romanos 6:23).

A morte substitutiva de Cristo - "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas... mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós" (Isaías 53:6). "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (I Coríntios 15:3).

Deus provê o sacrifício expiatório - Esse sacrifício é "Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação, mediante a fé" (Romanos 3:24 e 25). "Àquele que não conheceu pecado, Ele O fez pecado por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus" (II Coríntios 5:21). Cristo, o Redentor, assumiu sobre Si o julgamento do pecado. Portanto, Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. '... pela Suas pisaduras fomos sarados' (Isaías 53:5)." 6

Os sacrifícios do santuário terrestre eram repetitivos. Tal qual uma história, esse ritual - parábola da redenção - era contado e recontado ano após ano. Em contraste, o Antítipo - o verdadeiro sacrifício expiatório, a morte do Senhor - ocorreu no calvário uma vez por todas (Hebreus 9:26 a 28; Hebreus 10:10 a 14). Na cruz, a penalidade pelo pecado humano foi plenamente paga. A justiça divina foi satisfeita. Sob a perspectiva legal, o mundo havia sido restaurado ao favor divino (Romanos 5:18). A expiação, ou reconciliação, foi completada na cruz, conforme antecipada pelos sacrifícios, e o pecador penitente pode confiar plenamente nessa obra do Senhor, concluída.7



O Mediador Sacerdotal



Se o sacrifício expiou os pecados, por que era necessário um sacerdote?

O papel do sacerdote chamava atenção para a necessidade de mediação entre os pecadores e um Deus santo.

A mediação sacerdotal revela a gravidade do pecado e a alienação que ele ocasionou entre um Deus sem pecado e a criatura pecaminosa. "Assim como cada sacrifício antecipava a morte de Cristo, assim cada sacerdote antecipava o ministério mediatório de Cristo como sumo sacerdote no santuário celestial. 'Portanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem' (I Timóteo 2:5)." 8



Mediador e expiação - A aplicação do sangue expiatório durante o ministério mediatório dos sacerdotes era também vista como uma forma de expiação (Levítico 4:35). Em inglês, o termo atonement (expiação) implica reconciliação entre duas partes que se achavam rompidas. Assim como a morte expiatória de Cristo reconciliou o mundo com Deus, assim a Sua mediação, ou aplicação dos méritos de Sua vida sem pecado e morte substitutiva, faz da reconciliação ou expiação com Deus uma realidade pessoal para o crente.

O sacerdócio levítico ilustra o ministério redentor que Cristo tem desempenhado desde a Sua morte. Nosso Sumo Sacerdote, que serve "à destra do trono da Majestade nos Céus", trabalha como "ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem" (Hebreus 8:1 e 2). O santuário celestial é o grande centro de comando, de onde Cristo conduz Seu ministério sacerdotal em favor de nossa salvação. Ele é capaz de "salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25). Portanto, somos estimulados a nos aproximar "confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em, ocasião oportuna" (Hebreus 4:16).



No santuário terrestre, os sacerdotes desempenhavam dois ministérios distintos - o ministério diário no lugar santo, ou primeiro compartimento, e o ministério anual no lugar santíssimo, ou segundo compartimento. Esses serviços ilustravam o ministério sacerdotal de Cristo.9



O ministério no lugar santo - O ministério sacerdotal no lugar santo do santuário poderia ser caracterizado como um ministério de intercessão, perdão, reconciliação e restauração. Sendo contínuo provia contínuo acesso a Deus, através do sacerdote. Simbolizava a verdade de que o pecador arrependido dispõe de imediato e contínuo acesso a Deus através do ministério sacerdotal de Cristo como intercessor e mediador (Efésios 2:18; Hebreus 4:14 a 16; Hebreus 6:20; Hebreus 9:24; Hebreus 10:19 a 22).

Quando o pecador penitente vinha ao santuário com um sacrifício, depunha as mãos sobre a cabeça do inocente animal e confessava seus pecados. Esse ato transferia simbolicamente seus pecados e penalidade para a vítima. Como resultado, ele obtinha perdão de suas transgressões.10 Assim estabelece The Jewish Encyclopedia:



"A deposição de mãos sobre a cabeça da vítima é um rito comum, pelo qual são efetuados a substituição e a transferência de pecados." "Em cada sacrifício acha-se presente a idéia de substituição; a vítima assume o lugar do pecador humano." 11

O sangue da oferta pelo pecado era aplicado de duas formas:



Se ele fosse levado para o lugar santo, era aspergido diante do véu interno e colocado nos cantos do altar de incenso (Levítico 4:5 a 7; Levítico 4:17 e 18).

Se não era conduzido para o lugar santo, sua colocação era feita nos cantos do altar de holocausto, no pátio (Levítico 4:25 e 30). Nesse caso, o sacerdote comia parte da carne do sacrifício (Levítico 6:25, 26 e 30). Em ambos os casos, os participantes entendiam que seus pecados e responsabilidades eram transferidos ao santuário e seu sacerdócio.12

"Nesta parábola ritual o santuário assumia a culpa e a responsabilidade do penitente - pelo menos durante certo tempo - quando o penitente oferecia a oferta pelo pecado, confessando seus erros. Ele saía dali perdoado, certo da aceitação divina. Assim, no serviço antítipo, quando um pecador é levado pelo Espírito Santo a aceitar a Cristo como seu Salvador e Senhor, Cristo assume seus pecados e responsabilidade. Ele é perdoado graciosamente. Cristo é o Fiador do crente, bem como o seu Substituto." 13



Tanto no tipo quanto no antítipo, o ministério do lugar santo centraliza-se primariamente no indivíduo. O ministério sacerdotal de Cristo providencia o perdão do pecador e sua reconciliação com Deus (Hebreus 7:25). "Em consideração a Cristo, Deus perdoa o pecador arrependido, imputa-lhe o reto caráter e a obediência de Seu Filho, perdoa seus pecados, e registra seu nome no Livro da Vida, como um dos Seus filhos (Efésios 4:32; I S. João 1:9; II Coríntios 5:21; Romanos 3:24; Lucas 10:20). E a medida que o crente permanece em Cristo, a graça espiritual lhe é mediada através de nosso Senhor, por meio do Espírito Santo, de modo que ele alcança maturidade espiritual e desenvolve as virtudes e graças que refletem o divino caráter (II Pedro 3:18; Gálatas 5:22 e 23)".14 O ministério no lugar santo efetua a justificação e santificação do crente.



O Julgamento Final



Os eventos do Dia da Expiação ilustram as três fases do divino julgamento final. São elas:



O "julgamento pré-milenial" ou "juízo investigativo", que também é conhecido como julgamento pré-Advento";

O "julgamento milenial" e

O "julgamento executivo", que ocorre ao final do milênio.

O Ministério no Lugar Santíssimo



A segunda divisão do ministério sacerdotal acha-se centralizada primariamente no santuário, tendo a ver com a purificação do santuário e do povo de Deus. Essa forma de ministério, que focalizava o lugar santíssimo do santuário e que podia ser desempenhada tão-somente pelo sumo sacerdote, limitava-se a um único dia do calendário religioso.



A purificação do santuário requeria dois bodes - o bode do Senhor e o bode emissário (Azazel, em hebraico). Ao sacrificar o bode do Senhor, o sumo sacerdote efetuava a expiação pelo "santuário [na verdade, 'santuário' em todo este capítulo refere-se ao lugar santíssimo], pela tenda da congregação [o lugar santo], e pelo altar [o pátio]" (Levítico 16:15 a 21).



Tomando o sangue do bode do Senhor, o qual representava o sangue de Cristo, e levando-o para o interior do lugar santíssimo, o sumo sacerdote aplicava-o diretamente, na própria presença de Deus, ao propiciatório - a cobertura da arca, dentro da qual estavam contidos os Dez Mandamentos - a fim de satisfazer as exigências da santa Lei de Deus.



Sua ação simbolizava o imensurável preço que Cristo teria de pagar pelos nossos pecados, revelando quão ansioso Deus Se sente por efetuar a reconciliação de Seu povo consigo mesmo (II Coríntios 5:19). Então, o sumo sacerdote aplicava esse sangue ao altar do incenso e ao altar dos holocaustos, os quais haviam sido diariamente aspergidos com o sangue que representava os pecados confessados. Dessa forma, o sumo sacerdote efetuava a expiação pelo santuário, bem como pelo povo, efetuando assim a purificação de ambos (Levítico 16:15 a 21; Levítico 16:30 a 33).



Passo seguinte, representando a Cristo como mediador, o sumo sacerdote assumia sobre si próprio os pecados que haviam poluído o santuário e os transferia para o bode vivo, Azazel, o qual era então conduzido para fora do acampamento do povo de Deus. Este ato removia os pecados do povo, os quais a esta altura haviam sido simbolicamente transferidos dos crentes arrependidos para o santuário através do sangue ou da carne dos sacrifícios do ministério diário de perdão. Desde modo o santuário era purificado e preparado para mais um ano de atividade ministerial (Levítico 16:15 a 21; Levítico 30:37).15 E assim todas as coisas eram colocados em ordem entre Deus e Seu povo.16



Vemos assim que o dia da expiação ilustra o processo de julgamento que lida com a erradicação do pecado. A expiação levada a efeito nesse dia "prefigurava a aplicação final dos méritos de Cristo a fim de banir a presença do pecado por toda a eternidade, e para empreender plena reconciliação do Universo, sob o governo harmonioso de Deus".17



Azazel, o Bode Emissário.

"A tradução 'bode emissário', do hebraico azazel, provém da Vulgata, com a expressão 'caper emissarius', ' bode a ser mandado embora' (Levítico 16:8).18 O exame cuidadoso de Levítico 16 revela que azazel representa Satanás, e não Cristo, conforme alguns têm imaginado. Os argumentos que apóiam esta interpretação, são:



"(1) O bode emissário não era morto como sacrifício, e assim não poderia ser usado como um meio para trazer o perdão, uma vez que 'sem derramamento de sangue não há remissão' (Hebreus 9:22);



(2) O santuário era inteiramente purificado pelo sangue do bode do Senhor antes que o bode emissário fosse introduzido no ritual (Levítico 16:20).



Estudando com atenção, nota-se que a passagem trata o bode emissário como um ser pessoal que é o oposto, e se opõe, a Deus. Levítico 16:8 diz literalmente:



'Um para o Senhor, o outro para Azazel'. - Portanto, na compreensão da parábola do santuário, é mais coerente ver o bode do Senhor como símbolo de Cristo e o bode emissário - Azazel - como símbolo de Satanás." 19


Capítulo 22 - O Ministério de Cristo no Santuário Celestial - Parte II






As Diferentes Fases do Julgamento

O ritual do bode emissário no dia da expiação apontava para além do Calvário, ao fim do último problema do pecado - o banimento deste e de Satanás. A "plena responsabilidade pelo pecado será devolvida a Satanás, o seu originador e instigador. Satanás e seus seguidores, bem como todos os efeitos do pecado, serão banidos do Universo por meio da destruição.





A expiação através do julgamento, portanto, fará brotar um Universo plenamente reconciliado e harmonioso (Efésios 1:10). Este é o objetivo que a segunda e última fase do ministério de Cristo como sacerdote do santuário celestial irá atingir".1 Esse julgamento testemunhará a vindicação final de Deus diante do Universo.2 O Dia da Expiação retratava as três fases do julgamento final:



a. A remoção dos pecados do santuário relaciona-se com a primeira fase - investigativa, ou fase pré-Advento - do julgamento. Ela "focaliza os nomes anotados no Livro da Vida, assim como Dia da Expiação focalizava a remoção dos pecados confessados do penitente, do santuário, falsos crentes serão eliminados; a fé dos genuínos crentes e sua união com Cristo serão reafirmados perante o Universo leal, e os registros de seus pecados serão apagados".3



b. O banimento do bode emissário para o deserto simbolizava a prisão de Satanás durante o milênio, na desolada Terra; este milênio começa por ocasião do Segunda Advento e coincide com a segunda fase do julgamento final, a qual ocorre no Céu (Apocalipse 20:4; I Coríntios 6:1 a 3). Este julgamento milenial envolve a revisão do julgamento dos maus e será empreendido em benefício dos remidos, ao conceder-lhes o vislumbre do trato de Deus com o pecado e com aqueles pecadores que não se salvarão. Será respondida assim qualquer pergunta que os salvos possam ter a respeito da justiça e da misericórdia de Deus.



c. O acampamento purificado simboliza os resultados da terceira fase do julgamento, a fase executiva, quando o fogo destruirá os maus e purificará a Terra (Apocalipse 20:11 a 15; Mateus 25:31 a 46; II Pedro 3:7 a 13).



O Santuário Celestial na Profecia



Na discussão anterior (O Ministério de Cristo no Santuário Celestial - Parte I), focalizamos o santuário a partir da perspectiva de tipo e antítipo. Queremos agora examiná-lo a partir da perspectiva profética.



A Unção do Santuário Celestial.

A profecia das 70 semanas de Daniel 9 apontava para a inauguração do ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial. Um dos últimos eventos, que deveria ocorrer durante os 490 anos, era a unção do "santo dos Santos" (Daniel 9:24). A expressão hebraica godesh godeshim, que foi traduzida como "santíssimo", significa literalmente "Santos dos Santos". A frase seria melhor traduzida, portanto, como "ungir o Santo dos Santos" (como, convém observar, ela realmente aparece na Versão Almeida Revista e Atualizada).



Assim como em sua inauguração o santuário terrestre foi ungido com óleo sagrado a fim de que tal ato o consagrasse para os seus serviços, assim, em sua inauguração, o santuário celeste também deveria ser consagrado para o ministério intercessório de Cristo. Com Sua ascensão pouco tempo depois de Sua morte (Daniel 9:27), Cristo iniciou Seu ministério como Sumo Sacerdote e intercessor.



A Purificação do Santuário Celestial.

Falando do santuário celestial, o livro de Hebreus afirma: "Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue: e sem derramamento de sangue não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios a eles superiores" - o precioso sangue de Cristo (Hebreus 9:22 e 23). Vários comentaristas bíblicos têm observado este ensinamento bíblico:



Henry Alford assinalou que "o próprio Céu necessitava, e obteve purificação através do sangue expiatório de Cristo".4



B. F. Westcott comentou: "Pode-se dizer que mesmo as 'coisas celestiais', na extensão em que personificam as condições da futura vida do homem, adquiriram pela Queda alguma coisa que necessitava ser purificada." Foi o sangue de Cristo, disse Westcott, que se achava disponível "para a purificação do celestial arquétipo do santuário terrestre." 5



Assim como os pecados do povo de Deus eram pela fé transferidos para a oferta pelo pecado e então simbolicamente transportados para o santuário terrestre, assim, sob o novo concerto, os pecados confessados pelo penitente são pela fé colocados sobre Cristo.6



De modo como durante o Dia da Expiação típico a purificação do santuário removia os pecados que já se haviam acumulado, assim o santuário celestial é purificado pela remoção final de todos os pecados registrados nos livros celestiais. Mas antes que os registros sejam finalmente limpos, serão eles examinados a fim de ser determinar quem, através de arrependimento e fé em Cristo, está apto a entrar em Seu reino eterno. Portanto, a purificação do santuário celestial envolve uma obra de juízo investigativo7 que reflete plenamente a natureza do Dia da Expiação como dia de julgamento.8



Este julgamento, ratifica as decisões quanto a quem deverá estar entre os salvos e quem estará entre os perdidos. Deve ocorrer antes da Segunda Vinda, pois por ocasião do Segundo Advento, Cristo deverá retribuir "a cada um segundo as suas obras" (Apocalipse 22:12). Naquela oportunidade também serão respondidas as acusações de Satanás (Apocalipse 12:10).



Todos aqueles que verdadeiramente se arrependeram e pela fé reclamaram o sangue do sacrifício expiatório de Cristo, terão assegurado o perdão. Quando seus nomes forem chamados a julgamento e se constatar que eles estão revestidos pelo manto da justiça de Cristo, seus pecados serão apagados e eles serão considerados dignos da vida eterna. (Lucas 20:35).

"Aquele que vencer", disse Jesus, "será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de Meu Pai e diante dos Seus anjos" (Apocalipse 3:5).



O profeta Daniel revela a natureza desse julgamento investigativo. Enquanto o poder apóstata simbolizado pelo chifre pequeno leva avante suas blasfêmias e sua obra de perseguição contra Deus e Seu povo na Terra (Daniel 7:8, 20, 21 e 25), tronos são colocados no Céu e Deus preside a sessão do tribunal nesse julgamento final. Ele ocorre na sala do trono do santuário celestial e é assistido por milhões de testemunhas celestiais. Quando o tribunal entra em funcionamento, os livros são abertos, assinalando o início do processo de investigação (Daniel 7:9 e 10). Somente depois desse julgamento é que o poder apóstata é destruído (Daniel 7:11).9



A Ocasião do Julgamento



Tanto o Pai quanto Cristo acham-Se envolvidos no juízo investigativo. Antes de Seu retorno à Terra nas "nuvens do Céu", Cristo, na qualidade de "Filho do homem" vem "com as nuvens do Céu" até o "Ancião de Dias", Deus Pai, e posta-Se diante dEle (Daniel 7:13). Desde o momento de Sua ascensão, tem Jesus Cristo trabalhado como Sumo Sacerdote, nosso intercessor diante de Deus (Hebreus 7:25). Mas nessa oportunidade, Ele vem para receber o reino (Daniel 7:14).



O eclipse do ministério sacerdotal de Cristo.

Daniel 8 fala-nos a respeito da controvérsia entre o bem e o mal e do triunfo final de Deus. Esse capítulo revela que no espaço decorrido entre a inauguração do ministério sumo-sacerdotal de Cristo e a purificação do santuário celestial, um poder terrestre haveria de obscurecer o ministério de Cristo.



O carneiro da visão representava o império Medo-Persa (Daniel 8:2) - sendo que dois chifres, o mais alto apareceu por último, retratando claramente as duas fases do império, em que os persas dominantes entraram em cena por último. Conforme Daniel predissera, esse reino oriental exaltava o seu poder "para o ocidente, e para o norte, e para o sul", e assim se engrandeceria (Daniel 8:4).



O bode macho que vinha do ocidente simbolizava a Grécia, com o seu grande chifre, o "rei primeiro" representando Alexandre, o Grande (Daniel 8:21). Provindo "do ocidente", Alexandre rapidamente derrotou os persas. Depois, dentro de poucos anos após a sua morte, o império foi dividido em "quatro reinos" (Daniel 8:8 e 22) - os reinos de Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.



"No fim de seu reinado" (Daniel 8:23), ou, em outras palavras, próximo ao fim do dividido império grego, erguer-se-ia um "chifre pequeno" (Daniel 8:9). Alguns consideram Antíoco Epifânio, um rei sírio que governou sobre a Palestina durante curto período no segundo século a.C., como sendo o cumprimento desta porção da profecia.

Outros, incluindo a maioria dos reformadores, têm identificado este chifre pequeno como Roma, tanto na fase pagã quanto na fase papal. Esta última interpretação corresponde exatamente às especificações dadas por Daniel, ao passo que a outra não o faz.10 Observe os seguintes pontos:



a. O poder do chifre pequeno estende-se desde a queda do império grego até o "tempo do fim" (Daniel 8:17). Somente Roma pagã e papal, preenche essas especificações quanto ao tempo.



b. As profecias de Daniel 2, 7 e 8 correm paralelamente. Os quatro metais da imagem de Daniel 2, assim como as quatro bestas de Daniel 7 representam os mesmos impérios mundiais: Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma. Tanto os pés de ferro e barro como os dez chifres do quarto animal representam as divisões do império romano; esses estados divididos deveriam continuar até o Segundo Advento. Observe que ambas as profecias indicam que Roma sucederia a Grécia, e que ela seria o último império antes da Segunda Vinda de Cristo e do julgamento final. O chifre pequeno de Daniel 8 encaixa-se na mesma moldura; sucede a Grécia e é destruído de modo sobrenatural, ou "sem mão humana" (Daniel 8:25, Daniel 2:34).11



c. A Medo-Persa é identificada como "grande", a Grécia é apresentada como "muito grande" e o chifre pequeno como "excessivamente grande" (Daniel 8:4, 8 e 9). Roma, um dos maiores impérios mundiais, preenche bem esta especificação.



d. Somente Roma expandiu o seu império para o sul (Egito), para o leste (Macedônia e Ásia Menor) e para a "terra gloriosa" (Palestina), exatamente como predissera a profecia (Daniel 8:9).



e. Roma ergueu-se contra o "Príncipe do exército", o "Príncipe dos príncipes" (Daniel 8:11 e 25), que é ninguém menos que Jesus Cristo. "Contra Ele e Seu povo, assim como contra o Seu santuário, o poder de Roma desenvolveu a mais extraordinária guerra. Esta descrição cobre tanto a fase pagã quanto a fase papal de Roma. Enquanto Roma pagã atingiu a Cristo e até mesmo destruiu o templo de Jerusalém, Roma papal efetivamente obscureceu o ministério mediatório, sacerdotal de Cristo em favor dos pecadores no santuário celestial (Hebreus 8:1 e 2), ao instituir um sacerdócio que pretende oferecer perdão através da mediação humana." 12 Esse poder apóstata alcançaria bastante êxito, pois "deitou por terra a verdade; fez isto e prosperou" (Daniel 8:12). [Veja também em Próximos do Fim: A restauração da verdade]



O Tempo de Restauração, Purificação e Julgamento




Deus não permitiria que o eclipsamento da verdade relativa ao ministério sumo-sacerdotal de Cristo prosseguisse indefinidamente. Através de homens e mulheres fiéis e tementes a Deus, Ele reavivaria Sua causa. A reforma redescobriu parcialmente o papel de Cristo como nosso Mediador, o que ocasionou grande reavivamento no seio do mundo cristão. Contudo, havia ainda outras verdades a serem reveladas acerca do ministério celestial de Cristo.

