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Prezado leitor, o Portal do Servidor Publico do Brasil é um BLOG que seleciona e divulga notícias que são publicadas nos jornais e na internet, e que são de interesse dos servidores públicos de todo o Brasil. Todos os artigos e notícias publicados têm caráter meramente informativo e são de responsabilidade de seus autores e fontes, conforme citados nos links ao final de cada texto, não refletindo necessariamente a opinião deste site.

OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

OS DESTEMIDOS  GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO
A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

MP 664: o que mudou para os servidores públicos?

Portal do Servidor Público do Brasil : http://waldirmadruga.blogspot.com.br/

Congresso em Foco     -     27/02/2015

Advogados explicam como eram e como ficaram as regras da pensão por morte de servidores da União, alteradas por medida provisória em discussão no Congresso


A “inaugurar” o ano de 2015, como todos devem ter conhecimento, a Presidência da República mudou as regras da pensão por morte dos servidores públicos federais. A alteração foi publicada às vésperas do ano novo e surpreendeu – para pior – ao reduzir direitos sociais consolidados.


Diversas entidades, associações e partidos políticos ingressaram com ações judiciais para suspender a aplicação da Medida Provisória nº 664, de 2014 e, ao final, afastá-la do ordenamento jurídico brasileiro, diante das suas inconstitucionalidades (Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5230, 5232, 5234). Neste artigo, explicaremos como eram e como ficaram as regras da pensão por morte de servidores da União.


Comenta-se que o valor do benefício foi alterado e que passa a ser de 50% do benefício ao qual o segurado teria direito, acrescido de 10% por dependente até a totalidade. Há um porém nessa afirmativa: essa modificação só vale para trabalhadores cujo regime de previdência é regido pela Lei nº 8.213/1991.


Para os servidores do Regime Jurídico Único, alterou-se a redação do dispositivo sobre o valor do benefício (art. 215 da Lei 8.112/1990), aqui apenas para cumprir a Emenda Constitucional nº 41, de 2003. Ou seja, pelo menos não há inovação neste ponto: o cálculo do benefício segue sendo o valor da remuneração ou proventos de aposentadoria, limitado ao teto do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente.


Mas é hora de tratarmos das alterações ruins:


Período de carência: antes da Medida Provisória 664/2014, não havia essa restrição, pois o falecimento do servidor era amparado pelo Estado em qualquer situação, independentemente do tempo contribuído para a previdência social.


Com a Medida Provisória nº 664/2014, a pensão por morte passa a depender do cumprimento do período de carência de...

A PEC da Bengala do PT

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Lauro Jardim
Radar on-line     -     27/02/2015


O PT vai defender que o melhor texto da PEC da Bengala a ser votado é o que propõe o aumento para 75 anos da idade de aposentadoria de diversas categorias, a exemplos dos professores universitários e outros funcionários públicos.


O PMDB quer fazer avançar no Congresso o texto da PEC da Bengala que propõe a elevação apenas para ministros de tribunais superiores.


Um petista argumenta:


- Por que não para todo mundo? Os ministros de tribunais superiores são melhores do que outras categorias?

O interesse do PT também se deve a um detalhe do texto mais abrangente: sua tramitação ainda vai demorar muito. Já a tramitação da PEC defendida pelo PMDB está bem na frente.

STF nega danos materiais por demora em nomeação

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Bárbara Mengardo
Valor Econômico     -      27/02/2015


O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem que candidatos aprovados em concurso público só têm direito à indenização por demora na nomeação se houver "flagrante ilegalidade" da administração pública. O entendimento foi tomado após os ministros analisarem ação proposta por 13 auditores da Receita Federal. No caso concreto, foi negado o direito à indenização por danos materiais.


O processo foi analisado com repercussão geral e serve de precedente para casos semelhantes discutidos em instâncias inferiores. Atualmente, segundo o ministro Luís Roberto Barroso, há no Supremo dez acórdãos e 318 decisões monocráticas sobre o assunto. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), o número salta para 78 acórdãos e 1,7 mil decisões monocráticas.


Os servidores conseguiram suas aprovações graças a uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, com sede em Brasília. De acordo com o processo, em 1991 eles se candidataram para o concurso, sendo aprovados na primeira fase. Posteriormente, entretanto, o Poder Público optou por chamar para a segunda etapa do concurso apenas 1,5 mil candidatos. Para as demais vagas de auditor fiscal foi aberto, em 1994, um novo processo seletivo.


