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OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

OS DESTEMIDOS  GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO
A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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segunda-feira, 7 de março de 2011

SUCAM órgão que resultou da fusão do Departamento Nacional de Endemias

SUCAM


Da Sucam, órgão que resultou da fusão do Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu), da Campanha de Erradicação da Malária (CEM) e da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), a Fundação herdou experiência e conhecimento acumulados, ao longo de várias décadas, de atividades de combate às endemias de transmissão vetorial, que transformaram a Sucam no órgão de maior penetração rural no país. Sua estrutura operacional estava presente em todos os Estados brasileiros.

Não há localidade no interior do Brasil, por mais remota, que não tenha sido periodicamente visitada por guardas da Sucam. A eficiência e a disciplina desses servidores sempre foram reconhecidas pela população e pelas autoridades locais. Sua estrutura de campo foi também utilizada na execução de outras atividades de saúde pública, fora do âmbito de suas responsabilidades institucionais. Tinha como finalidade o controle ou erradicação das grandes endemias no Brasil, desenvolvendo quatro Programas de Controle de Doenças: Chagas, malária, esquistossomose e febre amarela, bem como cinco Campanhas Contra: a filariose, o tracoma, a peste, o bócio endêmico e as leishmanioses. Possuía em todas as unidades federadas diretorias regionais, que tinham em sua estrutura distritos sanitários, totalizando oitenta em todo o país, sendo essas as unidades responsáveis pela operacionalização de atividades de campo.
A Sucam foi legítima herdeira de um dos mais antigos modelos de organização de ações de saúde pública do Brasil, denominado sanitarismo campanhista. Esse modelo teve como premissa a revolução pasteuriana (alusão ao cientista francês Louis Pasteur) e foi implemantado pelo médico-sanitarista Oswaldo Cruz, na primeira década do século XX.


FSESP




Da Fsesp, a contribuição é representada por seu pioneirismo na associação das ações preventivas às de assistência curativa e de saneamento básico, desenvolvendo e consolidando métodos e experiências: de organização de sistemas locais de saúde; de municipalização de sistemas públicos de abastecimento de água; de tecnologias simplificadas e adaptadas à realidade local, voltadas para a promoção de melhorias sanitárias, e de fluoretação da água destinada ao consumo humano.



Nascida no auge da 2ª guerra mundial, a Fsesp tinha a missão de montar infra-estruturas sanitárias nas áreas onde existiam matérias-primas de interesse estratégico. O Serviço Especial de Saúde Pública, com o término da guerra, foi mantido pelos governos brasileiro e norte-americano, que o patrocinavam e decidiram mantê-lo como órgão capaz de solucionar parte dos nossos complexos problemas de saúde e saneamento, sobretudo nas regiões menos desenvolvidas. Seu caráter de serviço especial permitia-lhe uma flexibilidade de execução e uma capacidade de adaptação que a destinavam à tarefa específica de levantar os padrões sanitários das zonas rurais brasileiras.



O Serviço Especial de Saúde Pública atuava em regiões despovoadas e extremamente pobres, como os interiores do Nordeste e da Amazônia. E como seus serviços foram, sempre, desenvolvidos em comunidades carentes de qualquer infra-estrutura urbana, também incluiu-se o saneamento como parte integrante de sua rotina sanitária. Durante quase 50 anos de existência, chegou a atuar em 600 municípios, operando cerca de 861 unidades básicas de saúde. Manteve, ainda, o Instituto Evandro Chagas (IEC), que possuía o principal laboratório de investigação em arbovirose no país e desenvolvia inúmeros projetos de investigação científica nos campos da Virologia. Dele faziam parte o Centro Nacional de Primatas (Cenp), que estudava a biologia e a reprodução de animais para pesquisas científicas, e a Escola de Enfermagem de Manaus (EEM), que preparava profissionais de enfermagem para os quadros da Fundação Sesp e Região Amazônica.

SNABS E SNPES




A Snabs e a Snpes, mesmo dispondo de reduzido quadro de pessoal técnico e atuando apenas no nível central nacional, puderam durante os 14 anos de existência, implantar e implementar importantes programas de saúde pública, por meio do trabalho de coordenação com secretarias estaduais de saúde e instituições técnico-científicas diversas, os quais a Funasa recebeu como legado.



Na Snabs, os resultados mais expressivos ocorreram na área de imunizações, cujo trabalho obteve reconhecimento internacional. Destacam-se as seguintes contribuições: extensão das atividades sistemáticas de vacinação a todos os municípios brasileiros, estabelecendo mecanismos eficientes para assegurar o suprimento gratuito de imunobiológicos, assim como estratégias de mobilização social, que proporcionaram substancial elevação das coberturas vacinais; implantação do controle nacional de qualidade de todos os imunobiológicos utilizados no Programa Nacional de Imunizações (PNI); regulamentação técnica e implementação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; desenvolvimento de experiência na operacionalização da vacinação contra a poliomielite e na vigilância epidemiológica da doença, que resultou no Plano de Erradicação da Poliomielite; consolidação do Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade; Sistema de Laboratórios de Saúde Pública; concepção e promoção, em efera nacional, do Programa Nacional de Zoonoses, como estratégia para a municipalização e desenvolvimento pioneiro, de atividades integradas de controle e prevenção de acidentes ofídicos.



Da Snpes, foram transferidas as ações de Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária e de Dermatologia Sanitária que, em princípio, atuavam, respectivamente, no controle da tuberculose e da hanseníase, tendo por base a experiência de trabalho em todo o território nacional, à luz do modelo campanhista, que trouxe importante aumento de cobertura. Posteriormente, sua atuação foi ampliada para as demais pneumopatias e para as dermatoses de interesse sanitário. Herdou, ainda, o Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), criado em 1986, em Curicica/RJ, com a finalidade de dar suporte técnico-científico à Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária (Dnps) e à Campanha Nacional Contra a Tuberculose (Cnct). Com a extinção da Campanha e a transformação da Dnps em Coordenação Nacional de Pneumologia Sanitária, subordinada à Fundação Nacional de Saúde, o Centro de Referência passou a assumir parte das atribuições da Cnct, entre elas, a responsabilidade pelos cursos de especialização.

FUNASA HOJE
O Decreto nº 3.450, de 10 de maio de 2000, estabeleceu como competência da Fundação Nacional de Saúde a “Gestão do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde”. As atribuições fundamentais da vigilância ambiental em saúde referem-se aos processos de produção, integração, processamento e interpretação de informações, visando ao conhecimento dos problemas de saúde relacionados aos fatores ambientais e execução de ações relativas às atividades de promoção à saúde, prevenção e controle de doenças.



A Funasa, até 2003 trabalhou na estruturação e apoio às secretarias estaduais de saúde na organização do sistema que prioriza a vigilância de fatores biológicos (vetores, hospedeiros, reservatórios, animais peçonhentos) e de contaminantes ambientais, químicos e físicos, que possam interferir na qualidade da água, ar e solo, e os riscos decorrentes de desastres naturais e de acidentes com produtos perigosos, conformando um sistema de informação integrado e tendo como fundamento a mesma base territorial e temporal.



Compreendia, também, as ações voltadas ao suprimento, a distribuição e ao controle da qualidade das vacinas, soros e reagentes demandados pelo país. (artigo. 16, inciso 111, alínea b, VIII e X, da Lei nº 8.080/1990).



No âmbito da Engenharia de Saúde Pública, a Funasa atua na promoção à saúde, prevenção e controle de doenças e agravos, especialmente em municípios de pequeno porte e em áreas indígenas.



Nesse sentido, a Funasa vem buscando a integração entre as políticas públicas de saúde e saneamento, mediante soluções descentralizadas e organizadas a partir dos municípios, apoiando técnica e/ou financeiramente o desenvolvimento de ações de saneamento nos municípios, a partir de critérios epidemiológicos e ambientais, tendo como suporte critérios de elegibilidade e prioridades por meio dos indicadores de saúde.



No ano de 2003, com a posse do novo Governo e com a reestruturação do Ministério da Saúde, que, entre outras transformações, absorveu as atribuições até então de competência do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), passou a Funasa a contar com duas áreas finalísticas de atuação: Atenção Integral à Saúde dos Povos Indígenas e Saneamento Ambiental.



Considerado, então, o novo cenário político e institucional, se fez necessário a elaboração de um Plano Estratégico que refletisse as características do novo Governo e da própria Funasa, tendo em vista a natureza de suas atribuições finalísticas.



A elaboração do Plano Estratégico da Funasa se deu de forma amplamente participativa, e contou com a colaboração voluntária dos seus servidores que, respondendo a uma pesquisa de visão e percepção da instituição, apresentaram as sugestões para a melhor atuação da Funasa.



Simultaneamente à pesquisa realizada junto aos servidores, todos os dirigentes da Funasa apresentaram as suas considerações e sugestões acerca de suas respectivas áreas de atuação, de forma a subsidiar os preparativos para a realização da Oficina de Planejamento Estratégico propriamente dita, quando foram definidos a Missão, as Diretrizes e os Objetivos Estratégicos da Funasa, como se segue:



» Missão



“Realizar ações de saneamento ambiental em todos os municípios brasileiros e de atenção integral à saúde indígena, promovendo a saúde pública e a inclusão social, com excelência de gestão, em consonância com o SUS e com as metas de desenvolvimento do milênio.”





CRONOLOGIA HISTÓRICA




Uma Visão Histórica da Saúde Brasileira



A História da Saúde Pública no Brasil tem sido marcada por sucessivas reorganizações administrativas e edições de muitas normas. Da instalação da colônia até a década de 1930, as ações eram desenvolvidas sem significativa organização institucional. A partir daí iniciou-se uma série de transformações, ou melhor, foram criados e extintos diversos órgãos de prevenção e controle de doenças, culminando, em 1991, com a criação da Fundação Nacional de Saúde.



No que concerne à saúde preventiva, ao longo de toda a existência, o Brasil enfrentou diversas dificuldades institucionais e administrativas decorrentes do limitado desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, bem como pela expansão da assistência médica, atrelada à lógica do mercado. Mas, também, principalmente, pelo lento processo de formação de uma consciência dos direitos de cidadania.



Desde a década de 1960, ocorreu intensa publicação de normas para acompanhar o aumento da produção e consumo de bens e serviços, surgindo conceitos e concepções de controle. Regulamentou-se a iodação do sal, águas de consumo humano e serviços. Reformou-se o laboratório de análises, surgindo o Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS), que recebeu um grande estímulo pela implantação do Programa Nacional de Imunização, cuja execução requeria o controle sanitário de vacinas.



No movimento pela redemocratização do país, cresceram os ideais pela reforma da sociedade brasileira, com o envolvimento de diversos atores sociais, sujeitos coletivos e pessoas de destaque. Sanitaristas ocuparam postos importantes no aparelho de estado. A democratização na saúde fortaleceu-se no movimento pela Reforma Sanitária, avançando e organizando suas propostas na VIII Conferência Nacional de Saúde, de 1986, que conferiu as bases para a criação do Sistema Único de Saúde.



Naquele evento, os participantes denunciavam os desmandos na saúde e clamavam por ações de garantia dos direitos da população.



O movimento social reorganizou-se na última Constituinte, com intensa luta travada pela afirmação dos direitos sociais. Em 1988, nova ordem jurídica, assentada na Constituição, define o Brasil um Estado Democrático de Direito, proclama a saúde direito de todos e dever do estado, estabelecendo canais e mecanismos de controle e participação social para efetivar os princípios constitucionais que garantem o direito individual e social.



Além do Sistema Único de Saúde, outros sujeitos de direito que requerem proteção específica também foram reconhecidos, assim como os povos indígenas, crianças e adolescentes, deficientes físicos, etc. Inegavelmente, a sociedade brasileira deu um passo significativo em direção à cidadania. É preciso, porém, reconhecer que a proteção e a promoção à saúde são de responsabilidade pública, ou seja, de competência de todos os cidadãos do país, o que implica participação e controle social permanentes.





1521





D. Manoel baixa o Regimento do Físico-Mor e do Cirurgião-Mor do Reino, e instituindo os Comissários-Delegados nas Províncias, inclusive no Brasil.



1550

Em Portugal, os almotacéis eram encarregados da saúde do povo, com o papel de verificar os gêneros alimentícios e destruir os que estavam em más condições. Ao Brasil-Colônia eram extensivas a legislação e as práticas vigentes em Portugal.



1744





No reinado de D. João V, foi reiterada, ao então Vice-Rei do Brasil, Conde de Galvêas, determinação relativa às atribuições dos Comissários-Delegados, que instruía sobre a obrigatoriedade de aceitar a Delegação de Físico-Mor.



1782





Por lei da Rainha D. Maria I, foi reformada a organização estabelecida, sendo instituída a Junta do Protomedicato, formada por sete deputados, com atribuições semelhantes às do Físico-Mor. A fiscalização foi enfatizada.



1808





Criação da primeira organização nacional de saúde pública no Brasil. E em 27 de fevereiro foi criado o cargo de Provedor-Mor de Saúde da Corte e do Estado do Brasil, embrião do Serviço de Saúde dos Portos, com delegados nos estados.





Alvará sobre regimentos e jurisdição do Físico-Mor e Cirurgião-Mor e seus delegados (Alvará de 23/11/1808).



1828





Após a Independência, foi promulgada, em 30 de agosto, a lei de Municipalização dos Serviços de Saúde, que conferiu às Juntas Municipais, então criadas, as funções exercidas anteriorme nte pelo Físico-Mor, Cirurgião-Mor e seus Delegados. No mesmo ano, ocorreu a criação da Inspeção de Saúde Pública do Porto do Rio de Janeiro, subordinada ao Senado da Câmara, sendo em 1833, duplicado o número dos integrantes.



1837





Ficou estabelecida a imunização compulsória das crianças contra a varíola.



1846





Obedecendo o mesmo critério de luta contra as epidemias, foi organizado o Instituto Vacínico do Império.





Mandou executar o regulamento do Instituto Vacínico do Império (Decreto nº 464, de 17/8/1846).



Segunda metade do século XIX





A Revolução Industrial determinou uma profunda repercussão na estrutura social da humanidade e sobre a saúde pública. Além disso, a revolução trouxe conseqüências graves, pois as populações foram deslocadas das pequenas comunidades rurais e trazidas em massa para os centros urbanos em formação, o que criou condições propícias aos graves surtos de doenças epidêmicas.



1850





Autorizou o governo a despender recursos para medidas tendentes a obstar a propagação da epidemia reinante, e nos socorros dos enfermos, necessitados, e a empregar, para esse fim, as sobras da receita, e falta destes emitir apólices, ou fazer outra qualquer operação de crédito (Decreto nº 533, de 25/4/1850);





Concedeu ao Ministério do Império um crédito extraordinário de duzentos contos para ser exclusivamente despendido no começo de trabalhos para melhorar o estado sanitário da capital e de outras províncias do império (Decreto nº 598, de 14/9/1850).



Até esse ano, período as atividades de Saúde Pública estavam limitadas a: delegação das atribuições sanitárias às Juntas Municipais; controle de Navios e Saúde dos Portos e Autoridades Vacinadoras contra a varíola.





A tuberculose, conhecida havia séculos, encontrou novas condições de circulação, capaz de amplificar de tal modo a sua ocorrência e a sua letalidade, passando a ser uma das principais causas de morte, e atingindo especialmente os jovens nas idades mais produtivas.



1851





Regulamentação da lei que criou a Junta Central de Higiene Pública, subordinada ao Ministro do Império.





Abriu ao Ministério do Império um crédito extraordinário para despesas com providências sanitárias tendentes a atalhar o progresso da febre amarela a prevenir o seu reaparecimento e a socorrer os enfermos necessitados (Decreto nº 752, de 8/1/1851).





Mandou executar o regulamento do registro dos nascimentos e óbitos (Decreto nº 798, de 18/6/1851).





Abriu ao Ministério do Império um crédito extraordinário para as despesas com a epidemia de bexigas, na província do Pará e em outras (Decreto nº 826, de 26/9/1851).





Mandou executar o regimento da junta de Hygiene Pública (Decreto nº 828, de 29/9/1851);





Abriu ao Ministério do Império um crédito extraordinário para as despesas com a junta de Hygiene Pública naquele exercício (Decreto nº 835, de 3/10/1851).



1878





Tornou-se obrigatória a desinfecção terminal dos casos de morte por doenças contagiosas, a critério da autoridade sanitária.





Tratou de providências sobre a desinfecção das casas e estabelecimentos públicos ou particulares (Decreto nº 7.027, de 6/9/1878).



1897





Nesse ano, os serviços relacionados com a saúde pública estavam na jurisdição do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, compreendidos na Diretoria Geral de Saúde Pública.



Primeiras décadas do século XX





Surgiu a implantação da administração científica, por meio da utilização da estatística como instrumento de mensuração dos fenômenos sociais.





Epidemias de doenças transmissíveis, em particular a febre amarela e a malária, produziram um impacto dramático de mortalidade nas cidades e nos principais canteiros de obras localizados nos países periféricos, causando prejuízo ao comércio e dificultando a expansão do capitalismo.



A solução, na época, veio sob a forma de incentivo público às pesquisas biomédicas, sobretudo àquelas dirigidas às doenças tropicais e à formação de equipes de trabalho organizadas em moldes militares, capazes de intervir com disciplina e eficácia quando necessário. Estavam criadas as campanhas sanitárias. O sucesso dessas campanhas sanitárias destacou-se tanto por seus resultados no controle de processos epidêmicos, como pelo exemplo de articulação entre o conhecimento científico, a competência técnica e a organização do processo de trabalho em saúde.



1900

Foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, com o objetivo de fabricar soros e vacinas contra a peste.



1902





Conhecido como “Túmulo dos Estrangeiros”, o Rio de Janeiro do início do século 20 era considerado um desafio ao desenvolvimento do país. O Presidente Rodrigues Alves, ciente da importância de ter uma capital moderna, estabeleceu como prioridade o saneamento e a reforma urbana da cidade. Para isso, convidou o engenheiro Pereira Passos para a Prefeitura e o sanitarista Oswaldo Cruz para a Diretoria Geral de Saúde Pública, o que iria inaugurar a nova era para a higiene nacional. Ampliou as atividades do Instituto Soroterápico Federal, que não mais se restringiu à fabricação de soros, mas passou a dedicar-se também à pesquisa básica e qualificação de recursos humanos.



1903

Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou suas memoráveis campanhas de saneamento. Seu primeiro adversário: a febre amarela, que angariara para o Rio a reputação de “Túmulo dos Estrangeiros” e que matou, de 1897 a 1906, quatro mil imigrantes.





Oswaldo Cruz estruturou a campanha contra a febre amarela em moldes militares, dividindo a cidade em dez distritos sanitários, cada qual chefiado por um delegado de saúde. Seu primeiro passo foi extinguir a dualidade na direção dos serviços de higiene. Para isso, estabeleceu uma conjugação de esforços entre os setores federais e a Prefeitura, com a incorporação à Diretoria Geral de Saúde Pública do pessoal médico e de limpeza pública da municipalidade.



A polícia sanitária adotava medidas rigorosas para o combate ao mal amarílico, inclusive multando e intimando proprietários de imóveis insalubres a demolí-los ou reformá-los. As brigadas; mata-mosquitos percorriam a cidade, limpando calhas e telhados, exigindo providências para proteção de caixas d’água, colocando petróleo em ralos e bueiros e acabando com depósitos de larvas e mosquitos.