A visão de Daniel indicara que o papel de Cristo como nosso sumo sacerdote tornar-se-ia especialmente notável no "tempo do fim" (Daniel 8:17), quando Ele começasse Sua obra especial de purificação e julgamento, em adição ao Seu contínuo ministério intercessório (Hebreus 7:25).1 A visão especifica o momento em que Jesus deveria começar seu antitípico ministério do dia da expiação - a tarefa de juízo investigativo (Daniel 7) e purificação do santuário - "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" (Daniel 8:14).2 Uma vez que a visão se refere ao tempo do fim, o santuário aqui mencionado não pode ser o santuário terrestre - pois este já havia sido destruído em 70 d.C. Portanto, a profecia se refere ao santuário do novo concerto no Céu - o lugar em que Jesus ministra em favor de nossa salvação.



O que são os 2300 dias ou "2300 tardes e manhãs", segundo o original hebraico? 3

De acordo com Gênesis 1, "tarde e manhã" equivale a um dia. Um período de tempo em profecia simbólica também é simbólico: um dia profético representa um ano. Assim, de acordo com o que muitos cristãos ao longo dos anos têm acreditado, os 2300 dias de Daniel 8 significam 2300 anos literais.4



a. Daniel 9: a chave para desvendar Daniel 8.



Deus comissionou o anjo Gabriel a fazer o profeta Daniel "entender a visão" (Daniel 8:16). Mas o impacto das informações foi tão grande, que Daniel adoeceu e Gabriel teve de descontinuar a explicação. Encerrando o capítulo 8, Daniel observou: "Espantava-me com a visão, e não havia quem a entendesse" (Daniel 8:27).



Em virtude dessa interrupção, Gabriel teve de retardar a explicação relativa ao período de tempo envolvido - o único aspecto da visão que ainda não havia sido explicado. Daniel 9 descreve o seu retorno com o objetivo de completar a tarefa. Portanto, Daniel 8 e 9 acham-se conectados, sendo o segundo a chave para com a qual desvendamos o mistério dos 2300 dias.5 Quando Gabriel apareceu, disse a Daniel: "No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim para to declarar... considera, pois, a coisa, e entende a visão." (Daniel 9:22 e 23).



Ele está se referindo retroativamente à visão dos 2300 dias. Seu desejo de explicar os elementos de tempo da visão de Daniel 8 torna claro por que ele começa sua explicação referindo-se a profecia das setenta semanas.



As setenta semanas, ou 490 anos, estavam "determinada" ou "decretadas" para os judeus e Jerusalém (Daniel 9:24). O verbo hebraico subjacente é chathak. Embora esse verbo seja usado somente uma vez nas Escrituras, seu significado pode ser compreendido a partir de outras fontes hebraicas.6 O conhecido dicionário hebraico-inglês de Genesius estabelece que o significado apropriado do termo é "cortar", ou "dividir".7









A partir desta retrospectiva, os comentários de Gabriel são muito reveladores. Ele diz a Daniel que os 490 anos devem ser cortados - ou separados - do período maior de 2300 anos. Como ponto inicial dos 490 anos, Gabriel refere-se à ordem "para restaurar e para edificar Jerusalém" (Daniel 9:25), o que ocorreu em 457 a.C., o sétimo ano do reinado de Artaxerxes.8



Os 490 anos finalizaram em 34 d.C.. Ao separarmos 490 anos dos 2300 anos, restam ainda 1810 anos. Uma vez que os 2300 anos deveriam estender-se 1810 anos para além do ano 34 d.C., concluímos que devam alcançar o ano de 1844.9



b. Procurando uma compreensão mais plena do ministério de Cristo.

Durante a porção inicial do décimo nono século, muitos cristãos - incluindo batistas, presbiterianos, medotistas, luteranos, anglicanos, episcopais, congregacionalistas e discípulos de Cristo - dedicaram estudo intensivo às profecias de Daniel 8.10 Todos esses estudiosos da Bíblia aguardavam que algum acontecimento muito significativo ocorresse ao final dos 2300 anos. Dependendo de sua compreensão do poder do chifre pequeno e do santuário, eles esperavam que esse período profético terminasse com a purificação da Igreja, com a libertação da Palestina e de Jerusalém, com o retorno dos judeus, com a queda do poder turco ou muçulmano, com a destruição do papado, com a restauração do verdadeiro culto, com o início do milênio terrestre, com o dia do juízo, com a purificação da Terra pelo fogo, ou com o Segundo Advento.11



Nenhuma dessas predições se materializou, e todos os que nelas criam se desapontaram. A profundidade de seu desapontamento ocorreu na proporção da natureza do evento predito. Obviamente o desapontamento daqueles que aguardavam o retorno de Cristo em 1844 foi mais traumático do que o daqueles que aguardavam o retorno dos judeus para a Palestina.12



Como resultado de seu desapontamento, muitos desistiram de estudar as profecias ou abandonaram o método historicista de interpretação das profecias, o qual os havia conduzido àquelas conclusões.13 Alguns, entretanto, prosseguiram no estudo das profecias e do assunto do santuário com muita oração e dedicação, focalizando o ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial, em seu favor. Novos e preciosos vislumbres desse ministério recompensaram seus esforços. Descobriram que a histórica fé profética da igreja primitiva e da Reforma ainda era válida. O cálculo do período profético estava correto. Os 2300 anos haviam findado em 1844. Seu equívoco - e de todos os intérpretes daquela oportunidade - foi quanto a sua compreensão de qual evento haveria de ocorrer ao final daquele período profético. Nova luz no tocante ao ministério de Cristo no santuário converteu o desapontamento daquelas pessoas em esperança e alegria.14



Seus estudos dos ensinamentos bíblicos no tocante ao santuário revelaram que em 1844 Cristo veio ao Ancião de Dias e começou a fase final de sumo-sacerdócio no santuário celestial. Esse ministério representava o antítipo do Dia da Expiação com sua purificação do santuário, que Daniel 7 retrata como juízo investigativo do período pré-advento.



Essa nova visão do ministério celestial de Cristo "não representava um afastamento da fé cristã histórica. Ela é, na verdade, o complemento lógico e a consumação inevitável dessa fé. É simplesmente o aparecimento e o cumprimento, nos últimos dias, da ênfase profetizada que caracterizaria o evangelho eterno... no segmento final de seu testemunho ao mundo." 15



A relação com o Grande Conflito

As profecias de Daniel 7 e 8 expõem as perspectivas mais amplas do resultado final da grande controvérsia entre Cristo e Satanás.



A Vindicação do Caráter de Deus.



Através das atividades do chifre pequeno, Satanás tem tentado desafiar a autoridade de Deus. Os atos desse poder têm lançado opróbrio e pisoteado o santuário celestial, o centro do governo de Deus. As visões de Daniel indicam um julgamento pré-advento no qual Deus emitirá o veredicto de condenação sobre o chifre pequeno, e dessa forma sobre o próprio Satanás. À luz do Calvário, todos os desafios de Satanás serão refutados. Todos chegarão a entender e a concordar que Deus é justo; que Ele não tem responsabilidade pelo problema do pecado. Seu caráter emergirá inatacável e Seu governo de amor será reafirmado.



A Vindicação do Povo de Deus.



Ao mesmo tempo que o julgamento trará condenação ao poder apóstata do chifre pequeno, ele também é empreendido para fazer "justiça aos santos do Altíssimo" (Daniel 7:22). Efetivamente, esse julgamento não apenas vindicará a Deus perante o Universo, mas também o Seu povo. Embora os santos possam ter sido desprezados e perseguidos em virtude da fé em Cristo, conforme o foram ao longo dos séculos, o julgamento recoloca as coisas nos devidos lugares.

O povo de Deus concretizará a promessa de Cristo: "Portanto, todo aquele que Me confessar diante dos homens, também Eu o confessarei diante de Meu Pai que está nos Céus." (Mateus 10:32; Lucas 12:8 e 9; Apocalipse 3:5).



Julgamento e Salvação.



Porventura o juízo investigativo ameaça a salvação daqueles que crêem em Cristo Jesus?

De modo nenhum. Crentes genuínos vivem em união com Cristo, confiando nEle como intercessor (Romanos 8:34). Sua segurança é a promessa de que "temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo" (I João 2:1).



Por que, então, o julgamento investigativo antes do Advento?

Ele não ocorre para benefício da divindade. Destina-se, antes, primeiramente ao benefício do Universo, servindo para responder às acusações de Satanás e para garantir aos seres não caídos que Deus permitirá a entrada em Seu reino tão-somente daqueles que verdadeiramente se converteram. Dessa forma Deus abre os livros de registro a fim de permitir uma inspeção imparcial (Daniel 7:9 e 10).



Os seres humanos pertencem a uma das três classes: (1) os ímpios, que rejeitam a autoridade de Deus; (2) crentes genuínos que, mediante a confiança nos méritos de Cristo pela fé, vivem em obediência à Lei de Deus; e (3) aqueles que parecem ser cristãos genuínos mas não o são. Os seres caídos conseguem discernir facilmente a primeira categoria. Mas... quem é crente genuíno e quem não é? Ambos os grupos têm seus nomes escritos no Livro da Vida, o qual contém os nomes de todos os que alguma vez entraram no serviço de Deus (Lucas 10:20; Filipenses 4:3; Daniel 12:2; Apocalipse 21:27). A própria Igreja tem em suas fileiras crentes genuínos e crentes falsos, o trigo junto com o joio (Mateus 13:28 a 30).



As criaturas não caídas de Deus não são seres oniscientes; não conseguem ler os corações. "Assim se faz necessário um julgamento - antes da segunda vinda de Cristo - a fim de separar o verdadeiro do falso e para demonstrar ao Universo expectante a justiça de Deus em salvar o crente sincero. A questão tem a ver com Deus e o Universo, não com Deus e o Seu filho verdadeiro. É necessária a abertura dos livros de registro, a exposição daqueles que professam fé e cujos nomes foram anotados no Livro da Vida.16



Cristo retratou esse julgamento através da parábola dos convidados à ceia de casamento que respondem ao generoso convite do evangelho. Pelo fato de nem todos que decidem ser cristão serem efetivamente genuínos discípulos, o Rei reconhece a necessidade de inspecionar os convidados e ver quem possui os trajes nupciais. "Pela veste nupcial da parábola é representado o caráter puro e imaculado, que os verdadeiros seguidores de Cristo possuirão. Foi dado à Igreja 'que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante' (Apocalipse 19:8; Efésios 5:27). O linho fino, diz a Escritura, 'é a justiça dos santos' (Apocalipse 19:8). A justiça de Cristo, Seu próprio caráter imaculado, é, pela fé, comunicada a todos os que O aceitam como Salvador pessoal." 17



Quando o Rei inspecionar os convidados, somente aqueles que estiverem vestidos das vestimentas da justiça de Cristo, tão graciosamente oferecidas no convite evangélico, serão aceitos como genuínos crentes. Aqueles que professam ser seguidores de Deus mas vivem em desobediência e não estão cobertos pela justiça de Cristo, serão apagados do Livro da Vida (Êxodo 32:33).



O conceito de um juízo investigativo de todos aqueles que professam fé em Cristo não contradiz o ensino bíblico da Salvação unicamente pela fé através da graça. Paulo sabia que um dia ele próprio enfrentaria o juízo. Diante desse fato, expressou o desejo de "ser achado nEle, não tendo justiça própria, que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Filipenses 3:9). Todos os que estão unidos a Cristo possuem a certeza da salvação. Na fase pré-advento do último julgamento, os crentes genuínos, aqueles que possuem uma relação salvadora com Cristo, recebem afirmação perante o universo não caído.



Contudo, Cristo não pode assegurar a salvação àqueles que apenas professam ser cristãos com base nas boas obras que praticam (Mateus 7:21 a 23). Os registros celestiais, portanto, são mais do que apenas um ferramenta que serve para separara os genuínos dos falsos. Também representam o alicerce para confirmação dos crentes genuínos diante dos anjos.



"Longe de roubar ao crente de sua certeza em Cristo, a doutrina do santuário a sustenta. Ela ilustra e esclarece à mente do seguidor de Cristo, sobre o plano da salvação. Seu coração penitente regozija-se ao perceber a realidade da morte substitutiva de Cristo em favor de seus pecados, conforme prefigurada nos sacrifícios. Adicionalmente, sua fé alcança as alturas a fim de encontrar significado num Cristo vivo, que é o seu Advogado sacerdotal na própria presença santa de Deus." 18



Tempo de Estarmos Prontos



Deus deseja que as boas novas desse último ministério salvador de Cristo seja levada a todo o mundo antes do retorno de Jesus. Nessa mensagem, o ponto central é o evangelho eterno, o qual deve ser pregado num sentido de urgência, pois "É CHEGADA A HORA DO SEU JUÍZO" (Apocalipse 14:7). Esse chamado adverte o mundo de que o julgamento de Deus está ocorrendo exatamente agora.



Estamos vivendo hoje no grande dia antitípico da expiação. Tal como os israelitas eram convocados para afligir a alma naquele dia (Levítico 23:27), assim Deus chama a todo o Seu povo para experimentar arrependimento de todo o coração. Todos os que desejarem conservar seu nome no Livro da Vida devem ajustar suas contas com Deus e com seus semelhantes durante este tempo do julgamento de Deus (Apocalipse 14:7).



O trabalho de Cristo como sumo sacerdote aproxima-se do fim. Os anos da provação humana estão se escoando.19 Ninguém sabe em que momento a voz de Deus proclamará: "Está Feito!" "Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o tempo." (Marcos 13:33).



Embora vivamos no soleníssimo tempo do dia antitípico da expiação, não necessitamos temer. Jesus Cristo, em Sua dupla capacitação de sacrifício e sacerdote, ministra em nosso favor no santuário celestial. Uma vez que temos "a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os Céus, conservemos firmes a nossa confissão.

Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-Se das nossa fraquezas, antes foi Ele tentando em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemos-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, afim de recebemos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna." (Hebreus 4:14 a 16).

Capítulo 23 - A Imutável Lei de Deus






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"Abriu-se no Céu o templo de Deus e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo." (Apocalipse 11:19). A arca do concerto de Deus está no santo dos santos, ou lugar santíssimo, que é o segundo compartimento do santuário. No ministério do tabernáculo terrestre, que servia como "exemplar e sombra das coisas celestiais", este compartimento se abria somente no grande dia da expiação, para a purificação do santuário.

Portanto, o anúncio de que o templo de Deus se abrira no Céu, e de que fora vista a arca de Seu concerto, indica a abertura do lugar santíssimo do santuário celestial, em l844, ao entrar Cristo ali para efetuar a obra finalizadora da expiação. Os que pela fé seguiram seu Sumo Sacerdote, ao iniciar Ele o ministério no lugar santíssimo, contemplaram a arca de Seu concerto.

Como houvessem estudado o assunto do santuário, chegaram a compreender a mudança operada no ministério do Salvador, e viram que Ele agora oficiava diante da arca de Deus, pleiteando com Seu sangue em favor dos pecadores.



A arca do tabernáculo terrestre continha as duas tábuas de pedra, sobre as quais se achavam inscritos os preceitos da Lei de Deus. A arca era mero receptáculo das tábuas da Lei, e a presença desses preceitos divinos é que lhe dava valor e santidade. Quando se abriu o templo de Deus no Céu, foi vista a arca do Seu testemunho. Dentro do santo dos santos, no santuário celestial, acha-se guardada sagradamente a lei divina – a lei que foi pronunciada pelo próprio Deus em meio dos trovões do Sinai, e escrita por Seu próprio dedo nas tábuas de pedra.



A lei de Deus no santuário celeste é o grande original, de que os preceitos inscritos nas tábuas de pedra, registrados por Moisés no Pentateuco, eram uma transcrição exata. Os que chegaram à compreensão deste ponto importante, foram assim levados a ver o caráter sagrado e imutável da lei divina. Viram, como nunca dantes, a força das palavras do Salvador: "Até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei." (Mateus 5:17 a 19). A Lei de Deus, sendo a revelação de Sua vontade, a transcrição de Seu caráter, deve permanecer para sempre, "como uma fiel testemunha no Céu". Nenhum mandamento foi anulado; nenhum jota ou til se mudou. Diz o salmista: "Para sempre, ó Senhor, a Tua palavra permanece no Céu." São "fiéis todos os Seus mandamentos. Permanecem firmes para todo o sempre". (Salmo 119:89; Salmo111:7 e 8).



No próprio centro do decálogo está o quarto mandamento, conforme foi a princípio proclamado: "Lembra-te do dia do sábado para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou." (Êxodo 20:8 a 11).



O Espírito de Deus tocou o coração dos que estudavam a Sua Palavra. Impressionava-os a convicção de que haviam ignorantemente transgredido este preceito, deixando de tomar em consideração o dia de repouso do Criador. Começaram a examinar as razões para a observância do primeiro dia da semana em lugar do dia que Deus havia santificado. Não puderam achar nas Escrituras prova alguma de que o quarto mandamento tivesse sido abolido, ou de que o sábado fora mudado; a bênção que a princípio destacava o sétimo dia nunca fora removida. Sinceramente tinham estado a procurar conhecer e fazer a vontade de Deus; agora, como se vissem transgressores de Sua lei, encheu-se-lhes o coração de tristeza, e manifestaram lealdade para com Deus, santificando Seu sábado.



Muitos e tenazes foram os esforços feitos para subverter-lhes a fé. Ninguém poderia deixar de ver que, se o santuário terrestre era uma figura ou modelo do celestial, a lei depositada na arca, na Terra, era uma transcrição exata da lei na arca, que está no Céu; e que a aceitação da verdade concernente ao santuário celeste envolvia o reconhecimento dos requisitos da lei de Deus, e da obrigatoriedade do sábado do quarto mandamento.



Aí estava o segredo da oposição atroz e decidida à exposição harmoniosa das Escrituras, que revelavam o ministério de Cristo no santuário celestial.



Os homens procuravam fechar a porta que Deus havia aberto, e abrir a que Ele fechara. Mas "O que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre", tinha declarado: "Eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar." (Apocalipse 3:7 e 8). Cristo abrira a porta, ou o ministério, do lugar santíssimo; resplandecia a luz por aquela porta aberta do santuário celestial, e demonstrou-se estar o quarto mandamento incluído na lei que ali se acha encerrada; o que Deus estabeleceu ninguém pode derribar.



Os que aceitaram a luz relativa à mediação de Cristo e à perpetuidade da lei de Deus, acharam que estas eram as verdades apresentadas no capítulo 14 de Apocalipse. As mensagens deste capítulo constituem uma tríplice advertência, que deve preparar os habitantes da Terra para a segunda vinda do Senhor. O anúncio: "Vinda é a hora do Seu juízo" – aponta para a obra finalizadora do ministério de Cristo para a salvação dos homens. Anuncia uma verdade que deve ser proclamada até que cesse a intercessão do Salvador, e Ele volte à Terra para receber o Seu povo. A obra do juízo que começou em 1844, deve continuar até que os casos de todos estejam decididos, tanto dos vivos como dos mortos; disso se conclui que ela se estenderá até ao final do tempo de graça para a humanidade.



A fim de que os homens possam preparar-se para estar em pé no juízo, a mensagem lhes ordena temer a Deus e dar-Lhe glória, "e adorar Aquele que fez o céu e a terra, e o mar, e as fontes das águas". O resultado da aceitação destas mensagens é dado nestas palavras: "Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus." A fim de se prepararem para o juízo, é necessário que os homens guardem a lei de Deus. Esta lei será a norma de caráter no juízo. Declara o apóstolo Paulo: "Todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. … No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens por Jesus Cristo." E ele diz que "os que praticam a lei hão de ser justificados". (Romanos 2:12 a 16). A fé é essencial a fim de guardar-se a lei de Deus; pois "sem fé é impossível agradar-Lhe". "E tudo que não é de fé, é pecado." (Hebreus 11:6; Romanos 14:23).



Pelo primeiro anjo os homens são chamados a temer a Deus e dar-Lhe glória, e adorá-Lo como o Criador do céu e da terra. A fim de fazer isto devem obedecer à Sua lei. Diz Salomão: "Teme a Deus, e guarda os Seus mandamentos; porque este é o dever de todo o homem." (Eclesiastes 12:13 e 14). Sem a obediência a Seus mandamentos nenhum culto pode ser agradável a Deus. "Este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos." "O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável." (I João 5:2 a 4; Provérbio 28:9).



O dever de adorar a Deus se baseia no fato de que Ele é o Criador, e que a Ele todos os outros seres devem a existência. E, onde quer que se apresente, na Bíblia, Seu direito à reverência e adoração, acima dos deuses dos pagãos, enumeram-se as provas de Seu poder criador. "Todos os deuses dos povos são coisas vãs; mas o Senhor fez os céus." (Salmo 96:5).



