A maior parte das pessoas pede ajuda no momento do desespero e começa a correr para todos os cantos para diminuir a dor e na maior parte das vezes só piora uma situação que já é ruim.
Muitas pessoas buscam as outras para serem ajudadas, quando na realidade o que querem é alívio instantâneo, sem esforço ou algum tipo de desapego. A ajuda real raramente é bem-vinda.
O problema é que na maior parte das vezes a solução dos problemas está exatamente naquilo que a pessoa não quer ver ou mudar, porque custa muito abrir mãos dos benefícios ocultos no “sofrimento”.
VOU DAR ALGUMAS RECOMENDAÇÕES ANTES DE PEDIR AJUDA A ALGUÉM

1- Tenha claro qual é o problema.
Na hora da aflição nem sabemos qual é o problema real. A casa está pegando fogo e a pessoa quer trancar a porta como se as chamas fossem bater antes de entrar. Se facilitar escreva e releia, isso é suficiente para ver quanta abobrinha sem sentido escreveu.
2- Espere 2 dias
Como recebo muitos pedidos de ajuda já notei algo curioso, meu atraso em responder é milagroso, pois quando vou responder (no mesmo dia ou as vezes um mês depois) a pessoa me responde: “que problema? Não tinha nada, resolveu sozinho, era coisa da minha cabeça”.
Se eu tivesse arrancado meus cabelos para dar conta de todo o peso do mundo (que as pessoas atribuem para quem pedem ajuda) eu não tinha nem pelo debaixo do braço. Fora da situação alarmante é muito mais fácil de resolver uma questão importante, caso contrário você vai agir como viciado em crack e sair andando que nem um zumbi comendo cérebro dos outros sem critério nenhum. Nesses dois dias de trégua pessoal se distraia para tomar um ar em relação a questão toda.
3- Divida seu problema em partes
Alguns problemas são maiores do que você pensa e tem muitas variáveis, portanto não adianta atacar tudo de uma vez. Seja inteligente, separe em partes como se fossem ingredientes de uma comida.
 4- Analise onde é sua área de influencia e onde está fora do seu alcance
 Não adiante você tentar resolver o problema da fome na África, a não ser que você seja um milionário filantropo, um médico, governante, nutricionista ou voluntário morador na África. Não adianta queimar energia a toa.
Pense realmente onde você pode agir e onde é área de influência real e onde independente sua ação. Você pode mudar só o que você quer e sente e não as outras pessoas (ou situações além do seu alcance). Sempre lembre disso: se você pode fazer algo com aquilo faça, se não pode não se ocupe disso e se concentre no que pode fazer.
 5- Assuma a responsabilidade por aquilo que é seu
 Depois de ver onde é sua atribuição assuma de verdade sua parte no problema, pare de querer transferir a responsabilidade para os outros ou culpar o mundo pelos seus problemas. Lembre-se que de todos os problemas em sua vida a única coisa que repetiu é que você está neles, portanto, os outros são coadjuvantes na trama toda. O repetente causador do problema com certeza é você que apenas elegeu outros atores para encenar a mesma peça.
 6- Pense se já tentou correr pelas beiradas
 Já tentou realmente tudo? Ou é preguiçoso e espera que os outros deem uma solução mágica? Muitas vezes você pode tomar decisões que sejam paralelas ao problema. Você não pode pagar uma dívida, mas pode fazer um curso gratuito que vai dar alguma habilidade que não tinha, portanto faça. Não precisa ter todas ferramentas na mão para começar a resolver o problema central.
Parte do aprendizado frente ao problema não é resolvê-lo, mas as habilidades psicológicas e práticas que desenvolveu, não subestime isso.
 7- Conte com o apoio dos outros, mas lembre que você é que faz o trabalho sujo
 As pessoas amigas podem ajudar, aconselhar, dar empurrão, mas quem põe a mão na massa é você. Se aquilo perturba seu sono não espere que seu pai, mãe, marido, esposa, chefe resolvam, faça você mesmo, pois o interessado principal é sempre quem tem que levantar a bunda da cadeira.
