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No último debate do segundo turno das eleições presidenciais, sempre que os candidatos têm oportunidade de pergunta para o outro, a temperatura sobre. Foi assim no terceiro bloco. A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), e o senador Aécio Neves (PSDB) voltaram a trocar farpas mais fortemente.
A situação mais tensa foi quando o tucano trouxe apara o debate a questão do mensalão. Ele indagou qual a opinião da presidente sobre o episódio de compra de apoio na Câmara Federal. A petista, com um semblante irritado, de imediato lembrou do mensalão mineiro, que ainda não foi a julgamento. “É necessário dizer que eles (os petistas) foram condenados e foram para a cadeia. O mensalão do seu partido não teve condenados nem punidos”, afirmou Dilma.
“A senhora era a dona da mesa e da gaveta desse governo”, retrucou Aécio, que falou que é preciso aguardar o julgamento do mensalão mineiro. O tucano afirmou, também, que um dos principais acusados do mensalão mineiro é o coordenador da campanha petista em Minas, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Dilma, em sua tréplica, disse que o PSDB “engavetou” todos os processos.
Em outra provocação, o candidato do PSDB, ao falar sobre reforma política, provocou a presidente, afirmando que dos 33 ministros, apenas 15 não estão de licença. “Quem está governado o País, candidata?”, indagou o tucano.
A presidente respondeu a pergunta com um contra-ataque, defendendo o fim do financiamento empresarial nas campanhas, paridade entre homens e mulheres nas eleições e fim das coligações. “O senhor não tem interesse na reforma política”, afirmou a petista.
Em sua réplica, Aécio disse que o PT recebeu R$ 80 milhões em doações empresariais e que a legenda não tem “autoridade” para falar em fim desse tipo de financiamento nas campanhas.
Numa de suas perguntas, a presidente Dilma também partiu para o ataque. Falando sobre a questão do planejamento na gestão, ela citou o caso da seca pela qual São Paulo passa, acusando a gestão tucana no Estado de não ter se precavido para tal.
Aécio afirmou que realmente houve um erro, “mas que foi do Governo Federal” e que o governo de SP “buscou fazer o que estava às suas mãos”. Citou a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) é prova de que o povo fez o julgamento e disse que “infelizmente” não teve a ajuda da Agência Nacional de Águas. Criticou depois o aparelhamento do governo.
Ainda entraram em debate, no terceiro bloco a questão da educação, com o Enem e o Prouni, além dos repasses federais para Estados e municípios, que estariam atrasados.
A petista também trouxe para o debate a questão da agricultura. Que o Governo tucano teria investido bem menos do que as gestões petistas. O tucano disse que o PSDB fez o maior programa de distribuição de renda, o Plano Real. Disse que tem compromisso com agronegócio e criticou a crise do setor de etanol, no qual “70 usinas morreram” sob o governo do PT.
Atualizada às 23h25
No segundo bloco do debate presidencial que ocorre na noite desta sexta-feira (24), na TV Globo, os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) responderam questões de eleitores indecisos. Os temas levantados foram sobre corrupção, educação e previdência.
A primeira pergunta foi sobre educação. A eleitora pergunta a Aécio o que ele pretende fazer para melhorar a qualidade do ensino. O tucano responde ter “coragem” para enfrentar o problema e exalta a qualidade da educação de Minas Gerais, Estado em que ele governou. Na réplica, Dilma disse ter “um grande compromisso com creche e pré-escola” e prometeu construir mais quatro mil creches a fim de universalizar a pré-escola a crianças de 4 e 5 anos.
Em outra pergunta sobre corrupção, uma eleitora perguntou à petista como pretende acabar com as praticas corruptas com punição dos culpados. Na réplica, Aécio disse que os brasileiros não “aguentam mais” novos casos de corrupção que não são punidos.
Outra eleitora perguntou sobre os idosos e questionou Aécio sobre as aposentadorias com o aumento do número de idosos. Aécio respondeu que irá rever o fator previdenciário, mecanismo que diminui pensões de aposentadorias precoces. Dilma afirmou, na réplica, que o fator previdenciário foi criado pelo governo do PSDB. Defendeu discussão aberta com as centrais sindicais a fim de se chegar a um acordo.
Quarto bloco
Assim como no segundo bloco, a última parte do programa teve uma nova rodada de perguntas de eleitores indecisos. As questões tratadas foram de saneamento, segurança, drogas e emprego.