"A quem pois Me fareis semelhante, para que lhe seja semelhante? diz o Santo. Levantai ao alto os vossos olhos, e vede quem criou estas coisas." "Assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a Terra, e a fez; … Eu sou o Senhor, e não há outro." (Isaías. 40:25 e 26; 45:18). Diz o salmista: "Sabei que o Senhor é Deus: foi Ele, e não nós que nos fez povo Seu." "Ó, vinde, adoremos, e prostremo-nos; ajoelhemo-nos diante do Senhor que nos criou." (Salmo 100:3; 95:6). E os seres santos que adoram a Deus nos Céus, declaram porque Lhe é devida sua homenagem: "Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas." (Apocalipse 4:11).



No capítulo 14 de Apocalipse, os homens são convidados a adorar o Criador; e a profecia revela uma classe de pessoas que, como resultado da tríplice mensagem, observam os mandamentos de Deus. Um desses mandamentos aponta diretamente para Deus como sendo o Criador. O quarto preceito declara: "O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus… porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou." (Êxodo 20:10 e 11). Acerca do sábado, diz mais o Senhor ser ele "um sinal, … para que saibais que Eu sou o Senhor vosso Deus". (Ezequiel 20:20). E a razão apresentada é: "Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou e restaurou-Se." (Êxodo 31:17). "A importância do sábado como memória da criação consiste em conservar sempre presente o verdadeiro motivo de se render culto a Deus" – porque Ele é o Criador, e nós as Suas criaturas.



"O sábado, portanto, está no fundamento mesmo do culto divino, pois ensina esta grande verdade da maneira mais impressionante, e nenhuma outra instituição faz isso. O verdadeiro fundamento para o culto divino, não meramente o daquele que se realiza no sétimo dia, mas de todo o culto, encontra-se na distinção entre o Criador e Suas criaturas. Este fato capital jamais poderá tornar-se obsoleto, e jamais deverá ser esquecido." – História do Sábado, J. N. Andrews. Foi para conservar esta verdade sempre perante o espírito dos homens que Deus instituiu o sábado no Éden; e, enquanto o fato de que Ele é o nosso Criador continuar a ser razão por que O devamos adorar, permanecerá o sábado como sinal e memória disto.



Tivesse sido o sábado universalmente guardado, os pensamentos e afeições dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objeto de reverência e culto, jamais tendo havido idólatra, ateu, ou incrédulo. A guarda do sábado é um sinal de lealdade para com o verdadeiro Deus, "Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas".

Segue-se que a mensagem que ordena aos homens adorar a Deus e guardar Seus mandamentos, apelará especialmente para que observemos o quarto mandamento.

A Mulher Vestida de Luz




Centenas de pessoas assistiam à cruzada evangelística naquela noite quando, subitamente, uma mulher foi possuída pelo demônio. Os gritos que ela dava eram horríveis. A multidão aterrorizada olhava para mim como se perguntasse: "O que faremos?" Algumas pessoas tentavam segurar a mulher, mas não conseguiam. Sua força era descomunal. Jogou todos que a seguravam para um lado e, levantando um enorme banco, atirou-o na minha direção. Tive que sair de lado para não ser atingido. Depois, ela começou a aproximar-se de mim, rastejando, soltando espuma pela boca, com os olhos vermelhos como sangue e gritando: "Vou te matar! Eu não faço nada contra você e você vive me perseguindo."



Ameaça? Medo? Perseguição? Não sei. Ao longo da vida tenho visto muitas vezes pessoas serem possuídas pelo demônio. É um quadro deprimente. Dói ver seres humanos completamente dominados pelas forças do mal. Mas estamos em guerra, já vimos. A guerra começou lá no Céu e transferiu-se para a Terra. E, ao longo da história humana, as tentativas e os métodos que o inimigo tem usado para arruinar o ser humano e desvirtuar a adoração e a obediência devidas a Deus, foram os mais variados.



A mulher e o dragão



No capítulo 12 de Apocalipse encontramos profetizada mais uma etapa dessa guerra. "Viu-se grande sinal no céu" - começa relatando o escritor bíblico - "a saber, uma mulher vestida do Sol com a Lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que, achando-se grávida, grita com dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz.



Viu-se outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas." (Apocalipse 12:1 a 3). Quem é essa mulher? O que ela simboliza? E o dragão? De onde vem e o que quer? O relato bíblico continua dizendo que "o dragão se deteve em frente à mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o Filho quando nascesse... mas o Filho foi arrebatado para Deus até ao Seu trono." (Apocalipse 12:4 e 5)



Para entender essa profecia, precisamos retornar ao Jardim do Éden. Ao momento triste do confronto do ser humano caído com Deus. Naquela ocasião, estavam presentes o casal de seres humanos e a serpente que os enganara. Note o que Deus disse a serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre tua descendência e o seu descendente. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." (Gênesis 3:15)



Essa é a primeira profecia bíblica. Ao mencionar nesse verso a "mulher", Deus não estava se referindo unicamente à mulher ser humano, Ele estava falando de Sua Igreja neste planeta. Na Bíblia, a Igreja de Deus é simbolizada de várias maneiras. Algumas vezes, ela é comparada ao corpo humano (Efésios 4:12). Noutras, a uma mulher pura que espera pelo noivo (II Coríntios 11:12). Esse simbolismo é confirmado no Apocalipse. Uma mulher pura, vestida do sol, é símbolo da Igreja de Deus (Apocalipse 12:1) e uma mulher prostituta, vestida de vermelho, simboliza a igreja que pertence ao inimigo de Deus (Apocalipse 17:1 a 5). Dois comandantes com seus respectivos exércitos.



Assim, quando em Gênesis capítulo 3, verso 15, Deus falou da luta entre a serpente e a mulher, estava profetizando a luta dos séculos entre o diabo e a Igreja de Deus. "Esta" - diz a profecia referindo-se à Igreja - "te ferirá a cabeça e tu [a serpente] lhe ferirás o calcanhar." Quando Satanás provocou a morte de Cristo no Calvário, feriu a Igreja no calcanhar. Mas Jesus, através da fidelidade de Seu povo, ferirá a diabo na cabeça.



O dragão ataca a criança



No capítulo 12 de Apocalipse vemos outro aspecto da luta entre o diabo e a Igreja de Deus. A mulher está grávida, a ponto de dar à luz um "Varão que regerá as nações". Este sem dúvida alguma, é Jesus, o Salvador do mundo. O profeta Isaías já o profetizara muitos anos atrás da seguinte maneira: "Porque um menino nos nasceu, um Filho se nos deu; o governo está sobre Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da eternidade, Príncipe da Paz." (Isaías 9:6). O salmista Davi O identifica melhor, quando ele diz que Ele regerá as nações com vara de ferro (Salmo 2:7 a 9); do jeito que é revelado em Apocalipse.



A profecia afirma ainda que "a serpente antiga, que se chama diabo e Satanás" tentaria destruir a Criança logo que Ela nascesse. Não é preciso entender muito de História para saber que Herodes decretou a morte de todas as crianças judias quando Jesus nasceu. A profecia diz que o dragão estava a fim de "devorar o Filho", e a História registra que Herodes decretou a morte das crianças.

Quem estava por trás de Herodes? Você percebe mais uma vez a astúcia e o método do inimigo? Ele não se mostra como é. Usa as pessoas, esconde-se atrás delas. Controla-as, domina-as e as leva a cumprir seus propósitos escusos.



Marionetes do inimigo



Evidentemente a mulher que foi possuída pelo inimigo, na noite em que eu pregava, e Herodes, ambos não passavam de marionetes nas mãos do antigo enganador. Ele tentou destruir "o Filho da mulher" e tentará, hoje também, destruir os nossos filhos.



Porventura, está você, como pai, sofrendo por causa de algum filho que se encaminha rumo à destruição? Quem você acha que está por trás das sensações alucinantes das drogas? Quem está por trás das idéias de liberdade, que não passa de libertinagem, mas que leva a juventude de hoje a viver sem princípios éticos nem morais? "Tudo é permitido", dizem. Mas se machucam, ferem-se a si mesmos e destroem seu futuro.



Outro dia, eu falava com um jovem que fugira da casa dos pais para viver uma vida dissoluta. "Você é o sonho de seus pais", disse para ele, colocando a mão em seu ombro. "Ah, pastor" - respondeu-me - "eu não estou a fim de realizar os sonhos dos meus pai; quero é realizar meus próprios sonhos." Mas, que tipo de realização é essa que leva o jovem a perambular pelas ruas madrugada adentro, sentindo-se um lixo? Que tipo de sonho é esse que só cria nele vazio, o desespero e a loucura, depois que o efeito da droga passa? Existe uma força oculta por trás de tudo isso. Lares dividido. Filhos desobedientes. Pais ditadores. Ideais desfeitos. Sonhos estraçalhados. Tudo tem um autor: o dragão que tentou devorar o "Filho da mulher"; e que tentará, hoje, devorar os nossos filhos.



Fugindo para o deserto



Apocalipse 12 continua apresentando a luta entre a Igreja de Deus e o dragão: "A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias." (Apocalipse 12:6). Essa profecia fala de perseguição. "O dragão perseguiu a mulher que dera à luz o Filho varão"(Apocalipse 12:13).



Foi a Igreja perseguida em alguma época da História?



Os relatos da História provam que sim. A História registra um período escuro da humanidade. Uma época em que se tentou dominar a consciência das pessoas. Perseguiu-se por causa da fé. A Igreja e o Estado se uniram e, conseqüentemente, começaram a entrar no seio da Igreja costumes pagãos que a Palavra de Deus condenava.

A profecia, porém, indicava que a verdadeira Igreja de Deus não perseguiria, mas seria perseguida e, por isso, fugiria ao deserto por um período de 1260 dias. Já vimos que, profeticamente, um dia equivale a um ano (Ezequiel 4:6 e 7; Números 14:34). O que quer dizer que a Igreja verdadeira de Deus se esconderia no deserto por um período de 1260 anos. Durante esse período, as pessoas que "teimavam" em obedecer à Bíblia, e somente a Bíblia, foram cruelmente perseguidas. Muitos, como os Valdenses, tiveram que se esconder nas cavernas das montanhas para poder sobreviver. Quase literalmente, a terra abriu a boca para esconder a "mulher".

O que provocava tão furiosa perseguição era a obediência que a verdadeira Igreja prestava à Palavra de Deus. Afinal, aquela mulher é apresentada no capítulo 12 de Apocalipse como "vestida do Sol". O que significa o Sol? Veja como Davi responde: "Porque o Senhor Deus é Sol e escudo." (Salmo 84:11) Essa é a Igreja de Deus sem dúvida alguma. E por que tem a Lua sob os pés? Se o Sol é símbolo da justiça de Deus, onde estão refletidos os Seus ensinos e princípios? Outra vez Davi responde: "Lâmpadas para os meus pés é a Tua Palavra, e luz para os meus caminhos." (Salmo 119:105)



A conclusão é clara: a Igreja de Deus fundamenta seus ensinos não em tradições humanas, mas na Bíblia, que é a Palavra de Deus. Esse foi o motivo da grande perseguição religiosa. O poder perseguidor não podia aceitar que seus ensinamentos fossem confrontados com a Bíblia. Esse período de tempo, em que a verdadeira Igreja de Deus foi perseguida por sua fidelidade à Palavra de Deus, encontra-se registrada na Bíblia de várias maneiras:



Em Apocalipse 11:3 e 12:6, faz-se menção de 1260 dias.

Em Apocalipse 11:2 e 13:5, são mencionados 42 meses, que, multiplicados por 30 dias do mês, resultam também em 1260 dias.

Em Daniel 7:25; 12:7 e Apocalipse 12:14, mensiona-se "tempo e tempos e metade de um tempo", ou seja, três tempos e meio, que na verdade, equivalem a três anos e meio. Três anos e meio, multiplicados pelos 12 meses do ano, dão 42 meses, que, multiplicados por 30 dias de cada mês, resultam outra vez em 1260 dias.

1 - "tempo" um ano 360 dias

2 - "tempos" dois anos 720 dias

1/2 - "tempo" meio ano 180 dias

Total

1260 dias



Todos esses versos apresentam o mesmo período de tempo no qual se levantou um poder que, usando o nome de Deus e atribuindo-se a prerrogativa de ser a Igreja de Deus, perseguiu a verdadeira Igreja de Deus. E tudo pelo simples motivo de que esta "teimava" em manter a doutrina bíblica, pura, do jeito que Jesus a ensinara quando esteve na Terra.



Acendem-se as fogueiras



Por incrível que pareça, existe na História um período de exatamente 1260 anos de perseguição religiosa, que começa no ano 538, com o edito de Justiniano. Foi Justiniano quem, depois de derrotar os ostrogodos, decretou que o bispo de Roma teria a preeminência sobre os bispos das outras cidades, pelo fato de que Roma era a capital do império e dominava o mundo político daqueles dias.



Esse período abrange os anos em que a Igreja perseguiu aqueles que se negavam a obedecer-lhe cegamente. Como já vimos, nessa época a igreja utilizou um instrumento chamado "Santa" Inquisição e tentou impedir que qualquer pessoa estudasse a Bíblia. Isso para que ninguém percebesse os erros que foram transferidos do paganismo para o cristianismo daqueles dias.



Ler e defender verdades bíblicas era considerado heresia, e a pena para os hereges era a fogueira. Previa ainda a confissão de "delitos" sob torturas terríveis. Instrumentos de torturas usados pela igreja medieval podem ser vistos em vários museus, como o Museu da Inquisição, em Lima, Peru. Esse período de perseguição terminou em 1798, quando o General Berthier levou preso o líder religioso da igreja, Chamado Pio VI. Veja o seguinte diagrama:







Perceba mais uma vez, o método do inimigo. Ele persegue a Igreja de Deus, mas não se identifica. Pelo contrário, o poder que persegue denomina-se a si mesmo Igreja de Deus, enquanto reclama adoração e obediência para si e não para Deus e Sua palavra. Com certeza, muitas pessoas que faziam parte da pretensa igreja de Deus achavam que estavam fazendo um favor a Deus, ao perseguir um "bando hereges" que teimavam em obedecer à Bíblia e não à Igreja. Só que essas pessoas, por sinceras que fossem, não percebiam que estavam sendo usadas pelo inimigo de Deus, na tentativa de destruir a verdadeira Igreja.


O Remanescente Fiel




A Profecia de Apocalipse 12 afirma que a verdadeira Igreja de Deus, embora perseguida, sobreviveria e teria um remanescente em nossos dias. Esse é um remanescente que o demônio odeia e continua perseguindo. É um remanescente que se caracteriza por duas particularidades expressas em Apocalipse: "Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar contra os restantes de sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus." (Apocalipse 12:17). Essas características se repetem em Apocalipse 14:12, ao citar a perseverança dos santos. Veja o que diz: "Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus."



Deus declara sem meias tintas, que Ele tem uma Igreja e que esta tem duas características distintas: tem a fé em Jesus e, ao mesmo tempo, acredita na validade dos Seus mandamentos, tal como a Bíblia os registra. Essas foram as características da Igreja de Deus desde o Éden. Lá no jardim, Adão e Eva constituíam a Igreja de Deus. Eles eram Seus filhos, Seu povo. Mas o inimigo estava ali para destruir o povo de Deus e apresentou-se disfarçado de serpente tentando desvirtuar dois pontos básicos do relacionamento com o Criador: adoração e obediência. "Se comerdes da árvore" - disse a serpente - "sereis como Deus. Você não precisa de Deus, pode ser seu próprio Deus. Não tem porque obedecer."



Adão e Eva caíram. Mais depois se arrependeram e tornaram a constituir o povo de Deus. Então vieram os filhos: Caim e Abel. Naquela época, Deus pediu o sacrifício de um cordeiro como símbolo de Jesus, o Cordeiro de Deus, que um dia tiraria o pecado do mundo. Abel obedeceu. Levou um cordeiro expressando sua fé no Salvador. Caim desobedeceu. Levou fruto da terra, direcionando a adoração para o fruto de seu trabalho. Ali, naquele momento, originou-se a igreja do inimigo de Deus neste planeta.



Filhos de Deus e filhos dos homens



Os dias passaram e a Bíblia registra a divisão clara destes dois grupos de pessoas: "Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas..." (Gênesis 6:2). Percebe? Filhos de Deus e filhos dos homens. Aí estão as duas únicas igrejas do mundo, porque só existe dois comandantes.



Antes do Dilúvio, Noé, sua família e muitas pessoas que começaram a construir a arca, faziam parte da Igreja de Deus. Infelizmente, muitos abandonaram as fileiras dos fiéis. Quando o Dilúvio chegou, somente Noé e sua família constituíam o povo de Deus, que Ele salvou. Somente eles adoraram ao verdadeiro Deus e obedeceram à ordem de construir a arca. Depois veio o tempo de Abrão (posteriormente chamado de Abraão), que vivia adorando e obedecendo ao Senhor numa terra cheia de incrédulos. Um dia, Deus o chamou dizendo: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome." (Gênesis 12:1 e 2)



Abraão e seus descendentes são claramente identificados na Bíblia como a Igreja de Deus. As duas características daquele povo eram a adoração ao verdadeiro Deus, Criador dos céus e da terra, e a obediência fiel à Sua Palavra, que incluía os mandamentos que Deus escreveu posteriormente em tábuas de pedra, no Sinai. Quando Jesus veio, Israel, que era Seu povo, não O aceitou. Rejeitou-O. Eles disseram que não aceitariam outro, senão César. Mas houve doze israelitas que O aceitaram. Os doze discípulos que Jesus usou para estabelecer a Igreja cristã. Por isso, podemos dizer que o povo de Deus sempre existiu ao longo da História. E sempre teve as duas características.



Israel pensava que era o povo de Deus por herança, mas esqueceu que somente seria o povo de Deus se O adorasse como o verdadeiro Deus - o Deus que Se fez carne na pessoa de Jesus - e obedecesse aos Seus mandamentos. A igreja cristã corre o mesmo perigo. Ela não será a Igreja de Deus só porque Jesus estabeleceu no início de sua história. Mas continuará sendo à medida em que adore unicamente ao Deus verdadeiro, na pessoa de Jesus Cristo, e obedeça à Sua palavra, que inclui os mandamentos. Afinal, essas sempre foram as características do povo de Deus ao longo da História.



Qual Igreja?



Características são importantes para identificar pessoas. Em certa ocasião fui ao encontro de alguém que não conhecia. "Ele é alto." - disseram-me - "Usa barba e tem uma pinta grande na fronte." Com essas características não dava para se confundir. Quando os passageiros começaram a sair, fui conferindo as características. Havia algumas pessoas altas, mas não usavam barba. Outras usavam barba mas não eram altas. Até que, finalmente, saiu o homem alto, de barba e com a pinta na testa. Foi fácil reconhecê-lo.



Deus sabia que hoje o ser humano andaria confuso diante de tantas igrejas e religiões. Todas pretendem ser a Igreja de Deus e algumas, mais benevolentes ainda, defendem a idéia de que todas as igrejas conduzem a Deus. É muito fácil tomar posições radicais em diferentes aspectos da vida - embora seja pouco prudente fazê-lo - mas quando se trata de vida ou morte e, como já vimos, existe um inimigo que usará qualquer método para enganar o ser humano, vale a pena dar uma olhada no que o apóstolo São Pedro escreveu: "Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fareis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso." (II Pedro 1:19). E, se prestarmos atenção ao que diz a Bíblia, percebemos que ela afirma contundentemente que Deus tem uma Igreja que conserva duas características: (1) crê em Jesus e (2) guarda os mandamentos de Deus. O dever de toda pessoa sincera é, através do estudo consciencioso da Palavra de Deus, achar essa Igreja e preparar-se, sem medo do futuro.


Capítulo 27 - A Mais Antiga Lei Dominical Conhecida Pela História






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"A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela serão desolados; por isso, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão." (Isaías 24:4 a 6)





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A mais antiga lei dominical conhecida pela História é a de Constantino, promulgada em 321 d.C. Assim reza ela:



"Devem os magistrados e as pessoas residentes nas cidades repousar, e todas as oficinas ser fechadas no venerável dia do Sol. No campo, entretanto, as pessoas ocupadas na agricultura podem livre e licitamente continuar suas ocupações; porque acontece muitas vezes que nenhum outro dia se lhe assemelha para a semeadura de sementes ou para a plantação de vinhas; tememos que, pela negligência do momento apropriado para tais operações, as bênçãos celestiais sejam perdidas." (Promulgada aos 7 dias de março, sendo Crispo e Constantino cônsules pela segunda vez cada um). - Codex Justinianus, liv. 3, tit. 12 e 13; traduzido em Philip Schaff, D.D., History of the Christian Church (volume sete da edição, 1902), vol. III, pág.380.

Constantino foi imperador de Roma de 306 a 337 d.C. Foi ele adorador do Sol durante os primeiros anos do império. Mais tarde afirmou haver-se convertido ao cristianismo; mas, de coração, continuou venerador do Sol. Com respeito a sua religião, diz Edward Gibbon, em sua obra Decline and Fall of the Roman Empire:



"A devoção de Constantino foi mais particularmente dirigida ao deus Sol, o Apolo da mitologia grega e romana; e lhe era agradável ser representado com os símbolos do deus da luz e da poesia. Os infalíveis dardos daquela divindade, o brilho de seus olhos, sua coroa de louro, a imortal beleza e os dotes graciosos pareciam apresentá-lo como o patrono de um jovem semideus. Os altares de Apolo eram adornados com as ofertas votivas de Constantino; e a crédula multidão era levada a crer que foi permitido ao imperador contemplar com olhos imortais a majestade visível de sua divindade tutelar; e que seja acordado ou em visão, foi ele abençoado com esperançosas predições do futuro de um longo e vitorioso reinado. O Sol foi universalmente festejado como o invencível guia e protetor de Constantino." Capítulo 20, par. 3.