Dica: já escrevi sobre muitos assuntos e basta colocar na busca do blog que fica à direita e ver se algo pode dar um consolo mais imediato. Se ele mostra textos que aparentemente não tem a ver é porque dentro dos textos tem links para os textos que você quer.
 8- Veja onde você próprio alimenta esse problema
 Em quase 99% dos casos a pessoa que perpetua um problema é o próprio problemático. Ele se alimenta daquele tipo de problema como aquelas fofoqueiras que se ocupam da vida dos outros para não olhar para a própria vida. Tem gente viciada em quebrar pedras e sente falta quando tudo está bem, não suportam a paz de espírito sem alegar tédio ou falta de emoção.

9- Realmente crie um plano para resolver o problema, ponha tudo no papel e pare de devanear
 A maior parte das pessoas acha que soluções caem do céu ou na mão do destino. No modo que eu vejo o sobrenome do problema é o seu nome, portanto pare de devanear uma solução sem pé nem cabeça. Escreva, coloque tudo no papel e crie um plano de ação com começo, meio e fim.
Lembre de colocar data e todos os recursos que vai precisar para resolver. Não pense que fechar os olhos vai fazer o bicho papão desaparecer, isso só acontecia na infância vendo filme de terror.
 10- Tente se colocar no lugar das pessoas implicadas no seu problema e veja onde você é um problema para essa pessoa
 A maior parte das pessoas sempre pensa nos problemas sob a perspectiva delas mesmas. Dificilmente olham o problema de fora e imparcialmente (quanto mais egocêntrica é uma pessoa maior a dificuldade em fazer isso). Faça uma experiência mental e tente imaginar esse problema com essa pessoa (os problemas são sempre entre pessoas) do ponto de vista dela.
Talvez vá se surpreender percebendo que você é o chato da história, o traidor, o relapso, o fofoqueiro, o mentiroso, o dissimulado ou desonesto. A nossa tendência é sempre contar a nossa versão dos fatos como se fossemos o centro e a vítima. Não é bem assim cara pálida, você não é santo.
 11- Tente descobrir o que você mais tem medo de abrir mão para superar esse problema.
 Os problemas são sustentados normalmente pelo nosso desejo de ter tudo e não abrir mão de nada. Queremos brincar no playground e ver TV ao mesmo tempo, trabalhar em dois lugares fantásticos, casar com duas pessoas (e que elas não reclamem disso), ter muito tempo livre e ao mesmo tempo ser milionário.
Na maior parte das vezes precisamos tomar decisões e não agir de forma gulosa.
 12- Abra mão disso que você tem medo de se desapegar
 Se descobriu no que está apegado, seja uma ideia, um valor pessoal, um bem material ou uma pessoa que está custando sua paz de espírito pense seriamente se o custo-benefício ainda é grande. O ditado que diz “vai o anel mas ficam os dedos” é muito válido nessa hora.
 13- Tudo tem um preço
 Para criar o problema você fez uma série de coisas para criar, para desfazer não pense que será mamão com açúcar. Dependendo do nó que deu na lã o novelo fica mais enroscado. Não adianta esfregar a lâmpada e fazer os três pedidos. Se quer resolver como um adulto, aja como um. Muitas soluções demandam um sacrifício de tempo, dinheiro, esforço e muitas vezes parte de sua reputação de bonzinho. Sair ileso e sem sequelas só em filme de Hollywood. Na vida real parte de tudo o que fazemos custa um pedaço de nós.
 Agora é com você.
Mas se depois de fazer tudo isso procure ajuda e de preferência de quem tenha competência pessoal ou profissional, pois pedir ajuda para quem está descendo a ladeira não adianta, pois a pessoa vai te levar para o abismo que ela está (exemplo: pedir conselho de relacionamento amoroso para quem só cria problema na vida afetiva).
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Caso ainda queira uma ajuda depois de tudo isso:
- Com ajuda profissional no meu trabalho de psicólogo você terá ajuda especializada onde terá que despender mais esforço [veja aqui]
- Com uma resposta mais impessoal e genérica [veja aqui] (não tem jeito, pode demorar)