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Aleac inicia luta por reconhecimento e ajuda às vítimas do DDT
Contribuição de Agência Aleac
12 de agosto de 2008
Última Atualização 13 de agosto de 2008
Entre todos os debates
trazidos à Aleac durante a gestão da atual Mesa Diretora, o presidente
da Casa, Edvaldo Magalhães, considerou o de ontem, dia 12, de longe, o que
mais valeu à pena. Com a presença de mais de 100 funcionários e
servidores aposentados da Funasa, a Aleac discutiu durante toda a
sessão o problema da contaminação dos antigos "guardas da Sucam" pelo
pesticida DDT [Dicloro-Difenil-Tricloroetano]. As vítimas, também
chamadas de combatentes da malária, já somam 49 mortos e, só em Rio
Branco, 13 estão mutilados. Mas, estima-se que são 500 e eles buscam na
Aleac apoio pelo reconhecimento oficial de que foram contaminados pela
substancia inseticida e para garantir o direito a tratamento, remédios
e indenizações.
A problemática foi exposta e debatida das 10 às 12h30min. Ao final, o
presidente Edvaldo Magalhães (PC do B), anunciou três providências a
serem tomadas já a partir da sessão desta quarta-feira, 13. Em primeiro
lugar, segundo ele, é preciso custear as despesas das viagens da
coordenação da comissão de funcionários até Brasília sempre que for
necessário.
-É preciso meter a mão no bolso. E a Assembléia vai ajudar no
deslocamento para as viagens para fora do Estado. E nós sabemos que
será um vai-e-vem em busca de ajuda para essa luta - afirmou.
Em seguida, Edvaldo determinou que a assessoria jurídica da Aleac
estude qual é ‘o instrumento legislativo' mais adequado para acelerar o
encaminhamento das questões com a chancela da Aleac.
Por fim, o presidente lembrou que a problemática dos servidores da
Funasa não se limita às fronteiras do Acre, devendo alcançar toda a
Amazônia, o que recomenda que a Aleac faça uma aliança com as bancadas
federais dos demais estados, incluindo os senadores e a Comissão da
Amazônia no Congresso Nacional.
"Quando
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a Aleac abre as portas para discussões, não é apenas para o público
assistir, para ficar só nos debates, mas para dar encaminhamentos. E
esta é um das sessões mais importantes desta legislatura", declarou
Edvaldo, para acrescentar em seguida.
‘Se tomarmos essas providências terá valido à pena esta vinda de vocês aqui na Assembléia".
O auditório da Aleac foi totalmente ocupado pelos servidores da Funasa
e ex-servidores da Sucam vestindo suas fardas cáqui, carregando suas
sacolas de lona amarela e até os velhos borrifadores de DDT. E um único
equipamento de proteção, o capacete que em nada impedia a inalação do
veneno.
O presidente da comissão de funcionários, Aldo Moura, explicou nunca os
trabalhadores foram orientados sobre a periculosidade do DDT. Tanto,
que usavam as vasilhas contaminadas para beber água e comiam o peixe
morto na água contaminada em que lavavam suas ferramentas de trabalho.
Também as esposas acabavam contaminadas quando lavaram suas fardas e
duas delas teriam morrido com câncer nas mãos.
Por isso, a comissão reivindica que o Governo Federal garanta a
realização de exames toxicológicos em todos aqueles que tiveram contato
com o DDT, incluindo suas mulheres.
Convidado para falar da Tribuna pelo presidente da Aleac, Edvaldo
Magalhães, Aldo Moura fez um relato contundente dos problemas e mostrou
um vídeo revelando o drama dos trabalhadores doentes em sua luta por
tratamento e compra de remédios.
"Estamos aqui pedindo socorro, queremos que nos ouçam", disse Aldo. Ele
explicou que, pelos levantamentos feitos por sua comissão, a partir de
2000, ficou claro que todos os servidores doentes, que vivem com
seqüelas ou que já morreram, possuem sintomas semelhantes, o que não
pode ser mera coincidência.
Um exemplo claro do que Aldo falava, estava sentado junto com os
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deputados no plenário: o aposentado Egídio Marques de Souza, 55 anos,
entrou carregado, pois, depois de 30 anos de serviço no combate a
malária, hoje sofre de epilepsia e tem a perna esquerda e o braço
direitos paralisados em virtude de um derrame. Como ele, semi
paralisados ou mutilados, há outros 12 ex-funcionários apenas em Rio
Branco. De 2000 a 2008, foram 34 mortos.