O Domingo e a Adoração do Sol.



A legislação iniciada por Constantino para o estabelecimento da guarda do dia do Sol é assim comentada por duas enciclopédias:



"O mais antigo reconhecimento da observância do domingo como uma obrigação legal é uma constituição de Constantino, de 321 d.C., decretando que todas as cortes de justiça, habitantes de cidades e oficinas repousassem no dia do Sol (venerabili die Solis), exceção feita apenas àqueles que estivesses ocupados em trabalho de agricultura." - Enciclopédia Britânica (11.ª ed.) art. "Domingo".



"Inquestionavelmente, a primeira lei, seja eclesiástica ou civil, pela qual a observância sabática daquele dia é conhecida como havendo sido ordenada, é o edito de Constantino, de 321 d.C." - Chamber's Encyclopaedia (ed. de 1882), vol. VIII, pág. 401, art. "O Sábado".



Que essa legislação dominical não tinha ligação com o cristianismo; nota-se claramente ao serem considerados os fatos contidos na seguinte citação: "Esta legislação de Constantino não tem certamente nenhuma relação com o cristianismo; parece ao contrário, que o imperador, na qualidade de Pontífice Máximo, estava apenas acrescentando o dia do Sol, a adoração daquilo que estava então firmemente estabelecido no Império Romano, aos outros dias festivos do calendário sagrado." - H. Webster, Rest Days, págs. 122 e 123.



Reforçada a Observância do Domingo por Lei



Em seqüência a esse decreto inicial, imperadores e papas em sucessivos séculos acrescentaram outras leis ao fortalecimento da observância do domingo.



"Aquilo que começou, entretanto, como ordenança pagã, terminou como regulamentação cristã; e uma longa série de decretos imperiais, durante o quarto, quinto e sexto séculos, impôs com crescente rigor a abstinência do trabalho no domingo." - Idem, pág. 270.



Que estes passos foram dados tanto pela igreja como pelo Estado para tornar decisivo que o domingo substituísse o sábado, foi escrito por um notável advogado de Baltimore, Maryland - James T. Ringgold:



"Em 386, durante o tempo de Graciano, Valentiniano e Teodósio, foi decretado que todos os litígios e negócios cessassem [no domingo]... Entre as doutrinas estabelecidas em uma carta do papa Inocêncio I, escrita no último ano de seu pontificado (416), encontra-se aquela segundo a qual o domingo deveria ser observado como dia de jejum... Em 425, no tempo de Teodósio, o mais moço, foi imposta a abstinência de espetáculos teatrais e de circo [no domingo]... Em 538, no concílio de Orleans... foi ordenado que todas as coisas anteriormente permitidas no domingo continuassem em vigor; mas que se abstivessem do trabalho com arado, ou em vinhas, sega, ceifa, debulha, cultivo, cercagem a fim de que as pessoas pudessem freqüentar a igreja convenientemente... Por volta de 590 o papa Gregório, em carta dirigida ao povo romano, qualificou como profetas do anticristo aqueles que ensinassem que o trabalho não devesse ser feito no sétimo dia." - The Law of Sunday, págs. 265-267.



A citação acima indica que ainda havia na igreja, mesmo em 590 d.C., aqueles que, não só observavam o sábado bíblico, como ensinavam sua observância. De fato, tal observância por parte de poucos fiéis, foi sempre posta em prática através de todos os séculos cristãos. Entre os chamados valdenses havia observadores do sétimo dia.



As próprias leis civis e eclesiásticas que fazem referência ao desenvolvimento da legislação dominical tornam claro que Eusébio, notável bispo da Igreja Católica, considerado o pai da história eclesiástica e biógrafo de Constantino, foi justificado ao afirmar:

"Todas as coisas, sejam quais forem, que houvessem sido obrigatórias fazer no sábado, estas nós a

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"O quebrantamento da Lei de Deus no início foi a porta de entrada para o pecado, ainda hoje, milhões continuam pisando os preceitos divinos." - Carlos A. Trezza, A Suprema Esperança do Homem, 1.ª ed., 1970, pág. 48.





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A substituição do sábado pelo domingo não é um assunto que a Igreja Católica negue ou procure esconder. Ao contrário, ela admite francamente e aponta na verdade com orgulho, como evidência de seu poder de mudar até um dos mandamentos de Deus. Leiamos alguns trechos do catecismo Católico.



A obra do Rev. Peter Geiermann, C.S.R., The Convert's Catechism of Catholic Doctrine, recebeu em 25 de janeiro de 1919 a "bênção apostólica" do Papa Pio X. Com referência ao assunto da mudança do sábado, diz o citado catecismo:



"Pergunta: Qual é o dia de repouso?

Resposta: O dia de repouso é o sábado.

Pergunta: Por que observamos o domingo em lugar do sábado?

Resposta: Observamos o domingo em lugar do sábado porque a Igreja Católica, no Concílio de Laodicéia (336 d.C.), transferiu a solenidade do sábado para o domingo." - Segunda edição, pág.50.



Foi, pelo Rev. Stephen Keenan, Arcebispo de Nova Iorque, aprovada uma obra intitulada: A Doctrinal Catechism. Faz ela estas observações quanto à questão da mudança do sábado:



"Pergunta: Tendes qualquer outra maneira de provar que a igreja tem poder para instituir dias de guarda?

Resposta: Não tivesse ela tal poder, não teria feito aquilo em que todas as modernas religiões com ela concordam - a substituição da observância do sábado, o sétimo dia, pela observância do domingo, o primeiro dia da semana, mudança para a qual não há nenhuma mudança escriturística." - pág. 174.



An Abridgment of the Christian Doctrine, de autoria do Rev. Henry Tuberville, D.D., de Douay College, França, contém estas perguntas e respostas:



"Pergunta: Como podeis provar que a igreja tem poder para ordenar festas e dias santos?

Resposta: Pelo próprio fato de mudar o sábado para o domingo, com que os protestantes concordam; e dessa forma eles ingenuamente se contradizem, ao guardarem estritamente o domingo e transgredirem outros dias de festa maiores e ordenados pela mesma igreja.

Pergunta: Como podeis provar isto?

Resposta: Porque ao guardarem o domingo, eles reconhecem o poder que a igreja tem para ordenar dias de festa, e ordená-los sob a ameaça de pecado; e, ao não observarem o repouso [dos dias de festas] por ela ordenados, eles de novo reconhecem, com efeito, o mesmo poder." - pág. 58.



Nem uma linha bíblica em favor da observância do domingo



O Cardeal Gibbons, em The Faith of Our Fathers, diz o seguinte: "Podeis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras exalta a observância religiosa do sábado, dia que nós nunca santificamos." - Edição de 1893, pág. 111.



"A Igreja Católica... Mudou o Dia"



O The Catholic Press of Sydney, Austrália, é claro em afirmar que a observância do domingo é de origem exclusivamente católica.



"O domingo é uma instituição católica e a reivindicação à sua observância só pode ser defendida nos princípios católicos... Do princípio ao fim das Escrituras não há uma única passagem que autorize a transferência do culto público semanal do último dia da semana para o primeiro." - 25 de agosto de 1900.



Em seu livro Plain Talk About the Protestantism of Today, Monsenhor Segur afirma: "Foi a Igreja Católica que, por autorização de Jesus Cristo, transferiu este repouso para o domingo em memória da ressurreição de nosso Senhor. Dessa forma, a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que eles prestam, contradizendo-se a si próprios, à autoridade da igreja [católica]." - Edição de 1868, parte 3, sec. 4, pág. 225.



No ano 1893, o Catholic Mirror, de Baltimore, Maryland, foi o órgão do Cardeal Gibbons. Em seu número de 23 de setembro daquele ano publicou ele está notável declaração: "A Igreja Católica, mais de cem anos antes da existência de um único protestante, em virtude de sua divina missão, mudou o dia de sábado para o domingo." "O descanso cristão é, por conseguinte, neste dia, o conseqüente reconhecimento da Igreja Católica como esposa do Espírito Santo, sem uma palavra de protesto do mundo protestante." - Reimpresso pelo Catholic Mirror como um folheto, The Christian Sabbath, págs. 29 e 31.



A Observância do domingo sem autorização Divina



Burns e Oates, de Londres, são publicadores de livros católicos romanos, um dos quais eles se comprazem em chamar The Library of Christian Doctrine. Uma parte deste é intitulada: "Por que não guardais o sábado?" E apresenta o seguinte argumento de um católico para um protestante:



"Vós me dizeis que o sábado era repouso judaico, mas que o repouso cristão foi mudado para o domingo. Mudado! Mas por quem? Quem tem autoridade para mudar um mandamento expresso do Deus Onipotente? Quando Deus disse: 'Lembra-te do dia do sábado para o santificar', quem ousaria dizer: 'Não, podeis trabalhar e fazer qualquer tipo de negócio secular no sétimo dia; mas santificareis o primeiro dia em seu lugar?' Esta é a pergunta mais importante, à qual não sei como podeis responder.



Sois protestante, e afirmais seguir a Bíblia e a Bíblia apenas: e mesmo neste importante assunto, qual seja o da observância de um dia em sete como dia santificado, ides contra a clara letra da Bíblia e pondes outro dia no lugar daquele em que a Bíblia ordenou. O mandamento que ordena santificar o sétimo dia é um dos Dez Mandamentos; vós credes que os outros nove sejam ainda obrigatórios; quem vos deu autoridade para violar o quarto? Se quiserdes ser coerentes com os vossos princípios, se realmente seguis a Bíblia e ela unicamente, deveis ser capazes de apresentar alguma porção do Novo Testamento na qual o quarto mandamento seja expressamente alterado." - págs. 3 e 4.



Após cuidadoso exame da Bíblia, da História tanto civil como eclesiástica, dos escritos teológicos, comentários, manuais de igrejas, somos levados a concluir que não há nenhuma autorização nas Sagradas Escrituras para a observância do domingo, nenhuma autoridade concedida ao homem para fazer tal mudança do sétimo para o primeiro dia, nenhuma sanção foi dada à essa mudança.



Esta substituição do verdadeiro Sábado do Senhor por um falso sábado foi a obra de um movimento inteiramente anticristão, o qual adotou a observância de um dia puramente pagão e presunçosamente o implantou na igreja cristã.

Está observância não representa obrigação alguma para os cristãos, mas deve ser imediatamente abandonada como preceito, e o verdadeiro sábado do Senhor seja restaurado ao seu justo lugar, tanto no coração do Seu povo como na prática de Sua igreja.

Ninguém nega que no dia 7 de março de 321, o imperador Constantino promulgou uma lei que assim reza:


"Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atentam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer a miúdo que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo Céu." - Codex Justinianus, lib. 13 it. 12, par. 2 (3).

Este acontecimento influiu decisivamente para transformar o "festival da ressurreição" num autêntico "dia de guarda" no império romano.



Muitos, visando fazer confusão, procuram dar sentido tendencioso ao histórico decreto, ao mesmo tempo que propalam ser ensino nosso que a instituição dominical fora criada pelo imperador. Nada mais falso. Equivocam-se grandemente os que afirmam ser ensino adventista que o domingo foi instituído por Constantino e por um determinado papa. Jamais ensinamos que Constantino fosse o autor do domingo, mas sim que, na esfera civil, deu o passo para que se tornasse dia de guarda, promulgando a primeira lei nesse sentido, coroando assim a gradual implantação do domingo na igreja e no mundo.



Contudo, dizer que muito antes de Constantino os cristãos guardavam o domingo é afirmação temerária, destituída de veracidade histórica. Os testemunhos que citam nada provam em favor da observância já estabelecida do primeiro dia da semana como dia de culto cristão. Não merecem inteira fé, por serem duvidosos, falíveis e incongruentes. Não invocam seguer um testemunho bíblico ou histórico exato, incontraditável, irrecorrível. Não podem fazê-lo. O máximo que se poderia afirmar é que, antes de Constantino, boa parte dos cristãos, já em plena fermentação da apostasia gradual, reuniam-se de manhã no primeiro dia da semana, para o "festival da ressurreição", e depois voltavam aos trabalhos costumeiros. Nada de guarda, observância ou santificação do dia. Isso ninguém jamais provará.



Por isso citam o edito dominical de Constantino. Citam-no para dar-lhe uma interpretação distorcida, às avessas. Inventam que o edito destinava-se a favorecer os cristãos. Não se dirigiam aos pagãos. Concordamos que o imperador tinha em mira agradar aos cristãos de seus dias, porém para conciliá-los com a observância do dia do Sol, que os pagãos observavam. Mero jogo político.



Confusões e Contradições



Afirmam: "Era um edito para favorecer particularmente os cristãos..." - Vamos analisar esta afirmativa. Notemos o seguinte: se a observância dominical, pelos cristãos, já era fato líquido e certo, não careciam eles de leis seculares para os favorecer. E prossegue: "[o edito] não foi feito para agradar os pagãos". - Não foi mesmo porquanto os pagãos não precisam de leis que lhes ordenassem guardar o "dia do Sol", considerando que o mitraísmo era religião dominante no Império, sendo o próprio Constantino mitraísta. Diz a história que ele era adorador do Sol que se "converteu" ao cristianismo. Isso lança luz nas verdadeiras intenções do edito.



Mas agora surge a confissão interessante: "O edito era dirigido aos pagãos e por isso empregou-se a expressão dia do Sol em vez de dia do Senhor." (Digamos, entre parênteses, que há aqui um equívoco, pois o edito era dirigido a todos, moradores das cidades e dos campos indiscriminadamente. Os pagãos sem dúvida, constituíam a imensa maioria). Voltaríamos a insistir:



Por que empregou Constantino a expressão "dia do Sol"?

A resposta será dada pelos nossos acusadores: Dizem: "Está provado, por homens abalizados, que esses [os pagãos] jamais guardaram esse dia [o primeiro dia da semana]." Os oponentes afirmam candidamente que os pagãos jamais em tempo algum observaram o primeiro dia da semana. Prestaram os leitores atenção? Pois bem. Leiam agora esta outra declaração na mesma página e no mesmo parágrafo, a respeito do edito de Constantino: "Era dirigido aos pagãos" por isso Constantino "usou a expressão dia do Sol para que pudessem [eles, os pagãos] compreendê-lo bem." Aí esta a confirmação. E insistimos:



Por que os pagãos compreenderiam bem a expressão "dia do Sol" em vez de "dia do Senhor"? Por quê? Insistimos, por quê? A resposta é uma só:

Porque guardavam o dia do Sol. Era o dia de guarda do mitraísmo, religião professada pelo próprio Constantino. Por essa contradição se pode ver a insegurança dos que sustentam a guarda do primeiro dia da semana.



A. T. Jones, assevera que "a primeira lei feita sobre o domingo, foi feita a pedido da igreja." E cremos que o foi realmente, mas a pedido... de qual igreja? A pedido da igreja semi-apostatada, igreja que já levava inovações do paganismo, igreja conluiada com o Estado, igreja já desfigurada, que então usava velas, altares, praticava o monasticismo, borrifava água benta, impunha penitência, o sinal da cruz, e até ordens sacerdotais. Esta a igreja que solicitou o edito de Constantino. Esta a igreja que algumas décadas a seguir, num concílio, decretou a abstenção do trabalho no domingo e quis impedir a observância do sábado, no concílio de Laodicéia. Se A. T. Jones e os demais aceitam essa igreja como expressão do verdadeiro cristianismo, contentem-se. É direito dos senhores. Nós não aceitamos. Não nos conformamos, e continuamos a insistir na tese da origem pagã da observância dominical. Temos a História a nosso favor. Temos os fatos que depõem em abono de nossa mensagem. A verdade não precisa de notas forçadas para sobreviver. Impõe-se por si.



E agora, a nuvem de testemunhas. O nosso ponto de vista vai ser confirmado exuberantemente, por depoimentos da mais alta idoneidade. Vejamos o que dizem os eruditos, os enciclopedistas e os historiadores: Ei-los:

"O mais antigo reconhecimento da observância do domingo, como um dever legal, é uma constituição de Constantino em 321 d.C., decretando que todos os tribunais de justiça, habitantes das cidades e oficiais deviam repousar no domingo (venerabili die Solis), com uma exceção em favor dos que se ocupam do trabalho agrícola." - Enciclopédia Britânica, art. "Sunday."



Note-se a expressão "mais antigo reconhecimento", que prova não ser então líquida e certa a observância dominical. Antes disso não o era certamente.



"Constantino, o Grande, baixou uma lei para todo o império (321 d.C.) para que o domingo fosse guardado como dia de repouso em todas as cidades e vilas; mas permitia que o povo do campo seguisse seu trabalho." - Enciclopédia Americana, art. "Sabbath."



Esse primeiro dia era o "dia solar" dos pagãos, que já o guardavam. Pelo decreto, o dia devia ser por todos (inclusive os cristãos) "guardado como dia de repouso" em todas as cidades e vilas. Muito claro.



"Inquestionavelmente, a primeira lei, tanto eclesiástica como civil, pela qual a observância sabática daquele dia se sabe ter sido ordenada, é o edito de Constantino em 321 d. C." - Chamber, Enciclopédia, art. "Sabbath."



Notemos que Chamber diz ser a lei também eclesiástica. Por quê? Devido à fusão com o cristianismo, à influência religiosa, e à habilidade de estadista que quer agradar a gregos e troianos. Dessa forma o incipiente "festival da ressurreição" das manhãs do primeiro dia da semana se fundiria com o dia solar do pagão do mitraísmo, e não haveria descontentes. Constantino atingiu seus objetivos.



A influência da igreja semi-apostada na elaboração do decreto é evidente. Eusébio, contemporâneo, amigo e apologista de Constantino escreveu: "Todas as coisas que era dever fazer no sábado, estas nós as transferimos para o dia do Senhor." - Eusébio, Commentary on the Psalms.



Essa expressão "nós transferimos..." é sintomática, e prova que esse dia de guarda é invenção humana, puramente humana, de procedência pagã, de um paganismo já unida com o cristianismo desfigurado da época.

"Os cristãos trocaram o sábado pelo domingo. Constantino, em 321, determinou a observância rigorosa do descanso dominical, exceto para os trabalhos agrícolas... Em 425 proibiram-se as representações teatrais [nesse dia] e no século VIII aplicaram-se ao domingo todas as proibições do sábado judaico." - Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, art. "Domingo."

O grande historiador Cardeal Gibbon, com sua incontestada autoridade assevera o seguinte: "O Sol era festejado universalmente como o invencível guia e protetor de Constantino. ... Constantino averbou de Dies Solis (dia do Sol) o 'dia do Senhor' - um nome que não podia ofender os ouvidos de seus súditos pagãos." - The History of the Decline and Fall of the Roman Empire, cap. 20 §§ 2.º, 3.º (Vol. 2, págs. 429 e 430).



Ainda sobre o significado do célebre edito diz-nos o insuspeito Pastor Ellicott: "Para se entender plenamente as provisões deste edito, deve-se tomar em consideração a atitude peculiar de Constantino. Ele não se achava livre de todo o vestígio da superstição pagã. É fora de dúvida que, antes de sua conversão, se havia devotado especialmente ao culto de Apolo, o deus-Sol... O problema que surgiu diante dele era legislar em favor da nova fé, de tal modo a não parecer totalmente incoerente com suas práticas antigas, e não entrar em conflito com o preconceito de seus súditos pagãos. Estes fatos explicam as particularidades deste decreto. Ele denomina o dia santo, não de dia do Senhor, mas de "dia do Sol" - a designação pagã, e assim já o identifica com o seu antigo culto a Apolo." - Pastor George Ellicott, The Abiding Sabbath, pág. 1884.



Se isto não basta, temos ainda o insuspeito Dr. Talbot. Só citamos autores não adventistas. Ei-lo:

"O imperador Constantino, antes de sua conversão, reverenciava todos os deuses (pagãos) como tendo poderes misteriosos, especialmente Apolo, o deus do Sol, ao qual, no ano 308, ele [Constantino] conferiu dádivas riquíssimas; e quando se tornou monoteísta, o deus a qual adorava era - segundo nos informa Uhlhorn - antes o "Sol inconquistável" e não o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. E na verdade quando ele impôs a observância do dia do Senhor (domingo) não o fez sob o nome de sabbatum ou dies domini, mas sob o título antigo, astrológico e pagão de Dies Solis, de modo que a lei era aplicável tanto aos adoradores de Apolo e Mitra como aos cristãos." - Dr. Talbot W. Chamber, Old Testament Student, Janeiro de 1886.



Isto é confirmado por Stanley, que diz: "A conservação do antigo nome pagão de "Dies Solis" ou "Sunday" (dia do Sol) para a festa semanal cristã é, em grande parte, devida à união dos sentimentos pagão e cristão, pelo qual foi o primeiro dia da semana imposto por Constantino aos seus súditos - tanto pagãos como cristãos - como o "venerável dia do Sol"... Foi com esta maneira habilidosa que conseguiu harmonizar as religiões discordantes do império, unindo-as sob uma constituição comum." - Deão Stanley, Lectures on The History on the Eastern Church, conferência n.º 6, pág. 184.



Comentada a chamada "conversão" de Constantino, escreve o erudito Bispo Arthur Cleveland Coxe: "Foi uma conversão política, e como tal foi aceita, e Constantino foi pagão até quase morrer. E quanto ao seu arrependimento final, abstenho-me de julgar." - Elucidation 2, of "Tertullian Against Marcion," book 4.