Nas áreas de foco, expurgavam as casas, pela queima de enxofre e piretro e providenciavam o isolamento domiciliar dos doentes ou sua remoção para o Hospital São Sebastião.





Oswaldo Cruz baseou o combate à febre amarela no êxito da campanha realizada pelos americanos em Havana e em algumas experiências realizadas no Brasil, que comprovavam o acerto da teoria do médico cubano Carlos Finlay, de que o transmissor da doença era um mosquito: o Aedes aegypti, na época conhecido como Stegomyia fasciata ou Culex aegypti.





Numa época em que ainda se acreditava que a maior parte das doenças era provocada pelos ares pestilenciais, a idéia de “se pagar a rapagões para caçar mosquitos”, como dizia uma revista de então, só poderia provocar o riso. O jovem pesquisador bem que tentou alterar a opinião pública, fazendo publicar seus Conselhos ao Povo, uma série de folhetos educativos. Mas enfrentava a oposição de grande parte da classe médica, que não acreditava na teoria de Finlay.





Oswaldo Cruz não foi poupado: charges diárias na imprensa, canções com letras maliciosas, quadrinhas... Mas o riso logo se transformou em indignação, devido ao rigor com que eram aplicadas as medidas sanitárias — especialmente a remoção dos doentes e a entrada nas casas para o expurgo, mesmo sem autorização dos proprietários.





Em seguida, Oswaldo Cruz iniciou sua luta contra a peste bubônica. A campanha previa a notificação compulsória dos casos, isolamento e aplicação do soro fabricado em Manguinhos nos doentes, vacinação nas áreas mais problemáticas, como a zona portuária, bem como desratização da cidade. A associação entre ratos e mosquitos era irresistível. E a decisão da Saúde Pública de pagar por cada roedor capturado, dando origem aos inúmeros compradores de gabirus que percorriam a cidade, só agravou a situação. Mas, em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.



1904





Instituiu a “Reforma Oswaldo Cruz”, que criou o Serviço de Profilaxia da Febre Amarela e a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção (com responsabilidade de combate à malária e à peste no Rio de Janeiro) (Decreto Legislativo nº 1.151, de 5/1/1904).





Tornou obrigatória, em toda a República, a vacinação e a revacinação contra a varíola (Decreto nº 1.261, de 31/10/1904).





Na reforma de Oswaldo Cruz, foi criada a Diretoria Geral de Saúde Pública, a qual se destinava a atender aos problemas de saúde da capital do país e prosseguir na defesa sanitária dos portos brasileiros.





Em 1904, uma epidemia de varíola assolou a capital. Somente nos cinco primeiros meses, 1.800 pessoas foram internadas no Hospital São Sebastião. Embora uma lei prevendo imunização compulsória das crianças contra a doença estivesse em vigor desde 1837, ela nunca fora cumprida. Assim, a 29 de junho de 1904, o Governo enviou ao Congresso projeto reinstaurando a obrigatoriedade de vacinação antivariólica.

Suas cláusulas previam vacinação antes dos seis meses de idade e para todos os militares, revacinação de sete em sete anos e exigência de atestado de imunização para candidatos a quaisquer cargos ou funções públicas, para quem quisesse se casar, viajar ou matricular-se numa escola. Davam ainda à polícia sanitária poderes para convidar todos os moradores de uma área de foco a se imunizarem. Quem se recusasse seria submetido à observação médica em local apropriado, pagando as despesas de estadia.





O projeto estipulava ainda punições e multas para médicos que emitissem atestados falsos de vacinação e revacinação, obrigava diretores de colégio a obedecerem as disposições sobre imunização dos estudantes e instituía a comunicação de todos os registros de nascimento.





Estas medidas draconianas estarreceram a população e a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Os jornais lançaram violenta campanha contra a medida. Parlamentares e associações de trabalhadores protestaram e foi organizada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a Revolta da Vacina. Choques com a polícia, greves, barricadas, quebra-quebra, tiroteios — nas ruas, a população se levantou contra o governo.





No dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha aderiu à rebelião, mas após intenso tiroteio os cadetes foram dispersados. No bairro da Saúde, no Porto Arthur carioca, os protestos continuaram. Finalmente, o Governo decretou estado de sitio e, no dia 16, conseguiu derrotar o levante, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina.



1907





Criação do Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (atual Instituto Oswaldo Cruz), onde foram estabelecidas normas e estratégias para o controle dos mosquitos, vetores da febre amarela (Decreto nº 1.802, de 12/12/1907).





A febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro. Em setembro de 1907, no IV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, Oswaldo Cruz recebeu a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro.



1908





O Instituto Soroterápico Federal foi rebatizado como Instituto Oswaldo Cruz.





Em 1908, uma violenta epidemia de varíola levou a população em massa aos postos de vacinação.





Oswaldo Cruz reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.



1909





Em 1909, Oswaldo Cruz deixou a Diretoria Geral de Saúde Publica, passando a dedicar-se apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Do Instituto, lançou importantes expedições científicas, que possibilitaram maior conhecimento sobre a realidade sanitária do interior do país e contribuíram para a ocupação da região. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento na Amazônia, que permitiu o término da obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes entre os operários. O sanitarista recomendou uma série de medidas drásticas a serem implantadas, sem demora. Os cuidados sanitários começariam antes do operário chegar à ferrovia, com o engajamento de pessoal em áreas não palustres, exame médico minucioso e fornecimento de quinino durante a viagem. Recomendou ainda exames periódicos nos empregados, fornecimento diário de quinino, desconto dos dias em que o trabalhador não ingerisse o medicamento e gratificação para o operário que passasse três meses sem sofrer nenhum acesso de malária. Finalmente, aconselhou a construção de galpões telados para alojamento do pessoal, fornecimento de água fervida, uso de calçados, locais determinados para a defecação.





Também em 1909, Carlos Chagas descobriu a doença, provocada pelo Tripanosoma cruzi, que então passou a se chamar doença de Chagas. O primeiro caso identificado por Carlos Chagas, foi o da menina Berenice, de dois anos, moradora do município de Lassance/MG, local onde o pesquisador se instalou para combater a malária entre os trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil.



1913





Em 1913, Oswaldo Cruz foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1915, por motivo de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Em 18 de agosto de 1916, assumiu a prefeitura daquela cidade, traçando vasto plano de urbanização, que não pôde ver implantado. Sofrendo de crise de insuficiência renal, morreu na manhã de 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos de idade.



1914





A Inspetoria de Isolamento e Desinfecção foi transformada em Inspetoria de Serviços de Profilaxia.



1917





Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto Oswaldo Cruz, em 14 de fevereiro de 1917.



1918





Foi criado o Serviço da Quinina Oficial, profilático da malária, inicial a dos medicamentos do estado, necessários ao saneamento no Brasil (Decreto nº 13.000, de 1/5/1918).





Foram iniciadas as atividades do Serviço de Profilaxia Rural, subordinado à Inspetoria de Serviços de Profilaxia (Decreto nº 13.001, de 1/5/1918).



1920





Novo marco importante da evolução sanitária brasileira com a reforma de Carlos Chagas que, reorganizando os Serviços de Saúde Pública, criou o Departamento Nacional de Saúde Pública. A regulamentação desse diploma legal sofreu substituição e modificações até a publicação do Decreto em 1923, que vigorou como Regulamento Sanitário Federal, por muitos anos.





Regulamentou o Decreto nº 3.987, de 2 de janeiro de 1920, que criou o Departamento Nacional de Saúde Pública (Decreto nº 14.189, de 26/5/1920).



Aprovou o regulamento para o Departamento Nacional de Saúde Pública, em substituição do que acompanhou o Decreto nº 14.189, de 26 de maio de 1920 (Decreto nº 14.354, de 15/9/1920).



1921





Instituiu a “Reforma Carlos Chagas”, que ampliou as atividades de cooperação com estados, por meio da Diretoria de Saneamento e Profilaxia Rural (Decreto nº 15.003, de 15/9/1921).



1930





Criação do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública (Decreto nº 19.402, de 14/11/1930).





Os serviços relacionados com a saúde pública foram transferidos para o novo Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública.





Reativado o Serviço de Profilaxia de Febre Amarela, em função da epidemia de 1927-1928, no Rio de Janeiro, e da dispersão do mosquito transmissor.



1931





Em março de 1931, o sanitarista João de Barros Barreto assumiu a diretoria do Serviço Sanitário Estadual de São Paulo. Na gestão desse médico, foi formada a Secretaria Estadual de Educação e Saúde Pública, embora o Decreto que ordenou a sua criação tenha sido um dos últimos atos do dirigente anterior. Vale lembrar que já em 14 de novembro de 1930, com o Decreto nº 19.402, o Governo Federal havia criado o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública.



1932





Convênio com a Fundação Rockefeller, para intensificação das atividades de controle da febre amarela, encerrado em 1939, com a extinção do Serviço de Profilaxia da Febre Amarela.





No Brasil surgiram o ensino e a pesquisa científica no campo da administração, com a criação do Instituto de Organização Racional do Trabalho (Idort). Na década de 1930, outro passo importante na racionalização da Administração Pública foi a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp).



1936





A comissão chefiada por Evandro Chagas chegou ao Pará, instalando-se na localidade de Piratuba, município de Abaetetuba. Liderando uma equipe de médicos e farmacêuticos, Evandro Chagas constatou que a Amazônia era um campo vasto para pesquisa nas áreas médica e científica. O cientista sugeriu ao governador paraense na época, José da Gama Malcher, a criação de um instituto de pesquisa para ampliar os estudos de doenças regionais, como malária, leishmaniose, filariose. Nasceu então, em 11 de novembro de 1936, o Instituto de Patologia Experimental do Norte (Ipen) atual Instituto Evandro Chagas (IEC).



1939





Criação do Serviço de Malária do Nordeste (SMN) para intensificar o combate ao Anopheles gambiae, introduzido em Natal/RN, em 1930. Foi estabelecido, com essa finalidade, novo convênio com a Fundação Rockefeller. O SMN existiu até 1941, quando foi erradicado o mosquito (Decreto nº 1.042, de 11/1/1939).



1940





As atividades relativas à proteção da maternidade, da infância e da adolescência, anteriormente sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Saúde Pública, passaram para o Departamento Nacional da Criança, com a transformação da Divisão de Amparo à Maternidade e à Infância daquele Departamento (em 1948, o DNCr foi reorganizado).



Em dezembro de 1940, o Ipen passou a se chamar Instituto Evandro Chagas (IEC), em homenagem ao cientista, morto prematuramente num acidente aéreo.



1941





Nesse período, foi processada nova reforma da Saúde Pública Federal, orientada por Barros Barreto. A estrutura criada manteve as linhas gerais durante vários anos, apesar dos cortes sofridos em várias oportunidades.





Reorganizou o Departamento Nacional de Saúde, do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, define sua competência, composição e criou: a Divisão de Organização Sanitária; Divisão de Organização Hospitalar; Instituto Oswaldo Cruz; Serviço Nacional de Lepra; Serviço Nacional de Tuberculose; Serviço Nacional de Febre Amarela; Serviço Nacional de Malária; Serviço Nacional de Peste; Serviço Nacional de Doenças Mentais; Serviço Nacional de Educação Sanitária; Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina; Serviço de Saúde dos Portos; Serviço Federal de Águas e Esgotos; Serviço Federal de Bioestatistica; e Sete Delegacias Federais de Saúde, e deu outras providências. (Decreto Lei nº 3.171, de 2/4/1941).



1942





Autorizou ao então Ministério da Educação e Saúde, organizar o Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp), em cooperação com o Institute of Interamerican Affairs, do Governo Americano (Decreto Lei nº 4.275, 17.4.1942).





Assinado convênio básico, que estabelecia o desenvolvimento de atividades de saneamento, profilaxia da malária e assistência médico-sanitária às populações da Amazônia, onde se extraía a borracha necessária ao esforço de guerra.



Em 31 de julho de 1942, o Instituto Evandro Chagas (IEC), fundado em 10 de novembro de 1936 sob a denominação de Instituto de Patologia Experimental do Norte, passou a integrar o Sesp, na condição de laboratório central.





A ampliação do convênio básico levou o Sesp a atuar no Vale do Rio Doce, prestando assistência aos trabalhadores na reconstrução da estrada de ferro Vitória-Minas.





I Conferência Nacional de Saúde.



1943





Criação da Campanha Contra a Bouba.





Implantação dos Postos Experimentais de Combate à Esquistossomose (Catende/PE) e ao Tracoma (Jacarezinho/PR).



1944





Criação do Serviço Nacional de Helmintoses (em especial a esquistossomose e a ancilostomose).





Novo convênio com o governo americano assegurou o funcionamento do Sesp até 1948.



1948





Instalado o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz, em Bambuí/MG, que desenvolveu os primeiros estudos para o controle da doença de Chagas.





Criação do primeiro Conselho de Saúde, considerado por William Wech o marco inicial da Saúde Pública moderna. A saúde do povo era integralmente reconhecida como importante função administrativa de governo. Quanto melhores as condições de saúde da população, tanto maiores seriam as possibilidades econômicas de um país.



1949





Novos convênios permitiram a expansão do Sesp para outras regiões do país.



1951





Decisão da Assembléia Mundial da Saúde em promover o controle da varíola em todo o mundo.



1953





Criação do Ministério da Saúde, regulamentado pelo Decreto nº 34.596, de 16 de novembro de 1953 (Lei nº 1.920, de 25/7/1953).





Tornou obrigatária a iodação do sal de cozinha destinado a consumo alimentar nas regiões bocígenas do país (Lei nº 1.944, de 14/8/1953).



1954





Estabeleceu normas gerais sobre a defesa e proteção da saúde. “Art.1º - É dever do Estado, bem como da família, defender e proteger a saúde do indivíduo” (Lei nº 2.312, de 3/ 9/1954).



1956





Criou o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERu), que incorporou os programas existentes, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Saúde (febre amarela, malária e peste) e da Divisão de Organização Sanitária (bouba, esquistossomose e tracoma), órgãos do novo Ministério da Saúde (Lei nº 2.743, de 6/3/1956).





Delimitação da área bocígena no Brasil e regulamenta o uso do sal iodetado (Decreto nº 39.814, de 17/8/1956).



1958





Criação do Grupo de Trabalho para a Erradicação da Malária (Gtem).



1960





Transforma o Sesp em Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (Fsesp), vinculada ao Ministério da Saúde (Lei nº 3.750, de 11/4/1960).



1961





Início da produção, no Brasil, da vacina liofilizada contra a varíola, em substituição à tradicional, em forma de linfa, pouco estável.





Realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra a poliomielite: projetos experimentais em Petrópolis/RJ e Santo André/SP.





Introdução da técnica de diagnóstico laboratorial da poliomielite, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC).





Regulamentação do Código Nacional de Saúde, Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954, estabelecendo as Normas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde (Decreto nº 49.974-A, de 21/1/1961).



1962





Instituição da Campanha Nacional contra a Varíola, coordenada pelo Departamento Nacional de Saúde, com a organização de operações de vacinação em diversos estados, mediante mobilização de recursos locais.





Primeiro ensaio para administração da vacina BCG Intradérmica, no Brasil.



1965





Criação da Campanha de Erradicação da Malária (CEM), independente do DENERu (Lei nº 4.709, de 28/6/1965).



1966





Criação da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), também subordinada diretamente ao Ministério da Saúde, dirigida por pessoal dos quadros da Fundação Sesp (Decreto nº 59.153, de 31/8/1966).



1969





O Sesp passou a denominar-se Fundação de Serviços de Saúde Pública Fsesp (Decreto Lei nº 904, de 1/10/1969).





Organizado, pela Fundação Sesp, o sistema de notificação de algumas doenças transmissíveis, prioritariamente aquelas passíveis de controle por meio de programas de vacinação.





Criação, pela Fundação Sesp, do Boletim Epidemiológico.



1970





Reorganizou administrativamente o Ministério da Saúde, criando a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam), subordinada à Secretaria de Saúde Pública e incorporando o DENERu, a CEM e a CEV (Decreto nº 66.623, de 22/5/1970).





Criação da Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística da Saúde (Dnees), no Departamento de Profilaxia e Controle de Doenças.



Instalação das unidades de Vigilância Epidemiológica da Varíola, em âmbito estadual.





Instituída a Fundação Oswaldo Cruz, congregando inicialmente o então Instituto Oswaldo Cruz, a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde (posteriormente Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) e o Instituto Fernandes Figueira. As demais unidades que hoje compõem a Fiocruz foram incorporadas ao longo dos anos.





Nas décadas de 1950 e 1960, o Instituto Oswaldo Cruz defendeu o movimento para a criação do Ministério da Ciência e a transferência do setor de pesquisas para o novo órgão. No entanto, o Ministério da Saúde priorizou a produção de vacinas. Essa polêmica culminou no Massacre de Manguinhos, em 1970, com a cassação dos direitos políticos e aposentadoria de dez renomados pesquisadores da Instituição. Em 1985, eles foram reintegrados.



1971





Instituído o Plano Nacional de Controle da Poliomielite, importante marco para as atividades de vacinação do país. Projeto piloto no estado do Espírito Santo, que incluiu estudo para avaliar a resposta sorológica à vacina e para introduzir a metodologia de campanhas estaduais realizadas em um só dia.



Criação da Central de Medicamentos (Ceme) e início da organização do sistema de produção e distribuição de medicamentos essenciais, inclusive produtos imunobiológicos.



1975





Aprovou o Estatuto da Fsesp, que vigorou até 1991 (Decreto nº 76.165, de 27/8/1975).





Dispôs sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, e o Programa Nacional de Imunizações. Estabeleceu normas relativas à notificação compulsória de doenças (Lei nº 6.259, de 30/10/1975).





Realização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Meningite Meningocócica (Camem).





Início da implantação, em todo país, do sistema de registro de doses de vacinas aplicadas.



1976





Regulamentou a Lei nº 6.259/75. Dispôs sobre a organização das Ações de Vigilância Epidemiológica, e o Programa Nacional de Imunizações. Estabeleceu normas relativas à notificação compulsória de doenças (Decreto nº 78.231, de 12/8/1976).





Extinguiu a exigência de atestado de vacinação contra a varíola (Decreto nº 78.248, de 16/8/1976).





Aprovou o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento no Nordeste (Decreto nº 78.307, de 24/8/1976).





Implantação do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).





Estabelecimento das doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS nº 314, de 27/8/1976).





Implantação do sistema nacional de vigilância de casos suspeitos de poliomielite, com apoio de laboratórios de diagnóstico, o que permitiu definir o perfil epidemiológico da doença no país.





Criou a Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde (Snabs) e a Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde (Snpes) (Decreto nº 79.056, de 30/12/1976).





Campanha de Vacinação Contra a Meningite Menigocócica (Sucam e Fsesp).



1977





Aprovação do modelo da Caderneta de Vacinação (Portaria GM/MS nº 85, de 4/4/1977).





Ocorrência dos últimos casos de varíola registrados no mundo.





Publicação do Manual de Vigilância Epidemiológica e Imunizações Normas e Instruções.