A exposição de Aldo comoveu o plenário. De presença simples, mostrou
força nos argumentos e abundância de vocabulário. No vídeo, um
funcionário fazia às vezes de entrevistador e comentarista. Sobre um
saco de DDT, o comentarista narra: "Este era nosso companheiro de todos
os dias...dormíamos juntos...hoje está em nosso sangue e em nossa
estrutura óssea".
Depoimento dos Deputados
Walter Prado
Quero que o Estado faça a parte dele, pois, já estamos atrasados nessa
questão. Pessoas já morreram e já tem mais ou menos um ano que os casos
começaram a vir a público. É preciso dar às vítimas e suas famílias
esperança e soluções. Esta é uma causa que deve ser abraçada por todos
os parlamentares, não importa se é governista ou da oposição, todos nós
temos que estar unidos em defesa destas pessoas doentes. Já conseguiu,
nesta terça-feira, 12, colher as assinaturas necessárias para a criação
da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a
responsabilidade da contaminação pelo inseticida DDT.
Juarez Leitão
É preciso que a gente, para ter alguma solução no presente,
mergulhe no passado. Fui muitas vezes visitado pelos agentes. Quem
ajudou a salvar vidas é que agora precisa de apoio. Não tenho dúvida do
respeito que vocês têm pela sociedade, colocando a vida em risco para
combater a malária. Estamos à disposição para ajudar vocês no que
puder.
Luiz Gonzaga
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Parabenizo a Assembléia Legislativa por esta oportunidade de debater os
problemas. A reivindicação de vocês é justa pelo trabalho que
desenvolveram na Amazônia, deixando as famílias e os amigos para subir
os rios borrifando DDT. Essas pessoas adoeceram trabalhando. Então, é
justo que o Estado cumpra seu papel e indenize as vítimas, essas
pessoas merecem isso.
Donald Fernandes
Esse caso precisa de justiça e reparação, ainda que com atraso. Muitos
dos que morreram poderiam estar aqui conosco, mas por descuido do
Estado foram prejudicados. Vocês deram a vida para que a nossa vida
fosse salva. Espero que essa luta seja vencida de forma rápida para que
os que ainda estão vivos possam permanecer assim por muitos anos.
Moisés Diniz
Na verdade vocês saíram de uma guerra e nesses conflitos que
enfrentaram tiveram mais perdas que nas guerras convencionais. Um terço
de vocês faleceu. Nós, os 24 deputados, só podemos pedir perdão, pelos
políticos do Brasil, pelos políticos do Acre, especialmente nos tempos
em que vocês foram envenenados. Podem ter certeza de que a Assembléia
Legislativa do Acre vai fazer tudo que estiver ao seu alcance para
auxiliá-los.
Luiz Calixto
A culpa pela contaminação não é do DDT, mas de quem permitiu o seu uso
por funcionários sem treinamento e sem equipamentos de segurança. Mas
não vamos politizar esta luta. Este é um problema de todos, mas o
Estado – e não o partido – é o responsável pela assistência às vítimas.
Taumaturgo Lima
Os soldados da Sucam salvavam milhares de vidas sem saber
que o produto que usavam os levaria à morte. Por isso, aqui, com todos
os deputados, vamos encontrar um caminho e criar alternativas mais
rápidas e eficazes para solucionar o problema, pois estamos lutando por
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vidas.
N Lima
O DDT foi fundamental no combate à malária, mas o culpado foi o governo
que não ofereceu condições de trabalho seguro a estes agentes. O
Estado, e não só a União, tem culpa na atual situação de lamúria destas
pessoas, pois não oferece um tratamento de saúde digno.
Idalina Onofre
Muitas pessoas estão passando por sérias
dificuldades financeiras, pois o pouco dinheiro que recebem é destinado
à compra de seus remédios. Muitas das pessoas contaminadas no interior
vieram procurar um melhor tratamento na capital, mas sem dinheiro
passam por sérias dificuldades.
Chagas Romão
Nós iremos abraçar a causa dos contaminados, se for necessário ir a
Brasília para lutar em defesa destas pessoas nós iremos. Caso seja
preciso criar um CPI será criada. Muitas destas pessoas têm sofrido por
conta do descaso da saúde pública estadual.
Helder Paiva
O Estado não pode ficar de braços cruzados diante
dessa situação. Mesmo de forma atrasada temos que resolver este
problema. Esta causa é mais do que nobre, Os “mata-mosquitos” são
verdadeiros heróis.
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