Comentando as cerimônias pagãs relacionadas com a dedicação de Constantinopla (cidade de Constantino), diz o autorizado Milman: "Numa parte da cidade se colocou a estátua de Pitian, noutra a divindade Smintia. Em outra parte, na trípode de Delfos, as três serpentes representando Piton. E sobre um alto triângulo, o famoso pilar de pórfiro, uma imagem na qual Constantino teve o atrevimento de misturar os atributos do Sol, com os de Cristo e de si mesmo... Seria o paganismo aproximando-se do cristianismo, ou o cristianismo degerando-se em paganismo? - History of Christianity, book 3, chap. 3.



Outro testemunho interessante é o de Eusébio: "Ele [Constantino] impôs a todos os súditos do império romano a observância do dia do Senhor como um dia de repouso, e também para que fosse honrado o dia que se segue ao sábado." - Life of Constantine, book 4, chap. 18.



Uma fonte evangélica: "Quando os antigos pais da igreja falam do dia do Senhor, às vezes, talvez por comparação, eles o ligam ao sábado; porém jamais encontramos, anterior à conversão de Constantino, uma citação proibitória de qualquer trabalho ou ocupação no mencionado dia, e se houve alguma, em grande medida se tratava de coisas sem importância. ... Depois de Constantino as coisas modificaram-se repentinamente. Entre os "cristãos, o "dia do Senhor" - o primeiro dia da semana - gradualmente tomou o lugar do sábado judaico." - Smith's Dictionary of the Bible, pág. 593.



Lemos na North British Review, vol. 18, pág. 409, a seguinte declaração: "O dia era o mesmo de seus vizinhos pagãos e compatriotas; e o patriotismo de boa vontade uniu-se à conveniência de fazer desse dia, de uma vez, o dia do Senhor deles e seu dia de repouso...

Se a autoridade da igreja deve ser passada por alto pelos protestantes, não vem ao caso; porque a oportunidade e a conveniência de ambos os lados constituem seguramente um argumento bastante forte para mudança cerimonial, como do simples dia da semana para observância do repouso e santa convocação do sábado judaico."

Um livro idôneo é Mysteries of Mithra, de Cumont. Nas páginas 167, 168 e 191 há valiosas informações confirmadas pela História e pela Arqueologia a respeito do mitraísmo. Poderíamos acrescentar dezenas de outros depoimentos, porém o espaço não o permite. Os citados, no entanto, provam à saciedade a tremenda influência do edito constantiniano em implantar definitivamente a guarda do primeiro dia da semana.

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Tornou-se costume, a apresentação de falsos ensinos sobre o Concílio de Laodicéia, visando tirar-lhe toda autoridade legislativa para a igreja romana. O intuito é evidente: enfraquecer nossa argumentação baseada em um dos cânones votados por aquele sínodo da igreja apostatada. Veremos, no entanto, como também essa investida não atinge os objetivos, e falha completamente.




Quem lê nossa literatura percebe que, de fato, costumamos citar o Concílio de Laodicéia como outro forte sustentáculo da implantação da observância do falso dia de repouso. Essa assembléia eclesiástica, cuja data mais admissível é 364 d.C., depois de alguma discussão sobre a disparidade do dia de guarda, e motivada em parte pela vigência do edito constantiniano, estabeleceu no Cânon 29:



"Os cristãos não devem judaizar e descansar no sábado, mas sim trabalhar neste dia; devem honrar o dia do Senhor e descansar, se for possível, como cristãos. Se, entretanto, forem encontrados judaizando, sejam excomungados por Cristo." - Hefele, History of the Councils of the Church, vol. II, livro 6, sec. 93, pág. 318.



Aí está, com a maior fidelidade possível, a transcrição do Cânon 29, legislado sobre o dia de guarda. Os cristãos fiéis observavam o sábado. Contudo a apostasia gradual já se manifestava com certa ascendência nos meios eclesiásticos, tendo tomado vigoroso impulso com o célebre edito do imperador Constantino em 321, além de outras leis dominicais promulgadas por ele nos anos seguintes. Contudo, o sábado continuava sendo observado. Eis alguns depoimentos:



"O sábado foi religiosamente observado na Igreja do Oriente, durante mais de trezentos anos depois da paixão do Salvador." - E. Brerwood (professor do Gresham College de Londres), Learned Treatise of the Sabbath, pág. 77.



Outro historiador sincero, criterioso e imparcial, afirma: "Retrocedendo mesmo até o quinto século, foi contínua a observância do sábado judaico na igreja cristã, mas com rigor e solenidade gradualmente decrescentes, até ser de todo abolida." - Lyman Coleman, Ancient Christianity Exemplified, cap. 26, seção 2.



Mais forte se nos afigura ainda o depoimento do historiador Sócrates, que escreveu em meados do quinto século. Diz ele: "Quase todas as igrejas do mundo celebram os sagrados mistérios no sábado de cada semana; não obstante os cristãos de Alexandria e de Roma, em vista de alguma antiga tradição, recusarem-se a fazê-lo." - Eclesiastical History, livro V, cap. 22.



Sozomen, outro historiador do mesmo período, escreveu: "O povo de Constantinopla e de outras cidades, congregam-se tanto no sábado como no dia imediato; costume esse que nunca é observado em Roma." - Eclesiastical History, livro VII, cap. 19.



Estas citações provam que o sábado era observado pelos fiéis, naquele tempo, mas a igreja de Roma e as de sua órbita de influência já começaram a implantar o domingo. O "festival da ressurreição", sem nenhum caráter de dia de guarda, tivera grande incremento com a imposição oficial pelo edito de Constantino. O resultado foi a confusão, a guarda de ambos os dias por muito tempo. Pois bem, é um ambiente assim que o Concílio de Laodicéia vota o Cânon 29. Nesse contexto histórico é que se vê a apostasia ganhando terreno, e melhor se percebe o sentido desse voto.



Ninguém pode negar que esse cânon foi estabelecido, e salta à vista que se trata de uma lei eclesiástica impondo a guarda do domingo. Se a observância dominical era, na ocasião, ponto pacífico, fato estabelecido, coisa indiscutível - como querem alguns - então por que o Concílio de Laodicéia cogitou deste assunto em suas sessões? Por que legislou a respeito de um ponto líquido e certo?



O fato inegável é que o conclave traçou diretrizes a respeito do dia de guarda. É vão, inútil o esforço com o objetivo de minimizar a autoridade desse concílio, alegando que se realizara no Oriente e não em Roma, que a cidade de Laodicéia era grega e não romana, que a igreja de Roma não esteve presente nele, que era concílio local, sem amplitude, que só havia 33 bispos e outras arengas.





Tudo isso, no entanto, em nada, absolutamente em nada, enfraquece a tese adventista. Não destrói o fato de um concílio católico, ou melhor, um concílio da igreja chamada cristã mas praticamente em plena integração da apostasia, ter legislado solenemente a respeito do dia de guarda.



Mas perguntamos: Para que invocar o sábado, se ele fora cancelado na cruz e ninguém se lembrava mais dele?



Repetimos que essas alegações são de todo improcedentes. Analisemo-las. O local da instalação do concílio nada significa contra a autoridade, eis que os primeiros concílios, e concílios gerais, ecumênicos e importantes da igreja romana realizaram-se no Oriente. Por exemplo:



O primeiro concílio geral realizou-se em Nicéia (Ásia Menor) no ano 325 d.C., e na mesma cidade o segundo em 787 d.C.

Em Constantinopla (Turquia) houve nada menos que quatro concílios, sendo o primeiro em 381 d.C., o segundo em 553 d.C., o terceiro em 681d.C. e o quarto em 889 d.C.

Em Calcedônia (Ásia Menor) reuniu-se o concílio de 551 d.C.

Excetuando-se o Concílio de Éfeso em 431 d.C., só a partir de 1123 d.C. os concílios romanos tiveram lugar em cidades européias. E mais ainda: em Roma propriamente dita só se realizaram os cinco concílios de Trento, e o do Vaticano em 1870. O fato de a maioria desses sínodos se terem realizados fora de Roma não lhes enfraquece a autoridade, por isso que a tese é insustentável.

A afirmação de que era concílio local, sem amplitude, revela ignorância dos fatos, pois essa assembléia foi totalmente confirmada pelo concílio geral de Calcedônia, sendo aí aceitos, ratificados e oficializados todas as suas decisões e cânones, inclusive o Cânon 29, o cânon que ordena a guarda do domingo. À vista deste fato, o Concílio de Laodicéia pode ser considerado geral. Tem o mesmo peso de autoridade.



A História e os fatos desmentem as afirmações levianas, pois o que interessa saber é se as medidas ali tomadas ficaram circunscritas a Laodicéia apenas, ou tornaram-se diretrizes para toda a cristandade de então. Isto é fundamental. O Cânon 29 do Concílio de Laodicéia, que veda o trabalho no domingo, tornou-se diretriz para a igreja romana, e é neste ponto indesmentível que baseamos nossa tese.



Mais ainda. Este concílio teve autoridade de estabelecer o cânone dos livros sagrados da Escritura, excluindo, como excluiu, os livros apócrifos. Essa medida também foi de aplicação universal. Nessa ocasião o livro do Apocalipse não foi aceito, porém foi ele finalmente incluído no cânon no Novo Testamento por outro concílio local, realizado também fora dos domínios romanos: o Concílio de Cartago (África) no ano 397 d.C.



Notemos bem: graças a esses dois concílios locais, realizados fora de Roma, e mesmo com pequena representação da igreja romana, é que os nossos acusadores possuem hoje suas Bíblias como está, com o cânone em ordem, com todos os livros inspirados, e excluídos os deuterocanônicos. Por isso não se deve minimizar a autoridade do Concílio de Laodicéia, eis que suas decisões tornaram-se leis e regras da igreja. Verdade é que, na contra-reforma, a igreja romana voltou a incluir no cânon os apócrifos, com o fim evidente de combater o protestantismo.



Diz Eduardo Carlos Pereira: "O Concílio de Laodicéia (364), confirmado pelo Concílio de Tolo e pelo Concílio Geral de Calcedônia (451), excluiu do seu catálogo os livros apócrifos." - O Problema Religioso na América Latina, pág. 78.



Diz a abalizada Enciclopédia New Schaff-Herzog: "Também [nesse Concílio de Laodicéia] se estabeleceu o cânone dos livros sagrados, com exclusão do Apocalipse."



E a Enciclopédia Britânica acrescenta: "Todos os cânones [do Concílio de Laodicéia] foram confirmam pelo Concílio de Calcedônia em 451."



Tanto isto é verdade que o "Cânon n.º 1" do Concílio Geral de Calcedônia, assim começa: "Os cânones até esta data elaborados pelos santos pais em todos os concílios terão validade." - Hefele, obra citada, vol. 3, pág. 385.



E ainda mais: o imperador Justiniano tomou conhecimento desta ratificação de decisões sinodais, em sua Novella 131, quando se refere aos cânones adotados e confirmados pelos primeiros quatro concílios gerais. E esses cânones foram incorporados no código imperial, com força de lei civil, constituindo sua infração crime contra o Estado.



E a afirmação bastante conhecida de William Prynne, em seu livro Dissertation on The Lord's Day, págs. 33, 34 e 44: "O sábado do sétimo dia... solenizado por Cristo, pelos apóstolos, e pelos cristãos primitivos, até que o Concílio de Laodicéia, de certo modo, aboliu sua observância... O Concílio de Laodicéia (364 d.C.)... primeiro estabeleceu a observância do dia do Senhor."



De tudo isto é fatal a conclusão de que a igreja apostatada, em conluio com o Estado, é responsável pela mudança do dia de repouso, fato que ocorreu gradualmente, a princípio com a celebração cerimonial do "festival da ressurreição" na parte matinal do primeiro dia da semana, depois foi se consolidando com leis civis e com decisões sinodais.

Jamais afirmamos, que um determinado papa aboliu o sábado como dia de guarda. Repetimos que a mudança foi um processo lento, porém sob a tutela do papado, como chefe visível, ostensivo e diretivo da igreja. É bom esclarecer que nos referimos ao papado como instituição, que existia embrionária e em potencial, mesmo nos primeiros séculos da nossa era. Essa instituição cuidou de "mudar os tempos e a lei". (Daniel 7:25). E o fez com maestria, embora a longo prazo.



Os catecismos romanos estão cheios de citações que reconhecem a autoridade da igreja romana como responsável pela mudança do dia de repouso. O fato essencial é que tal mudança não tem aprovação das Escrituras Sagradas, nem um preceito de Cristo, nem recomendação apostólica. Não é, portanto, bíblica. Ao contrário, tem fundamento unicamente na tradição. E tradição, para nós, não constitui regra de fé e prática. Deve, pois, ser rejeitada.

Um opositor aos mandamentos de Deus afirma: "O primeiro dia da semana ou domingo tomou tanta importância, pelas coisas que se deram nele, especialmente pela ressurreição de Jesus, que se tornou comum entre os apóstolos e os cristãos primitivos chamá-lo 'dia do Senhor'. A linguagem de João 'Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor' (Apocalipse 1:10) revela o fato que qualquer pessoa no seu tempo, que lesse esse seu escrito saberia a que dia se referia, isto é, qual o dia que pertencia ao Senhor Jesus."




Há nesse trecho nada menos que três afirmações destituídas de qualquer fundamento:



a) "... o domingo tomou tanta importância..."



Não tomou importância nenhuma. Tanto assim que os evangelistas sinóticos, escrevendo seus evangelhos sempre depois do ano 60, mais de 30 anos após a ressurreição, referem-se ao dia meramente como "o primeiro dia da semana", sem nenhum título da santidade, sem nenhum caráter especial. Nos escritos apostólicos não se vê esta "tanta importância" que o opositor pretende. E o mesmo João, escrevendo seu evangelho, perto do ano 100 de nossa era, também refere ao dia como sendo "o primeiro dia da semana". Quer dizer que no fim do primeiro século, o dia não tinha a "tanta importância" que lhe atribuem.



E isto nos vai ser confirmado pelo pastor Albert C. Pittman: "Primitivamente reuniam-se [os cristãos] no domingo de manhã, porque o domingo não era um dia feriado, mas sim um dia de trabalho normal como os demais... Partilhavam de uma merenda religiosa e em seguida retornavam ao seu trabalho, para os labores da semana." – The Watchman Examiner, 25 de outubro de 1956.



b) "... se tornou comum entre os apóstolos... chamá-lo 'dia do Senhor'."



Aí está outra ficção. Quais apóstolos? Onde? Quando? Como se prova que tornou comum entre os apóstolos designar o domingo como o "dia do Senhor"? Apontem-se seus escritos, por favor! Queremos provas!



c) "A linguagem de João: Eu fui arrebatado no 'dia do Senhor' revela o fato..."



Primeiramente o arrebatamento nada prova em favor da guarda do dia, aliás a nova versão bíblica diz "achei-me em espírito", indicando apenas que o apóstolo teve as visões. João teve outras visões e, com relação a estas, não se menciona o dia em que ocorreram. A segunda visão se deu em dia não especificado (Apocalipse 4:2), e o fato de um profeta ter visão em determinado dia, não significa que tal dia deva ser guardado. A santidade de um dia repousa em base mais sólida, fundamenta-se num claro e insofismável "assim diz o Senhor".

A afirmação que o "dia do Senhor" nessa passagem se refira indiscutivelmente ao primeiro dia da semana é baseada em presunção sem nenhum valor probante. O fato de em fins do segundo século da era cristã surgirem escritos aludindo ao primeiro dia da semana como sendo "dia do Senhor', não autoriza ao dogmatizar que João também se referia ao domingo. Antes do ano 180 d.C., quando surgiu um falso Evangelho Segundo S. Pedro que afirmava ser o primeiro dia da semana o "dia do Senhor", nada, absolutamente nada se pode invocar para dizer que João de referia ao domingo. O próprio Justino Mártir que alude a um costume que se implantava entre os cristãos, de se reunirem no primeiro dia da semana, ao dia, refere como"o dia do Sol" e não como o "dia do Senhor".



A partir daqueles tempos, o título "dia do Senhor" aparece exuberantemente na literatura patrística. Mas é preciso provar que João tinha em mente o primeiro dia da semana quando escreveu "dia do Senhor". Autoridades evangélicas afirmam que João escreveu seu evangelho depois do Apocalipse, situando-se entre 96 a 99 d.C., tais como: Albert Barnes, em suas Notas Sobre os Evangelhos, John Beatty Howell em sua tabela de datas, W. W. Rand, em seu Dicionário Bíblico, e comentaristas Bloomfield, Dr. Hales, Horne, Nevinse Olshausen, Williston Walker e muitos outros.



Isso é importante, pois se João, no Apocalipse, escrito antes, se refere ao domingo como o "dia do Senhor", como então no seu evangelho, escrito posteriormente, volta a referir-se simplesmente ao "primeiro dia da semana"? (João 20:1 e 19).



Temos fundadas razões para crer que S. João se referia ao sábado. Porque, consoante a Bíblia, o único "dia do Senhor" que nela se menciona é o sábado. Leia-se cuidadosamente Isaías 58:13: "santo dia do Senhor". O quarto mandamento em Êxodo 20:10 diz: "o sétimo dia é o sábado do Senhor." Em Marcos 2:28 lemos: "O Filho do homem é Senhor até do sábado."



E a Revista de Jovens e Adultos para Escola Dominical, editada pela Convenção Batista Brasileira, relativa ao 4.º trimestre de 1938, pág. 15, assim comenta este versículo: "... o 'Filho do homem é Senhor do sábado (Marcos 2:28)'; isto é... o sábado é o 'dia do Senhor', o dia em que Ele é Senhor e pelo Seu senhorio Ele restaura o Seu dia ao seu verdadeiro desígnio."



O discípulo amado conhecida muito bem as palavras do Decálogo (Êxodo 20:10) bem como as de Isaías (Isaías 58:13). À vista disso, não precisamos ter duvidas quanto ao dia a que ele quis referir-se quando no Apocalipse escreveu: "fui arrebatado em espírito no dia do Senhor". Só posteriormente, com a fermentação da apostasia na igreja primitiva, é que o domingo foi tomando corpo, e a designação "dia do Senhor" lhe foi dada deliberadamente.



Heylin, erudito de projeção intelectual, da Igreja da Inglaterra, escritor bem informado, da o seguinte testemunho:



"Tomai o que quiserdes, ou os pais [da igreja] ou os modernos: e não encontraremos nenhum dia do Senhor instituído por mandamento apostólico: nenhum 'sabbath' [dia de repouso] por eles firmados sobre o primeiro dia da semana.

Vemos assim sobre que bases se assenta o dia do Senhor: primeiro sobre o costume e a consagração voluntária desse dia para reuniões religiosas; tal costume continuou favorecido pela autoridade da igreja de Deus, que tacitamente o aprovava; e finalmente foi confirmado e ratificado pelos príncipes cristãos em todos os seus impérios. E como dia de descanso dos trabalhos e abstenção dos negócios, recebeu sua maior força dos magistrados civis enquanto detinham o poder, e a seguir dos cânones, decretos de concílios, decretais dos papas, ordens de prelados de categoria quando a direção dos negócios eclesiásticos lhes era exclusivamente confiada.

Estou certo de que assim não foi com o antigo sábado, o qual nem teve origem no costume – e o povo não se adiantara a ponto de dar um dia a Deus – nem exigiu qualquer favorecimento ou autoridade dos reis de Israel para ser confirmado ou ratificado. O Senhor falou que Ele queria ter um dia em sete, exatamente o sétimo dia da criação do mundo, para ser dia de repouso para todo Seu povo, e este nada mais tinha a fazer senão de boa vontade submeter-se à Sua vontade e obedecer-lhe...

Assim, porém, não ocorreu no caso em tela. O dia do Senhor [domingo] não tem nenhuma ordem para que deva ser santificado; mas foi evidentemente deixado ao povo de Deus determinar este ou outro dia qualquer, para uso notório. E assim foi adotado por eles, e tornado um dia de reunião da congregação para práticas religiosas; contudo, por trezentos anos não houve lei alguma que o impusesse aos crentes e tampouco se exigia a cessação do trabalho ou de negócios seculares nesse dia." – Dr. Peter Heylin, em History of the Sabbath, 2.ª parte, capítulos I e III, seção 12.



"Quando os antigos pais da Igreja falam do dia do Senhor, eles, às vezes, talvez por comparação, o liguem ao dia de repouso; porém jamais encontramos, anterior à conversação de Constantino, uma citação proibitória de qualquer trabalho ou ocupação no mencionado dia; e se houve alguma, em grande medida se trata de coisas sem importância, pelas razões que apresentavam." - Smith's Dictionary of the Bible, pág. 593.



Depois de tudo isto, ainda que se pudesse provar (o que é absolutamente impossível) que João tivera a visão num primeiro dia da semana, isto em nada altera a observância do sétimo dia da semana, pois não tem relação alguma com o dia do repouso do cristão, e muito menos se destina a abolir o sábado do Decálogo.