Instituiu o Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Portaria GM/MS nº 280, de 21/7/1977).





Aprovação da meta de imunizar todas as crianças no mundo até 1990, pela Organização Mundial de Saúde (OMS).





Definição das vacinas obrigatórias para os menores de um ano, em todo território nacional (Portaria Ministerial nº 452, de 1977).



1978





Elevação dos percentuais de cobertura vacinal, que em 1975 eram de 20%, para 40% em média.





Participação de técnicos brasileiros no 1º Curso Internacional de Rede de Frio, patrocinado pela Opas.



1979





Certificação, pela OMS, da erradicação global da varíola.





Implantação, pela Fiocruz, do concentrado viral para diluição da vacina contra sarampo.





Criação da Comissão Interministerial para o PNI (Portaria Interministerial MS/MPAS nº 1, de 9/5/1979).





Publicação e distribuição, pela Fundação Sesp, do documento “O Refrigerador na Conservação de Vacinas.”





Dispôs sobre a intensificação e expansão de serviços básicos de saúde e saneamento; aprovou o Programa de Intriorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass) para o período 1980-1985 (Decreto nº 84.219, de 14/11/1979).



1980





Extinção da obrigatoriedade da vacinação contra a varíola (Portaria GM/MS nº 55, de 29/1/1980).





Lançado o Plano de Ação Contra a Poliomielite, estabelecendo os dias nacionais de vacinação.





Demonstração do impacto epidemiológico dos dias nacionais de vacinação contra a poliomielite realizados em 14 de junho e 16 de agosto, pela drástica redução da incidência da doença, em todas as regiões do país.





Constituição do Grupo Interministerial de Coordenação incumbido de elaborar o Plano de Ação de Controle da Poliomielite, promover e coordenar o seu desenvolvimento em âmbito nacional (Portaria GM/MS nº 106, de 3/3/1980).



Institucionalização da rede de apoio laboratorial ao diagnóstico da poliomielite, coordenada pela Fiocruz.



1981





Executado o Plano de Ação Contra o Sarampo, por intermédio de campanhas estaduais de vacinação (adoção da estratégia de campanha para a vacina contra o sarampo, mantida por alguns estados em 1982 e 1983).





Constituido o Grupo de Trabalho para o Controle da Qualidade de Imunobiológicos (GT/CQI) (Portaria GM/MS nº 163, de 15/7/1981).





Transferência formal à Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde (Snabs), do Ministério da Saúde, da coordenação dos Programas Nacionais de Imunizações e de Vigilância Epidemiológica, que havia sido delegada à Fsesp, em 1974.





Inauguração do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz.





Reconhecidos como Laboratórios Nacionais de Saúde Pública, em apoio ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, aqueles com competência para tanto, atuando sob a supervisão da Divisão Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, da Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde, bem como definição de suas competências, as unidades credenciadas para as atividades e respectivas áreas de abrangência (Portaria GM/MS nº 217, de 17/9/1981).



1982





Dinamizado o sistema de informações sobre a mortalidade, com a publicação do primeiro anuário de dados.





Estabelecidas Normas Técnicas para o Sistema de Vigilância Epidemiológica.





Mudança do esquema de vacinação contra o sarampo, recomendando dose única, a partir dos nove meses de idade.





Publicação e distribuição do documento “Bases Técnicas para Programas de Controle da Poliomielite”, consolidação de toda a orientação normativa sobre o assunto.





Realização do Encontro Nacional de Controle de Doenças e do 1º Curso Nacional sobre Rede de Frio.



1983





A estratégia de dias nacionais de vacinação passa a ser recomendada pela Opas e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), sendo adotada por outros países latino-americanos.





Início da realização, pelo INCQS, do controle de qualidade dos imunobiológicos distribuídos pelo PNI.





Criação do Comitê Interorgânico de Controle de Doenças Transmissíveis, coordenado pela Snabs e integrado por representantes da Fsesp, da Fiocruz, da Sucam, do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (Inan), entre outros.





Realização do Treinamento Básico em Vigilância Epidemiológica (Tbve), nas cinco macrorregiões do país.



1984





Realizados dois dias nacionais de multivacinação, com a aplicação seletiva das vacinas DPT e contra o sarampo, em 24 unidades federadas.





Introdução, em alguns estados, da estratégia de multivacinação utilizando a mobilização para os dias nacionais de vacinação contra a poliomielite.





Definição da Snabs como unidade orçamentária responsável pelo suprimento de imunobiológicos para o PNI. A aquisição dos produtos passou da Ceme para a Fiocruz, mediante convênio com a Snabs.





Implantação do Sistema de Aquisição, Distribuição, Controle de Qualidade e Desenvolvimento Tecnológico de Imunobiológicos para o PNI.





Publicação e distribuição da primeira edição do Manual de Vacinação do PNI.





Publicação e distribuição de cartilhas sobre Vigilância das Doenças Imunopreveníveis (nº 1 e 2), destinadas ao pessoal auxiliar de saúde.



1985





Instituído o Programa de Controle de Acidentes Ofídicos.





A vacinação com a BCG passou a ser responsabilidade do PNI.





Início do Programa Pólio Plus, do Rotary Internacional, para promover a imunização infantil.



Criação da Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), na Fiocruz.





Elaboração da proposta de Política Nacional de Imunobiológicos e do Programa de Auto-Suficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni).





Aprovação, pela Conferência Sanitária Pan-Americana, de proposta para erradicar a transmissão de poliovírus selvagem no continente.





Criação do Subsistema Nacional de Controle de Doenças Transmissíveis.





Realização, em âmbito nacional, do Curso Básico de Vigilância Epidemiológica (Cbve), do Curso Intensivo de Vigilância Epidemiológica (Cive) e do Curso de Aperfeiçoamento para Epidemiologistas.





Avaliação da capacitação de recursos humanos com o Cbve e o Cive, pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).





Publicação e distribuição da primeira edição do Guia de Vigilância Epidemiológica.



1986





Aprovou o Plano de Ação para a Erradicação da Poliomielite no Brasil (Resolução Ciplan nº 4, de 6/2/1986).





Introdução do Dia Nordestino de Vacinação Contra a Poliomielite.





Criação do personagem símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé Gotinha, e publicação do documento “A marca de um compromisso.”





Publicação e distribuição da primeira edição do Manual de Procedimentos para Vacinação.





O Brasil, como membro do Conselho Diretivo da Opas, aprovou a Resolução nº 31, que propôs a erradicação da transmissão do poliovírus selvagem nas Américas.



Criação do grupo técnico incumbido de coordenar as atividades pertinentes à erradicação da poliomielite no país, o GT/Pólio.





Realização, no Rio de Janeiro, do 1º Curso Internacional de Vigilância Epidemiológica para Erradicação da Poliomielite nas Américas, promovido pela Opas/OMS.





Elaboração do Plano de Ação para o Programa de Erradicação da Poliomielite e sua aprovação em âmbito interministerial.





Início da edição do Informe Semanal do Programa de Erradicação da Poliomielite.





VIII Conferência Nacional de Saúde, marco para as bases da criação do Sistema Único de Saúde.



1987





Dispôs sobre a criação do Programa de Desenvolvimento de Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (Suds) nos estados (Decreto nº 94.657, de 20/7/1987).





Realização de inquérito de cobertura em municípios com alta incidência de poliomielite.





Ampliação da marca-símbolo da erradicação da poliomielite, o Zé Gotinha, para todo o PNI e publicação do documento “A marca: desenvolvimento e uso.”



1988





Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988

Arts. 196 a 200 - Seção II - Da Saúde.





Título VIII, Capítulo II, Seção II, Da Saúde





Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:



descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

participação da comunidade.

Parágrafo único. O Sistema Único de Saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recurso do orçamento da Seguridade Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

§3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

§4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo o tipo de comercialização

Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:



controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;

fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano;

participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.



1989





Ocorrência do ultimo caso de poliomielite no Brasil.





Elaboração do documento: “PNI 15 anos, uma análise crítica.”





Início do controle da hepatite B, com a realização de vacinação na Amazônia Ocidental.



1990





Transferiu as atribuições, o acervo e os recursos orçamentários da Sucam para a Fsesp, que passou a denominar-se Fundação Nacional de Saúde (FNS) (Medida Provisória nº 151, de 15/3/1990).





Autorizou o Poder Executivo a instituir a Fundação Nacional de Saúde (FNS), mediante incorporação da Fsesp e Sucam (Lei nº 8.029, de 12/4/1990).





Transferiu da Snpes para a Sucam o Programa de Controle da Hanseníase e outras dermatoses (Portaria GM/MS nº 873, de 27/6/1990).





Instituiu o SUS, definindo seus objetivos, competências e atribuições; princípios e diretrizes; organização, direção e gestão. Criou o subsistema de atenção à saúde indígena; regulou a prestação de serviços privados de assistência à saúde; definiu políticas de recursos humanos; financiamento; gestão financeira; planejamento e orçamento (Lei nº 8.080, de 19/9/1990).





Transferiu para a FNS: da Snabs, o Programa Nacional de Imunizações PNI, o Plano de Ação para Erradicação da Poliomielite, o Programa Nacional de Zoonoses, o Sistema de Vigilância Epidemiológica, o Sistema de Informações sobre Mortalidade e o Sistema de Laboratórios de Saúde Pública; e da Snpes, a Pneumologia Sanitária e a Dermatologia Sanitária (Portaria GM/MS nº 1.331, 5/11/1990).





Incorporou à Fundação Nacional de Saúde (FNS) as atividades de informática do SUS, desenvolvidas pela Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev) (Lei nº 8.101, de 6/12/1990).





Gestão participativa no SUS; forma de alocação dos recursos oriundos do Fundo Nacional de Saúde (Lei nº 8.142, de 28/12/1990).





Evolução das coberturas de vacinação para índices em torno de 90%.





Início da elaboração do dossiê sobre coberturas vacinais para sensibilização de governadores, prefeitos e outras lideranças, com o apoio do Unicef.





Criação, pela Opas/OMS, da Comissão Internacional para Certificação da Erradicação da Poliomielite nas Américas.



1991





Transferiu para a FNS todas as atividades do Programa de Auto-Suficiência Nacional em Imunobiológicos (Pasni), da extinta SNABS (Portaria GM/MS nº 46, de 17/1/1991).





Encarregou a Fsesp da coordenação dos projetos destinados à promoção, proteção e recuperação da saúde do índio (Decreto nº 23, de 4/2/1991).





provou o Projeto de Saúde Yanomami (Portaria Interministerial MS/MJ nº 316, de 11/4/1991).





Intensificação da vacinação de recém-nascidos com a BCG-ID, nas maternidades de grande porte.





Introdução da vacinação contra a febre amarela na rotina dos serviços permanentes de vacinação, nas áreas endêmicas.





Implementação e ampliação da vacinação contra a hepatite B, na Amazônia Ocidental.





Instituiu a Fundação Nacional de Saúde (FNS) (Decreto nº 100, de 16/4/1991).





Aprovou a Estrutura Regimental do Ministério da Saúde (Decreto nº 109, de 2/5/1991).





Criação do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (Portaria GM/MS nº 389, de 6/5/1991).





Início do Plano de Eliminação do Tétano Neonatal, com vacinação de mulheres em idade fértil, nos municípios de risco.





Publicação e distribuição do documento “Como Organizar a Vacinação no Município”, produzido pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e pelo Unicef.





O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recebe o Prêmio Criança e Paz 1991, outorgado pelo Unicef, como programa que se destacou na defesa e na promoção dos direitos da criança e do adolescente.





Realização de concurso para homenagear municípios do Nordeste que alcançaram coberturas iguais ou superiores a 80%, promovido pelo Unicef e pelo Ibam.



1992





Implantação do Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, com a realização de campanha nacional de vacinação em menores de 15 anos.





Implantação da vacina contra a hepatite B, para grupos de alto risco de infecção pelo vírus HB, em todo país.





Início da implantação do Sistema de Vigilância de Eventos Adversos à Vacinação.





Redefinição dos instrumentos para coleta das informações do PNI, com desmembramento por idade e inclusão dos códigos do SIA/SUS.





Transferência da Cenadi, da Fiocruz, para a FNS. A Fundação assumiu a responsabilidade pela aquisição e o controle dos imunobiológicos.





Edição do Informe Epidemiológico do SUS, pelo Cenepi/FNS/MS.



1993





Reestruturação do Sistema de Informação do PNI, com padronização de formulários.





Início da instalação dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), no Ceará, em São Paulo, no Paraná e no Distrito Federal.





Publicação e distribuição do documento “A Criança, a Vacina e o Município”, produzido pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP, o Grupo de Defesa dos Direitos da Criança, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), a Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).





Definiu a descentralização das ações e serviços de saúde da Fundação Nacional de Saúde (FNS), como prioridade político-institucional (Portaria FNS nº 1.883, de 16/12/1993).



1994





Aprovou o Regimento Interno dos Órgãos que compõem a Estrutura Regimental da Fundação Nacional de Saúde (Portaria GM/MS nº 1.835, de 1/11/1994).





Obtenção, pelo Brasil, do Certificado Internacional de Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem.



A vacinação contra a febre amarela passou a ser responsabilidade do PNI.





Instalação de CRIE em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pará.





Revisão, atualização e ampliação do Guia Nacional de Vigilância Epidemiológica (1ª edição).



1995





Aprovou os códigos das unidades organizacionais integrantes da estrutura regimental da Fundação Nacional de Saúde (publicado no Boletim de Serviço do MS nº 7 de 17/2/1995, p. 3) (Portaria GM/MS nº 163, de 15/2/1995).





Implantação do Subsistema de Controle de Estoque e Distribuição de Imunobiológicos (EDI).





Lançamento do Projeto para Redução da Mortalidade na Infância (Prmi), integrante do Programa Comunidade Solidária.





Inclusão das metas do PNI nas ações relevantes do setor saúde, acompanhadas pela Presidência da República.



1996





Realização de campanha nacional de vacinação contra a hepatite B, envolvendo escolares e odontólogos; esses últimos em parceria com o Conselho Nacional de Odontologia.





Implantação de CRIE em mais três unidades federadas: Bahia, Espírito Santo e Pernambuco.



1997





Dispôs sobre a transferência da Escola de Enfermagem de Manaus, unidade organizacional da Fundação Nacional de Saúde, para a Fundação Universidade do Amazonas (Lei nº 9.484, de 27/8/1997).





Implantação da vacina monovalente contra a rubéola no pós-aborto e no pós-parto.





Ampliação do número de CRIE, com a instalação no Rio Grande do Sul, Piauí, Amazonas, Mato Grosso, Amazonas e Paraíba.





Descentralização do suporte técnico ao sistema SI-PNI, nas unidades federadas.





Introdução de nova sistemática na aquisição de imunobiológicos mediante integração ao Fundo Rotatório da Opas/OMS.





Autorizou o Poder Executivo a transformar o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) da Fundação Nacional de Saúde, em Subsecretaria de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), vinculando-a à Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde (Artigo 52 - Medida Provisória nº 1.549-32, de 11/7/1997).





Conclusão e publicação das Normas de Produção e Controle de Qualidade das Vacinas Bacterianas, de Soros e da Vacina Anti-Rábica de uso humano (Portaria GM/MS nº 661, de 22/12/1997).







1998





Transferiu da Fundação Nacional de Saúde para a Secretaria de Políticas de Saúde, do Ministério da Saúde, a coordenação das ações de promoção, proteção e recuperação da saúde relacionadas à pneumologia sanitária, subordinando técnica e administrativamente ao Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), situado no Rio de Janeiro. Extinguiu a Coordenação de Informações e Análise da Situação de Saúde (Ciass), do (Cenepi) (Portaria GM/MS nº 3.635, de 18/9/1998).





Transferiu da Fundação Nacional de Saúde para a Secretaria de Políticas de Saúde, do Ministério da Saúde, a coordenação das ações de promoção, proteção e recuperação da saúde relacionadas à Dermatologia Sanitária (Portaria GM/MS nº 3.637, de 18/9/1998).





Revogou as Portarias GM/MS nº 3.635 e nº 3.637, de 18 de setembro de 1998 (Portaria GM/MS nº 3.911, de 30/10/1998).





Determinou a transferência das seguintes unidades operacionais da Fundação Nacional de Saúde: I. Unidades de assistência à saúde: unidades mistas, centros e postos de saúde até dia 31/12/1998. II. Oficinas de saneamento, até 31/12/1998. Determinou a transferência das atividades de epidemiologia, ainda existentes, das Coordenações Regionais da Fundação Nacional de Saúde para as Secretarias Estaduais de Saúde (Portaria GM/MS nº 3.843, de 5/11/1998).





Implantação, na rotina, da vacina contra o Haemophilus influenzae tipo B, para menores de um ano, em todo o país.





A aquisição, armazenamento e distribuição das vacinas contra a raiva de uso humano e de uso canino, e do soro anti-rábico passam a ser responsabilidade do PNI.





Instalação de CRIE em Goiás, totalizando 24 Centros e abrangendo 80% das unidades federadas.





Informatização do Sistema de Vigilância de Eventos Adversos Pós-Vacinação.





Inclusão de metas do PNI no Projeto de Estruturação da Vigilância em Saúde (Vigisus), da FNS, financiado pelo Banco Mundial.





Responsabilização direta dos municípios pela execução da vacinação, na rede de serviços, a partir da sua habilitação às condições de Gestão estabelecidas pela NOB/96: Gestão Plena de Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal.





Instituiu o Núcleo Estadual de São Paulo, em conseqüência extinguiu a Coordenação Regional de São Paulo (Portaria FNS nº 538, de 17/12/1998).



1999





Instituiu e formalizou a distribuição de competências dos órgãos do MS quanto ao Sistema Nacional de Informações em Saúde. Designou a FNS/Cenepi como gestora dos Sistemas: Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), Sistema de Informações de Nascidos Vivos (Sinasc), Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) e Sistema de Avaliação do Programa de Imunizações - API (Portaria GM/MS nº 130, de 12/2/1999).





As atividades de vigilância epidemiológica, especialmente de dengue, febre amarela, malária, leishmaniose, esquistossomose, Chagas, peste, bócio, oncocercose e outras, executadas pelo Departamento de Operações (Deope), passaram a integrar ao Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi). Subordinou também ao Cenepi o Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF), a Central Nacional de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos - (Cenadi) e o Instituto Evandro Chagas (IEC) (Portaria FNS nº 125, de 18/2/1999).



Reestruturou a Unidade de Gerência de Projetos (UGP), na fase execução do Projeto de Estruturação do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde (Vigisus) (Portaria FNS nº 298, de 9/4/1999).





Extinguiu a Coordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde no Distrito Federal, e deu outras providências (Portaria FNS nº 299, de 13/4/1999).



Estabeleceu a Base Deliberativa e a Base Operacional do Comitê Central de Planejamento (Coplan), da Fundação Nacional de Saúde (Instrução Normativa Funasa nº 1, de 27/5/1999).





Aprovou o Plano de Ação da Fundação Nacional de Saúde para o Biênio 1999/2000 (Instrução Normativa Funasa nº 2, de 27/5/1999).





Transferiu da Fundação Nacional do Índio (Funai) para a Fundação Nacional de Saúde pessoal, patrimônio e orçamento vinculados às ações de atenção à saúde indígena (Art. 28-B - Medida Provisória nº 1.911-8, de 29/7/1999).