Sobre saneamento Aécio disse que dará prioridade à área, se responsabilizando como presidente para melhorar a situação, sem “terceirizar responsabilidades”. Dilma disse ser preciso melhorar o planejamento de estados e municípios para aplicar os recursos.
Na questão sobre segurança, o tucano relatou que defende uma nova política de fronteiras e o fim do contingenciamento do orçamento para segurança pública. Já a petista afirmou que o grande desafio do Brasil é o combate à violência e às drogas. Disse que governo atuou nas fronteiras.
Sobre as drogas, Dilma disse ter aplicado R$ 17 bilhões no combate ao crime organizado e tráfico de armas e lembrou dos Centros de Comando e Controle criados para a Copa do Mundo. Já Aécio relatou que o governo age de forma “desarticulada” e propôs “mutirão de resgate”, para que jovens completem ensino fundamental e médio, com bolsas, além de poupança para estudantes.
No tema sobre emprego, o candidato tucano afirmou que o país “parou de crescer”, por isso não gera empregos qualificados. A petista sugeriu cursos no Senai para pessoas conseguirem emprego melhor e disse que taxa de desemprego é de 4,9%. Por fim, defendeu o Pronatec, “para que você tenha emprego adequado à sua situação”.
Última etapa e oportunidade para os candidatos à Presidência da República tentar conquistar os votos dos indecisos, o debata entre a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), e o senador Aécio Neves (PSDB), começou com força máxima. Depois de um encontro morno, no domingo passado, na Record, os dois candidatos partiram para o ataque, não deixando sem respostas os ataques.
Logo na primeira pergunta, o tucano trouxe para o encontro um tema recorrente dos debates desde o primeiro turno: a corrupção. Citando reportagem da revista Veja, na qual o doleiro Alberto Youssef afirma que a petista e o ex-presidente Lula sabiam dos episódios de corrupção na Petrobras, o tucano acusou ser alvo de “campanha sórdida” e cobrou uma posição da presidente.
A presidente devolveu a acusação e disse que o tucano faz uma campanha agressiva contra ela. Afirmou que a Veja faz campanha sistemática contra o Governo e contra-atacou o tucano citando a distribuição de publicidade do Governo mineiro.
Liderando as pesquisas, a petista seguiu o roteiro de trazer para o debate questões administrativas, sempre vinculando Aécio com o Governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardos. Foi assim que ela questionou, no primeiro bloco, sobre a geração de emprego e valor do mínimo, o Minha Casa, Minha Vida e Pronatec, programas que que são carros-chefe da gestão Dilma Rousseff.
Já nas suas indagações, o tucano tratou da questão da construção do Porto em Cuba, financiado pelo Governo brasileiro, e sobre a inflação, que classificou como “fora de controle”. A presidente disse que no caso do porto, a construção gerou empregos no Brasil. Sobre a inflação, voltou a comparar as gestões petistas com o Governo FHC.
O governador eleito Paulo Câmara (PSB) e o prefeito Geraldo Julio (PSB) comparecem ao debate presidencial que ocorre na TV Globo na noite desta sexta-feira (24). Os dois estão acompanhados de um dos coordenadores da campanha tucana no Estado, o deputado federal Bruno Araújo (PSDB).
Os líderes do PSB foram convidados pelo candidato Aécio Neves (PSDB) para prestigiarem o debate. O PSB está ao lado do tucano neste segundo turno.
Às vésperas da eleição, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, diz que o marketing político foi “supervalorizado” nesta campanha, deixando de lado assuntos de interesse do País como economia, segurança pública e política externa. O marketing começa a prevalecer cada vez mais sobre o conteúdo, entende o ministro.
“Como cidadão, o que esperamos, é que nos debates os candidatos apresentem suas opiniões, propostas, debatam a sociedade, ao invés de ficarem dentro de um ‘modelito’ feito pelos marqueteiros”, criticou.
Toffoli foi um dos defensores da adoção de uma postura mais rigorosa com as campanhas eleitorais no segundo turno, para forçar os candidatos a deixarem os “ataques de baixo nível” de lado. “Qual vai ser a política externa do candidato A ou do candidato B? Eu não vi isso ser apresentado”.
Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente do TSE defendeu o barateamento das campanhas eleitorais, a discussão da metodologia das pesquisas e afirmou que a Corte pretende editar súmulas para fazer o entendimento destas eleições valer daqui para frente.
Melhoria
O ministro disse ter percebido melhoras qualitativas, do ponto de vista programático, nas propagandas. Mas segundo ele, é preciso repensar o horário eleitoral gratuito. “O que menos aparece, às vezes, é o candidato. Se fosse fazer uma análise de todas as campanhas, o marketing começa a prevalecer cada vez mais sobre o conteúdo”, afirmou.
Toffoli avaliou o fato de o tribunal historicamente sempre ter uma certa tolerância quando o nível dos ataques entre os candidatos se dá em proporção pequena. “Mas o que ocorreu a partir do segundo turno foi uma tentativa de se fazer uma campanha do vote no menos pior, em vez de fazer a campanha positiva, do vote no melhor. No primeiro turno não houve ataques como houve no segundo turno. Pelo menos, essa é a leitura que eu faço”, argumentou.
Segundo ele, o TSE poderá editar súmulas e já realiza estudos para depois do segundo turno sumular as teses que prevaleceram ao longo das eleições. Desse modo será possível, pensa o ministro, dar maior segurança de orientação na interpretação das leis para toda a Justiça Eleitoral.
(Fonte: Estadão Conteudo)
No último programa eleitoral na TV antes do segundo turno, a campanha presidencial do PSDB utilizou na noite desta sexta-feira trechos da matéria publicada pela revista Veja em que afirma que o doleiro Alberto Youssef acusou a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de saberem do esquema de corrupção na Petrobras.
As acusações teriam ocorrido em depoimento prestado pelo doleiro à Polícia Federal na última terça-feira. No final do programa do PSDB, um locutor traz a imagem da capa da revista, lê alguns trechos e afirma que no domingo, dia da eleição, o eleitor poderá dar “um basta nesses escândalos”.
Por sua vez, a campanha presidencial do PT preferiu recorrer a dois atores para rebater às acusações. “Não há nenhuma prova do que a revista diz. Mas para a Veja isso é o de menos, o que importa mesmo é tentar de todas as maneiras evitar a vitória de Dilma”, diz o ator.
Na edição da tarde, a estratégia da campanha foi utilizar a própria candidata para tentar desqualificar o conteúdo da matéria. A petista utilizou 3min37s do seu tempo e em um discurso bastante inflamado acusou a revista Veja de promover um “ato de terrorismo eleitoral” ao publicar reportagem.
Os dois programas também mostraram uma série de imagens coletadas ao longo da campanha presidencial com depoimentos de eleitores de várias regiões. No caso dos tucanos, também foi inserido um pedido de voto da candidata presidencial derrotada Marina Silva (PSB) e da viúva de Eduardo Campos, Renata Campos.
O ex-presidente Lula ganhou destaque no programa do PT em depoimento sobre as conquistas do atual governo na área social. “A gente já sabe o que foi o Brasil dos tucanos e sabe com é o Brasil da Dilma do presente. Mesmo vivendo uma grave crise econômica a Dilma garantiu que isso não prejudicasse os mais pobres”, diz Lula.
Os programas eleitorais de rádio e TV se encerram hoje, dois dias antes do término do segundo turno. De acordo com a Lei Eleitoral, os candidatos ainda poderão até as 22 horas deste sábado distribuir material gráfico e realizar caminhada, carreata, passeata ou carro de som. No domingo, a votação se inicia às 8h e é encerrada às 17h quando começa a apuração e totalização dos resultados.
(Fonte: Estadão Conteudo)
A vereadora Marília Arraes (PSB) respondeu às declarações do presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, sobre os ataques que ela recebeu na última quinta-feira (24). Vários muros da cidade amanheceram pichados com ofensas a parlamentar. Segundo o dirigente, a “exposição” da neta de Miguel Arraes nas redes sociais “abrem margem para esse tipo de ofensiva”.
“Isso não é resposta que se dê, essa resposta foi uma reposta machista, deplorável e que prioriza a culpabilidade da vítima. Isso é o que a gente combate historicamente quando se coloca a culpa em quem é vítima. Minha exposição nas redes sociais é natural pelo cargo que eu ocupo, é uma exposição da vida pública”, disparou Marília, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, nesta sexta-feira (24).