Capítulo 32 - A Célebre Reunião de Trôade






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Atos 20:7 reza: "E no primeiro dia da semana, ajundando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, discursava com eles; e alargou a prática até a meia-noite." - E desse texto, que relata um fato eventual da vida paulina, alguns tomam a liberdade de tirar as seguintes conclusões:



1. Que os crentes em Trôade reuniam-se regularmente aos domingos para o culto, e que esta foi uma reunião de Santa Ceia;



2. Que a reunião em tela não ocorreu sábado à noite, como admitimos por motivos óbvios;





3. Que Lucas, sendo gentio e escrevendo a um "romano", deveria valer-se da contagem romana de tempo, e não da judaica;

4. Que os romanos desde o início de sua história (753 a.C.) contavam os dias de meia-noite à meia-noite;

5. Que provavelmente (não afirmam com convicção) Lucas seguira o método romano.



Vamos pulverizar estas falsidades, seguindo, a ordem numérica acima estabelecida:

1. A afirmação de que os cristãos troadeanos se reuniam com absoluta regularidade aos domingos é temerária, destituída de fundamento, pois a Bíblia não se infere que havia, na época, tal costumes, e os documentos do primeiro século o desautorizam.



O Dr. Augusto Neander, abalizado escritor eclesiástico, insuspeito por ser observador do domingo, assim se refere à passagem de Atos 20:7: "A passagem não é absolutamente convincente [como prova da guarda do domingo], porque a partida iminente do apóstolo era motivo para reunir a pequenina igreja, em uma ceia fraternal, ocasião em que fez seu último discurso, embora não fosse culto especial de domingo nesse caso." 1



Também o autorizado Ellicott, observador do domingo, no seu comentário bíblico, assim considera esta passagem: "'Que havia de partir no dia seguinte.' - Pode parecer estranho que alguns sustentem a opinião exposta na nota anterior, de que o apóstolo e seus companheiros assim se propusessem a viajar no dia ao qual se transferissem todas as restrições do sábado judaico. No entanto, é de se lembrar: 1.º - que não há nenhuma prova de que S. Paulo pensasse em tais dias como assim mudados, mas bem ao contrário (Gálatas 4:10; Colossenses 2:16); e 2.º - que o navio, no qual seus amigos tomaram passagem, provavelmente não devia alterar seu dia de partida para satisfazer escrúpulos, mesmo que tais escrúpulos existissem." 2



Como se vê, foi um fato eventual, acidental, circunstancial que ocorreu. Citemos ainda o testemunho de Meyer: "Que nesse tempo o domingo já fosse regularmente observado por influentes corporações religiosas e os Agapae (plural do termo grego que significa amor, designando as refeições sociais, ou festas de amor, seguidas usualmente pela Ceia do Senhor, na primitiva igreja cristã), não pode, com efeito, ser provado como certeza histórica, visto que possivelmente a observância do Agapae nesta passagem, talvez ocorresse apenas acidentalmente no primeiro dia da semana, porque Paulo pretendia partir no dia seguinte e porque nem mesmo I Coríntios 16:2 e Apocalipse 1:10 distinguem necessariamente esse dia como separado para serviços religiosos." 3



Quanto ao "partir o pão" há divergência de interpretação, sendo temerária a afirmação de que se tratasse da Santa Ceia. Este "partir o pão" era um ato que os cristãos primitivos praticavam diariamente (Atos 2:46), e não apenas no primeiro dia da semana, como se pretende insinuar. A própria Bíblia se encarrega de desmentir conclusões levianas.



Walker, notável historiador eclesiástico, assim comenta o costume: "... partiam o pão diariamente em casas particulares. Este 'partir o pão' servia a um fim duplo: era um elo de fraternidade e um meio de sustento para os necessitados." 4



2. O sistema de contar os dias de pôr do Sol a pôr do Sol vem da Criação, e está em toda a Bíblia. E quanto ao tempo referido na passagem de Atos 20:7, podemos alinhar um rol de citações que confirmam nosso ensino.



Conybeare and Howson, têm esta convicção: "Era o anoitecer que sucedia o sábado judaico. No domingo de manhã o navio deveria partir... Ele [Paulo] continuou sua solitária viagem naquele domingo, depois do meio-dia, na primavera, entre os carvalhais e córregos de Ida." 5



Robertson, admite: "Com toda probabilidade se reuniram em nosso sábado à noite - início do primeiro dia ao pôr do Sol." 6



Calvino, assim comenta a passagem: "É ponto pacífico que Paulo esperara pelo sábado, por que no dia anterior à sua partida, podia muito facilmente encontrar reunidos todos os discípulos num mesmo lugar. Digno de nota é o favor de todos eles, não se sentindo incomodados em que Paulo lhes discursassem até à meia-noite, embora necessitasse ele seguir viagem; tampouco se tratava de uma ocasião especial para serem instruídos. Pois não tinha o apóstolo outro motivo para alongar o seu discurso a não ser unicamente o profundo desejo e atenção dos seus ouvintes." 7



Convém alinhar mais comentários de eruditos evangélicos, observadores do domingo:

Hackett, professor de grego do Novo Testamento, no Seminário Teológico de Rochester, diz em seu comentário: "Os judeus contavam o dia da tarde para a manhã, e sobre esta base a noite do primeiro dia seria nosso sábado à noite. Se Lucas aqui contava assim, como supõem muitos comentaristas, o apóstolo então aguardava o término do sábado judaico, e realizara sua última reunião religiosa com os irmãos em Trôade... na noite de sábado, e em conseqüência, recomeçara a viagem na manhã de domingo." 8



O autorizado e sempre citado Moffat, consigna o seguinte comentário sobre a passagem em lide: "Paulo e seus amigos não podiam, como bons judeus, iniciar uma viagem no sábado; fizeram-na tão cedo quanto foi possível, a saber, na madrugada do 'primeiro dia' - tendo o sábado expirado ao pôr do Sol." 9



Outro estudioso do assunto foi McGarvey: "Chego, portanto, à conclusão de que os irmãos se reuniram na noite após o sábado judaico, que era ainda observado como dia de repouso por todos dentre eles que eram judeus ou prosélitos; e considerando este fato, tal foi o início do primeiro dia da semana, empregado na maneira acima descrita. Na manhã de domingo, Paulo e seus companheiros reencetaram a viagem." 10



Robertson Nicoll nos diz sobre o assunto: "Vieram a Trôade, e lá permaneceram por uma semana, forçados sem dúvida pelas exigências do navio e seu carregamento. No primeiro dia da semana, S. Paulo reuniu a igreja para culto. A reunião realizou-se no que poderíamos chamar de sábado à noite; pois nos devemos lembrar de que o primeiro dia judaico começa ao pôr de Sol do sábado." 11



Stockes, outro comentarista de valor nos diz: "A reunião foi realizada no que poderíamos chamar a noite de sábado; pois nos devemos lembrar de que o primeiro dia judeu tinha início ao pôr do Sol do sábado." 12

Stifler, também autor de um comentário do livro Atos dos Apóstolos, nos informa: "Sem dúvida reuniram-se na noite de nosso sábado, de modo que o pão da comunhão foi partido antes do romper do dia, na manhã do nosso domingo." 13

Conviria lembrar a maneira bíblica de delimitar o dia. Para isso devem-se reler Gênesis 1:5, 8, 19, 23 e 31; Levítico 23:32, Marcos 1:32, 15:42 e outras passagens. Assim fica pulverizada a segunda conclusão leviana.



3. Grande erro é afirmar que Lucas, sendo gentio e escrevendo a outro gentio, se tivesse valido do sistema romano de demarcar o tempo. Os evangelhos sinóticos referem-se ao sistema judaico, ainda vigorante em seus dias. E também Lucas. Primeiramente vejamos no seu Evangelho dirigido ao mesmo Teófilo:



Lucas 2:8 - "vigílias da noite" (não havia tal entre os romanos).

Lucas 4:40 - "pôr do Sol".

Lucas 23:44 - "hora sexta" (½ dia entre os romanos) e também "hora nona" (3 horas entre os romanos).

Lucas 24:29 - "é tarde e já declina o dia" (referência clara ao pôr de Sol).

Há também em Atos dos Apóstolos:



Atos 2:15 - "hora terceira" (9 horas entre os romanos).

Atos 3:1 - "hora nona" (15 horas).

Atos 10:3 - "hora nona".

Atos 10:9 - "hora sexta" (½ dia).

Atos 23:23 - "hora terceira" (21 horas) da noite. Cláudio Lísias não mandaria escoltar Paulo às três da madrugada... Lucas não se valeu da contagem romana. E assim fica fulminada a terceira conclusão imprudente.

4. Que os romanos desde o início de sua história adotassem o chamado "dia civil", é afirmação que provoca repúdios entre pessoas de certa cultura. Recomendaríamos o livro "Sunday in Roman Paganism", de Leo Robert Odom, que traz exaustivas provas de que o "dia civil" se implantou no início da era cristã.



Citaremos aqui apenas o testemunho de um escrito W. E. Allen: "No fim do primeiro século o método judaico não estaria mais em uso." 14



Deve-se dizer, em alto e bom som, que a Bíblia não se subordina aos arbítrios humanos, pois Deus não altera Suas normas. O modo bíblico de contar o tempo é sempre o mesmo. E se os oponentes da verdade, contra todas as provas, teimarem em afirmar que a reunião de Trôade se deu num primeiro dia da semana, então foi numa noite que findava esse dia, e então a "Santa Ceia" ocorreu numa segunda-feira, pois se deu depois da meia-noite!!!



5. Aquele advérbio "provavelmente" destrói o próprio argumento. Nos não nos basearíamos em doutrina alguma sobre probabilidades. Tudo no que cremos se assenta na sólida base de um "Assim diz o Senhor..."



Depois de expor estes fatos incontraditáveis, afirmamos: ainda que a reunião de Trôade se desse, sem sombra de dúvida, num domingo, e ainda que nela se celebrasse a Santa Ceia, nada disso constituiria prova de que o dia de repouso houvera sido mudado, pois não há na Bíblia recomendação taxativa a respeito.



A verdade, porém, é que Paulo passou aquele domingo caminhando a pé, de Trôade a Assôs, uma distância de várias dezenas de quilômetros. Bem analisada, a passagem é contrária à tese dominguista.



Emprega-se muito o surrado texto de I Coríntios 16:2, na tentativa de "justificar", pela Bíblia, a guarda do domingo. Muitos, valem-se da versão Almeida comum, que omite a expressão "em casa" encontrada no texto original. E argumentam: "Ora, se cada um pusesse de parte 'em sua casa' o dinheiro, teria que ser feita a coleta quando Paulo chegasse e era justamente isto o que queria evitar!"




Veremos como isto se pulveriza a um simples sopro de verdade. Nem haveria necessidade de argumentar, pois o próprio texto de Almeida na Versão Revista e Atualizada no Brasil, se encarregaria de fulminar a falsidade. Ei-la:



"Quanto à coleta para os santos, fazei vós como também ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for."

Maior clareza não pode haver! Torna-se dispensável qualquer comentário! A Simples leitura do texto nos convence de que:



Não se tratava de culto nem de reunião de espécie alguma no primeiro dia da semana.

A coleta não era feita na igreja.

A coleta não era parte do culto nem se destinava à igreja local.

Era uma separação de dinheiro que cada um devia fazer em sua casa.



Quando Paulo viesse, cada um lhe entregaria o total de sua separação semanal, que Paulo levaria ou mandaria para os crentes pobres de Jerusalém. Não se faria coleta alguma quando Paulo viesse, porquanto esta já fora feita, já estava pronta. Paulo somente a tomaria para encaminhá-la ao seu destino.





Notemos no texto a expressão "pôr de parte", separar, reservar, depois de um balanço na situação, "conforme a prosperidade". Ora, se se tratasse de coleta feita num culto, Paulo não usaria estas expressões. Notemos mais a demolidora expressão "em casa" que está no texto original, e também nas melhores traduções. Isto liquida a pretensão de ser a coleta feita na igreja. Notemos ainda a expressão "e vá juntando", o que indica uma acumulação que se formava gradativamente mediante periódicas reservas de dinheiro.



Por que num "primeiro dia da semana"? Porque com o sábado findava-se a semana. Os cristãos eram previdentes e organizados. Era costume, no início da semana, logo no seu primeiro dia, planejarem suas atividades seculares, considerarem os gastos da semana anterior, anteciparem providências e fazerem previsão dos gastos para a nova semana. Uma questão de contabilidade doméstica. Paulo lhes recomenda que, ao fazerem a costumeira previsão, no início da semana, não se esqueçam de separar, o que fosse possível, em dinheiro para os pobres de Jerusalém, colocando o donativo numa caixa em seus lares. A idéia de Culto ou de reunião dominical é completamente estranha ao texto, e seria uma deslealdade à Bíblia forçá-la aqui.



O The Cambridge Bible For Schools and Colleges, autorizado comentário das Escrituras publicado pela Cambridge University Press dos prelados da igreja Anglicana, declara, comentando este texto, que "não podemos inferir desta passagem que os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana". E prossegue:



"'Cada um ponha de lado', isto é, em casa, no lar, não em reunião como geralmente se supõe. Ele [Paulo] fala aqui de um costume que havia naquele tempo, de se colocar uma pequena caixa ao lado da cama, e dentro dela se depositavam as ofertas, depois de se fazer oração". - Parte "The First Epistle to the Corinthians", editado por J. J. Lias, pág. 164.



Notemos que este comentário é insuspeito, porque é dos ardorosos advogados do repouso dominical. A seguir, citaremos interessante testemunho católico. O cônego Hugo Bressane de Araújo, em seu opúsculo Perguntas e Respostas, vol. 1, pág. 23, escreve o seguinte:



"'Pergunta: Mas dizem os protestantes que S. Paulo manda guardar o domingo.'

'Resposta: Não. S. Paulo, na I Epístola aos Coríntios, cap. XVI, só ordena que se faça uma coleta para os pobres no primeiro dia da semana; eis as palavras do Apóstolo; vers. 2.º - 'Ao primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte alguma coisa em casa, guardando assim o que bem lhe parecer, para que se não façam as coletas quando eu chegar.' Porventura esta determinação do Apóstolo acerca das esmolas para os pobres de Jerusalém anula o preceito sobre a observância do sábado?'" - Edições 1931, págs. 23 e 24.



Este comentário também é insuspeito, por ser de origem da instituição responsável pela observância dominical religiosa. Alinhemos ainda alguns testemunhos de pessoas guardadoras do domingo:



Sir Willian Domville, em seu livro The Sabbath, entre outras considerações diz:

"É estranhável que um texto que nada diz a respeito de qualquer reunião para qualquer propósito, venha a ser usado para provar um costume de reunir finalidades religiosas!... Se é insustentável inferir do texto um costume de reunir - pois nele não se menciona reunião alguma - parece ainda mais insustentável, e mais incoerente inferir dele... que a ordem de reservar um donativo em casa signifique que o mesmo deveria ser dado na igreja...

A tradução em nossas Bíblias comuns é exatamente como o original: 'Cada um de vós ponha de parte em casa'. Uma tradução ainda mais literal da palavra original thesaurizon (acumulando), mostra de modo mais claro que cada irmão contribuinte devia ir ajuntando por si mesmo, e não entregar a oferta de semana em semana a uma outra pessoa." - The Sabbath, págs. 101 à 104.



Diz Neander: "Contudo não podemos de modo algum ver aqui qualquer observância especial do dia, como afirma Osiander."



John Peter Lange, outro comentarista muito citado, conclui: "A expressão é, pois, conclusiva contra a opinião prevalecente de que a coleta se fazia na igreja. Era ela um negócio individual e privado". E mais adiante: "'E vá juntando'... Em virtude de todo domingo alguma contribuição ser posta à parte, formaria, sem dúvida uma acumulação".



Era, sem dúvida, esta "acumulação" que Paulo tomaria e enviaria de uma só vez, já pronta, para Jerusalém.



A Enciclopédia Bíblica (em inglês), de Cheyne and Black, no artigo "dia do Senhor", comenta esta passagem, chegando à seguinte conclusão: "Não devemos, no entanto, passar por alto o fato de que a dádiva de cada um devia ser separada particularmente (par hauto) isto é, em seu próprio lar, e não em alguma assembléia de adoração".



Outro fato digno de nota é que, antes do fim do quarto século de nossa era, ninguém se lembrou de valer-se deste texto para pretender confirmar a guarda do domingo. O primeiro a fazê-lo foi Crisóstomo, em sua Homília 43 sobre I Coríntios. No entanto, o próprio Crisóstomo admite que a coleta não se fazia na igreja. Eis textualmente seu comentário:



"S. Paulo não afirmou que trouxessem suas ofertas à igreja, para que não se envergonhassem da pequenez da quantia; mas, 'aumentando-a aos poucos em casa, que a tragam, quando eu chegar'; por ora, vão juntando, em casa, e façam de suas casas uma igreja e de seu mealheiro um cofre". Eis o silogismo:



Premissa Maior: O dia em que o crente, em casa, põe de parte um donativo para os pobres, é o dia de guarda;

Premissa Menor: Ora, os crentes de Corinto faziam isso no primeiro dia da semana;

Conclusão: Logo, o primeiro dia da semana é dia de guarda.

Estará certa a premissa maior? Seria esta a forma de se estabelecer uma doutrina? Será sincero este modo de proceder com as coisas divinas?



Pensaram acaso os leitores como deveriam sentir-se os crentes de Corinto, se lhes fosse dado saber, naquela ocasião, que algumas professos cristãos do século XX haviam de tentar estabelecer a doutrina da guarda do domingo, no simples fato deles, os crentes coríntios, colocarem moedas em cofres domésticos com a intenção de ajudar os pobres de Jerusalém? Com certeza estes amigos de Paulo ficariam estarrecidos! E talvez bem aborrecidos também!



Recebi outro dia uma carta dramática de uma garota que durante anos desperdiçou a vida afundada no mundo das drogas e da promiscuidade. Os pais dela sofriam muito. Choravam e suplicavam a Deus que operasse um milagre na vida da filha. Com apenas 16 anos, ela fugira de casa à procura de novos horizontes. Cinco anos mais tarde, estava completamente prisioneira de uma série de circunstâncias. Irreversíveis, do ponto de vista humano.




Era noite fria do mês de junho, em São Paulo. As luzes de néon piscavam, iluminando os nomes das boates e clubes noturnos de uma parte da cidade denominada "boca do lixo". Ali estava ela, parada numa esquina, tentando vender o corpo para comprar um pouco de droga. O inferno de sentimentos, lembranças e revoltas queimavam-lhe o peito. Sentia-se injustiçada pela vida. Sozinha e esquecida por todo mundo.



Às vezes, Deus nos permite correr e correr, até cair exaustos em alguma esquina da vida. Às vezes, esta é a única maneira de lembrar que Deus existe: quando tudo falha; depois de ter destruído a família, os sonhos e os ideais. Quando só nos restam os cacos e os farrapos de um presente sem perspectivas. No lixo da vida, a quem clamar, senão a Deus?



Foi isso o que a garota de nossa história fez. Do fundo de um coração cheio de rancor e angústia, clamou e foi ouvida. A história de sua conversão poderia ser relata com mais um milagre de Jesus, no fim do século XX. Mas a carta relatava outro incidente, capaz de chocar qualquer pessoa. Depois de meses estudando as Escrituras, ela descobriu o plano que Deus tinha para sua vida. Aceitou a Jesus como Salvador e batizou-se como orienta a Bíblia.



Era véspera de Natal, quando decidiu retornar para casa e oferecer para mãe o maior presente que qualquer filha poderia oferecer: abraçá-la e dizer: "Mãe, Deus operou um milagre na minha vida. Você não terá que passar mais noites de lágrimas e sofrimento pela filha extraviada. Jesus mudou minha vida, e hoje estou aqui de volta ao lar."



Viajou 1500 quilômetros até chegar à pequena cidade que a vira nascer. Mas quando a mãe soube que ela havia sido batizada numa igreja diferente da sua, quase gritou: "Você desonrou a nossa família vivendo uma vida perdida. Trouxe opróbrio e vergonha e, agora, como se tudo isso fosse pouco, você ainda me diz que traiu a religião dos seus pais? Você renegou a tradição de sua família? Preferia antes ver você drogada e prostituída do que 'crente'." "Mãe" - disse a garota - "você não compreende? Eu não estou falando apenas de religião. Estou falando de vida. Eu era uma pobre drogada e Jesus mudou a minha vida! Você compreende?"



A mãe não compreendeu, e esse foi o motivo da carta. A garota sentia-se incompreendida, e, dessa vez, não foi ela quem fugiu de casa. Foram os pais que a expulsaram. Mas o que tem tudo isso a ver com o Apocalipse? Muito, porque no capítulo 13 encontramos uma profecia que tem que ver com intolerância religiosa. Fala-se da perseguição que os filhos de Deus sofrerão nos dias antecedentes à volta de Cristo.



As duas grandes bestas



Nesse capítulo, encontramos descritas duas grandes bestas. A primeira sai do mar (Apocalipse 13:1); a segunda, da terra (Apocalipse 13:11). À primeira, foi-lhe dado poder para pelejar "contra os santos e os vencer" (Apocalipse 13:7). E a segunda proíbe que alguém possa comprar ou vender se não tiver a marca da besta. (Apocalipse 13:17). Para você compreender melhor, veja como João descreve a primeira besta:



"Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças, e, sobre os chifres, dez diademas, e sobre as cabeças, nomes de blasfêmias. A besta que vi era semelhante ao leopardo, com os pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade. Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a Terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: quem é semelhante à besta?



Quem pode pelejar contra ela? Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmia contra Deus, para Lhe difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no Céu. Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação; e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo".



Você percebe, pelo que acaba de ler, que essa besta tem as seguintes características:





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É um poder religioso e recebe adoração dos homens. "Adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida"

Também é um poder político de alcance mundial. "Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação."