Subordinou administrativamente à Funasa os servidores ocupantes de cargos redistribuídos da Funai para a Funasa, que exerciam atividades relacionadas com a saúde dos povos indígenas (Portaria Conjunta Funasa/Funai nº 1, de 25/8/1999).





Dispôs sobre as condições para prestação de assistência à saúde dos povos indígenas no âmbito do SUS. Estabeleceu as condições de assistência à saúde dos povos indígenas pela Funasa (Decreto nº 3.156, de 27/8/1999).





Criou o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Lei nº 9.836, de 23/9/1999).





Criou os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei). Estabeleceu competências para os Dsei. Instituiu estrutura e organização dos DSEI (Portaria Funasa nº 852, de 30/9/1999).





Regulamentou a NOB/SUS nº 1/1996 no que se refere as competências dos três níveis de governo na área de epidemiologia e controle de doenças. Definiu a sistemática de financiamento (Portaria GM/MS nº 1.399, de 15/12/1999).



2000





Estabeleceu os critérios e procedimentos para aplicação de recursos financeiros (Portaria Funasa nº 176, de 28/3/2000).





Aprovou o estatuto e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) (Decreto nº 3.450, de 9/5/2000).





Aprovou os códigos e denominações das unidades organizacionais integrantes do estatuto da Funasa. Delegou competência ao Presidente da Funasa para aprovação do respectivo Regimento Interno (Portaria GM/MS nº 511, de 24/5/2000).
Aprovou a estrutura regimental e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas do MS (Decreto nº 3.496, de 1/6/2000).


Estabeleceu os procedimentos relacionados à cessão de servidores a estados, Distrito Federal e municípios, que executam ações na área de epidemiologia e controle de doenças (Instrução Normativa Funasa nº 3, de 17/7/2000).

Estabeleceu os procedimentos relacionados à cessão de bens móveis e imóveis utilizados nas atividades de epidemiologia e controle de doenças (Instrução Normativa Funasa nº 4, de 17/7/2000).


Aprovou o Regimento Interno da Funasa (Portaria Funasa nº 410, de 10/8/2000).


Instituiu o Núcleo de Resposta Rápida em Emergências Epidemiológicas (Nurep), da Funasa (Portaria Funasa nº 473, de 31/8/2000).
Alterou os artigos. 34, 35, 156, 160, 167 e 198 da Constituição Federal e acrescentou artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde (Emenda Constitucional nº 29, de 13/9/2000).


Instituiu os Comitês Regionais de Planejamento (Coreplan) (Portaria Funasa nº 584, de 7/11/2000).


Alterou a redação de dispositivos da Portaria Funasa nº 410, de 10.8.2000 (Portaria Funasa nº 608, de 23/11/2000)
Estabeleceu os procedimentos e as responsabilidades relativos ao Controle e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano e seu padrão de potabilidade (Portaria GM/MS nº 1.469, de 29/12/2000).
2001
Aprovou a Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS-SUS 1/2001) que ampliou a responsabilidade dos municípios na atenção básica; definiu o processo de regionalização da assistência; criou mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do SUS e procedeu à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios (Portaria GM/MS nº 95, de 26/1/2001).
Estabeleceu ação integrada do Ministério da Saúde e Ministério Desenvolviemnto Agrário, no Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária na Amazônia Legal (Piacm) (Portaria Interministerial MS/MDA nº 279, de 8/3/2001).
Implantou a Agenda Nacional de Saúde. Estabelece os eixos prioritários de intervenção para o ano 2001, sendo instrumento de orientação estratégica da Política de Saúde no Brasil. Definiu responsabilidades (Portaria GM/MS nº 393, de 29/3/2001).
Promoveu alterações na composição e competências do Coplan (Portaria Funasa nº 304, de 25/5/2001).
Ampliou, para o exercício de 2001, a aplicação dos critérios de elegibilidade para projetos destinados ao atendimento de municípios enquadrados nos critérios do Projeto Alvorada (Portaria Funasa nº 447, de 31/7/2001).


Regulamentou a Portaria GM/MS nº 1.399/99, no que se refere às competências da União, estados, municípios e DF na área de Vigilância Ambiental em Saúde (Instrução Normativa Funasa nº 1, de 25/9/2001).

Definiu a relação de doenças de notificação compulsória em todo o território nacional (Portaria GM/MS nº 1.943, de 18/10/2001).
Adotou a vacinação obrigatória de trabalhadores das áreas portuárias, aeroportuárias, de terminais e passagens de fronteira (Portaria GM/MS nº 1.986, de 25/10/2001).
Estabeleceu os critérios para a suspensão de transferência de recursos do Piso de Atenção Básica (PAB) e o cancelamento da certificação para gestão das ações de epidemiologia e controle de doenças, na falta de alimentação de dados do Sinasc, por mais de 60 dias (Portaria Funasa nº 627, de 5/12/2001).

Estabeleceu procedimentos para a elaboração, implementação e acompanhamento da Programação Pactuada Integrada de Epidemiologia e Controle de Doenças (PPI-ECD) (Instrução Normativa Funasa nº 2, de 6/12/2001)
Dispensou a exigência da apresentação do Programa de Educação em Saúde e Mobilização Social (Pesms) de que trata a Portaria Funasa nº 176/2000, quando da celebração de convênios que tenham por objetivo a realização de ações de saneamento básico em áreas indígenas (Portaria Funasa nº 633, de 6/12/2001).
Dispôs sobre a criação da Comissão Permanente de Saúde Ambiental, do Conselho Nacional de Saúde (Portaria GM/MS nº 2.253, de 11/12/2001).
2002
Aprovou os critérios e procedimentos para a aplicação de recursos financeiros destinados a: 1.1. saneamento, 1.2. saúde indígena, 1.3. vigilância ambiental, 1.4. educação em saúde, 1.5. Pesquisa (Portaria Funasa nº 1, de 2/1/2002).
Dispôs sobre a organização do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Sislab). Designou a Funasa como o gestor da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica e Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Ambiental (Portaria GM/MS nº 15, de 3/1/2002).
Incluiu as ações de epidemiologia e controle de doenças na gestão da atenção básica de saúde (Portaria GM/MS nº 44, de 3/1/2002).
Aprovou o Manual de Procedimentos de Segurança em Controle de Vetores; Anexo do Capítulo VIII, do Manual de Gestão de Insumos Estratégicos (Portaria Funasa nº 10, de 15/1/2002).

Aprova a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Portaria GM/MS nº 254, de 31/1/2002).
Instituiu, no âmbito do SUS, o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais, a ser desenvolvido pelos três níveis de gestão. Definiu as competências e atribuições relativas à implantação/gestão do Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais em cada nível de direção do SUS; estabeleceu níveis assistenciais; delegou à Funasa a coordenação do Sistema Epidemiológico das Hepatites Virais; e o uso de imunobiológicos para a prevenção das hepatites virais, e deu outras providências (Portaria GM/MS nº 263, de 5/2/2002).
Aprovou a NOAS/SUS/ 1/2002, que ampliou as responsabilidades dos municípios na atenção básica (Portaria GM/MS nº 373, de 27/2/2002).
Aprovou a estrutura organizacional do Projeto Vigisus (estruturação do sistema nacional de vigilância em saúde). Adequou a estrutura organizacional da Unidade de Gerencia de Projeto (UGP), do Projeto Vigisus (Portaria Funasa nº 57, de 12/3/2002).
Acrescentou capítulo e artigo à Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispôs sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento correspondentes; regulamentou a assistência domiciliar no âmbito do SUS, e deu outras providências (Lei nº 10.424, de 15/4/2002).
Alterou os artigos 19 e 20 da Portaria GM/MS nº 1.399, de 15 de dezembro de 1999, no que se refere aos critérios para a suspensão do repasse de recursos correspondentes aos convênios celebrados, aplicação das sansões e demais procedimentos correspondentes (Portaria GM/MS nº 1.147, de 20/6/2002).


Instituiu o Subsistema Nacional de Vigilância das Doenças e Agravos não Transmissíveis (Sidant) (Instrução Normativa Funasa nº 1, de 5/9/2002).
Organizou por doença de interesse para a saúde pública as Sub-redes de Diagnóstico e Vigilância Laboratorial no país, integrantes da Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Epidemiológica (Portaria Funasa nº 409, de 12/9/2002).
Regulamentou o funcionamento dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) (Instrução Normativa Funasa nº 2, de 24/9/2002).
Definiu os procedimentos para celebração de convênios de natureza financeira pela Fundação Nacional de Saúde, nos casos que especifica, implanta o Sistema de Convênios (Siscon) (Portaria Funasa nº 443, de 3/10/2002).
Instituiu a Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa) (Portaria GM/MS nº 1.919, de 22/10/2002).
Instituiu o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (Portaria Funasa nº 663, de 27/12/2002).
Criou o Programa de Promoção da Alimentação Saudável em Comunidades Indígenas PPACI, objetivando promover a segurança alimentar e nutricional, de forma sustentável, e consolidar as ações de alimentação e nutrição no âmbito da atenção básica à saúde prestada às populações indígenas, com enfoque na promoção da saúde e prevenção de doenças (Portaria GM/MS nº 2.405, de 27/12/2002).
2003
Alterou o art. 4º do Estatuto da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), aprovado pelo Decreto nº 3.450 de 9/5/2000, e deu outras providências (Decreto nº 4615/2003, de 18/3/2003);
Aprovou os critérios e procedimentos básicos para aplicação de recursos financeiros (Portaria nº 225/2003, de 14/5/2003);
Aprovou a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do Ministério da Saúde (Decreto nº 4.726, de 9/6/2003);


Aprovou o Estatuto e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), e deu outras providências (Decreto nº 4.727, de 9/6/2003);
Definiu que a 12ª Conferência Nacional de Saúde seja denominada Conferência Sergio Arouca ­ 12ª CNS (Portaria GM/MS nº 1.721 de 2/9/2003);


Aprovou o Regimento Interno da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) (Portaria GM/MS nº 1.776, de 8/9/2003);
XII Conferência Nacional de Saúde (7 a 11/12/2003).
2004

Aprovou as Diretrizes da Gestão da Política Nacional de Atenção à Saúde Indígena (Portaria GM/MS nº 70, de 20/1/2004);


Aprovou critérios básicos para aplicação de recursos financeiros (Portaria nº 106, de 4/3/2004).





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Homenagem ao Dia Internacional da Mulher

História


8 DE MARÇO É DA MULHER



As mulheres do Século XVIII eram submetidas à um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais



O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, está intimamente ligado aos movimentos feministas que buscavam mais dignidade para as mulheres e sociedades mais justas e igualitárias. É a partir da Revolução Industrial, em 1789, que estas reivindicações tomam maior vulto com a exigência de melhores condições de trabalho, acesso à cultura e igualdade entre os sexos. As operárias desta época eram submetidas à um sistema desumano de trabalho, com jornadas de 12 horas diárias, espancamentos e ameaças sexuais.



Dentro deste contexto, 129 tecelãs da fábrica de tecidos Cotton, de Nova Iorque, decidiram paralisar seus trabalhos, reivindicando o direito à jornada de 10 horas. Era 8 de março de 1857, data da primeira greve norte-americana conduzida somente por mulheres. A polícia reprimiu violentamente a manifestação fazendo com que as operárias refugiassem-se dentro da fábrica. Os donos da empresa, junto com os policiais, trancaram-nas no local e atearam fogo, matando carbonizadas todas as tecelãs.



Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi proposto que o dia 8 de março fosse declarado Dia Internacional da Mulher em homenagem às operárias de Nova Iorque. A partir de então esta data começou a ser comemorada no mundo inteiro como homenagem as mulheres.





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Mulher

Ilsa da Luz Barbosa



Você que busca no dia a dia sua

independência, sua liberdade, sua

identidade própria;



Você que luta profissional e

emocionalmente, para ser

valorizada e compreendida;



Você que a cada momento tenta ser a

companheira, a amiga, a "rainha do lar";



Você que batalha incansavelmente por seus

próprios direitos e também por um mundo

mais justo e por uma sociedade sem

violências;



Você que resiste aos sarcasmos daqueles

que a chamam de, pejorativamente, de

feminista liberal e que já ocupa um

espaço na fábrica, na escola, na

empresa e na política;



Você, eu, nós que temos a capacidade de

gerar outro ser, temos também o dever de

gerar alternativas para que a nossa Ação

criadora, realmente ajude outras

mulheres a conquistarem

a liberdade de Ser...











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Mulheres

Vito Cesar



Mulheres serenas, promessas de nada.

mulheres de vento, de sopro divino,

mulheres de sonho, mulheres sentido,

mulheres da vida, melhor ter vivido...

Mulheres de tempo, em que tudo que havia fazia sentido,

mulheres que eu vejo, no sol de janeiro,

mulheres saídas de potes de vidro,

mulheres faceiras, as mais feiticeiras, melhor ter sorrido...



mulheres de tantos e tantos perigos,



mulheres de vinho e de vã harmonia,

mulheres convívio,

mulheres no cio, as mais parideiras, melhor ter nascido...



mulheres de luzes e de absinto,

mulheres que um dia sonhei colorido,

mulheres de santos, mulheres de igrejas,

as mais rezadeiras, melhor sacrifício



mulheres que um dia deitaram comigo,

mulheres tão lindas e de maior juízo,

mulheres de danças,

as tranças nos ombros, meus olhos caídos....



mulheres que fecham a vã poesia,

mulheres que o ouro não tem nem princípio,

mulheres de outono,

o seu abandono, melhor ter carinho...



mulheres de um tempo em que estive sozinho,

mulheres de riso abrindo janelas,

mulheres que sonham,

seu sono macio, melhor o seu ninho....



mulheres do dia e da noite, eternos,

mulheres que lutam, raízes na terra,

mulheres que as feras,

no meio da noite, não mais intimidam...



mulheres espera, no mar do abandono,

mulheres teares, tecendo seu linho,

mulheres tão loucas,

Seu beijo na boca, uma taça de vinho....







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Mulher da vida, minha irmã

Cora Coralina



Mulher da Vida, minha Irmã.

De todos os tempos.

De todos os povos.

De todas as latitudes.

Ela vem do fundo imemorial das idades e

carrega a carga pesada dos mais

torpes sinônimos,

apelidos e apodos:

Mulher da zona,

Mulher da rua,

Mulher perdida,

Mulher à-toa.

Mulher da Vida, minha irmã.

Pisadas, espezinhadas, ameaçadas.

Desprotegidas e exploradas.

Ignoradas da Lei, da Justiça e do Direito.

Necessárias fisiologicamente.

Indestrutíveis.

Sobreviventes.

Possuídas e infamadas sempre por

aqueles que um dia as lançaram na vida.

Marcadas. Contaminadas,

Escorchadas. Discriminadas.

Nenhum direito lhes assiste.

Nenhum estatuto ou norma as protege.

Sobrevivem como erva cativa dos caminhos,

pisadas, maltratadas e renascidas.

Flor sombria, sementeira espinhal

gerada nos viveiros da miséria, da

pobreza e do abandono,

enraizada em todos os quadrantes da Terra.

Um dia, numa cidade longínqua, essa

mulher corria perseguida pelos homens que

a tinham maculado. Aflita, ouvindo o

tropel dos perseguidores e o sibilo das pedras,

ela encontrou-se com a Justiça.

A Justiça estendeu sua destra poderosa e

lançou o repto milenar:

“Aquele que estiver sem pecado

atire a primeira pedra”.

As pedras caíram

e os cobradores deram s costas.

O Justo falou então a palavra de eqüidade:

“Ninguém te condenou, mulher...

nem eu te condeno”.

A Justiça pesou a falta pelo peso

do sacrifício e este excedeu àquela.

Vilipendiada, esmagada.

Possuída e enxovalhada,

ela é a muralha que há milênios detém

as urgências brutais do homem para que

na sociedade possam coexistir a inocência,

a castidade e a virtude.

Na fragilidade de sua carne maculada

esbarra a exigência impiedosa do macho.

Sem cobertura de leis

e sem proteção legal,

ela atravessa a vida ultrajada

e imprescindível, pisoteada, explorada,

nem a sociedade a dispensa

nem lhe reconhece direitos

nem lhe dá proteção.

E quem já alcançou o ideal dessa mulher,

que um homem a tome pela mão,

a levante, e diga: minha companheira.

Mulher da Vida, minha irmã.

No fim dos tempos.

No dia da Grande Justiça

do Grande Juiz.

Serás remida e lavada

de toda condenação.

E o juiz da Grande Justiça

a vestirá de branco em

novo batismo de purificação.

Limpará as máculas de sua vida

humilhada e sacrificada

para que a Família Humana

possa subsistir sempre,

estrutura sólida e indestrurível

da sociedade,

de todos os povos,

de todos os tempos.

Mulher da Vida, minha irmã.

Declarou-lhe Jesus:

“Em verdade vos digo

que publicanos e meretrizes

vos precedem no Reino de Deus”.

Evangelho de São Mateus 21, ver.31.





Poesia dedicada, por Coralina, ao Ano Internacional da Mulher em 1975.





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Ser mulher

Gilka Machado



Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada

para os gozos da vida, a liberdade e o amor,

tentar da glória a etérea e altívola escalada,

na eterna aspiração de um sonho superior...



Ser mulher, desejar outra alma pura e alada

para poder, com ela, o infinito transpor,

sentir a vida triste, insípida, isolada,

buscar um companheiro e encontrar um Senhor...



Ser mulher, calcular todo o infinito curto

para a larga expansão do desejado surto,

no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...



Ser mulher, e oh! atroz, tantálica tristeza!

ficar na vida qual uma águia inerte, presa

nos pesados grilhões dos preceitos sociais!







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Mulheres I

Edson Marques





Não me bastam os cinco sentidos para perceber-lhes toda a beleza. Não me bastam os cinco sentidos para viver com totalidade o mistério profundo que elas trazem consigo. Eu tenho é que tocá-las, cheirá-las, acariciá-las, penetrar-lhes o sorriso, sentir o seu perfume, beijar-lhes o céu da boca, ouvir suas histórias, transformá-las em deusas. Tenho que dar-lhes o amor que o meu corpo conduz e sustenta-me a alma. O belo amor natural de todos os corpos e almas e coisas do mundo. Como espelho de paixões em labareda, tenho que sentir nos seus olhos um raro brilho diamante.



Eu as respeito e as venero, com a graça de um cisne satisfeito nadando num lago tranqüilo e a ousadia de um touro selvagem recém-despertado. Não lhes faço perguntas, não as pressiono por nada, não quero mudá-las jamais. Sempre imagino o que possam sonhar, e procuro suavemente entrar no sonho delas. Cavalgo o vento para visitar-lhes as razões, as emoções, as loucuras. E como um deus escandaloso e surpreso por sua própria criatura, eu entro então no coração de cada uma delas, deliciosamente, como se entrasse numa pulsante catedral. Mergulho na essência dos seus desejos e cada vez me espanto mais com tanta fantasia, com tanta formosura. Os cinco sentidos, por não serem precisos, ainda não bastam, e eu preciso mais do que isso para compreendê-las.