Os candidatos procuraram, então, o Judiciário, pedindo o direito de participar da segunda etapa do concurso de 1994. O pedido foi aceito, mas apesar de terem passado no processo seletivo, os servidores foram empossados apenas em 1997, quando a ação da qual fazem parte transitou em julgado.


Em razão da demora, os auditores requereram a indenização, que foi aceita pela segunda instância. O TRF da 1ª Região determinou que os autores fossem indenizados pelo período entre 13 de junho de 1995, quando foram empossados os servidores que passaram no concurso aberto no ano anterior, e 25 de julho de 1997, data da decisão judicial. O pagamento diz respeito aos salários que os servidores públicos teriam direito.


Após analisarem a ação, apenas os ministros Marco Aurélio, relator, e Luiz Fux entenderam que os servidores deveriam ser indenizados. Para o relator, o fato de a Justiça ter determinado a posse dos servidores demonstra que os autores tinham direito aos cargos desde 1995.


Os demais integrantes do Supremo entenderam que não ficou provado que houve ilegalidade da União na demora para nomeação dos servidores. "Só se verifica [o direito à indenização] em casos de patente arbitrariedade, o que, ao meu ver, não se caracteriza nesse caso", afirmou o ministro Luís Roberto Barroso na sessão de ontem. O magistrado disse ainda que o entendimento segue a jurisprudência dominante no Supremo sobre o assunto.

Apesar de afirmar que esse não foi o argumento principal para sua decisão, Barroso citou durante o julgamento que a Justiça já proferiu diversas decisões sobre o assunto, e um entendimento mais favorável aos servidores nesse caso traria grande impacto fiscal. Lewandowski também tocou no assunto e afirmou que uma decisão favorável "poderia acarretar um dano muito grande ao erário ".

Luiz Henrique defende PEC que estende aposentadoria compulsória do servidor público

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Agência Senado - 27/02/2015

O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) defendeu a aprovação da proposta de emenda à Constituição que estende para 75 anos a aposentadoria compulsória de servidores públicos. A PEC é de autoria do ex-senador Pedro Simon (PMDB-RS).


Luiz Henrique lembrou que a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros fez aumentar a expectativa de vida para 73 anos, em média. Por isso, disse Luiz Henrique, não justifica a aposentadoria compulsória ser aos 70 anos, enquanto que, em 1934, quando a expectativa de vida era de apenas 36 anos, os juízes, por exemplo, se aposentavam compulsoriamente aos 75 anos.


— São proibidos de continuar a servir ao Estado brasileiro servidores da maior competência, que, aos 70 anos, têm plena higidez física e mental e estão no auge da sua experiência — disse o senador.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Servidor nomeado por decisão judicial não tem direito a indenização, decide STF

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BSPF     -     26/02/2015

Por maioria, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que não cabe indenização a servidor empossado por decisão judicial, sob argumento de que houve demora na nomeação, salvo arbitrariedade flagrante. A decisão foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 724347, com repercussão geral, no qual a União questiona decisão da Justiça Federal que garantiu a indenização a um grupo de dez auditores-fiscais do Tesouro que participaram de concurso realizado em 1991.


Segundo a tese fixada pelo STF, para fim de aplicação de repercussão geral, “na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indenização sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante”. A tese foi proposta pelo ministro Luís Roberto Barroso, responsável pela redação do acórdão.


Voto-vista


O julgamento havia sido iniciado em outubro do ano passado, quando os ministros Marco Aurélio (relator) e Luiz Fux proferiram voto favorável à indenização dos servidores e, portanto, negando provimento ao recurso da União. Abriu a divergência o ministro Roberto Barroso, que votou pelo provimento do recurso, seguido pelo ministro Dias Toffoli. Na ocasião, o ministro Teori Zavascki pediu vista dos autos.


Em seu voto proferido hoje, o ministro Teori observou que a jurisprudência dominante do STF é contrária ao direito de indenização. No caso concreto, o grupo de auditores participou da segunda fase do concurso devido à decisão judicial, mas somente após a conclusão do processo houve a nomeação. A eles, havia sido deferida indenização com base no valor dos salários que deveriam ter recebido entre junho de 1995 e junho de 1997.


