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OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

OS DESTEMIDOS  GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO
A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Funasa é acusada de omissão ao não reconhecer penúria dos contaminados

Funasa é acusada de omissão ao não reconhecer penúria dos contaminados - 24/03/2009

Local: Rio Branco - AC
Fonte: A Gazeta
Link: http://www.agazeta-acre.com.br/ 

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=304710

Resley Saab
Eles se utilizam de artifí-cios covardes, humilham trabalhadores, forjam exames e retardam a verdade".  Estas são algumas das palavras usadas pelo advogado goiano Wolmy Barbosa de Freitas, para adjetivar o que ele classifica de "imoralidade da Fundação Nacional de Saúde", a Funasa com relação ao tratamento que vem sendo dado às vítimas do Dicloro-Difenil-Tricloroetano, o DDT.
Os artifícios sórdidos praticados pela Funasa para reconhecer o drama dos que padecem com a infecção pelo pesticida DDT - largamente usado na década de 70 pelos ex-guardas da Sucam no combate à malária - encontram guarida apenas nas juntas médicas maquiadas e na falta de padecimento pelos que estão morrendo, segundo Barbosa de Freitas.
A direção da Funasa, por meio de sua Assessoria de Imprensa, afirma no entanto que foi feita uma lista de procedimentos perante o Ministério Público Federal, na qual se compromete a cumprir o que fora estabelecido pelo MPF.  "A Funasa não vai se pronunciar sobre isso, enquanto todo o processo não for concluído", afirmou o jornalista Ezí Melo, da assessoria de imprensa da Instituição.
O advogado prossegue: "queremos que a população, por meio da imprensa, se sensibilize com as atrocidades que a Funasa vem fazendo ao relutar em reconhecer que errou, e que desgraçou milhares de trabalhadores honestos, que querem hoje apenas o que lhes são de direitos, uma vida mais digna e condições para custear o seu tratamento".  Em entrevista à Agência Agazeta.net, afirma ter cerca de mil clientes contaminados pelo DDT.
Ao seu lado estava José Cardoso Rocha, de 67 anos, acompanhado do filho, Jairo, que acusa a junta médica da Funasa de humilhá-lo, durante exames realizados em agosto de 2007.
"Eu economizei cinco meses para viajar à Belém com o objetivo de fazer os exames para o laudo toxicológico e depois de pronto, o médico me disse que não servia para nada, ao não ser embolar e jogar no mato", relembra Cardoso Rocha.
Ele até poderia, simplesmente, "jogar no mato", poderia, se o laudo não atestasse 11,77 ug/dl, a unidade de grandeza da contaminação, cujo índice tolerável no organismo não passa de 3 ug/dl.
Em outro laudo emitido pela junta médica da Funasa, o médico-chefe, cujo nome o advogado de seu José Cardoso Rocha resolveu omitir, afirma que o estado de saúde do paciente é normal, com "força muscular e coordenação normal" e apenas com "sinal de artrose", o enfraquecimento dos ossos.
O laudo da Funasa vai mais além: diz que o paciente está apenas abalado emocionalmente e que chorou durante os exames.  Sobre isso, o próprio paciente afirma: "Me humilharam o quanto puderam, me disseram que não tinha direito nenhum e que eu estava muito bem, porque não tinha nada de ruim com minha saúde", acusa Cardoso Rocha.
Curiosamente, em uma outra clínica de Brasília, chamada de "Dr.  Brasil", outro laudo toxicológico comprova índice muito mais alto de contaminação do que o primeiro laudo da Funasa, com um índice de 40 ug/dl.  Os exames feitos em unidades particulares também comprovam que a vítima sofre de poliartrose, ou seja, tem comprovadamente, enfraquecimento dos ossos, além de espondiolartrose lombar, que seriam problemas relacionados com a coluna cervical, em decorrência dos muitos anos que Cardoso transportou a bomba carregada de DDT.  (AGAZETA.NET)
Efeitos amargos da contaminação O processo de seu José Cardoso na Justiça está em grau de recurso, já foi ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o TRF1 e agora espera julgamento de tutela antecipada com pedido de liminar para que a União pague o seu tratamento.