Toda mulher é silenciosa por dentro. A existência pura se manifesta em cada detalhe. Assim na terra como no céu, amar as mulheres é uma experiência religiosa. E eu as amo, fina substância, como deve amar quem ama de verdade -- incondicionalmente. Sem ciúmes. Eu amo as morenas, as loiras, as baixinhas, as altas, as lindas, as quase feias. Amo as virtuosas, as magras, as gordinhas, as diabólicas, as tímidas, e até as mentirosas. As iluminadas, as pecadoras, e as santíssimas. Amo as virgens, as pobres, as ricas, as loucas, as muito vivas, as inocentes. As bronzeadas pelo sol, e as branquinhas. As inteligentes, e as nem tanto. Desde que sensíveis, eu amo as jovens, as velhas, as solteiras, as casadas, as separadas. As bem-amadas, e as abandonadas. As livres, e as indecisas. E se me dessem o poder, o tempo, e, principalmente, a chance, eu a todas elas daria, todos os dias, um orgasmo cósmico e sublime. Poeticamente.



Apanharia flores silvestres, tomaria sol com todas elas. Andaríamos descalços na areia, contemplaríamos crepúsculos cor de abóbora, jantaríamos à luz de velas, dançaríamos, tomaríamos vinho branco, olharíamos as estrelas. E eu lhes faria poesias de amor. Puro como um anjo, amaria cada uma delas eternamente — uma por vez. Com delicadeza, com doçura, com profundidade, com inocência. Entusiasmado, como se cada uma fosse a única. Como se no mundo inteiro não houvesse mais nada, nem ninguém.



Todas as noites, passaria cremes e encantos no seu corpo. Falaria sobre fábulas, contaria histórias românticas, as veria dormir. Ao som de Vangelis, velaria por um tempo o sono delas, e de madrugada, antes do sol raiar, antes do primeiro pássaro cantar, as cobriria com o resto de luar que ainda houvesse, e sairia em silêncio. Como um felino lógico, sensual e saciado, deslizaria pelo cetim azul-celeste dos lençóis, saltaria por sobre todas as metáforas -- e sorrindo iria embora.



Enfim, se fosse Deus, eu com certeza não mais cuidaria do universo e dessas coisinhas banais. Não iria ficar controlando o destino das pessoas, o tempo, a pressa, os compromissos, as horas, o caminho dos planetas, a economia, o cotidiano, o infinito, a Internet, a geografia... Não!



Eu somente iria amar as mulheres, como elas merecem. E como nunca foram amadas.



Só isso, definitivamente. Nada mais, nada mais!

O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 08 de março. É uma data comemorativa para a celebração dos feitos econômicos, políticos e sociais que foram alcançados pela mulher.




A proposta do dia internacional da mulher foi iniciada na virada do século XX, durante o processo de industrialização e expansão econômica, que levou a grandes protestos sobre as condições de trabalho. As mulheres empregadas em fábricasde vestuário têxtil foram protagonistas de um desses protestos em 08 de março de 1857 em Nova Iorque. O protesto requeria melhores condições de trabalho e salários mais altos.



Porém o que levou mesmo a essa data ser comemorada mundialmente foi a tese do incêndio provocado na fábrica da Triangle Shirtwaist, que também ocorreu em Nova Iorque, em 25 de março de 1911. Onde foi registrada cerca de 146 mortes. Segundo relatos, cerca de 129 trabalhadoras foram trancadas e queimadas vivas. O incêndio da fábrica Triangle, é até hoje, o pior incêndio da história de Nova Iorque.



Depois desse episódio, muitos outros protestos foram feitos, e um que se destacou foi o de 1908, onde 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque exigindo a redução da carga horária, melhores salários e o direito de voto. Sendo assim, o primeiro Dia Internacional da Mulher seguiu-se em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos após uma declaração do Partido Socialista da América. Em 1910 ocorreu a primeira conferência internacional sobre a mulher em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, e assim, o Dia Internacional da Mulher foi estabelecido.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Durante séculos, o papel da mulher incidiu sobretudo na sua função de mãe, esposa e dona de casa. Ao homem estava destinado um trabalho remunerado no exterior do núcleo familiar. Com o incremento da Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, muitas mulheres passaram a exercer uma actividade laboral, embora auferindo uma remuneração inferior à do homem. Lutando contra essa discriminação, as mulheres encetaram diversas formas de luta na Europa e nos EUA.



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LENDA E REALIDADE

A lenda do Dia Internacional da Mulher como tendo surgido na sequência de uma greve, realizada em 8 de Março de 1857, por trabalhadoras de uma fábrica de fiação ou por costureiras de calçado - e que tem sido veiculada por muitos órgãos de informação - não tem qualquer rigor histórico, embora seja uma história de sacrifício e morte que cai bem como mito.

Em 1982, duas investigadoras, Liliane Kandel e Françoise Picq, demonstraram que a famosa greve feminina de 1857, que estaria na origem do 8 de Março, pura e simplesmente não aconteceu (1), não vem noticiada nem mencionada em qualquer jornal norte-americano, mas todos os anos milhares de orgãos de comunicação social contam a história como sendo verdadeira («Uma mentira constantemente repetida acaba por se tornar verdade»).

Verdade é que em 1909, um grupo de mulheres socialistas norte-americanas se reuniu num "party’, numa jornada pela igualdade dos direitos cívicos, que estabeleceu criar um dia especial para a mulher, que nesse ano aconteceu a 28 de Fevereiro. Ficou então acordado comemorar-se este dia no último domingo de Fevereiro de cada ano, o que nem sempre foi cumprido.

A fixação do dia 8 de Março apenas ocorreu depois da 3ª Internacional Comunista, com mulheres como Alexandra Kollontai e Clara Zetkin. A data escolhida foi a do dia da manifestação das mulheres de São Petersburgo, que reclamaram pão e o regresso dos soldados. Esta manifestação ocorreu no dia 23 de Fevereiro de 1917, que, no Calendário Gregoriano (o nosso), é o dia 8 de Março. Só a partir daqui, se pode falar em 8 de Março, embora apenas depois da II Guerra Mundial esse dia tenha tomado a dimensão que foi crescendo até à importância que hoje lhe damos.

A partir de 1960, essa tradição recomeçou como grande acontecimento internacional, desprovido, pouco e pouco, da sua origem socialista.



(1) Se consultarmos o calendário perpétuo e digitarmos o ano de 1857, poderemos verificar que o 8 de Março calhou a um domingo, dia de descanso semanal, pelo que, em princípio, nunca ocorreria uma greve nesse dia. Há quem argumente, no entanto, que, durante o século XIX, a situação da mulher nas fábricas dos Estados Unidos era de tal modo dramática que trabalharia 7 dias por semana.



Pesquisa efectuada por Maria Luísa V. Paiva Boléo



CONSAGRAÇÃO DO 8 DE MARÇO COMO O DIA INTERNACIONAL DA MULHER



Desde 1975, em sinal de apreço pela luta então encetada, as Nações Unidas decidiram consagrar o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher.

Se, nos nossos dias, perante a lei da maioria dos países, não existe qualquer diferença entre um homem e uma mulher, a prática demonstra que ainda persistem muitos preconceitos em relação ao papel da mulher na sociedade. Produto de uma mentalidade ancestral, ao homem ficava mal assumir os trabalhos domésticos, o que implicava para a mulher que exercia uma profissão fora do lar a duplicação do seu trabalho. Foi necessário esperar pelas últimas décadas do século XX para que o homem passasse, aos poucos, a colaborar nas tarefas caseiras.

Mas, se no âmbito familiar se assiste a uma rápida mudança, na sociedade em geral a situação da mulher está ainda sujeita a velhas mentalidades que, embora de forma não declarada, cerceiam a sua plena igualdade.

O número de mulheres em lugares directivos é ainda diminuto, apesar de muitas delas demonstrarem excelentes qualidades para o seu desempenho. Hoje as mulheres estão integradas em todos os ramos profissionais, mesmo naqueles que, ainda há bem pouco tempo, apenas eram atribuídos aos homens, nomeadamente a intervenção em operações militares de alto risco.

Nos últimos anos, a festa comemorativa do Dia Da Mulher é aproveitada por muitas delas, de todas as idades, para sair de casa e festejar com as amigas, em bares e discotecas, o dia que lhes é dedicado, enquanto os homens ficam em casa a desempenhar as tarefas que, tradicionalmente, lhe são imputadas: arrumar a casa, fazer a comida, tratar dos filhos...

Se a sua esposa, irmã, mãe ou avó ainda é daquelas que, não obstante as suas tarefas laborais no exterior, ainda encontra tempo e paciência para que nada lhe falte, o mínimo que poderá fazer será aproveitar este dia para lhes transmitir o seu apreço. Um ramo de flores, mesmo que virtual, será, certamente, bastante apreciado. Mas não se fique por aqui. Eternize este dia, esquecendo mentalidades preconcebidas, colaborando mais com elas nas tarefas diárias e olhando-as de igual para igual em todas as circunstâncias, quer no interior do seu lar, quer no seu local de trabalho. Quando todos assim procedermos, não haverá mais necessidade de um dia dedicado à mulher.










Dias da mulher, dias de atitudes

Leia o artigo “Dias da mulher, dias de atitudes”, por Vander LoubetFoto: Washington Lima / Fátima News


Vander Loubet - Deputado Federal (PT-MS)


Dias da mulher, dias de atitudes
Vander Loubet - Deputado Federal (PT-MS)
A importância do Dia Internacional da Mulher está muito acima da formalidade episódica dos registros festivos. Seu simbolismo transcende a intenção da homenagem. O próprio histórico de oficialização da data revela o corpo da universalidade instituída no gênero escolhido por Deus para gerar a vida. Como se sabe, tudo começou em 8 de março de 1.857. A mando do sistema, a polícia reprimiu um movimento reivindicatório de trabalhadoras inglesas, trancando-as dentro da fábrica e incendiando o local.
Naquele dia, 130 operárias morreram carbonizadas porque cobravam melhores condições de trabalho e salários dignos. No entanto, a data só passou a ser reconhecida mundial e oficialmente como Dia Internacional da Mulher 118 anos depois, em 1975, por meio de um decreto da Organização das Nações Unidas (ONU).



Não há como negar o excepcional significado da data que, ao reverenciar a mulher, na verdade assenta um instigante desafio aos pendores libertários, fraternos e humanistas da sociedade. Resistir à opressão machista é tal qual resistir às demais formas de opressão e intolerância: racial, política, religiosa, ideológica, de gênero e de escolhas, social e econômica.
A essência gregária do ser humano impõe o estabelecimento e a organização das pessoas em sociedade ou grupos sociais, que se experimentam na convivência e na interação, num processo em que papéis específicos são cada vez mais raros. Ao longo dos milhares de anos, as sucessivas civilizações do planeta mantêm arraigados os hábitos, tabus e culturas de dominação masculina, justificada na força e num absurdo e estapafúrdio conceito de supremacia.
O 8 de Março, desde que passou a ser visto como ponto de partida num novel capítulo da História e não como um marco esgotado em seu embrião episódico, é de tamanha dimensão que produziu novos pensares e atitudes em favor da justiça e da igualdade. A data gerou sua própria prole, a exemplo do que fizeram os africanos, ou melhor, as africanas, que têm o seu dia da mulher em 31 de julho.



Nos países africanos, a dominação machista se manifestava pelos meios mais violentos e primitivos. Além de sofrer com os abusos e maus tratos da opressão colonial, as africanas eram pisoteadas pela fome e a miséria. Eram obrigadas a deslocar-se de uma terra para outra em busca de comida ou fugindo de sangrentas guerras civis. Não bastasse, ainda eram exploradas como escravas e forçadas a se prostituir. Não tinham direito ao ensino, ao voto e à propriedade. Não eram donas de seus próprios destinos, mas lutaram bravamente por isso, até abrir caminho para a Conferência das Mulheres do Oeste Africano, em 1961. Foi lá que nasceu e prosperou a ideia de criar o Dia da Mulher Africana, instituído um ano depois, a 31 de Julho.



Maior ainda é o exemplo da africanidade libertadora quando a ciência informa que o rastro mais antigo da espécie humana é o esqueleto de Lucy, uma africana de 3,5 milhões de anos descoberto na África Oriental. Para muitos, entre cientistas, leigos e religiosos, Lucy poderia ser Eva, a primeira mulher que Deus criou.



Verdade ou não, o fato é que o Dia da Mulher incorpora todas as datas humanistas, de referência afetiva e de simbologia voltada à promoção dos valores e direitos da pessoa. Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças, Dia dos Namorados, Dia dos Direitos Humanos, tudo isso cabe no Dia Internacional da Mulher. Cabe porque é Dia da Mulher e só ela pode ser mãe, em cujo coração sempre cabe mais um.

domingo, 6 de março de 2011

Origem do Dia 8 Internacional da Mulher

O Brasil tem 34 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, segundo o último Censo. Mais da metade desses jovens são mulheres. Quase 7 milhões não estudam nem trabalham. De outro lado, dados do IBGE apontam para o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho. Mas esse avanço não significou uma melhoria da situação feminina. Ao contrário, as mulheres representam mais de 40% da força de trabalho no país, porém ainda assumem ocupações e ofícios que demandam menor qualificação formal e menor remuneração.
Estatísticas como essas demonstram a falta de perspectivas da juventude brasileira. Será que alguma coisa mudou com a chegada de uma mulher ao posto mais importante do país, de presidente da República? Como as meninas estão sentindo esses problemas? O que elas pensam sobre violência e falta de emprego? Como enfrentam a questão da menor remuneração em relação ao que ganham os homens? O que pensam sobre o direito ao aborto?
Esses são os temas do debate no Câmara Ligada de março, com a participação de jovens de escolas públicas e privadas de Brasília, da deputada Erika Kokai (PT-DF), de especialistas, jovens feministas e da banda Lipstick.
Origem do Dia Internacional da Mulher
O dia 8 de Março é, desde 1975, comemorado pelas Nações Unidas como Dia Internacional da Mulher
Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque entraram em greve ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias, que recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declarara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.
Em 1903, profissionais liberais norte-americanas criaram a Women's Trade Union League. Esta associação tinha como principal objetivo ajudar todas as trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho.
Em 1908, mais de 14 mil mulheres marcharam nas ruas de Nova Iorque: reivindicaram o mesmo que as operárias no ano de 1857, bem como o direito de voto. Caminhavam com o slogan "Pão e Rosas", em que o pão simbolizava a estabilidade econômica e as rosas uma melhor qualidade de vida.
Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia Internacional da Mulher".
Mulher Inteligente
de Lenise Resende
Inúmeras vezes, escutei alguém dizer: -" Você é muito inteligente para uma dona de casa!" Então, passei a maior parte da vida, exercendo a profissão certa pra mim - dona de casa.

É preciso inteligência para saber:
- que a roupa clara deve ser lavada separada da escura,



- que roupas atoalhadas devem ser lavadas em separado,
- como lavar tecidos delicados,
- como lavar roupas que largam tinta,
- como tirar manchas das roupas,
- como colocar roupas de molho,
- que há diferenças entre tipos e marcas de sabão
- que há diferenças entre os alvejantes e os amaciantes,
- que a quantidade de sabão em pó na máquina de lavar precisa ser dosadas
- como torcer roupas lavadas,
- que a roupa lavada precisa ser bem colocada no varal ,

- que a roupa retirada do varal deve ser guardada dobrada ou em cabide (camisas),
- que lavar e passar roupa parece simples mas, não é... se considerarmos que nossas roupas precisam ter durabilidade, estar limpas, bem passadas e se possível, cheirosas.
Uma pessoa que cozinhou durante vinte anos sem gostar, dificilmente fará uma boa comida. Até para fritar um ovo, é preciso gostar. Se eu pegar a frigideira resmungando e o óleo me lamentando, quando quebrar o ovo, vai ser com mão de pugilista pronto a desferir um golpe fatal no adversário.
Tudo será diferente, se calmamente eu escolher a frigideira, dosar a quantidade de óleo, deixando o vasilhame por perto (para o caso de ser novamente necessário), quebrar os ovos em um prato fundo com cuidado (há sempre a possibilidade de haver um ovo estragado). E, depois, colocá-los na frigideira lentamente, para que se espalhem por igual no óleo. O fogo médio os deixará no ponto ideal para serem salgados, com bem dosadas pitadas de sal. Quando estiverem prontos, deixo-os escorregar da frigideira para uma travessa. E, ao usar o bom humor e a paciência, serei duplamente recompensada, ao comer um prato saboroso, sem estar preocupada com a hora de lavar a frigideira.
Ainda bem que essa profissão nunca me deixará desempregada - os filhos crescem e nascem os netos... E, quem quiser, pode guardar a receita acima no caderno de receitas - chama-se: "ovo frito amoroso" ou, se preferir, "amorovo".

8 de março
de Sandra Mamede

Até parece uma grande coisa, terem estabelecido uma data específica para as mulheres.
Na verdade, a mulher não precisa de um dia específico, de uma data pré-estabelecida, o seu dia, são todos os dias, pois estão vivas e são atuantes independentemente de dia, na verdade, nunca têm folga!
As mulheres, sempre foram discriminadas, sempre estiveram em segundo lugar na escala de valores, e tudo isso se deve a esse regime patriarcal e machista em que vivem. Mas apesar disso tudo, elas estão cada vez mais conquistando o seu espaço e o seu lugar na sociedade
Já foi comprovado estatisticamente, que a mulher sofre discriminação em todas as áreas, principalmente na parte profissional, pois a mulher mesmo sendo muito competente, quando ocupa o mesmo cargo de um homem, o seu salário é bem menor. mas os homens não são os únicos culpados, pois essa discriminação existe por parte das próprias mulheres. Uma mulher, geralmente não confia em outra para exercer um cargo importante e de confiança.
Ser "feminista", não foi e nunca será a solução. A mulher não precisa se masculinizar para ser respeitada, achando que somente dessa forma ela poderá ser reconhecida e valorizada, pois mesmo sendo feminina, ou melhor, principalmente sendo feminina, ela pode mostrar o seu valor e a sua capacidade. A mulher sabe que dispõe de muitas "armas" em seu favor, pois mesmo mostrando "fragilidade", ela pode ser forte e decidida, e dessa forma, tirar da sua "sensibilidade" a força de que precisa.
Mesmo vivendo nessa dura realidade, ela não deve perder o seu romantismo. Deve saber transformar a rotina do seu dia-a-dia, numa sucessão de novidades e descobertas, nunca desistindo dos seus sonhos. Mesmo quando estiver fraca, deve se mostrar forte e lutar sempre pela sua independência. Deve de tudo tirar uma lição de otimismo, pois em cada erro que ela cometer, é um ganho de experiência, para se transformar numa tentativa de um futuro acerto, pois errando, se aprende também. Deve ser resistente nas intempéries da vida, pois ela própria é vida, tem vida e gera vida, sendo assim, sabe a noção exata do que significa a palavra "AMOR" e "AMAR".
A mulher, com o seu jeitinho, e a sua delicadeza, soube galgar e conquistar o seu degrau na escada da vida, que inclui o seu lado profissional, o seu lado familiar e o seu lado pessoal. Assim sendo, ela nunca deve tentar se impor pela força, querendo mostrar "igualdade" com os homens, pelo contrário, ela deve fazer questão de ser sempre o "sexo frágil" e ter consciência, que "fragilidade", não significa fraqueza. Essa "fragilidade" na verdade, significa "sensibilidade".
A mulher inteligente, deve fazer questão de ser tratada e considerada com um "vaso mais frágil", para ser tratada com respeito, com carinho, com amor, com cuidado,e é nesse momento que ela mostra a "força" que tem.
Ser forte, não significa gritar, para ser ouvida e para chamar, se isso pode ser feito com uma voz doce e carinhosa. Não precisa exigir para conseguir as coisas, se com um jeitinho especial pode pedir e ser atendida. Não precisa "medir forças", "enfrentar", pois a sua força está na persuasão. Não precisa se "armar" pensando que está numa guerra física, achando que é vergonhoso recuar, pensando que com essa atitude perdeu a batalha, porque às vezes para se ganhar uma guerra, é preciso recuar, se fortalecer para então avançar com mais força, mais segurança, mais convicção e então atingir o seu alvo e conseguir o seu objetivo e assim vencer.
Por isso tudo, viva a mulher, não somente no dia 8 de março (dia da mulher), não somente no segundo domingo do mês de maio (dia das mães), não somente no dia das avós (que é mãe e mulher duas vezes), Mas sim, viva a mulher, todos os dias, todas as horas, todos os minutos e todos os segundos, porque a "mulher" é sempre "mulher" todo o tempo.