“Ele talvez não seja exposto assim porque faz muitos anos que ele não tem um mandato eletivo. Minha exposição faz parte do exercício do meu mandato”, completou.
A socialista reafirmou que a culpa dos ataques não é do partido e sim das suas lideranças. “Não é a culpa no PSB. Eu coloco a culpa no exemplo dado pelas pessoas que se colocam como líderes que, na verdade, é uma liderança que não foi construída. É uma liderança que foi imposta”, disse a parlamentar.
O Blog da Folha tentou entrar em contato com Sileno Guedes sobre as novas declarações de Marília. A assessoria do dirigente respondeu que ele não que a vereadora “quer é polêmica”. “Ele não vai entrar nesse tipo de discussão. Que ela fique em paz”, diz a nota enviada ao Blog.
O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou nesta sexta-feira (24) que o partido entrou com sete medidas judiciais contra a revista Veja. Em edição excepcional desta sexta-feira, uma reportagem da publicação indica que o ex-presidente Lula e a candidata a reeleição, Dilma Rousseff, teriam conhecimento das irregularidades na Petrobras, citando supostos depoimentos do doleiro Alberto Youssef à Justiça.
O petista citou sete ações judiciais movidas pelo partido contra a revista. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi solicitado direito de resposta contra a reportagem considerada “difamatória”. O partido também pediu a proibição da publicidade da revista que, segundo ele, poderia ser considerada “propaganda eleitoral” contra a campanha de Dilma Rousseff.
Outra ação movida pelo partido foi um pedido de investigação junto ao Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre o “uso dos meios de comunicação com a intenção de prejudicar a candidatura e desequilibrar o pleito”. “Não podemos tolerar tanta tentativa de interferência no processo eleitoral através de matérias mentirosas e caluniosas, sem fontes”, afirmou Falcão.”
O próprio advogado, que participou dos depoimentos, disse não ter ouvido nada semelhante. Não se sustenta, é uma peça para operação casada”, classificou o presidente do partido. “A revista é um panfleto que faz jornalismo de esgoto. Tem uma regra das eleições que diz que quanto mais se aproxima das eleições, menor credibilidade tem as denúncias, por mais que seja veraz.”
Além das ações na esfera eleitoral, o partido também solicitou ao procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que abra uma investigação sobre a quebra do sigilo da delação premiada. Em paralelo, um novo pedido de acesso ao conteúdo da delação foi feito Supremo Tribunal Federal (STF).
Além das medidas, o partido também entrou com representação criminal contra o jornalista responsável pela matéria, alegando difamação. Na esfera Cível, o partido propôs uma ação indenizatória “com valor simbólico”, afirmou.
O presidente também negou que as ações sejam uma tentativa de censurar a revista ou impedir sua circulação. “Não pedimos a suspensão da circulação. A revista está publicada. Ninguém pretende censurar, somos contra isso”, afirmou. Segundo Falcão, o partido defende a “regulação da mídia para veículos com concessão publica, e as publicações impressas não são”.
“Somos a favor de regulamentar a constituição no artigo que diz respeito à comunicação social que diz que ‘fica assegurada a mais ampla liberdade de expressão’. E em seguida, diz que fica proibido o monopólio, o que até hoje não teve regulamentação”.
(Fonte: Estadão Conteúdo)
Márcio Didier
Editor do Blog da Folha
Editor do Blog da Folha
Há muito tempo uma novela não chegava ao seu fim com tanta audiência como a atual eleição presidencial. Nesta sexta-feira, o seu penúltimo capítulo deve ser definitivo e promete uma audiência jamais vista antes. O último embate televisivo entre a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), e o postulante do PSDB, senador Aécio Neves, a depender do desempenho da cada um, pode ratificar as pesquisas do Ibope e Datafolha, que apontam o favoritismo da petista; ou alterar a tendência, como ocorreu no primeiro turno, em que o tucano foi beneficiado pelo seu desempenho e carimbou a sua ida para o segundo turno.
Após quatro meses de campanha, a presidente conseguiu chegar ao final da campanha com um leve favoritismo graças, entre outras coisas, ao trabalho bem feito do seu marqueteiro, João Santana, que traçou uma linha de ação e só desviou dela por causa da morte do ex-governador Eduardo Campos (PSB) e a entrada fulminante de Marina Silva (PSB) na disputa.