Segundo o ministro, a demanda judicial nem sempre se opera com a celeridade esperada, mas o princípio da prudência judiciária impede a execução provisória da decisão que garante a nomeação dos candidatos. Ele citou ainda o artigo 2º-B da Lei 9.494 – considerada constitucional pelo STF – segundo o qual a inclusão de servidor em folha de pagamento só deve ocorrer com o trânsito em julgado da decisão judicial.

“A postura de comedimento judiciário, além de prevenir gastos de difícil recuperação, impede que se consolidem situações cujo desfazimento pode assumir configuração dramática”, afirmou.


Também seguiram a divergência, iniciada pelo ministro Roberto Barroso, os ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Celso de Mello e o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski.

Fonte: Assessoria de Imprensa do STF

Procuradoria evita anulação de questão do concurso para auditor-fiscal da Receita Federal

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AGU     -     26/02/2015

A Advocacia-Geral da União (AGU) evitou que fosse anulada questão da prova de concurso para auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil, realizado pela Escola de Administração Fazendária (Esaf) em maio do ano passado (Edital nº 18/2014). Os advogados públicos demonstraram que as provas objetivas foram corrigidas de acordo com as regras do Edital e que os recursos foram devidamente apreciados pela banca.


O candidato que participou do concurso pedia anulação da questão 16 da prova de conhecimento específico. Ele alegou que o item não possuía relação com a matéria citada no edital, além de conter mais de uma resposta incorreta.


Em defesa da legalidade do concurso público, a Procuradoria-Seccional da União em Uruguaiana/RS (PSU/Uruguaiana) ressaltou que o suposto erro alegado pelo candidato deve ser atribuído, exclusivamente, ao seu equívoco na interpretação da questão. "Nesse caso, não se admite a interferência do Poder Judiciário, uma vez que a interpretação faz parte da avaliação a que submete o candidato", destacou a contestação da AGU.


Os advogados também defenderam que há o entendimento de que o Poder Judiciário não pode invadir a competência da banca examinadora para reanalisar critérios de correção e de elaboração de provas. Esclareceram, ainda, que a matéria cobrada na questão 16 estava prevista no edital e que não havia mais de uma alternativa incorreta.


A 2ª Vara Federal de Uruguaiana/RS concordou com a defesa da Advocacia-Geral e negou o pedido do autor. "A conveniência do autor em constar da lista de "aprovados excedentes" não é argumento juridicamente válido para amparar o acolhimento dos pedidos, mormente em se tratando de ação que ataca processo de concurso público que depende, isso sim, de aprovação nas provas e títulos".


A PSU/Uruguaiana é unidade da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU.

Ref.: Processo nº 5002966-39.2014.404.7103 - 2ª Vara Federal de Uruguaiana/RS.

Barbosa não recebe servidor

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Vera Batista
Correio Braziliense     -     26/02/2015


Manifestação em frente ao Ministério do Planejamento marca início da campanha salarial de 2015. Reajuste de 27,3% é a principal reivindicação numa pauta que inclui ainda fixação de data-base em 1º de maio


Os Servidores Públicos federais iniciaram, ontem, a campanha salarial unificada de 2015, com uma manifestação de cerca de 200 pessoas em frente à sede do Ministério do Planejamento (MPOG), no Bloco K da Esplanada. Eles protocolaram a pauta de reivindicações e tentaram pressionar o ministro Nelson Barbosa a receber imediatamente as lideranças dos trabalhadores. Mas o titular da pasta não atendeu ao pedido.

Os sindicalistas foram informados de que ele não estava no prédio. Embora o ato estivesse marcado desde o fim de janeiro pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores, órgão que reúne 33 representações sindicais, somente na última segunda-feira o Planejamento agendou - para 20 de março - uma reunião para discutir as propostas dos funcionários. Assessores do ministro recomendaram que os manifestantes procurassem o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, cujo gabinete fica do outro lado da Esplanada. Eles insistiram que só falam com Barbosa.



A principal reivindicação do funcionalismo é reajuste salarial de 27,3%, que representa a reposição da inflação desde 2010. O percentual foi calculado a partir da variação estimada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto de 2010 a julho de 2016, em torno de 44%, descontando-se os 15,8%, em três parcelas (2013, 2014, 2015) concedidos em 2012, mais ganho real de 2%.