Num momento da História, perdeu o poder. Mas hoje impõe respeito e admiração mundial. "Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada."

Blasfema contra Deus. "Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias."

Persegue o povo de Deus. "Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse."

Seu poder dura 42 meses, que, em linguagem profética, equivale a 1260 anos (42 x 30 = 1260). "Foi-lhe dada autoridade para agir 42 meses."





Aqui se fala de um poder que forçará a consciência das pessoas para adorarem do jeito que ele estabelecer. E, se você quiser descobrir quem é esse poder hoje, tudo o que precisa fazer é responder o seguinte:



Conhece você algum poder que, além de ser religioso, tem uma influência política poderosa, e cuja autoridade se faz sentir em cada tribo, povo, língua e nação?

Conhece você algum poder religioso que, além de ter essa primeira característica, perdeu, em algum momento da História, a força política e depois a recuperou? O texto bíblico diz que "uma das cabeças foi golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada, e toda a Terra se maravilhou, seguindo a besta".

Onde você pode ver um poder religioso respeitado e admirado por reis, príncipes, presidentes da República e ministros de Estado?

Porventura tem esse poder blasfemado contra Deus, ou, nas palavras de Daniel, "tentou mudar os tempos e a lei" (Daniel 7:25)? Procure em sua Bíblia a redação da lei de Deus, tal como Ele a entregou em Êxodo 20, e compare-a com a lei que os seres humanos hoje conhecem. Depois responda: Quem mudou essa lei?

Tem esse poder religioso perseguido pessoas, em algum momento da História, porque elas preferiam obedecer à Bíblia e não à igreja?





Ninguém precisa convencê-lo de nada. É só tomar a Bíblia, como está escrita, e responder a essas perguntas. Qual é a sua conclusão? Para mim não é fácil escrever isto, porque a fé e a consciência das pessoas são patrimônios sagrados. Você é a coisa mais linda que Deus tem. Ele sabe que você é sincero naquilo que acredita. Eu não tenho o direito de causar-lhe sofrimento, mas, por outro lado, você acha que as verdades divinas para o tempo do fim devem permanecer ocultas?



O que venho escrevendo não é apenas um assunto de religião ou de igreja. Deus tem Sua Igreja na Terra, é verdade. Mas, acima de tudo, o que está em jogo é a soberania do Criador. Existe um conflito entre o inimigo - sempre acusando e tentando desestabilizar o governo divino - e Deus, sempre convidando Seus filhos para andarem à luz de Sua Palavra.



Esse é o motivo por que neste capítulo praticamente me limito a transcrever o texto bíblico, rogando ao Espírito Santo que ilumine sua mente para você chegar às suas próprias conclusões. Não quero mencionar esta ou aquela igreja, este ou aquele líder religioso. Quero apenas que você leia o que diz o registro sagrado. Olhe ao seu redor. Veja os acontecimentos religiosos e políticos, e tome uma decisão. Mas, por favor, deixe de lado o preconceito. Tente analisar a Escritura Sagrada não apenas com o coração, mas também com o raciocínio e com a mente analítica que procura, sinceramente, conhecer a Verdade.



A segunda besta



Continuemos agora com a descrição que o Apocalipse faz da segunda besta:



"Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre à terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu;

e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que, não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita, ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta, ou o número de seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número de um homem; ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis."



Com esses versos em mente, analisemos as característica da segunda besta:



É um poder que, no início, fala como cordeiro; mas, depois, fala como dragão. O cordeiro é símbolo de Jesus. O sacrifício do Cordeiro é o centro do evangelho que Cristo veio ensinar. Quer dizer que esse foi um poder cristão no início de sua existência, mas depois algo aconteceu, pois passou a falar como dragão.

Esse poder coloca toda sua força a serviço da primeira besta. faz com que a Terra e os seus habitantes adorem a primeira besta. Esse poder não exige adoração para si, mas para a primeira besta.

É um poder que deslumbra. Faz até "cair fogo do céu" diante dos homens.

É um poder que além de dar força á primeira besta, exige obediência a uma imagem desta. Imagem é algo que se parece com o original, mas não é.

É um poder que dá força à imagem e até decreta a morte para os que não a adorarem.

Ordena colocar a marca da besta sobre todas as pessoas, a fim de que aquele que não tiver a marca não possa comprar, nem vender.





Para saber a quem simboliza a segunda besta, novamente é preciso se perguntar o seguinte:



Existe hoje algum país poderoso que, no início de sua história, foi um país cristão, estudioso da Bíblia, que defendia a liberdade de adorar a Deus segundo a consciência de cada um? Ou seja, falava como cordeiro?

Existe hoje um país poderoso que, havendo tido essa origem, com o tempo foi tornando-se um país secular, quase berço de todo tipo de ideologias e filosofias que não passam de "a voz disfarçada do dragão"?

Qual é hoje o país que dá mais força ao primeiro poder analisado neste capítulo?

Qual é atualmente o país que deslumbra com sua tecnologia, com seu poderio militar e que a História apresenta como o único país que um dia até se atreveu a fazer cair, literalmente, "fogo do céu", destruindo duas grandes cidades?

Até aqui é fácil identificar esse país na própria Bíblia, porque todas as características, de alguma maneira, estão sendo cumpridas. Mas a Bíblia menciona ainda algumas outras características que se cumprirão num futuro muito próximo.



Esse país escolherá um dia da semana como símbolo do primeiro poder mencionado neste capítulo.

Esse país exigirá que toda pessoa adore a Deus nesse dia, sob a pena de não comprar nem vender, caso não obedeça.





Como você pode ver, no capítulo 13 de Apocalipse, é mencionado um poder religioso/político que, de alguma forma, atribui a si prerrogativas divinas. No mesmo capítulo, fala-se de um país poderoso, líder mundial, que usa todo o seu poderio para fazer com que os seres humanos prestem adoração ao primeiro poder.



Muitos leitores podem sentir-se chocados ao ler a palavra "besta". "Besta" pode ser uma palavra pejorativa ou insultante. Ela pode servir para ofender e agredir. Mas não é nesse sentido que a profecia a usa. Profeticamente, "besta" é símbolo de poder. E aqui estamos tentando identificar dois tipos de poderes que agirão juntos no fim dos tempos para perseguir e obrigar os homens a desobedecerem a Deus.



O número 666



O último verso de Apocalipse 13, diz literalmente: "Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número de um homem; ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis."

Esse misterioso número - seiscentos e sessenta e seis - tem criado muito tipo de especulação entre os estudiosos da Bíblia. Para conhecer o significado desse número, é preciso conhecer algo de numerologia bíblica. Diferentemente da numerologia ocultista, que concede aos números poder para determinar o rumo e destino das pessoas e coisas, a numerologia bíblica é apenas simbólica.

O número sete, por exemplo, é símbolo de perfeição. Impressiona-nos o fato de que Deus abençoou o sétimo dia da semana e o reservou como sagrado, inteiramente pertencente a Ele. O número sete é mencionado 323 vezes na bíblia e, em todas elas, refere-se a Deus e Suas obras de misericórdia e de juízo. O número sete é símbolo de Deus, de Seu poder e de Seu governo.



Já o número seis é mencionado 92 vezes na Bíblia. Em todas elas se relaciona com o homem, sua natureza, suas obras, sua herança e seu destino. Por exemplo: desde a criação, o ser humano deveria trabalhar seis dias. O sétimo era de Deus. A Bíblia diz que o homem foi criado no sexto dia, e a partir dali, o número seis foi sempre símbolo do homem, e se relaciona com sua imperfeição. O ser humano só seria perfeito relacionando-se com seu Criador, simbolizado pelo número sete.



Sete é o número perfeito. Pertence a Deus e, portanto, simboliza o ideal divino. Seis é símbolo daquilo que não alcança a divindade. É símbolo do homem. Aproxima-se do número sete, mas nunca poderá alcançá-lo. Existe um abismo enorme entre o homem - identificado com o número seis da imperfeição - e o seu Criador, identificado com o número sete, completo e perfeito.1



Portanto, se queremos identificar o símbolo do número 666, não podemos fazê-lo levados pelo fanatismo irracional e premeditado, tentando atribuir a essa ou àquela pessoa o título da besta de Apocalipse 13. Existe um poder político/religioso, já vimos. E esse poder é identificado, além de outras características, pelo número 666.



É o número seis repetido três vezes. Seis é o símbolo do homem, existe neste poder um esforço humano desesperado e intensificado para alcançar a perfeição divina. Pretende ser Deus, mas não o é. Atribui-se prerrogativas divinas, mas não as tem. Exige dos homens adoração, mas não passa de um poder humano. Pode fazer o que quiser; exigir o que desejar, mas não passa de um ser humano.



É um engano que leva os homens a aceitarem o humano em lugar do divino. Que tranqüiliza as consciências dos homens, fazendo-os crer que servem a Deus, quando, na realidade, são súditos do inimigo, que vem disfarçado de religioso.



Crescimento espiritual: uma decisão importante



A humanidade vive, sem perceber, seu grande momento de decisão, decidir demanda, muitas vezes, mudança de rumo. Decidir envolve, geralmente, a aceitação de novas verdades. Isto é crescer. E, como já dissemos, não há crescimento sem dor. Talvez por isso os seres humanos resistam ao crescimento. Crescer não é negar o passado. É, sim, tomar o passado como base para construir o futuro.



Outro dia, estava estudando a Bíblia com um jovem universitário. Era um aluno inquieto, cheio de perguntas e questionamentos. Com amor, abri a Bíblia diante dele, e deixei que a Palavra de Deus respondesse as suas inquietudes espirituais. Seus olhos abriram maravilhados diante de verdades que nunca tinha ouvido falar. Contestava, refutava, racionalizava. Afinal de contas, o que estava descobrindo vinha contra tudo aquilo que tinha aprendido deste criança. Que diriam seus pais e avós se soubessem que eles estava questionando muitas tradições herdadas da família?



De repente, vi seus olhos brilhando de emoção. Sabia que o Espírito de Deus o estava perturbando. Havia uma luta em seu coração. A verdade bíblica por um lado e a tradição e a fé da família por outro. A mente de um lado e o coração de outro. O que fazer? Olhou para mim e perguntou quase angustiado: "Quer dizer que estive errado a vida toda?" "Não" - foi minha resposta - "Você não estava errado, estava apenas crescendo."



Imagine-se na escola primária. Lá, você aprendeu a somar, subtrair, multiplicar e dividir. Mas a vida não parou por ali. Depois você foi ao colégio secundário e aprendeu álgebra, física, química e trigonometria. E a vida seguiu seu curso normal. Você foi à universidade e estudou física nuclear, trigonometria espacial e física quântica.



Pense agora: seria justo, estando na universidade, voltar os olhos aos anos quando estava na escola primária e dizer: "Quando estava na escola primária, estava errado." Estava você errado? Não. Estava apenas crescendo. Errado estaria se você chegasse ao colégio secundário, o professor tentasse lhe ensinar álgebra e você dissesse: "Não quero aprender, porque para mim basta somar, subtrair, multiplicar e dividir." Errado não é querer crescer. Errar é pensar que o que conhecemos em qualquer área da vida é suficiente. Porque a verdade não tem limite. Cada dia se aprende. E aprender significa crescer; e não existe crescimento sem dor. Talvez seja essa razão por que as pessoas resistem ao crescimento.



O canguru de plástico



Quando meu filho fez o primeiro aniversário, ganhou um canguru de plástico. Era um brinquedo barato, mas se afeiçoou a ele de todo coração. Não deixava o brinquedo para nada. Com ele ia à rua; com ele tomava banho; brincava e dormia. Os anos foram passando, e o canguru já estava velho. Era um pedaço de plástico quase sem forma, mas o garoto não deixava o brinquedo para nada.



Até que ele fez seis anos e chegou o momento de ir para a escola. No primeiro dia, lá estava ele uniformizado, com a mochila nas costas e o canguru nos braços. Foi difícil explicar àquela criança que tinha chegado o momento de deixar o canguru e partir para a escola. Dialogamos um bom tempo. Sua cabecinha entendeu, mas seu coração não aceitava.



Por que será que nós os seres humanos muitas vezes temos que viver neste mundo experiências semelhantes? A cabeça compreende, mas o coração não aceita. Dói aqui dentro, mesmo sabendo que é hora de partir em direção a um novo horizonte.



Havia lágrimas nos olhos de meu filho, quando olhou para seu amado canguru. Ele simbolizava os anos maravilhosos da inocência, da meninice, da despreocupação. Mas olhou para mim e viu o pai querido sofrendo com ele. Eu também tinha lágrimas em meus olhos, mas devia levar meu filho para a escola porque este era o seu futuro. E os dois juntos, de mãos dadas, partimos para a conquista de um novo horizonte.

Pode você neste momento, confiar em seu Pai amado? Ele está sofrendo junto com você. Ele conhece a dor de seu coração. Ele sabe a luta que você esta experimentando quando seus olhos, de repente, abrem-se a verdades que não conhecia, mas que estão ali, diante de você, nas Sagradas Escrituras. Confie em seu Pai. Ele não falhará.

Aconteceu de novo. Dezesseis membros da Ordem do Templo Solar - uma dessas seitas apocalípticas que aparecem a cada dia - cometeram suicídio coletivo. A polícia francesa descobriu, num bosque da aldeia de Saint-Pierre-de-Cherennes, perto da aprazível Grenoble, dezesseis mortos, entre os quais, três crianças. Catorze corpos estavam carbonizados e dispostos em círculo, seguindo o mesmo ritual macabro adotado no suicídio coletivo de 1995.




Como no trágico incidente anterior, as vítimas foram executadas voluntariamente, com tiros na cabeça, por outros dois membros da seita que eram policiais. Depois de queimar os corpos, os dois carrascos também se suicidaram. A primeira tragédia aconteceu em 1995, quando a seita induziu à morte 35 pessoas na Suíça e no Canadá.



A Ordem do Templo Solar é uma seita pequena, com pouco mais de 400 membros espalhados por vários países. Os líderes - o médico homeopata belga, Sue Jouret, e o francês Joseph di Mambro - convenceram os seus seguidores de que a morte era apenas uma espécie de transição para alcançar o planeta Sírius, lugar de eterna paz e bem-estar. Enquanto isso, eles se encarregariam de administrar os bens materiais dos seguidores!



A polícia encontrou na conta de um dos líderes, 200 milhões de dólares. Por que você acha que pessoas ricas e cultas são enganadas com tanta facilidade? O que aconteceu com o homem deste fim de século? Existe no coração humano um certo medo existencial. Independente de religião, cultura ou posição social, existe no fundo de cada homem a sensação de que este mundo caminha à destruição completa. E a pergunta é: Como?



Futuro incerto



Os estudiosos do crescimento populacional acreditam que a humanidade está se multiplicando tão aceleradamente que chegará a um ponto em que toda a produção de alimentos não será suficiente para atender as necessidades humanas. Os mais pessimistas crêem até que os homens começarão a se devorar uns aos outros.



Há, por outro lado, os que temem uma guerra nuclear. Acreditam que este planeta não sobreviveria a uma série de explosões atômicas. Para onde fugir então? A violência, o desamor, a exploração do homem pelo homem fazem-nos sentir que este mundo não é um lugar seguro para se viver. Os princípios morais que serviam como alicerces de uma sociedade justa estão sendo cada vez mais discutidos e colocados de cabeça para baixo. Racionaliza-se em torno do que é certo e errado. Discute-se o princípio de autoridade; rejeitam-se os valores espirituais.



Nossa sociedade tornou-se secularista. Deus não passa de um nome ou de uma simples "energia" que pode ser encontrada em tudo; mas que não tem poder nenhum para intervir nos destinos do homem. O capital encontra-se concentrado nas mãos de uns poucos, enquanto o trabalho não é valorizado. Na verdade, com os avanços da tecnologia, torna-se quase dispensável, deixando a grande massa humana em desespero quanto à sua sobrevivência.



Cultos apocalípticos



É preciso fugir deste mundo. Mas para onde? Eis o motivo por que aparecem constantemente cultos apocalípticos que, apesar dos trágicos desenlaces a que chegam, arrebanham seguidores em todos os países e em todas as classes sociais. Observe alguns exemplos:



Jim Jones levou 913 pessoas ao suicídio coletivo em 1978, na Guiana Francesa, prometendo que todos iriam para o Céu.

David Koresh, autoproclamando-se Filho de Deus, do ramo davidiano, levou à morte 70 homens, mulheres e crianças, confrontando-se com a polícia no ano de 1993, em Waco, Texas.

No Japão, membros da Seita Aumshinrikyo provocaram uma explosão "apocalíptica" no trem de Tóquio, em 1995. Onze pessoas morreram e cinco mil foram feridas.

A polícia mexicana acusou o pastor Ramón Morales Almozan de levar à morte 29 seguidores, sufocados em 1991. O pastor ordenava aos fiéis que continuassem orando, enquanto a fumaça tóxica inundava o templo.

Estima-se hoje que, só na Grã-bretanha, existam por volta de 500 cultos apocalípticos, chegando esse número a 2500 nos Estados Unidos. São pessoas angustiadas, desencantadas com a vida e procurando um mundo melhor. Elas estão dispostas a pagar qualquer preço a fim de encontrar o que procuram: um pouco de paz no coração e um lugar onde não haverá mais dor e sofrimento. Um lugar sem orgulho, rancor, cobiça, nem ciúmes doentios que destroem relações humanas.



O paraíso real



Incrível como pareça ser, este lugar existe. Não está no planeta de Sírius, nem virá com a era de Aquárius. O apóstolo João o descreve deste modo: "Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos...

Um dos anciãos tomou a palavra dizendo: 'Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e de onde vieram?' Respondi-lhe: 'Meu Senhor, Tu o sabes'. Ele, então, me disse: 'São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro... Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida, e Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima'." (Apocalipse 7:9,13 a 17).



Você vê? Este lugar existe. Não haverá ali mais dor. Nunca mais você será traído, nem abandonado. Nunca mais veremos crianças de rua condenadas por uma sociedade injusta. Nunca mais a morte arrancará de nossos braços as pessoas que mais amamos. Esse lugar existe. A Bíblia é clara ao afirmar que você e eu poderemos um dia estar presentes ali. Vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos.



A última noite do mundo



Mas antes que chegue aquele dia, é preciso passar a última noite deste mundo. Noite é sinônimo de escuridão, frio e, muitas vezes, medo. Mas o Sol do novo dia nasce depois que a noite escura passa.



Veja como o Apocalipse descreve este quadro: "Depois disto, vi quatro anjos em pé, nos quatro cantos da Terra, conservando seguros os quatro ventos da Terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma." (Apocalipse 7:1).



Vento, em profecia, é símbolo de destruição e guerra, e a João é revelado, na visão, que este mundo está ameaçado de destruição. Há um cataclismo universal se aproximando. Mas João vê algo mais: "Vi outro anjo que subia do nascente do Sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo: 'Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos de nosso Deus'." (Apocalipse 7:2 e 3).



Percebe? Antes dos quatro ventos destruidores soprarem sobre este mundo, é preciso que os servos de Deus sejam selados, ou seja, identificados, para serem poupados da fúria da Natureza que castigará este planeta sem medida. Como pode você saber se será selado como um servo de Deus ou não? É interessante notar que no Apocalipse achamos dois grupos de pessoas marcadas ou seladas. No capítulo 13, o poder religioso/político, simbolizado pela besta, faz que "a todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte". (Apocalipse 13:16). E no capítulo sete, os servos de Deus também são selados, na fronte, com o selo de Deus. [Veja também em Guiados Para Vencer I: Dois Animais Estranhos e o Número 666].



O selo de Deus e a marca da besta



Aqui surge de maneira natural a pergunta: "O que ou qual é a marca da besta e qual é o selo de Deus?" Veja que os que receberam o selo de Deus serão poupados da destruição, enquanto João diz que, "se alguém adora a besta e a sua imagem, e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus" (Apocalipse 14:9 e 10). Para saber o que é a marca da besta é preciso primeiro identificar qual é o selo de Deus. A marca da besta será o contrário.



Selo geralmente é a identificação de uma pessoa. O selo compreende nome, atribuições, autoridade e caráter do seu dono. Por trás do selo de Deus estão Sua autoridade, Sua Lei e os princípios eternos do governo divino. Por trás da marca da besta você pode achar, também, a pretensa autoridade, os decretos, e os princípios enganadores do diabo. Por trás do selo de Deus está o desejo de salvar. Por trás da marca da besta encontra-se a vontade de destruir. Por trás da selo de Deus estão o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e por trás da marca da besta estão o dragão, a besta e o falso profeta.



O selo de Deus é colocado na vida dos que "lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro" (Apocalipse 7:14), enquanto a marca da besta é colocada na vida dos que adoram o poder que se atribui poderes divinos sem tê-los. Aqui está em jogo novamente a autoridade divina. Quem tem a última palavra? A quem se deve obedecer?



Sábado: sinal divino



Se você for a Bíblia, achará a seguinte declaração: "Santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus." (Ezequiel 20:20).



Você pode dizer: "Ah, esse verso estava se referindo ao povo de Israel." Mas não está não. Se você analisar sem preconceitos a Sagrada Escritura, descobrirá que, ao longo da história humana, Deus teve sempre Sua Igreja. Essa Igreja esteve sempre formada pelos filhos de Deus que queriam obedecer à autoridade divina.