Alma de Mulher
de Maria Cristina Moreira Safadi
No objetivo de buscar o papel da mulher no mundo, o caminho escolhido foi minha vida, vista e analisada pela alma e coração femininos.
Quando criança, já sentia como são diferentes os caminhos das pessoas. Pobres e ricos, crentes e ateus, feios e bonitos, saudáveis e imperfeitos. Um mundo cheio de cores, alegres e tristes. E eu desejava muito entendê-lo. Olhava-me e ignorava o sentido de minha existência. Mas sentia-me bem, assim como era. Meus cabelos cacheados que me cobriam os ombros me enchiam de orgulho. Pela manhã, os escovava, tratando-os como a um tesouro. Minha alma feminina já se manifestava em pequenas coisas. Emocionava-me com facilidade e não raro derramava lágrimas por algo que via ou presenciava. Alma de mulher.
Nos longos recreios na escola eram constantes minhas visitas a gruta de Nossa Senhora e ali... Sentia-me feliz. Aquela mulher, de rara beleza me fascinava e me orientava. Tinha um amor imenso por aquela mulher. Jovem e corajosa que gerou, amamentou, ensinou os primeiros passos a Jesus. Sim, eu a amava muito e gostava de partilhar com ela o imenso privilégio de ser mulher. Um dia, pensava eu, ainda faria algo forte, algo de que pudesse me orgulhar. Algo para deixar sementes e brotar minha presença neste mundo. Alma de mulher.
Minha mãe era rainha naquela bonita casa. E eu... Eu a achava linda... Mãe de oito filhos,sabia se conduzir com força e determinação, dispensando a cada um a real necessidade que se fazia presente. Ocupava em meu coração infantil um lugar que ninguém mais haveria de conquistar. Segurava suas mãos, sabendo que me levariam por um justo caminho. Seguia seus passos, certos e firmes e admirava-a mais do que nunca, dividindo suas horas nos afazeres domésticos e em seus cuidados com o lar. A delicadeza feminina. Alma de mulher.
Mas, seria isto o que se espera de uma mulher? Fui crescendo, olhos atentos, mãos explorando, visitas contínuas a Nossa Senhora. Não... jamais poderia imaginar a luz que recebi de Minha Mãe. Procurava incessantemente meu lugar. Estudava, lia tudo que me passava pelas mãos. Mudei de rumo muitas e muitas vezes, mas sempre a alma feminina, ansiosa, misteriosa e terna, dirigia meus mais importantes momentos. Alma de mulher
Finalmente terminei meus estudos em profissão não tão feminina. Ao menos pensava assim, tendo como universo o mundo que se descortinava a minha frente. Mas a imagem daquela Nossa Senhora jamais me abandonou. Trazia-me uma força traduzida na minha vontade de marcar o meu caminho com flores, muitas flores. Flores com seu aroma, sua mensagem, sua cor, seu sentido, purificando as mãos daqueles que as tocam. Um mundo visto por meu coração. Alma de mulher.

Nesta fase de minha vida já começava a compreender a importância de ser mulher. Colocar nos corações toda vida emocional que vibra no sangue de cada um. Olhava-me e não identificava mais aquela menina franzina e temerosa dos velhos tempos. E os sonhos onde estariam eles? Escondido em algum canto de meu coração. Mas não estavam perdidos. Acalento-os até hoje e muitos... Estes os realizei. Alma de mulher.
Tornei-me mãe e meus filhos muito me ensinaram. Aprendi a esquecer, perdoar, não permanecer em queda, pois muito ainda haveria de lutar. Conheci a beleza de ter em meus ombros a tarefa de carregar seres que muito amo. Trabalho gerando flores, lágrimas que caem numa canção, sorrisos que brotam dos lábios de meus filhos. Tudo em perfeita harmonia. Impossível ser feliz sem vê-los igualmente felizes. Alma de mulher
Abri então meu coração, entendendo que ser feliz é muito mais. É compreender a verdadeira missão a que nos foi destinada. Trazer ao mundo o toque delicado das mãos femininas, no cuidado, no amor, no trabalho. É dizer não a violência que insiste em se alastrar, é pagar com sorriso a lágrima que insiste em cair, é gostar do amargo porque nele também podemos perceber o doce. Ser mulher é saber calar e falar com o coração. É poder se comunicar sem nem mesmo usar a palavra. É ter a tarefa de decidir com força e determinação, sentindo em nossas mãos o peso da decisão. Alma de mulher

Finalmente em minha jornada encontrei a Deus. E pude amá-lo de forma intensa e maravilhosa. Pude senti-Lo nos momentos mais amargos e pude partilhar com Ele minhas alegrias. Pude enfim encontrar o amor infinito de Deus e pude amá-lo com alma de mulher.


Desabafo de uma mulher rebelde...


São 7h. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede.
Estou TÃO acabada, não queria ter que trabalhar hoje. Quero ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando até. Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas.
Aquário? Olhando os peixinhos nadarem. Espaço? Fazendo alongamento. Leite condensado? Brigadeiro. Tudo menos sair da cama, engatar uma primeira e colocar o cérebro para funcionar.



Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das feministas que teve a infeliz idéia de reivindicar direitos à mulher, e por quê ela fez isso conosco, que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando crianças, freqüentando saraus... A vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária. Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã, tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre "vamos conquistar o nosso espaço". Que espaço, minha filha? Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo ao seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, e se exibir para os amigos..., que raio de direitos requerer?



Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo da cruz. Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.



Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei - e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard e, se duvidar, nem vôlei.



Por quê, me digam, por quê um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o "macharedo"? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo. Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que perfume combina com o meu humor, nem de ter que sair correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas. Somos fiscalizadas e cobradas por nós mesmas a estar sempre em forma, sem estrias, depiladas, sorridentes, cheirosas, unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, doutorados, e especializações. Viramos supermulheres, continuamos a ganhar menos do que eles.



Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço? Chega!, eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela - ai, meu Deus, 7h 30min, tenho que levantar!, - e tem mais, que chegue do trabalho, sente no sofá, coloque os pés para cima e diga: "meu bem, me traz uma dose de whisky, por favor?", descobri que nasci para servir. Vocês pensam que eu estou ironizando? Estou falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna... Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?

Entre a carreira e a Família


Eduardo Gama



Economista norte-americana explica as dificuldades que a mulher enfrenta para conciliar o trabalho e a família.
Em nenhuma outra época da história a mulher teve de se questionar sobre as suas escolhas como hoje. A dúvida entre investir seu tempo e seus esforços em uma carreira profissional ou dedicar-se à construção de uma família angustia muitas mulheres. Para elas, a vontade natural de ter filhos pode se tornar um problema.


Com o objetivo de entender esse dilema, a economista norte-americana Sylvia Ann Hewlett realizou uma pesquisa entre mulheres bem remuneradas e com alto nível de instrução. O resultado foi a publicação do livro Creating a life; Women and the Quest for Children. Em um artigo publicado pela revista Exame (29/05/02), a economista afirma que entre as mulheres norte-americanas que ganham mais de cem mil dólares, 49% não têm filhos, enquanto entre os homens esse percentual é de 19%.
Por que é tão difícil para a mulher ter uma carreira bem-sucedida a ter filhos? Segundo Hewlett, não foram criadas políticas, tanto no local de trabalho como na sociedade, de apoio às mães que trabalham fora do lar: "Ironicamente, essa falta de política é, de certa forma, culpa do movimento feminista americano. Se retrocedermos ao século 19, veremos que as feministas dos Estados Unidos canalizaram grande parte de sua energia para a luta pela igualdade formal com os homens", diz a economista.

Outro obstáculo comentado por Hewlett é o modo como as mulheres jovens encaram essa questão. Entre os 20 anos, a mulher pensa que pode se dedicar integralmente à carreira e quando estiver entre os 35 anos poderá pensar na maternidade. Hewlett diz que "a mídia sempre alardeia os avanços da ciência da reprodução, dando às mulheres a ilusão de que podem adiar a maternidade até que suas carreiras estejam consolidadas. As novas tecnologias de reprodução não têm ainda uma resposta para o problema da fertilidade no caso de mulheres mais velhas".

A solução para a dúvida entre carreira e maternidade parece impossível. Entretanto, a economista dá algumas sugestões para as mulheres que pretendem conciliar o trabalho e a família:


- Imagine que tipo de vida você quer ter aos 45 anos. Se pretende ter filhos (cerca de 86% a 89% das mulheres com salários entre 55 mil e 65 mil dólares anuais querem ser mães) é essencial que você se comprometa com a idéia, e aja rapidamente.

- Tenha o seu primeiro filho antes dos 30. O milagre da maternidade tardia, pouco comum, traz muitos riscos e a sua possível não realização, muitas frustrações.

- Escolha uma carreira que lhe permita controlar seu tempo. Certas carreiras dão mais flexibilidade e não se ressentem tanto de interrupções.

- Escolha uma empresa que se comprometa a ajudá-la a atingir o ponto de equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Descubra se a empresa tem programas de jornada reduzida e se concede licença com garantia de retorno ao trabalho".

Uma saída que as norte-americanas estão encontrado é dedicar-se somente à família. Susan De Ritis, fundadora do Family and Home Network, disse que "as mulheres querem ter filhos e criá-los, e estão encontrando caminhospara realizar a tarefa em tempo integral".

A economista Sylvia Ann Hewlett aconselha às mulheres: "Não digo que joguem fora a sua carreira, mas para as mulheres em torno dos 30 anos, idade em que fundar uma família e ter filhos é relativamente fácil, esta deve ser a prioridade, e não o trabalho".

Entretanto, em muitos casos, o trabalho da mulher é uma necessidade para o sustento da família. Mas o que se vê atualmente é uma preferência pela carreira que, a longo prazo, não realiza a mulher tanto quanto a família.

A Mulher e o Sonho

Sueli Caramello Uliano

Há uns anos, numa imprevisível reação da minha filha, vivi uma cena que me fez e ainda faz pensar. Transcrevo aqui o episódio como consta na introdução de um pequeno livro meu sobre feminismo.

«Entro no elevador com a minha filha de três anos e um metro de altura. E ela exprime então, contemplando a botoeira, o grande sonho da sua vida:

- Eu ainda vou crescer e alcançar aquele número lá do alto!

Brinco com ela, dizendo-lhe que vai fazer coisas mais interessantes do que andar de elevador, e acabo caindo na clássica pergunta:

- E o que você vai ser quando crescer?

Olha-me intrigada... Parece-me que não entendeu a questão e apresso-me a esclarecer:

- Você vai ser médica? Vai ser dentista? Professora?

- É claro que eu vou ser mãe!

Devo confessar que adorei a resposta! Diverti-me lisonjeada! (Também é verdade que, dias depois, contrariada com algumas exigências minhas, a pequena resolveu que queria mesmo era ser "vó"...).

O episódio fez-me pensar e corar. Por que não me ocorrera o papel de mãe como uma possibilidade futura para a minha filha, certamente não exclusiva, mas primordial? E por que ela, sem ter sido incentivada diretamente, amealhara para si esse sonho, essa aspiração?

Como é natural, não ando a esbanjar a toda hora, entre sorrisos e amabilidades, a felicidade de ser mãe, e temo que a minha filha não a veja estampada no meu rosto com a freqüência que eu desejaria. Mesmo assim, a maternidade revelou-se a grande aspiração dessa mulher-criança. Há aí um mistério que ultrapassa qualquer explicação de ordem cultural: jamais agi deliberadamente no sentido de criar a minha filha para ser mãe, e no entanto essa aspiração brotou com toda a espontaneidade no mais íntimo do seu ser.

Assim é: a mãe insiste em realizar-se na mulher. Diria mais: em toda a mulher..., por mais que um certo feminismo queira que pensemos de outra forma.» *

*Por um novo feminismo, Quadrante, São Paulo, 1995. pp. 3 e 4

A menina cresceu. Já alcança os últimos números da botoeira e vão-se delineando as preferências por determinados assuntos que a farão decidir por uma carreira. Contrariando todos os nossos planos, que eram, aliás, ambiciosos, ficou filha única, o que a levou a considerar, certa vez : "Se me caso com um filho único, meus filhos não terão tios!"
E por estes dias conversávamos com uma amiga, filha única, mãe de uma menininha, mas que já saboreia com grande entusiasmo o fato de ter sobrinhos... Assunto: a numerosa e agitada família do marido dela, com suas histórias que provam quanto os irmãos são importantes na educação dos filhos. E a minha filha cobrou da nossa amiga:

- Você não vai permitir que a Laurinha seja filha única, vai?

- Não vou, não! - ria-se. - Se não tiver mais filhos, adoto! - concluiu convicta.

Ora, ora! Que tempos de surpresas estes! Nem uma palavra sobre o futuro da carreira que os filhos têm o dom de comprometer, nem uma queixa quanto ao trabalho e preocupação que costumam provocar. Pelo contrário, um decidido posicionamento contra a solidão, firme defesa das possibilidades de os filhos serem tios, e os netos terem primos... Um yes eloqüente para a família!

E a minha filha, que antes queria ser mãe, agora quer ser mãe de muitos... Embora já domine perfeitamente o computador.
A mulher mais poderosa do mundo

Certo dia, o então Secretário Geral das Nações Unidas, Pérez de Cuéllar, apresentou-a perante a ONU como “a mulher mais poderosa do mundo” [1].

Ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1979. Antes, já havia ganho os mais altos prêmios do mundo: desde os prêmios João XXIII da Paz, Balzán, Kennedy, Templeton, o da FAO e o Schweitzer, até os prêmios mais prestigiosos da Índia, como o Pandi Shi (“Ordem do Lótus”), concedido pelo Pandit Nehru, e o Magsaysay, que a proclamou “a mulher mais benemérita do mundo”. Recebeu também o título de Doutora em Humanidade pela Universidade de Washington, e, em 1983, a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração dos Estados Unidos, concedida pelo Presidente Reagan. Em 1987, na antiga União Soviética, é condecorada com a Medalha de Ouro do Comitê Soviético da Paz [2].

Concederam-lhe passagens de graça em todas as linhas aéreas do mundo, como antes começara por te-la nos bondes, trens e ônibus de Calcutá e depois de toda a Índia.

Seu nome: Inês (Agnes) Gonscha Bojaxhiu, nascida em 26 de agosto de 1910, em Skoplje, um lugar entre a Albânia e a antiga Iugoslávia. A tual República da Macedônia. Foi batizada um dia depois de nascer, e sua família pertencia à minoria albanesa que vivia no sul da antiga Iugoslávia. Mas nunca morou na Albânia. Foi educada numa escola estatal da atual Croácia, durante os tristes anos da Primeira Guerra Mundial.

Covadonga O’Shea, diretora da revista feminina Telva, escreveu há algum tempo um artigo que se intitulava “Uma mulher que nunca passará de moda”, e que começava assim: “Não é Cindy Crawford nem Cláudia Schiffer. Provavelmente, nunca entrou numa boutique, mas é uma das mulheres que marcam o passo à Humanidade e que deixarão um rasto indelével no século que termina. É muito possível que a preocupação pelo seu look não passe da água e do sabão, mas o seu olhar irradia uma força especial. Sim, é a Madre Teresa de Calcutá, a freira albanesa com um coração de seda e de ferro” [3].

As revistas Time e Paris Match, entre outras, dedicaram-lhe reportagens de capa com o título “Ainda há santos”.

O Ulster e Biafra, Ruanda e Angola, a Etiópia e a Somália, o Harlem e o Bronx, o Tondo de Manila e o Líbano, todas as periferias da dor e da miséria mais dilacerante, a Aids e a lepra, a solidão total e o desprezo: esses foram ao longo de sua vida – dia após dia, noite após noite, com uma intensidade dificilmente igualável, comendo mal e dormindo apenas três horas diárias, em permanente vigília de amor – os cenários desta mulher impressionante, sem dúvida a mais admirável protagonista do nosso tempo, uma das mais fortes presenças humanas na história deste século atormentado, miserável, selvagem e maravilhoso...[4]

Ela disse: “Se houvesse pobres na lua, iríamos até lá. O que conta não é o que fazemos, mas o amor que pomos no que fazemos”.

Em 1949 funda a Congregação das Missionárias da Caridade, onde se incorporam inúmeras moças de todas as classes sociais. Em 1952 abre o lar infantil Sishu Bavan (“Casa da Esperança”) e inaugura o seu famoso “Lar para Morimbundos”, em Kalighat. A partir dessa data, a sua Congregação começa a expandir-se de maneira irresistível pela índia e por todo o mundo [5].

Já em 1975, vinte e cinco anos após a fundação, tem casas abertas nas Filipinas, Tanzânia, Etiópia, Reino Unido, Bélgica, Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Colômbia, Peru, México, Panamá, Ilhas Fidji, Papua-Nova Guiné, Índia, Venezuela, Jordânia, Austrália e Palestina. Em 1981, inaugura em Berlim Oriental a primeira das suas fundações em países submetidos ao marxismo. Depois, fará o mesmo na Rússia, em Cuba e na China comunista. Em 1989, abre uma casa na sua Albânia natal que, apesar de ser um dos países mais pobres, injustos e atrasados do planeta, até há pouco fazia gala de ser o país mais ateu do mundo, o único em cuja Constituição figurava paradoxalmente o ateísmo como “religião do Estado” [6].

Atualmente, são mais de 450 centros de assistência e de caridade em mais de cem nações de todo o mundo, inclusive no Brasil, e quase cinco mil religiosas e duzentos missionários. São, entre outras, albergues para adolescentes grávidas, cozinhas gratuitas para famintos, refúgios para pessoas sem lar, em povoados pequenos e em grande cidades.

“Uma das provas da verdadeira santidade é a magnitude da ira que provoca entre os que a rejeitam”.

Certa vez o escritor peruano Mario Vargas Llosa disse que “não interessa aquilo em que ela crê, mas aquilo que ela faz”. Entretanto, nem ela nem ninguém faria o que ela faz, se não cresse em Quem ela crê, e sem crer como ela crê [7].