Com o novo cenário, se viu obrigado a estancar o processo de desconstrução de Aécio, ainda no primeiro turno, para focar na ex-ministra. E não sem motivo. A passagem de Marina para o segundo turno significaria o discurso do novo contra o velho, representado então pela petista. Com a candidata do PSB fora da disputa, a petista conquistou o discurso de, se não do novo, pelo menos da renovação de um governo que comanda o Brasil há 12 anos, com uma gestão “baseada no social, voltada para o povo”.
Colocou Aécio como passado, de um País que convivia com inflação, desemprego e privatizações. Adotou um competente discurso do medo, do qual já foi vítima no passado, e conseguiu barrar o crescimento do tucano na largada do segundo turno, como frequentemente ocorre com o candidato que chega com fôlego sobrando na nova etapa da disputa, no caso o senador mineiro.
E Aécio não conseguiu, ao longo das três semanas de campanha, abandonar a defensiva. Na única vez que tentou atacar, no debate do SBT, errou na dose ao classificar a petista de “leviana” e “mentirosa”. Com isso, acabou dando o mote do debate de gênero, a história já cantada em música, de que em mulher “não se bate nem com uma flor”.
A partir daí, o tucano passou a se explicar demais e sobre vários temas. Como resultado, viu a vantagem numérica nas pesquisas se inverter. Em campanha, a pior posição para qualquer candidato é abandonar o seu destino traçado para começar a dar explicações sobre os ataques.
Nesta sexta-feira foi a vez de a presidente petista ficar contra a parede, de se explicar. A reportagem da revista Veja, na qual o doleiro Alberto Youssef afirma que a presidente e a o ex-presidente Lula sabiam das irregularidades na Petrobras, foi o ingrediente que faltava para completar o enredo do debate desta noite e do final dessas eleições.
Em uma disputa que vem dividindo o Brasil ao meio nas últimas três semanas, que reavivou a militância petista de um lado, e a maioria do conjunto de forças do primeiro turno do outro, Dilma e Aécio chegam ao debate Globo apostando tudo para tentar conquistar os indecisos. Alguns deles, inclusive, farão perguntas no programa.
E nesse contexto, quem tiver melhor performance, pode ganhar como prêmio a Presidência da República.
Em rápido pronunciamento à imprensa, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o PT de tentar censurar a última edição da revista Veja, publicada nesta sexta-feira (24). O tucano fez apenas uma declaração sobre a reportagem de capa da revista Veja, que diz que o doleiro Alberto Youssef, preso desde março, afirmou que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (ambos do PT) tinham conhecimento do suposto esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
“A denúncia é extremamente grave e tem que ser confirmada, mas é preciso que seja também apurada”, afirmou o candidato tucano, que acusou o PT de tentar censurar a publicação. “O Brasil merece uma resposta daqueles que governam o País. Infelizmente, a única manifestação foi pela censura, pela retirada de circulação da maior revista nacional. Essa não é, certamente, a resposta que os brasileiros aguardam”.
O candidato tucano recusou-se a responder a perguntas de jornalistas, ao contrário do que tem feito diariamente durante a campanha, quando grava depoimentos para emissoras de TV. “Hoje não vou dar entrevista. Vou fazer apenas uma declaração em razão da relevância do tema”, disse em uma sala do Hotel Sheraton, no Leblon, zona Sul do Rio, onde passou o dia se preparando para o debate desta noite na TV Globo.
Aécio disse que a reportagem relata “supostos desvios” e que a delação premiada “assegura benefícios a quem a faz apenas se ela vier assegurada de comprovações das denúncias”, mas afirmou: “Determinei ao PSDB que ingresse hoje na Procuradoria Geral da República solicitando que essas investigações sejam aprofundadas em razão da sua gravidade, chamando a atenção para uma parte do depoimento do senhor Youssef que diz que um dos coordenadores da campanha do PT solicitava que fossem repatriados, portanto que retornassem ao Brasil, US$ 20 milhões para a atual campanha eleitoral. Se comprovado isso, é a confirmação de que houve operação de caixa 2 na atual campanha presidencial do PT”.
Ele afirmou que o PSDB vai acompanhar o desenrolar das investigações e que, se eleito, “elas serão ainda mais aprofundadas”.