"As primeiras medidas do novo governo foram de restrição de despesas. A campanha salarial unificada é uma forma de indicar que não vamos aceitar que o servidor pague a conta, muito menos a repetição do que aconteceu em 2012, quando o Executivo retirou um índice da cartola", disse Rudinei Marques, presidente da União das Carreiras de Estado (UCE).


Os servidores querem também definição da data-base em 1° de maio; paridade salarial entre ativos, aposentados e pensionistas; incorporação de gratificações produtivistas; isonomia de benefícios; e revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, que apertaram as regras de acesso a benefícios como abono salarial, seguro-desemprego e auxílio-doença.


Lamentações


Na próxima terça-feira, as representações sindicais vão tentar, mais uma vez, antecipar o encontro com o ministro. A atitude de Nelson Barbosa de marcar reunião somente para março foi interpretada como um recurso para esvaziar o movimento.

Os servidores se recusam a negociar com o secretário Sérgio Mendonça, alegando que ele não tem poder de decisão. "Queremos falar diretamente com o ministro. A SRT é um mero setor burocrático para a gente chorar as mágoas. É um muro de lamentações. Não participaremos mais de nenhuma mesa de enrolação", afirmou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Contaminação por DDT mata silenciosamente no Acre, e em Rondônia Tambem

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Contaminação por DDT mata silenciosamente no Acre


Lista com os nomes de 114 prováveis vítimas, acompanhada de dossiê, incluindo material áudio-visual, será encaminhada ao Ministério da Saúde e à presidência da Funasa pelo vice-presidente da Comissão da Amazônia, deputado federal Sérgio Petecão (PMN/AC).

A contaminação por Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT) pode está relacionada à morte de 114 funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Acre, entre os anos de 1994 até hoje. O último óbito foi registrado há 12 dias em Rio Branco.

O guarda de endemias aposentado Augustinho Castro e Silva sofreu uma parada cardíaca, resultado do alto grau de envenenamento no organismo. Segundo os amigos, foram meses de dor e solidão, sem qualquer acompanhamento por parte da direção do órgão ao qual ele dedicou a maior parte da sua vida.

Outros 300 funcionários, ainda em atividade, apesar dos evidentes problemas de saúde relacionados ao contato com o inseticida, lutam para provar que estão contaminados e receber a assistência necessária por parte do governo federal, incluindo gastos com medicamentos e indenização por danos morais e materiais sofridos em decorrência da contaminação.

‘’No ano de 95, morriam de dois a três, todo mês. Todas as vezes que enterrávamos alguém ficamos na expectativa de quem seria o próximo’’, desabafa o motorista oficial Aldo A. Silva, o grande incentivador do movimento que pretende expor para o país a triste situação a que estão relegados os funcionários da Funasa que foram contaminados pelo DDT durante as cruzadas contra a malária na zona rural do Acre.

Aldo tem 57 anos e também está contaminado. Confiante, ele acredita que unidos os servidores sairão vitoriosos e conseguirão evitar novas mortes. ‘’Tem um companheiro nosso que está em estado terminal de câncer. Oito dos nossos já morreram vítimas dessa doença, que comprovadamente tem uma relação muito estreita com o DDT. O que nós queremos é que as autoridades reconheçam isso e nos ofereçam as condições de buscar a cura ou pelo menos terminar dignamente os nossos dias’’, suplica.

Falta de equipamentos de proteção facilitou envenenamento 
Segundo Aldo, a falta de equipamentos de proteção facilitou o envenenamento dos agentes de endemias (antigos guardas da Sucam) e motoristas que tinham contato direito com o DDT. ‘’Nosso único equipamento de proteção era o capacete de alumínio. Ele protegia a cabeça, mas deixava as narinas completamente expostas, em contato direto com o inseticida, que também penetrava diretamente na nossa pele’’, revela.

‘’Todas as vezes que borrifávamos uma casa na zona rural era comum encontramos cachorros, gatos e galinhas mortos pelos quintais. O que nós não sabíamos é que também estávamos sendo envenenados aos poucos e que um dia seriamos obrigados a lutar para poder provar que fomos contaminados no pleno exercício de nossas atividades, e que o governo federal tem uma dívida conosco’’, declara. 