Em 1984, ele se recorda, eles conviviam com veneno nos acampamentos e a água que bebiam, uma vez ou outra, acabava sendo contaminada também.  "Mas como ninguém nunca nos alertou sobre o risco, achávamos que não haveria problema algum para a nossa saúde", lembra.
Agora, ele amarga os efeitos da contaminação.  Sente falta de sono, perdeu a visão direita, está quase perdendo a da esquerda, não suporta ficar sentado muito tempo, nem tampouco em pé.  Sente náuseas constantes e até chegou a se perder ao sair de casa só, após uma crise de tontura.
"Posto isso tudo, é um absurdo o que fazem com o meu pai e com muitos outros que estão na mesma infelicidade", protesta o filho Jairo Cardoso.
"Esta é uma atitude covarde por parte da Funasa, que ao invés de reconhecer, ignora a situação pela qual eles estão passando", lamenta o filho.
Inseticida já matou 44 pessoas em oito anos O inseticida, usado em larga escala nos anos 70, sem qualquer cuidado ou orientação, provocou sequelas irreparáveis no organismo desses servidores.  Desde problemas neurológicos que ocasionam a perda dos movimentos, até câncer de pele e outras doenças, que os afastaram do trabalho.
Nos últimos oito anos, 44 agentes já morreram em decorrência da contaminação Dezenas ainda aguardam pelo socorro.
No início desse mês, cerca de 200 exames foram rea-lizados no Instituto Evandro Chagas, em Belém, cujos primeiros 22 foram apresentados e analisados por uma equipe de especialistas da Fundação Hospitalar do Acre.
Caso DDT
Contaminados pelo DDT agradecem apoio da Aleac
Cerca de 50 ex-guardas da Sucam, a atual Funasa, estiveram na Aleac durante a sessão de terça-feira agradecendo o apoio que têm recebido dos parlamentares em sua luta por reparações à intoxicação por DDT que sofreram durante combate ao mosquito da malária nas décadas de 70 e 80, especialmente.  O presidente da Casa, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), suspendeu a sessão logo após o pequeno expediente para ouvir uma comissão de ex-guardas.  "Uma vez que a Aleac participou ativamente da campanha para que eles fossem reconhecidos como vítimas, agora vamos saber como estão os desdobramentos, as conquistas e ver como a Casa pode continuar ajudando, afinal esta é uma causa do Acre", comentou Edvaldo Magalhães.
O presidente da comissão "DDT e a Luta Pela Vida", Aldo Moura, explicou que o objetivo da visita era agradecer ao empenho dos parlamentares, pois em seu entendimento, a Assembléia os abraçou como um pai abraça a um filho.  "Os parlamentares esqueceram suas siglas partidárias e se uniram todos em prol de uma causa social e justa", afirmou Aldo.  Ele lembrou que uma comissão foi criada na Aleac, composta pelos deputados Walter Prado (PSB), Idalina Onofre (PPS), Donald Fernandes (PSDB), Chico Viga (PT) e Josemir Anute (PR).  "Eles percorreram os municípios colhendo entrevistas com os companheiros contaminados e este trabalho resultou num belíssimo relatório", relatou Aldo.
Outro membro da comissão, José da Rocha Viana, declarou que, assim como veio pedir ajuda na Aleac, é justo que venha agradecer.  Viana lembrou que, graças ao encaminhamento da Aleac, hoje as vítimas de contaminação já têm uma amostragem dos níveis de intoxicação.  "Se antes apenas suspeitávamos, hoje temos esta confirmação em 80% dos casos dos companheiros que fizeram os exames", disse.
"Nós denunciamos uma dor e dissemos onde doía encontrando guarida nesta Casa.  E estamos pedindo socorro.  Eu tenho medo de morrer e pode ser de outra coisa, mas sei que meu carrasco é o DDT", declarou.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais, Noel Chaves, também participou da reunião, lembrando que a entidade está contri-buindo com a luta dos ex-guardas.  Segundo ele, os trabalhadores foram vítimas de uma das tantas políticas erradas implementadas pelo Governo Federal na Amazônia.
Vários outros integrantes da comissão deram depoimentos durante a visita, todos lembrando que um dia trabalharam para a prevenção da saúde dos acrea-nos e acabaram perdendo as suas saúdes por conta disso.

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