Fez o contrário das organizações internacionais, com os seus presunçosos programas de ajuda da boca para fora: muitos congressos, muitas reuniões, muitas viagens, muitas entrevistas e muito aparecer na televisão, muita estatística, mas nada de ir aonde ninguém vai, nem de mudar no possível, pouco ou muito, a vida de pessoas concretas. Não das pessoas em abstrato, não; mas de fulano de tal, com lepra; de sicrana de tal, com Aids; de beltrano com nome e sobrenome, que carrega às costas uma cruz na sua família. “Não podemos fazer grandes coisas – costumava dizer -; só podemos fazer coisas pequenas com um grande amor” [8]. Não se resolve o problema da pobreza no mundo acabando com os pobres, nem esterilizando-os, nem reduzindo-os a caricaturas de seres humanos, nem distribuindo dispositivos intra-uterinos ou chantageando os governos que precisam de ajuda (“ou os senhores compram pílulas e preservativos da multinacional A ou B, ou não recebem ajuda”). Ajudam-se de verdade as pessoas quando se faz como a Madre Teresa.

Marie Noëlle Tranchant, contou a curiosa experiência da filmagem de um documentário sobre Madre Teresa: “A mulher mais condecorada e admirada do mundo era a que menos importância dava a si mesma. Não parava. Era o amor em ação, e isso não era nada fácil de filmar”. Não se vê no filme uma heroína excepcional fazendo coisas excepcionais; vê-se uma Madre – uma mãe – amando pessoas necessitadas e desvivendo-se nas pequenas coisas indispensáveis de cada dia: essas que, se não as fazem as mães, não as faz ninguém. O amor não consiste apenas em bons sentimentos. Vai às realidades concretas, com ânimo positivo de serviço, persuadido de que é mais veraz e mais importante criar pequenos oásis do que lamentar-se constantemente de como está seco o deserto do mundo [13].

Os prediletos da Madre Teresa

Na Conferência sobre População e Desenvolvimento no Cairo, Madre Teresa disse [9]:

- O mundo que Deus nos deu é mais do que suficiente, segundo os cientistas e pesquisadores, para todos; existe riqueza mais que de sobra para todos. Só é questão de reparti-la bem, sem egoísmo. O aborto pode ser combatido mediante a adoção. Quem não quiser as crianças que vão nascer, que as dê a mim. Não rejeitarei uma só delas. Encontrarei uns pais para elas. Ninguém tem o direito de matar um ser humano que vai nascer: nem o pai, nem a mãe, nem o Estado, nem o médico. Ninguém. Nunca, jamais, em nenhum caso. Se todo o dinheiro que se gasta para matar fosse gasto em fazer que as pessoas vivessem, todos os seres humanos vivos e os que vêm ao mundo viveriam muito bem e muito felizes. Um país que permite o aborto é um país muito pobre, porque tem medo de uma criança, e o medo é sempre uma grande pobreza.

Uma mulher sem filhos, convertida, pela fé e pelo amor, na mãe mais fecunda do mundo.

Bill Clinton, Presidente dos Estados Unidos, é batista de religião. No meio dos retratos que tem no seu gabinete oval da Casa Branca, encontra-se uma fotografia com dedicatória da Madre Teresa. Clinton nutre verdadeira veneração por ela, apesar de que, cada vez que a recebe, lhe ouve uma repreensão em regra, sem a menor contemplação: a Madre lembra-lhe, não o que há que fazer, mas o que ele, concretamente ele, pode e deve fazer para salvaguardar a paz na justiça e na liberdade, para resolver dignamente os problemas da pobreza e evitar que as mulheres norte-americanas se vejam forçadas ao drama do aborto.

- O aborto provocado - diz-lhe - é uma das minhas maiores cruzes; é a maior barbárie contra a paz do mundo, porque, se uma mãe é capaz de matar o seu filho, o que pode evitar que nos matemos uns aos outros?

Há muitos anos, a Madre declarou à revista italiana Gente: "As crianças são o melhor presente que Deus nos pode fazer, mas o homem, no seu egoísmo, nem sempre aprecia este dom. Com freqüência, as crianças são rejeitadas, abandonadas, maltratadas e até assassinadas. Desde a minha juventude, luto contra esses delitos".

As primeiras criaturas com que a Madre Teresa iniciou a sua nova missão, depois daquela noite em que, viajando de Calcutá a Darjeeling, o Senhor lhe abriu os olhos para a miséria absoluta e nasceu a sua vocação de servir Jesus nos mais pobres, foram precisamente cinco crianças abandonadas. Contou-o assim:

"Vivíamos num tugúrio, nos arredores de Calcutá, na região mais miserável da cidade. Eu buscava alimento entre os desperdícios. Não tínhamos nada, mas eu amava aquelas crianças e elas eram felizes porque se sabiam queridas. Não há pior tristeza no mundo que a falta de amor. Vi crianças que se deixavam morrer porque ninguém as amava. Sou mãe de milhares de crianças abandonadas. Tenho-as recolhido do lixo das ruas. Tenho-as recebido da polícia, dos hospitais onde foram rejeitadas pelas << mães >>. E vou levando-as para diante".

Algumas adolescentes foram violentadas com toda a selvajaria em Bangladesh. As autoridades queriam fazê-las abortar. A Madre Teresa interpôs-se. A uma doutora que insistia em que uma criança não-nascida não é um ser humano, disse-lhe:

- Se a senhora está casada e traz um ser no seu ventre, é um ser humano ou o que é?

- Bem - disse a médica -, isso seria diferente.

- Estas meninas - replicou-lhe a Madre Teresa - foram forçadas contra a sua vontade, mas isso que os senhores querem fazer nelas, isso sim, é que é uma violação muito pior e um assassinato. Eu me encarregarei dos bebês quando nascerem...

Contaram-me alguns dos seus colaboradores que a Madre tem um grande álbum com muitas fotos e que, quando as repassa, fica como que ensimesmada, cheia de ternura e de alegria. Os retardados mentais, os debilóides, os que ninguém aceita, nem acolhe, nem adota, os que ela conseguiu salvar da morte no ventre da mãe, "esses ficam comigo. A natureza foi cruel com eles, mas são filhos de Deus e têm tanta necessidade de carinho! São os meus prediletos".
A guerra contra os desfavorecidos
Em entrevista à Miguel Angel Velasco, disse:
“O mundo anda fora dos eixos. São muitas mais as crianças que morrem por causa do aborto que as que morrem intoleravelmente, aos milhões, por causa da fome e da sede. Hoje está em pleno andamento uma guerra declarada contra as crianças que devem nascer. Não deveria ser assim.
“Os anciãos deveriam preparar-se para ir para casa, para junto de Deus, nosso Pai; os jovens deveriam dar o seu trabalho, o seu tempo, as suas mãos, o seu coração, para amar e atender os que precisem deles; os que sofrem deveriam saber que os seus sofrimentos são um beijo de Deus; os noivos que se são casar deveriam aprender a rezar juntos, porque o mais importante é que as famílias vivam unidas; então haverá paz no mundo” [10].
Indira Gandhi reconheceu certa vez perante a Assembléia da ONU: “Na presença da Madre Teresa, todos nos sentimos com razão um pouco humilhados e envergonhados de nós mesmos”.
Uma das coisas que ela exigia às noviças de sua Congregação é que soubessem sorrir, e rejeitou muitas delas porque não sabiam faze-lo. Também a chamam “Madre Sorriso”, por viveu o que recomendava.

Em seu cartão de visitas, impresso em papel amarelado, se lia:

The fruit of silence is prayer

The fruit of prayer is faith

The fruit of faith is Love

The fruit of Love is Service
The fruit of Service is Peace.

Isto é: “O fruto do silêncio é a oração; o fruto da oração é a fé; o fruto da fé é o Amor; o fruto do Amor é o Serviço; o fruto do Serviço é a Paz”.

Ela disse certa vez: “Hoje em dia, quando quase todas as doenças têm o seu remédio, não se encontrou remédio algum para a indiferença pelo próximo. E, no entanto, existe. Não se melhorará a situação dos excluídos nem se transformará o mundo com revoluções, violência, guerras, nacionalismos desenfreados, terrorismo e ódio, mas unicamente por meio do amor e da caridade” [11].

E também: “- Nenhum de nós, nem os senhores nem eu, tem o direito de condenar qualquer ser humano. Por muito que os vejamos fazer coisas que nos parecem erradas, não sabemos por que as fazem. Talvez sejamos nós que os obrigamos a faze-las. A maior pobreza não é a falta de dinheiro, ou a falta de pão e de comida, mas sobretudo uma fome terrível de reconhecimento da dignidade que cada um tem; e aí cometemos muitos erros, porque deixamos as pessoas de lado e vamos às nossas coisas e somente às nossas coisas”.

Enquanto o mundo inteiro vive em plena crise vocacional, o centro de formação de vocações das Missionárias da Caridade têm as vagas completamente preenchidas.
Fundou também um ramo contemplativo das Missionárias da Caridade, e um ramo masculino contemplativo. Certa vez um fiscal da receita da Índia mostrou-se disposto a todo tipo de isenções com relação às Missionárias da Caridade, mas não quanto às contemplativas, porque “não vejo o bem que s contemplativas fazem à sociedade”. A Madre respondeu-lhe: - Perdoe-me, mas o senhor não sabe o que está dizendo. Sem elas, nós não poderíamos fazer absolutamente nada. São essenciais ao nossos trabalho: são elas que obtêm do Céu a ajuda de que precisamos”. [12]
Prem Dam (“Presente de amor”) é o nome hindu de diversos centros criados para mitigar a miséria de Calcutá, de Bombaim, de Nova Delhi. Nessas cidades grandes, os inválidos e os necessitados fazem tapetes, fabricam esteiras de vime e cantam enquanto trabalham. Retiram do entulho tudo o que pode servir para alguma coisa, e fazem com que sirva. É outra idéia da Madre Teresa: com o que muitos jogam fora, podem-se fazer maravilhas: é transformar o lixo em ouro, diz ela. “Não se pode, não se deve desperdiçar, quando existem seres humanos que suspiram até pelo amável som de uma voz humana...”

É a velha filosofia prática de vida, que a Madre Teresa pratica há muito tempo: durante uma noite de tormenta, num leprosário às margens do Ganges, compôs este texto:

10 Homens e 1 Mulher


Uma piadinha para descontrair :-)

Onze pessoas estavam penduradas em uma corda num helicoptero.
Eram dez homens e uma mulher.
Como a corda não era forte o suficiente para segurar todos, decidiram que um deles teria que se soltar da corda.
Eles não conseguiram decidir quem, até que, finalmente, a mulher disse que se soltaria da corda pois as mulheres estão acostumadas a largar tudo pelos seus filhos e marido, dando tudo aos homens e recebendo nada de volta e que os homens, como a criatura primeira do mundo, mereceriam sobreviver, pois eram também mais fortes, mais sábios e capazes de grandes façanhas ...

Quando ela terminou de falar, todos os homens começaram a bater palmas ... E cairam da corda ...

Moral da história => Nunca subestime o poder e a inteligência de uma mulher!!!

Mulher, heroína sem rosto


Ana Cecilia Pereyra

O real sentido da palavra heroína não remete a alguém com poderes sobrenaturais que surge à noite para salvar a cidade das garras de algum ser malvado. A verdadeira heroína é a que foi vencendo obstáculos à medida que surgiram os obstáculos.



O seu trabalho consiste em algo mais difícil do que capturar o delinqüente mais procurado. O seu objetivo máximo é aquele que melhor sabe fazer: educar o ser humano e dar amor.



O sexo feminino é a principal fonte de subsistência, pois não apenas concebe uma criatura em seu ventre, mas a conserva, deixa-a crescer em seu interior, sempre consciente de que o que está dentro dela é um milagre que irá mudar a sua existência. Assim é como a mulher se torna mãe, não apenas potencialmente, mas dando início ao ato da maternidade.



Uma mãe não se separa do seu filho até que este seja capaz de se virar por conta própria e, quando chega esse momento, aquele ser maravilhoso trará impresso o selo de quem o educou e o levou pelos caminhos da melhor educação.



Na grande maioria das vezes, aclamamos ilustres personagens da história por suas grandes obras, por suas idéias, pela sua maneira de mudar o mundo por meio de sua luta. Poucas são as pessoas que param e se aprofundam em tal admiração e se dão conta de que os maiores filósofos, cientistas e escritores tiveram mãe. Uma mulher ao seu lado, sempre velando pelo seu bem e mantendo-os em suas entranhas. Alguém que foi capaz de os ver crescer até onde foi possível e até que seus olhos estivessem cansados. No fim das contas, foi uma mãe quem deu o impulso para que um grande pensador contribuísse com suas idéias e invenções, desde os pré-socráticos aos intelectuais mais próximos a este século.
Você, que é mãe, tem uma grande oportunidade de formar um líder. Deve se sentir privilegiada e orgulhosa, pois foi entregue a você a ocasião perfeita de impulsionar heróis para a sociedade.



Você, condutora de cada passo, educadora do futuro, heroína oculta.

Mensagem da APFN para o dia 8 de Março


Dia Internacional da Mulher









A APFN (Associação Portuguesa das Famílias Numerosas) gostaria de enviar, nesta data, uma carta a todas as Mulheres… Mas consciente de que por trás das características físicas e psicológicas que as podem unir e tornar mais ou menos parecidas entre si, existe sempre uma Mulher única e irrepetível, merecedora de uma carta igualmente pessoal e diferente, a APFN limitar-se-á apenas a evocar aqui, em jeito de simples homenagem, e de um modo muito especial :



1. Toda a Mulher que nunca é notícia no seu papel "apagado" de simples mulher-casada , mulher-mãe e mulher-dona de casa;



2. Toda a Mulher que se esforça diariamente por conciliar a sua vida profissional com a sua vida familiar, sabendo inclusivamente - quando necessário - dar o primeiro lugar à família, em defesa da sua estabilidade e acompanhamento;



3. Toda a Mulher que, por não se enquadrar fisicamente nos modelos considerados mais atraentes e modernos, se sente muitas vezes sozinha, abandonada, desprezada e ridicularizada;



4. Toda a Mulher que, por não ter tido acesso à cultura ou aos bens materiais, e apesar do seu valor como Pessoa, se sente injustamente menos válida e menos apreciada;



5. Toda a Mulher que, pela sua cor, idade, estado, profissão, nacionalidade, religião ou educação, se sente discriminada;



6. Toda a Mulher que, sozinha e por seu único esforço pessoal e pelo seu trabalho digno - por mais humilde que seja!- luta pela sobrevivência própria e pela dos seus filhos - quando os tem - sem que para tal se sujeite alguma vez, a vender o seu corpo;



7. Toda a Mulher, casada ou não, que luta pela dignificação do seu papel na sociedade, nos vários campos do mundo da cultura, contra os vários conceitos e estereótipos da mulher - objeto decorativo e descartável;



8. Toda a Mulher que generosamente se esforça por defender a Família - a sua e a dos outros - como uma relação estável e duradoura, alegre e aberta à vida, consciente de que a Família - contra todos os ventos e marés - continua a ser um Grande Projeto de Amor, um compromisso livre e voluntário, uma entrega certamente com riscos, mas sem limites e capaz de preencher e dar sentido à vida inteira;



9. Toda a Mulher que apesar de usada e abusada, de muitas e degradantes maneiras, luta por sair da crise em que se vê afundada, qualquer que ela seja, ciente de que por muito que custe é sempre possível voltar a erguer a cabeça e encontrar uma mão desinteressada e amiga;



10. Toda a Mulher, em qualquer parte do mundo, que reconhecendo muito embora, a necessidade de homens e mulheres se compreenderem e respeitarem, se preocupa por apoiar solidariamente outras mulheres, em especial as mais fragilizadas e carentes, e defender o seu tratamento em igualdade de direitos com os homens.



A APFN homenageia e saúda com amizade todas estas Mulheres, recordando em particular, num mundo em crise e neste nosso País e nesta nossa Europa tão envelhecidos, que a Maternidade é um seu direito inalienável e um tesouro único!


APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

Mulheres




Pablo Neruda









Elas sorriem quando querem gritar.

Elas cantam quando querem chorar.

Elas choram quando estão felizes.

E riem quando estão nervosas.



Elas brigam por aquilo que acreditam.

Elas levantam-se para injustiça.

Elas não levam "não" como resposta quando

acreditam que existe melhor solução.



Elas andam sem novos sapatos para

suas crianças poder tê-los.

Elas vão ao medico com uma amiga assustada.

Elas amam incondicionalmente.



Elas choram quando suas crianças adoecem

e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.

Elas ficam contentes quando ouvem sobre

um aniversario ou um novo casamento.


Dia Internacional da Mulher




de Maria Cristina Moreira Safadi







Não é surpresa o fato de minha devoção pela mais perfeita das mulheres. Em outras oportunidades já pude enaltecê-la e amá-la. Mas hoje, isto se torna mais necessário e se transforma num grito em minha alma.



Acordo para mais um dia que Deus me deu a graça de presentear. É um dia especial. É o dia internacional da mulher!



E como não Ter orgulho de pertencer a este contingente que teve com principal mestra a nossa Mãezinha do céu? Não, não o poderia. Olho para o espaço a minha volta e sinto-me plena de vida. Meu coração entoa um hino e ele sai como um louvor.



Mas não é apenas contemplativa esta minha admiração. Sinto-me unida a Nossa Senhora e quão grande não é minha vontade de segui-la!



Em momentos de tristeza, em que tudo se torna cinza e nada vejo além da nebulosidade de minhas lágrimas, recorro a ela. Mãe carinhosa e terna, nunca me deixou desanimar. Aponta-me a direção de Jesus e suas mãos são firmes. Deixo-me guiar e sinto no ar um quê de segurança e proteção. Não sofre por mim, sofre comigo. Ela, que já passou por todas suas dores, assume agora aquelas pertencentes a seus filhos.



Em momentos de alegria, em que tudo é sorriso e júbilo, como é bom olhar para o céu e no azul semelhante à seu manto, sentir-me aconchegada em seu calor de mãe. Partilho com ela minha felicidade e para mim, o céu se faz presente dentro de meu coração.



Na dúvida, em que não sei que caminho tomar, muitas vezes perscruto meus sentimentos, os pensamento vão brotando e sinto uma força que vem da energia do meu papel de mulher neste mundo. Sei que as condições são tão diferentes para cada uma. Mas, em cada coração feminino existe a força, a sensibilidade, a dedicação, o amor que só nossa alma feminina tem o privilégio de mais que possuir, nossa alma é um pouco de tudo isto. E esses sentimentos, a intuição que os alimenta vem do supremo sim da mulher que nos acalenta e sustenta o mundo com sua intercessão.



Meu coração materno não se cansa da amar esta mãe e pedir que esteja presente na vida de meus filhos. Peço-lhe que os envolva com sua delicada condução e possa ensiná-los a vencer a onda de violência e egoísmo com que constantemente somos atingidos. Peço-lhe ainda que os oriente a lutar em um caminho honrado e justo onde predomine a vontade de modificar o que certamente podemos reconhecer que não está no projeto de Deus.