(Fonte: Estadão Conteúdo)
O último programa gratuito de TV da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), exibido nesta sexta-feira (24), foi usado pela petista para responder à Veja e atacar a publicação. Na introdução, o apresentador diz que a revista que está chegando nas bancas tenta implicar o ex-presidente Lula (PT) e Dilma no escândalo da Petrobras, mas sem provas das acusações.
“Toda campanha é a mesma coisa. Na reta final, quando todas as pesquisas indicam a liderança de um candidato do PT, seja ele Lula ou Dilma, a revista Veja solta uma denúncia supostamente bombástica, numa tentativa vergonhosa de reverter a decisão popular”, afirma o apresentador. Mais da metade do programa, de dez minutos, foi utilizado para responder e atacar a publicação.
“Eu gostaria de encerrar minha campanha na TV de outra forma, mas não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista Veja e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática”, diz Dilma no programa. E continua: “Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime, a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras que estão sob investigação da Justiça”.
Por fim, a petista ainda deixa uma mensagem para os eleitores na qual fala da ditadura, do câncer e afirma que dá a alma ao Brasil. “Lutei contra a ditadura, venci a tortura, venci o câncer. O meu amor à vida, os meus ideais, as minhas paixões, a minha obsessão pelo sonho, o meu vício de esperança me ajudaram a vencer todas as dificuldades. Agora, o que me leva adiante é minha paixão pelo Brasil e pelo povo brasileiro”, diz. O vídeo encerra com a frase “Dou minha alma ao Brasil”.
Em um vídeo divulgado na tarde desta sexta-feira, 24, nas redes sociais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aparece ao lado da mulher, Patrícia Kundrát, pedindo voto “com amor” e no candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves.
“Gente, essa eleição está com muita falcatrua, muita mentira e discurso de ódio. Eleição tem que ser feita e tratada com amor, não é Fernando, meu amor?”, diz Patrícia no vídeo de 40 segundos.
Na sequência, o ex-presidente afirma que sempre fez política com “esperança e amor”, sem ataques ou xingamentos. “Temos agora nesta eleição um candidato que também olha o Brasil, olha o futuro, tem alegria e tem esperança. É o nosso candidato e nós vamos votar nele: no Aécio Neves”, declara.
(Fonte: Estadão Conteudo)
O ex-presidente Luiz Inácio da Silva não comentou as denúncias da revista Veja de que sabia do esquema de cobrança de propina na Petrobras. Ele disse que “não acha nada da Veja”. “O problema da Veja, fala a Veja. Eu não acho nada”, disse, durante caminhada nesta sexta-feira, 24, no centro da capital paulista. Antes de deixar o evento, que mobilizou cerca de 3 mil pessoas no centro de São Paulo, Lula reiterou: “Eu não leio a Veja”.
Em edição lançada hoje, a revista diz que o doleiro Alberto Youssef afirmou em depoimento que a presidente Dilma e Lula tinham conhecimento do esquema de cobrança de propina na Petrobras.
Outros petistas também desqualificaram a publicação. O prefeito de São Bernardo e coordenador de campanha de Dilma, Luiz Marinho disse que a revista não representa nada e que não lê a publicação há três anos. “E vou continuar não lendo”.
O presidente do instituto Lula, Paulo Okamoto, também disse que não viu a reportagem. “Não vi, segunda eu vejo. Se alguém me mandar, porque eu não compro”, disse.
O ex-ministro e candidato derrotado ao governo de São Paulo Alexandre Padilha chamou as denúncias de “absurdas”. “É um absurdo. É a ultima tentativa de influir no resultado da eleição”, disse.
Sem poder discursar, por conta da lei eleitoral, Lula falou rapidamente no microfone e disse: “não vamos aceitar provocação”. “Nossa briga não é em defesa de uma causa, mas de um projeto”, disse, pedindo empenho da militância até domingo.
Lula percorreu a Praça do Patriarca até a Praça da Sé, com sons dos jingles de campanha. Ao chegar ao local, algumas pessoas tentaram se aproximar do ex-presidente com flores e cartas e houve tumulto.
Acompanharam Lula o presidente estadual do partido, Emídio de Souza, o prefeito Fernando Haddad, o ex-ministro Padilha, a ministra Eleonora Menicucci, o senador Eduardo Suplicy, a vice-prefeita Nádia Campeão e alguns secretários do governo Haddad.