Por outro lado, em todo momento, houve também homens que quiseram escolher seu próprio caminho, rejeitando a voz de Deus. Foi assim desde o início. Caim e Abel receberam a ordem de oferecer um cordeiro como sacrifício a Deus. Abel obedeceu à ordem, e Caim decidiu fazer algo diferente: levou o fruto da terra. Perceba que caim não foi contra Deus. Ele ofereceu o sacrifício, mas não o fez como Deus ordenou, porém, como ele achava que deveria ser. Isso é fundamental. No fim da História, os que receberão a marca da besta não estarão contra Deus. Eles pensarão que estão servindo a Deus. Só que não o farão como Deus pediu, e sim como eles acham que deve ser.

A partir daquele incidente entre Caim e Abel, podemos distinguir a Igreja fiel a Deus. Veja como a Bíblia a identifica, no início: "Vendo os filhos de Deus que as Filhas dos homens eram formosas..." (Gênesis 6:2). Você vê? Aqui Deus identifica Sua igreja como "os filhos de Deus". Sempre houve uma Igreja de Deus. Não havia estrutura organizada, mas havia uma Igreja de Deus formada por filhos dispostos a obedecer. Esse grupo de pessoas que estavam dispostas a ser fiéis a Deus e que acreditavam na salvação em Cristo, simbolizada no sacrifício do cordeiro, chegou com o tempo a ser o povo de Israel. Esse povo, além de ser a Igreja de Deus, foi também um país politicamente organizado: tinha o sumo-sacerdote, que era a autoridade espiritual, e o rei, que era a autoridade política.



A tendência de Israel ao crescer como nação foi a de corromper-se doutrinal e espiritualmente. Note como o profeta descreveu essa situação: "Porque desde o menor deles até ao maior, cada um se dá à ganância, e tanto o profeta como o sacerdote usam de falsidade. Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: 'Paz, paz'; quando não há paz. Serão envergonhados, porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se..." (Jeremias 6:13 a 15).



No entanto, apesar da corrupção do povo e dos líderes religiosos, sempre existiu um remanescente fiel, que esteve disposto a obedecer a Deus. Esse era o verdadeiro povo de Deus; Sua verdadeira Igreja. A grande tragédia de Israel foi pensar que o fato de um dia ter sido chamado povo de Deus garantia-lhe esse estado para sempre. Eles esqueceram que o cordeiro, que era sacrificado diariamente como símbolo de Jesus, seria o único que garantiria sua condição de Igreja de Deus.



Jesus veio a este mundo. "Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam." (João 1:11). Jesus era o Messias Salvador. Ele era o verdadeiro Rei de Israel, mas o povo judeu gritou: "Não temos outro rei, senão César." A situação espiritual de Israel quando Jesus nasceu era calamitosa. Jesus, em pessoa, condenou a hipocrisia de seus líderes. Eram líderes aparentemente espirituais; reclamavam para si o direito de ser o povo de Deus, mas estavam longe de sê-lo.



Igreja cristã: o Israel espiritual



O erro do cristianismo está em pensar que Israel foi rejeitado por Deus e substituído pela Igreja cristã. Se você estudar conscienciosamente a Bíblia, verá que não é assim. Deus formou a Igreja cristã a partir de Israel e não em substituição a ele. Jesus escolheu o remanescente fiel. Aqueles que O aceitaram e O seguiram. A maioria O rejeitou como Messias, mas 12 decidiram segui-Lo e ser fiéis e obedientes a Deus. Esses 12 discípulos foram a base do que viria a ser a Igreja cristã.



A característica distintiva do cristianismo é aceitar a Jesus como Salvador e obedecer aos mandamentos de Deus. (Apocalipse 12:17; Apocalipse 14:12). E uma das chaves dessa obediência é o sábado como dia de repouso. Ezequiel diz que o sábado é o sinal, o selo, a identificação e a marca de Deus. Teria o sábado sido deixado só para Israel? Não, porque na criação, quando ainda não existia o povo de Israel, já fora estabelecido o sábado. O sábado era o sinal do povo de Deus.



Mas alguém pode dizer: "Israel já foi rejeitado e, junto com ele, o sábado." Isso não pode ser assim porque, em Apocalipse 7, João diz: "Então vi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel." (Apocalipse 7:4). Você vê? O remanescente espiritual de Israel é o cristianismo. São os que aceitaram a Jesus como Salvador e, por isso, "lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro". E são também os que decidiram guardar os mandamentos de Deus, o que inclui a observância do sábado. É por isso que recebem o sinal de Deus na fronte.



Obediência equivocada



Mas agora vem o inimigo de Deus e tenta impor sua própria maneira de adorar e obedecer. O diabo é astuto. Se ele não conseguir levar você a negar a existência de Deus e rejeitá-Lo, levá-lo-á a obedecer-Lhe de maneira errada. No jardim do Éden, disse Deus: "Se tocares no fruto desta árvore, morrereis". Aí veio o diabo e disse: "Não morrereis."



No coração de Sua santa lei, Deus escreveu: "Lembra-te do dia do sábado para santificá-lo." E aí vem o inimigo e diz: "Não precisa ser sábado. Pode ser também o domingo." A Caim ele disse: "Não precisa ser um cordeiro, pode ser também o fruto da terra." Enfim, não é como Deus diz, pode ser como você achar melhor.



Mas aí está o perigo: em pensar que se está servindo a Deus quando não se está. Pensar que se está obedecendo, quando se está agindo contra a vontade de Deus.

Pegue a sua Bíblia. Seja sincero, e tome todo o tempo que você precisar para achar um único verso bíblico que diga que o sábado não é mais o dia de repouso e que foi substituído pelo domingo. Você não achará. Por que então as pessoas guardam o domingo? Existem argumentos. Alguns crêem que o fato de Jesus ter ressuscitado no domingo é autorização para começar a guardar esse dia. Entretanto, a Bíblia não diz isso.



Domingo: sinal de autoridade humana



O mais dramático de tudo é fazer a seguinte pergunta: "Se o sábado é o sinal ou selo de Deus, qual é a marca da besta?" Lembre-se de que Apocalipse 13 fala de um poder religioso/político e também fala de um país poderoso que "seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta". (Apocalipse 13:14). Uma imagem é algo que representa. Quando você fala de verde-amarelo, vem à sua mente imediatamente o Brasil. Quando pensa em branco e azul, Argentina. Vermelho e branco, Peru. Isso porque são esses países que estão por trás dessas cores. Bom, qual é o poder que está por trás do domingo como dia de repouso?



Mais ainda: Apocalipse 13 continua dizendo que aquele poder faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes seja dada certa marca sobre a mão direita e sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número de seu nome.



Isso é assustador. Aqui a profecia indica que chegará um momento na história deste mundo em que quem guardar o sábado não poderá comprar nem vender. Parece imaginação doentia? Pois então pergunte-se: Hoje, ainda em tempos de paz, todos os jovens que guardam o sábado têm o direito de fazer suas provas na universidade em outro dia? Todas as pessoas que guardam o sábado podem fazer concursos para cargos públicos? Todas as pessoas têm o direito de trabalhar no domingo em lugar do sábado? Não é um assunto de mania de perseguição. É algo profético. Está escrito com toda clareza na Bíblia.



O último chamado à adoração



Não é apenas uma questão de dias: sábado ou domingo. O pano de fundo é obediência e adoração. Os seres humanos parecem não perceber que o inimigo está conseguindo o que sempre se propôs.



Mas em Apocalipse 14 levanta-se um grupo de pessoas, simbolizadas pelo anjo, para proclamar em alta voz o evangelho eterno. É algo que não muda. Sempre foi assim: salvação em Cristo e obediência aos Seus mandamentos. Esse clamor é:



"Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas." (Apocalipse 14:7)

Compare esta passagem com o quarto mandamento, que ordena guardar o sábado; ali diz:



"Porque em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou, por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou." (Êxodo 20:11)

Coincidência? Parece-lhe coincidência que o último chamado que Deus faz à humanidade tenha quase as mesmas palavras que Ele pronunciou quando disse que o sábado era santo? Mas o último chamado diz mais:



"Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte, ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus." (Apocalipse 14:9 e 10). E acrescenta: "retirai-vos dela, povo Meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos." (Apocalipse 18:4) - [Veja também em Próximos do Fim: A marca da Apostasia]

Portanto, este é um momento de decisão. O destino eterno do ser humano está em jogo. Não há mais tempo a perder, pois os últimos eventos da História estão próximos.

Capítulo 36 - A Vitória da Igreja e as Duas Grandes Ceias






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"Vindas são as bodas do Cordeiro!" Que tema para o cântico da multidão! E João ouve-os proclamando louvores. É, na verdade, um grito de triunfo. O grande sistema do mal e do engano está vencido. A grande e orgulhosa Babilônia está agora em desolação, e os santos estão prestes a receber sua final recompensa.



Do trono ali presente ecoa uma ordem festiva, convocando os servos de Deus e a todos os que O temem, tanto grandes como pequenos, para fazerem ouvir suas vozes em louvor. Esse coro é como o som "de muitas águas" e como "a voz de grandes trovões". Eles clamam, em triunfo: "Aleluia, pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.



Regozijemo-nos, e alegremo-nos, demos-Lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou." (Apocalipse 19:6 e 7).





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Apocalipse 19



Costumes Matrimoniais no Oriente.



Este explodir de júbilo é uma das mais sublimes passagens de toda a Escritura. Para entendermos melhor isto, devemos analisá-lo na situação de um casamento de acordo com os antigos costumes do Oriente. Em primeiro lugar, havia os esposais, considerados mais um ato do que o "compromisso" de nosso costume ocidental. A seguir, dava-se o pagamento do dote de casamento, uma parte importante do contrato. Após isto, vinha o período de preparação pessoal da parte da noiva, enquanto o noivo preparava a casa.



O casamento não era realizado na igreja, como estamos acostumados, mas era uma cerimônia singela em que o noivo dava um reconhecimento público de seu direito à noiva. Isto era realizado ao lançar ele sua capa ao redor do ombro da noiva, enquanto o acompanhamento se deslocava ao longo da estrada em que a festa nupcial devia ser realizada.



A festa nupcial, ou ceia das bodas, era um acontecimento espetacular, durando, às vezes, dias e mesmo semanas. O pai do noivo providenciava essa festa, e esta era costumeiramente realizada na casa do pai. Era uma ocasião de honrar a seu filho e, no caso de um casamento real, o rei às vezes dava um banquete a uma cidade ou a toda província, em homenagem ao jovem casal, como um sinal de afeição e honra. Este regalo, costumeiramente se realizava antes do casamento.



Quem é a Esposa?



Em Apocalipse 21:9 e 10 a esposa é claramente definida como sendo a Santa Cidade, a Nova Jerusalém. Em outros textos, porém, é a igreja chamada "esposa". No Apocalipse, a esposa é mencionada como ataviada em "linho fino, puro e resplandecente, sendo isto chamado "a justiça dos santos" - uma figura dificilmente aplicável a uma simples cidade material. (Apocalipse 19:8).



Há qualquer contradição aqui? - Absolutamente, não. A cidade é a esposa, mas uma cidade sem habitantes é apenas um aglomerado de edifícios e ruas. É o povo que ocupa a cidade, que reside em seus edifícios, que faz da cidade o que ela é. E a nova Jerusalém, com seus muros de jaspe e ruas de ouro, toda radiosa com a glória de Deus, deve ficar repleta de justos de todas as eras.



E mais, a Cidade Santa não é apresentada no Apocalipse como esposa até que todos os santos a estejam habitando.



Paulo chama a Jerusalém celestial "a mãe de todos nós". (Gálatas 4:26). Assim ele compara a igreja aos filhos da esposa. Nosso Senhor faz o mesmo quando fala de Seu povo como "os filhos das bodas". (Marcos 2:19). Em Suas parábolas, Ele assemelha a igreja a convidados a um banquete (Mateus 22:11), noutra ocasião, comparou-a a "dez virgens", ou damas de honra (Mateus 25:1). Essas diferentes ilustrações são usadas para ensinar lições importantes. Não se trata de contradição. É antes um novo modo de revelação divina. Precisamos delas para ter uma idéia completa do quadro.



Desde o início da história humana, Deus tem procurado súditos para Seu reino. Quando Adão pecou, Satanás, o sedutor do homem, reivindicou os reinos deste mundo. Mas, na "plenitude dos tempos", Deus mesmo veio na pessoa de Seu Filho "para buscar e salvar o que se havia perdido", e pelo sacrifício de Sua própria vida, o Filho recuperou a posse perdida. Ele é o Redentor ou o Resgatador celestial. E não devemos esquecer nunca que "Deus estava com Cristo, reconciliando consigo o mundo". (II Coríntios 5:19).



Antecipando o tempo em que o reino será de novo restaurado em favor da raça perdida, Deus, através de todos os séculos, tem estado a chamar os homens para que deixem os seus pecados e entrem em associação com Ele. Nas Escrituras, o relacionamento entre Deus e Seu povo tem sido muitas vezes ilustrado pela relação entre marido e mulher.



Isaías 54:4 e 5 Isaías 62:5 Jeremias 2:32; 6:2 Efésios 5:32

Oséias 2:19 e 20 Mateus 9:15 João 3:29 II Coríntios 11:2



A mais bela ilustração desta revelação do amor de Deus por Seu povo, no entanto, encontra-se na história de Abraão enviando seu servo para procurar uma esposa para Isaque, seu filho. (Gênesis 24).



Quando Deus chamou a nação de Israel, falou disto como de um noivado. "Desposar-te-ei em justiça", Ele disse. (Oséias 2:19). Alguns separam esses textos, procurando aplicá-los tanto a Israel como nação, como à igreja à parte de Israel, dependendo do ponto de vista particular do interpretador. Deus sempre teve uma só igreja - formada de todas as nações e reunida como um todo de cada geração de homens. Em Atos 7:38, lemos sobre a igreja no deserto". Esta igreja era definitivamente composta daqueles a quem Moisés tirou do Egito. Eram parte da verdadeira igreja de Deus, igreja esta que existe desde os dias de Adão. Por esta esposa, ou igreja, o Esposo celestial pagou um dote muito mais valioso do que ouro ou pedras preciosas. Este dote foi o Seu próprio sangue, por Ele voluntariamente derramado.



Após Seu sacrifício, veio o intervalo de separação, quando Ele voltou para a casa de Seu Pai, tempo durante o qual a esposa devia preparar-se. Ela devia ser vestida de "linho fino, puro e resplandecente", que é "justiça dos santos". (Apocalipse 19:8; Apocalipse 7:13).



Enquanto a noiva se prepara, o Noivo está-lhe preparando um lugar. "Vou preparar-vos lugar", Ele disse: "E se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e voz levarei para Mim mesmo." (João 14:2 e 3). Oh, bendita recepção, quando formos chamados para o Seu lado!



Em Cristo fomos escolhidos desde a eternidade. (Efésios 1:4; II Timóteo 1:9). Ao longo de todas a dispersão do Velho Testamento, as bodas têm sido anunciadas. Quando o Filho de Deus assumiu nossa carne, ela teve sua efetivação. Quando Ele Se sacrificou no calvário, o dote foi pago. Desde que Ele ascendeu ao Céu, a esposa tem estado a preparar-se, e o Esposo a preparar-lhe um lar - a Nova Jerusalém. Logo Ele virá e a chamará para que ocupe o lugar para ela preparado.



Antes que Ele deixe as cortes de glória, depois de haver concluído Sua intercessão, virá perante o Pai, o Ancião de Dias, sendo-Lhe aí dado o "domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem." (Daniel 7:13 e 14). Então é feito o anúncio: "Alegremo-nos, e regozijemo-nos, e demos-Lhe glória, porque são vindas as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou." (Apocalipse 19:7).



Se consideramos a Santa Cidade como esposa, então sabemos que ela está pronta. Mas resta aos habitantes dessa cidade preparar-se, pois logo o Esposo surgirá com toda a autoridade do Céu, ao vir como Conquistador para reclamar o que Lhe pertence.

O apóstolo, descrevendo essa cena, diz: "E vi o Céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-Se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça." (Apocalipse 19:11 e 14). Notai a palpitante descrição da vinda do Rei como se encontra nos versos 12 e 13:



"Seus olhos eram como chama de fogo; Sua cabeça estava adornada com muitas coroas, ou diademas; Suas vestes estavam salpicadas de sangue, e Ele portava o título: "Rei dos reis e Senhor dos senhores!"

Não admira que os ímpios se assombrem, que os não preparados habitantes da Terra fujam para as rochas e as montanhas, pedindo para serem escondidos "da face dAquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro!" (Apocalipse 6:16). Em contraste com isto está a expectante esposa - a igreja. A promessa é: "Bem-aventurado os que são chamados para as bodas do Cordeiro." (Apocalipse 19:9). Quando o Esposo vier, Ele tomará o Seu povo e conduzirá de volta ao reino de Seu Pai, onde participarão da ceia das bodas. Olhando para esse tempo, Jesus disse: "Não beberei deste fruto da vide até aquele dia em que o beba de novo convosco no reino de Meu Pai." (Mateus 26:29).



Quando Ocorrem as Bodas?



Terminado Seu ministério intercessório, Jesus vem perante o "Ancião de Dias" para receber o reino e o domínio pelos quais morreu. (Daniel 7:13). Isto representa, na realidade, as bodas do Cordeiro, e ocorre antes que Ele volte à Terra para buscar os Seus santos, os quais arrebatados para encontrá-Lo, são então levados para "as bodas do Cordeiro" na casa do Pai. (Apocalipse 19:7 a 9). Jesus disse: "Estejam cingidos os vossos lombos e acessas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor quando houver de voltar das bodas." (Lucas 12:35 e 36) - Ver Primeiros Escritos, págs. 55, 251 e 280; O Grande Conflito, págs. 426 a 428.



Os expectantes santos são a esposa para quem Ele volta. O reino e os súditos do reino são uma coisa só. Como convidados, eles vão para a festa de bodas; como a esposa, partilham os presentes nupciais outorgados pelo Pai como sinal de Sua afeição quando "o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu, serão dados aos santos do Altíssimo." "Chegou o tempo em que os santos possuíram o reino." Maravilhosa possessão! Vem depressa, grande dia de Deus!



Uma Segunda Ceia.



Os versos finais do capítulo 19 trazem à cena outra ceia. Não é uma festa nupcial de alegria e vitória como a que se celebra quando os justos entram à presença do Pai, mas é a trágica ceia das aves de rapina que vêm alimentar-se da carne dos ímpios, esses que, havendo rejeitado o convite para a ceia das bodas do Cordeiro, são destruídos pelo resplendor da presença de nosso Senhor. Os dias em que vivemos são dias de preparo. Enquanto o povo de Deus está se preparando para encontrar o seu Senhor em paz, as nações da Terra preparam-se para a guerra e o derramamento de sangue. Aqui está o chamado que sai para as nações: "Santificai uma guerra; suscitai os valentes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra." (Joel 3:9). O slogan de nossos dias parece ser: Fale de paz, mas prepare-se para a guerra. Certamente a seara está pronta para a ceifa.



Um Abrigo Seguro.



Logo, a besta e o falso profeta - os dois grandes sistemas de engano - serão finalmente lançados no fogo consumidor de Deus (Apocalipse 19:20), e os ímpios, por tanto tempo ousados e desafiadores, serão então destruídos "pelo resplendor de Sua vinda".



Trazidos de medo, os ímpios vêem o Senhor vindo em majestade e poder, e correm para os abrigos das rochas e para o topo das escarpadas montanhas, por temor do Senhor e da glória de Sua majestade, "quando Ele Se levantar para sacudir terrivelmente a Terra". Palácios altivos e edifícios considerados à prova de fogo, derreterão como piche. A única coisa que resistirá nesse dia será o caráter piedoso. Foi o caráter e a experiência cristã o que faltou as virgens loucas da parábola do Mestre. (Mateus 25:1 a 8). Deus diz:



"Farei cessar a arrogância dos atrevidos, abaterei a soberba dos tiranos. Farei que um homem seja mais precioso do que ouro puro, e mais raro do que o ouro fino de Ofir." (Isaías 13:11 e 12). Preciosa promessa!

Do trono de Deus, ouve-se uma voz, dizendo: "Louvai o nosso Deus, vós, todos os Seus servos." (Apocalipse 19:5). A palavra "trono" ou "assento" [lugar para sentar-se], ocorre 50 vezes neste livro, 37 vezes referindo-se ao trono de Deus, e 13 vezes ao trono de Satanás. Assim, temos uma guerra entre tronos e os reis que eles representam. Em face ao trono de Deus, o Seu caráter é vindicado e os propósitos do pecado são expostos. Quando o grande juízo se encerra, dois anúncios ecoam do trono, o primeiro: "Está Feito!" E então: "Eis que venho sem demora!"



João vê este poderoso Rei descendo em majestade, a fronte adornada com muitos diademas, pois Cristo é Rei de um reino multiforme, setuplicado: "Rei dos judeus" - pelo povo; Rei de Israel - nacional; Rei de Justiça - espiritual; Rei dos Séculos - histórico; Rei dos santos - eclesiástico; Rei do Céu - celestial; Rei da Glória - supremo. Tudo isto está unido no título: "Reis dos reis" (Apocalipse 19:16).

Quando Jesus venceu a morte e o autor do pecado, privou-o de sua pretensão de realeza. E assim é que Ele desce como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Ele morreu para que pudesse fazer-nos cidadãos do Seu reino.

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Roy A. Anderson, Revelações do Apocalipse, 2.ª ed., 1988, pág. 203.



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