Hoje peço ainda por todas as mulheres, mães ou não, que têm um papel a cumprir e que seguem, por vezes, ignorando qual seria o próximo passo. Que elas possam olhar para esta mulher que viu seu Filho pregado na Cruz, aceitou, e assim mesmo encheu o mundo com muito amor, deixando no seu caminho, mulheres que devem voltar para ela seus olhos e assumir, com sentimentos, os mais delicados, conduzindo este mesmo mundo, a uma realidade mais justa, mais solidária, mais fraterna.



Dirijo-me então às mulheres, me solidarizando e indicando a presença de Nossa Senhora, constante e certa, para seguirmos pelas batalhas que ainda haveremos de travar, retrocedendo quando necessário, na certeza que Jesus está nos abençoando pelo abraço de Maria.



A todas as mulheres as bênçãos desse Deus que até nisso pensou, deixou-nos o um exemplo de Sua Mãe.


A MULHER NA VIDA SOCIAL DO MUNDO




São Josemaría Escrivá *



É cada vez maior a presença da mulher na vida social, para além do âmbito familiar em que ela até agora se movia quase exclusivamente. Quais as características gerais que a mulher deve vir a ter para cumprir sua missão ?



Em primeiro lugar, parece-me oportuno não contrapor esses dois âmbitos. Tanto como na vida do homem, ainda que com matizes muito peculiares, o lar e a família ocuparão sempre um lugar central na vida da mulher: é evidente que a dedicação aos afazeres familiares representa uma grande função humana e cristã. Isto, porém, não exclui a possibilidade de uma ocupação em outros trabalhos profissionais - o do lar também o é - , em qualquer dos ofícios e empregos nobres que há na sociedade em que se vive. Logo se vê o que se quer dizer quando se equaciona o problema assim; contudo, eu penso que insistir na contraposição sistemática - mudando apenas a tônica - levaria facilmente, do ponto de vista social, a um equívoco maior do que aquele que se tenta corrigir, pois seria mais grave que a mulher abandonasse o seu trabalho em casa.



No plano pessoal, também não se pode afirmar unilateralmente que a mulher só fora do lar alcança sua perfeição, como se o tempo dedicado à família fosse um tempo roubado ao desenvolvimento e à maturidade da sua personalidade. O lar - seja qual for, porque também a mulher solteira deve ter um lar - é um âmbito particularmente propício ao desenvolvimento da personalidade. A atenção prestada à família será sempre para a mulher a sua maior dignidade: no cuidado com o marido e os filhos ou, para falar em termos mais gerais, no trabalho como que procura criar em torno de si um ambiente acolhedor e formativo, a mulher realiza o que há de mais insubstituível em sua missão e, por conseguinte, pode atingir aí sua perfeição pessoal.







Como acabo de dizer, isso não se opõe à participação em outros aspectos da vida social e mesmo da política, por exemplo. Também nesses setores pode a mulher dar uma valiosa contribuição, como pessoa, e sempre com as peculiaridades de sua condição feminina; e assim o fará na medida em que estiver humana e profissionalmente preparada. É claro que tanto a família quanto a sociedade necessitam dessa contribuição especial, que não é de modo algum secundária.





Desenvolvimento, maturidade, emancipação da mulher, não devem significar uma pretensão de igualdade - de uniformidade - com o homem, uma imitação do modo de atuar masculino: isso seria um logro, seria uma perda para a mulher; não porque ela seja mais, mas porque é diferente. Num plano essencial - que deve ser objeto de reconhecimento jurídico, tanto no direito civil como no eclesiástico -, aí, sim, pode-se falar de igualdade de direitos, porque a mulher tem, exatamente como homem, a dignidade de pessoa e de filha de Deus. Mas, partir dessa igualdade fundamental, cada um deve atingir o que lhe é próprio; e, neste plano, dizer emancipação é o mesmo que dizer possibilidade real de desenvolver plenamente as virtualidades próprias: as que têm em sua singularidade e as que tem como mulher. A igualdade perante o direito, a igualdade de oportunidades em face da lei, não suprime, antes pressupõe e promove essa diversidade, que é riqueza para todos.





A mulher está destinada a levar à família, à sociedade civil, à Igreja, algo de característico, que lhe é próprio e que só ela pode dar: sua delicada ternura, sua generosidade incansável, seu amor pelo concreto, sua agudeza de engenho, sua capacidade de intuição, sua piedade profunda e simples, sua tenacidade... A feminilidade não é autêntica se não reconhece a formosura dessa contribuição insubstituível, e se não a insere na própria vida.





Para cumprir essa missão, a mulher tem de desenvolver sua própria personalidade, sem se deixar levar por um ingênuo espírito de imitação que - em geral - a situaria facilmente num plano de inferioridade, impedindo-lhe a realização das suas possibilidades mais originais. Se se forma bem, com autonomia pessoal, com autenticidade, realizará eficazmente o seu trabalho, a missão para que se sente chamada, seja qual for: sua vida e trabalho serão realmente construtivos e fecundos, cheios de sentido, que passe o dia dedicada ao marido e aos filhos, que se entregue plenamente a outras tarefas, se renunciou ao casamento por alguma razão nobre. Cada uma em seu próprio caminho, sendo fiel à vocação humana e divina, pode realizar e realiza de fato a plenitude da personalidade feminina. Não esquecemos que Santa Maria, Mãe de Deus e Mãe dos homens, é não apenas modelo, mas também prova do valor transcendente que pode alcançar uma vida aparentemente sem relevo.

Um pouco mais de ternura... e respeito




Sueli Caramello Uliano









Grande e internacional é a mulher do 08 de março; poética e carinhosamente ovacionada, a do segundo domingo de maio. Duro mesmo é brilharem as duas em uma só estrela, no miúdo dia-a-dia. Mulher e mãe parecem constituir realidades inconciliáveis. Pior: conflitantes. Grave conflito este que opõe realidades profundamente associadas na dimensão da pessoa-mulher. E uma vez que se perdeu a noção da pessoa integral, talvez se tenha criado um dos maiores obstáculos para obter, com o movimento feminista, autênticas conquistas.



Um dos motivos dessa dissociação e conflito deveu-se ao fato de o feminismo, tal como o conhecemos no fim do século XX, ter situado fora do lar as possibilidades de verdadeira realização da mulher. Mas, se não há dúvida de que querer espaço para estudar e trabalhar é reivindicação justa, nada justifica o patrulhamento ideológico que visou a convencer a mulher de que dedicar-se a filhos seria abortar a sua vida profissional. Com reiterada insistência investiu-se contra os anseios de maternidade, como se no exercício da função materna não pudesse existir uma profissional, e de altíssimo gabarito! Assim como se os específicos valores de ternura, delicadeza e sensibilidade da mulher-mãe não devessem ser exercitados num trabalho profissional fora do lar. Provocou-se, com essas manipulações, um claro e feroz reducionismo, dirigido a limitar a mulher enquanto mulher. Afinal, se para afirmar-se, ela pretende apenas imitar o homem, o que na verdade está latente é uma revolta contra o modo de ser feminino, um verdadeiro complexo de inferioridade, uma inveja injustificável em face do sexo oposto... Ora, não precisamos de heroínas feministas para, simplesmente, assumir papéis masculinos. Isso é caricatura de mulher.



Não é difícil, no entanto, compreender por que a maternidade passou a carecer de respaldo popular, nestes tempos de aversão ao esforço e sacrifício. Não há naturezas especiais. Quem julga que há mulheres que se levantam à noite para atender aos pequenos e durante o dia não têm sono se engana. Da mesma forma, nunca será fácil abrir mão de gostos pessoais para dedicar mais tempo aos filhos e ao marido. E todas sentem uma rejeição natural em levantar-se da mesa para atender ao chamado do caçula: "Mãe, vem me limpar!" O que existe é um esforço de superação porque se quer o bem dos filhos mais do que o próprio bem. O que é, aliás, pressuposto para exercer a autoridade sem despotismo no lar, e exercício de domínio interior para exercê-la, também, em circunstâncias profissionais variadas.



Por outro lado, se a executiva da grande empresa não consegue sucesso no lar, corre o risco de estar revelando aqui, no miúdo dia-a-dia, a incompetência para a função que exerce lá. E mesmo que as aparências enganem, em vista da compensação financeira que cega, impossível evitar a frustração decorrente de sentir-se mancando, porque a pessoa é una, apesar das funções diferentes que exerce. Em outras palavras, quem está falhando não é a grande executiva na tarefa de ser esposa e mãe, mas a pessoa-mulher, no conjunto das suas atribuições. Eis que se identifica aqui o velho vício: o ser feminino, na ânsia por afirmar-se, o faz assumindo os erros de comportamento masculino. Quantos grandes executivos não foram acusados pela sua mulher como omissos na educação dos filhos e indiferentes à ternura solicitada por ela?



Integridade, portanto, é o ponto de partida. Com um evidente agravante, no entanto: é no lar que a figura da mulher, como esposa e mãe, torna-se insubstituível. Como são, aliás, insubstituíveis, os filhos e o marido! Não é uma questão de favores, mas de carinho! É na família, quando se procura agir com retidão, que se vai descobrindo que a grande expectativa de felicidade do coração humano não se preenche com o que obtemos dos outros, mas, justamente, com o que nos esforçamos por dar-lhes. E na mulher, especialmente, pela sensibilidade que preside seu modo de ser, a felicidade está ancorada no dom sincero de si mesma. Opções que desrespeitem esse pressuposto instalam um conflito íntimo constante e acabam constituindo um obstáculo para a felicidade. Logicamente, todos devemos poder optar, mas... há opções equivocadas!



E as opções equivocadas tornam-se mais freqüentes quando se permite a manipulação, o tal patrulhamento a que nos referimos acima. Dividida nas suas aspirações mais profundas, a mulher viu-se insegura e temerosa diante da própria fertilidade, que a impediria de ascender profissionalmente. E não houve feminismo honrado que a defendesse dessa violência e influenciasse a opinião pública e pressionasse as empresas para que a mulher tivesse meios de conciliar a vida profissional e a vida familiar. Paradoxalmente - ou talvez nem haja paradoxo porque em ambos os casos a ênfase está no desrespeito à vida - manipularam-se ao extremo as ânsias de maternidade, e, como fazendo um favor para as que caíram na mediocridade de querer filhos, desenvolveram-se técnicas de fertilização com requintes macabros. Ninguém desconhece os casos em que se procede a uma múltipla concepção para garantir ao menos um filho e depois providencia-se a redução da gravidez. Redução da gravidez: um eufemismo a mais na lista dos que se referem ao aborto. Penso nos casais submetidos ao conflito de fazer a "escolha de Sofia". Lembram-se do filme de Alan J. Pakula? Sofia, uma imigrante polonesa vivida por Meryl Streep, é obrigada por um oficial nazista a escolher qual de seus dois filhos sobreviverá. Fica com o menino e vê a menina, que grita desesperadamente, ser levada para nunca mais voltar... Jamais Sofia se livrará dessa lembrança. Há também as possibilidades de produção independente, sem valores de família, sem aconchego de verdadeiro lar, acintosa brincadeira com a vida. Como não se percebe que os filhos estão sendo usados como mercadoria para construir a própria felicidade, depois de terem sido evitados ao longo de anos, de décadas? Os estragos psicológicos diagnosticados nesses frutos das clínicas de fertilização que agora chegam à adolescência falam por si.



Mal compreendida a essência da mulher... mal compreendida a essência materna. Se fosse diferente...! Se a nossa época pudesse voltar a se inclinar sobre as mulheres para aprender delas os verdadeiros valores da maternidade..., penso que não haveria tanta violência nos lares, nas ruas, no lazer, nos meios de comunicação! Haveria, com certeza, sentimento de entrega, de doação desinteressada... Haveria ternura! Até que ponto as dores da humanidade não são decorrentes da ausência das mães nos lares? Ou até que ponto os traumas da civilização pós-moderna não decorrem da manipulação da sensibilidade feminina, ultrajando-a na sua peculiar e exclusiva capacidade de acolher a vida?



Seria muito pedir um pouco mais de ternura... e respeito?

~ Mulher ~




© Ir. Zuleides Andrade



Há dias em que paro só para observar essa criatura tão bela e tão pura,

que vejo e sinto por toda a parte, esbarrando e cantarolando com graça e arte

nas portas e janelas de nossos sentimentos.



De onde vem esse seu jeito fagueiro de exigir atenção fazendo rebuliço e festa

nas entradas e aposentos lúdicos do nosso coração?



Vem de você, mulher ainda menina!



De onde vem esse seu modo traquinas de revidar espaço e chão, beijos e abraços,

em trajes meio-moleque, meio-menina?



Vem de você, mulher flor em botão!



De onde vem esse seu jeito bonito de embalar a vida, de sorrir mansinho,

cantarolar suave e ser presença querida de ternura e carinho?



Vem de sua essência, mulher mãe!



De onde vem esse seu jeito de anjo, que tantas bênçãos traz, envolvendo as pessoas e as criaturas todas em asas de paz?



Vem de sua origem, mulher!



De onde vem essa garra quase felina de lutar pela vida, de defender o que é seu,

de espreitar e reagir com toques leves e certeiros?



Vem de sua alma, mulher feminina!



De onde vem esse brilho e fragrância, que a torna tão próxima da natureza,

e a paciente certeza do desabrochar das flores, do amadurecer dos frutos?



Vem de sua pureza, flor mulher!



De onde vem essa madura bondade, esse encanto e magia que a faz,

nos Anos Dourados, brindar a vida com nova poesia?



Vem de sua interna menina, mulher!



De onde vem esse jeito de santa, ao distribuir sorrisos e bondade,

desde o amanhecer, quando alegre se levanta?



Vem de sua aura, mulher!



De onde vem esse jeito de juntar as mãos em prece, pessoa quase divina num transbordar de alma cristalina, sempre que anoitece?



Vem de sua essência de anjo, mulher!



De onde vem esse jeito de estar sempre pronta atenta para acudir emergências, mesmo tendo pouco tempo para suas reais carências?



Vem de sua inteireza, mulher!



De onde vem esse jeito tão puro que a faz intuir, adivinhar, reverenciar o passado, abraçar o presente e sonhar com o futuro?



Vem de sua história, mulher!



De onde vem essa honra e sabedoria que a faz privilegiada, santuário primeiro da vida e tão amplamente amada?



Vem de sua disponibilidade, mulher!



De onde vem esse jeito de seguir as fases da lua, que como as ondas do mar menstrua, num silencioso e feminino chorar ?



Vem de sua rica natureza, mulher!



De onde vêm tantas perguntas e possíveis respostas ?



Vêm de você, com quem sintonizo e danço na roda da vida.



Vêm do meu peito, "morada da palavra da alma" e fonte de inspiração.



Sou como você... e precisei escrever um alegre texto



adequado ao contexto do Dia Internacional da Mulher.



Abraço e Parabéns, Mulher!



Homens a favor das mulheres




Bosco Aguirre



O novo feminismo respeitará a mulher em sua integridade. E isso é algo que interessa não somente às mulheres, mas também a todos os homens que queremos viver, de igual para igual, com aquelas que junto a nós, e não contra nós, podem construir um mundo mais humano e mais feliz.







Parece perfeitamente normal que as mulheres criem associações e promovam atividades para defender a si mesmas ante os ataques e abusos de alguns homens ou de certos grupos de poder. Grupos de poder que promovem, por exemplo, a esterilização forçada de mulheres pobres, ou que exploram com violência mulheres jovens e crianças para levá-las à prostituição, ou que contratam trabalhadoras com salários mais baixos que os dos homens. Nessa mesma lógica, seria normal que os homens (varões) também organizem suas associações de defesa quando se sentissem agredidos por algumas mulheres ou por outros grupos sociais, políticos ou econômicos.



Mas o que poderia parecer estranho é que grupos de mulheres se organizem para defender os homens, ou que grupos de homens se unam para defender as mulheres. Ainda que para alguns isto pareça um conto das "Mil e uma noites", sem dúvida é algo que a humanidade já o faz durante séculos.



É verdade que o ser humano (homem e mulher) muitas vezes caíram no erro de depreciar o diferente, como quando alguns espanhóis na conquista das américas se perguntavam se os índios tinham alma, ou quando os gregos acreditavam que os escravos não mereciam quase nenhum direito, ou quando alguns "libertadores" da América matavam os colonos da "pátria mãe" como se se tratassem de ratos, sem deter-se em "escrúpulos" para distinguir os bons dos maus…



Porém também é verdade que outros seres humanos foram capazes de defender e de trabalhar em favor do "distinto", do "diferente". Eram homens e mulheres livres os que se lançaram a abolir a escravidão em muitos lugares do planeta. Eram brancos os que promulgaram leis para a proteção dos índios. Eram cristãos os que pediram maior respeito para com os que pertenciam a outras religiões. Por que não sonhar com um feminismo que nasça desse grupo de varões?



Já ocorreram casos de homens que se lançaram na defesa dos direitos da mulher, porém o caminho para percorrer é longo. Quando sabemos que há lugares em que ele diz sempre a última palavra (ou o último grito), e se chegam a golpes para impor a própria "razão"; quando há médicos que para satisfazer as autoridades, enganam e oferecem anticoncepcionais abortivos a mulheres que carecem de instrução; quando há planos nacionais, como na China, que forçam muitas famílias a assassinar a menina que nasce porque preferiam meninos…a verdade é que ainda há muito que fazer.



Nem todo o panorama é igualmente sombrio. Em muitos lugares o marido sabe dialogar e, inclusive, submeter-se à esposa quando ela tem razão (e isto não ocorre poucas vezes). Há médicos que querem respeitar a integridade da mulher diante de qualquer campanha mais ou menos oficial ou "filantrópica" para controlar o tesouro tão feminino d fecundidade (tesouro que também o homem possui e que não poucos atacam com planos de esterilização mais ou menos forçados). Há famílias que acolhem cada menina que nasce ainda que isto implique viver sob a pressão exterior que sugere aos gritos que nasçam apenas homens…





Urge, para tanto, que cada vez mais homens defendam as mulheres, e que as mulheres defendam - por que não? - os homens. A grandeza de uma sociedade não consiste em que cada grupo fique em trincheiras atrás de seus interesses particulares para defende-los a custa do bem comum. Uma sociedade se faz grande quando cada grupo busca o bem verdadeiro dos demais, nesse pluralismo autentico que nasce do respeito não aos erros (nunca toleraremos idéias hitlerianas nem racismos de ocasião) mas sim às pessoas que às vezes se equivocam de boa fé, e que necessitam ser ajudadas a descobrir a verdade.





É utopia almejar um novo feminismo aberto? Houve quem chamasse os defensores dos escravos de sonhadores ou inimigos do sistema econômico eficiente. Há aqueles que hoje rotulam como inimigos da mulher os que atacam o aborto ou a esterilização forçada. Porém, será a razão e o sentido profundo da dignidade humana que nos dirão o que realmente podemos fazer pela mulher. Não abandoná-la à lógica de mercado, à lei do mais forte, nem depreciá-la em suas dimensões características, como são a possibilidade de ter filhos ou o carinho que sabe oferecer como poucos homens são capazes. O novo feminismo respeitará a mulher em sua integridade. E isso é algo que interessa não somente às mulheres, mas sim a todos os homens que queremos viver, de igual para igual, com aquelas que junto a nós, e não contra nós, podem construir um mundo mais humano e mais feliz.