Além dos políticos, participaram do evento lideranças sindicais como o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o secretario geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
Protestos
Alguns militantes fizeram um protesto contra o candidato tucano Aécio Neves e associaram o PSDB com a crise hídrica vivida no Estado, governado há 20 anos pelos tucanos. baldes foram pendurados com cartazes afirmando que eles são o programa social do PSDB. Há ainda alguns cartazes apócrifos colados em lixeiras e caixas de correio ofensivos ao candidato tucano.
Um grupo de jovens que participou do ato cantava marchinhas contra o candidato tucano e exaltando Dilma.
(Fonte: Estadão Conteúdo)
Agencia Brasil/EBC (Montevidéu) – Os uruguaios vão as urnas no domingo (26) para eleger presidente e vice-presidente e renovar a totalidade do Congresso. A Frente Ampla, no poder desde 2005, é a favorita. Todas as pesquisas de opinião indicam que o candidato Tabaré Vasquez tem entre 43% e 49% das intenções de voto – número insuficiente para conquistar a vitória no primeiro turno e a maioria parlamentar.
Pela legislação uruguaia, os eleitores são obrigados a votar em candidatos do Executivo e do Legislativo do mesmo partido. “Eu votei nos dois governos anteriores, da Frente Ampla, porque acho que fizeram muito pelo país. O desemprego caiu de dois dígitos para um e nossos jovens não têm que sair do Uruguai para buscar trabalho”, disse à Agencia Brasil o comerciante Diego Villega, que apoia Tabaré Vasquez.
No entanto, no primeiro turno, ele votará num partido menor, sem chance de chegar à Presidência. “Não quero dar todo o poder a um só partido, precisamos ter um equilíbrio mais democrático”, justificou o comerciante.
Villega não é o único que pensa assim o que, segundo analistas políticos, explica os resultados das últimas pesquisas de opinião. Os principais concorrentes de Tabaré Vasquez – que governou o Uruguai de 2005 a 2010 – são filhos de ex-presidentes. Luís Lacalle, do Partido Nacional, conhecido como Blanco, teria entre 32% e 35% das intenções de voto, enquanto que Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, entre 12% e 18%.
Adversários históricos, Blancos e Colorados já se uniram contra a Frente Ampla no passado. “Tudo indica que o presidente só será eleito em novembro, no segundo turno, e dificilmente terá maioria parlamentar”, disse o presidente da consultora política Factum, Eduardo Bottinelli.
No domingo, os uruguaios também irão às urnas para decidir – em plebiscito – se querem baixar a maioridade penal de 18 para 16 anos. A insegurança está no topo da lista de preocupações dos eleitores, mas apenas 6% dos crimes são cometidos por menores.
O vice-presidente da República e companheiro de chapa de Dilma Rousseff, Michel Temer, disse nesta sexta-feira, antes de caminhada em Barueri, que não acredita que as denúncias publicadas pela revista ‘Veja’ tenham impacto na disputa eleitoral. Em edição lançada hoje, a revista diz que o doleiro Alberto Yousseff afirmou em depoimento que a presidente Dilma e seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento do esquema de cobrança de propina na Petrobrás.
“Passei os olhos agora de manhã quando eu estava saindo. Está sendo apurado. Evidentemente que, quando sai uma coisa um dia antes da eleição, chama um pouco a atenção. Por que saiu um dia antes da eleição? É uma indagação que temos que fazer”, questionou o vice-presidente. Temer justificou sua posição sobre o pouco impacto das novas denúncias na campanha dizendo que é um tema recorrente e já explorado na campanha. “Eu não acredito em impacto na votação porque já se consolidou essa diferença de 6% a 8%. Não acredito que isso mude, é um tema recorrente”, afirmou.
O adversário, Aécio Neves, apareceu ontem pela primeira vez atrás nas pesquisas fora da margem de erro. Mesmo com a desvantagem do tucano e as novas denúncias sobre a petista, o vice-presidente duvida que Aécio vá subir o tom dos ataques no último debate presidencial, que acontece na noite de hoje, na TV Globo. “Não acredito (que Aécio venha agressivo no debate). Percebi que no debate da Record ele não teve uma atitude agressiva e acho que o eleitorado espera que o debate seja um debate propositivo”, disse o peemedebista.
(Fonte: Estadão Conteúdo)