Lágrimas de revolta
Mário Wilson de Oliveira, 53 anos, trabalhou como guarda de endemias durante 20 anos, até que começou a sentir dores constantes nas articulações, tonturas e náuseas. Não demorou muito para o quadro evoluir para um derrame que o mantém de cama há 9 anos. O que Mário, a esposa e os três filhos não sabiam é que tudo isso estava relacionado ao contato com o DDT e que a família seria obrigada a arcar por conta própria com todas as despesas relacionadas ao tratamento.

Além da paralisia dos membros inferiores e superiores, Wilson também teve a fala afetada, mas é capaz de transmitir, num simples olhar, a dor e revolta guardadas dentro de si. Ao ser perguntando se tem consciência sobre os reais motivos da sua doença, ele chora, numa clara demonstração de lucidez, mas total incapacidade física imposta pelas complicações decorrentes do envenenamento.
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Inseticida age diretamente no sistema nervoso 
Quem olha para Antônio Souza Oliveira, 44 anos, não imagina os estragos que os 10,71 ml/dl de DDT presentes no seu organismo têm provocado à sua saúde. Ao contrário de Wilson ele mantém todos os movimentos e aparentemente parece uma pessoa saudável. Mero engano, Antônio tem crises profundas de depressão, acompanhadas de queda de pressão e outros sintomas relacionados ao desequilíbrio do sistema nervoso.

Com o apoio da família, Antônio foi o primeiro funcionário da Funasa a responsabilizar o órgão judicialmente pela contaminação por DDT, requerendo o pagamento das despesas com remédios e indenização por danos morais e materiais pelos transtornos sofridos.

A ação, impetrada na 2ª Vara da Justiça Federal de Rio Branco, se fez acompanhar de laudo toxicológico, estudo neurofisiológico, laudo médico do trabalho, e vários outros exames, realizados em laboratórios especializados de Goiânia e Brasília, comprovando o alto grau de contaminação. Segundo a portaria nº 12, de 06 de junho de 1983, da Secretaria de Segurança da Saúde, o valor normal de presença de DDT no organismo humano é de até 3 mg/dl, o que significa que a quantidade encontrada em Antônio está três vezes acima do padrão tido como normal.

Antônio afirma ainda que encontrou agentes de endemias em Recife com até 400 mg/dl de DDT no organismo, e alerta que várias mulheres de funcionários também podem estar contaminadas em decorrência do contato direto com a roupa dos maridos, durante a lavagem.

Afastado das suas funções de agente de endemias desde setembro de 2005, Antônio controla os efeitos da contaminação com três medicamentos, hoje avaliados em R$ 1.060,00. O juiz federal Pedro Francisco condenou a direção da Funasa a bancar os gastos com os remédios e ainda pagar R$ 50 mil reais a título de indenização por danos morais e materiais, mas o órgão recorreu da sentença. 

Sérgio Petecão vai requerer providências em Brasília
A lista com os nomes de 114 prováveis vítimas, acompanhada de dossiê, incluindo material áudio-visual, será encaminhada ao Ministério da Saúde e à presidência da Funasa pelo vice-presidente da Comissão da Amazônia, deputado federal Sérgio Petecão (PMN/AC). Na semana passada, ele se reuniu com um grupo de 20 funcionários contaminados e ouviu atentamente o depoimento de cada um deles.

‘’Eu conheço de perto o trabalho desenvolvido por essas pessoas, sei que eles deixam de lado as suas famílias para se embrenharem na mata para combater a malária e agora que estão doentes e precisando da ajuda do governo federal não podem simplesmente serem ignoradas’’, disse o parlamentar.

O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Branco, Pedrinho Oliveira (PMN) – funcionário da Funasa licenciado – também participou da reunião. Apesar de fazer parte do quadro administrativo, ele se submeteu ao exame para detectar a presença de DDT no organismo e descobriu que também está contaminado.

‘’Isso demonstra o alto grau de contaminação desse produto, até nós que manipulávamos as fichas dos guardas de endemias fomos afetados’’, revela, garantindo que apóia a luta dos colegas e vai ajudar no que for possível para encaminhar as suas reivindicações, seja na esfera municipal, estadual ou federal.

Além da indenização pela contaminação por DDT, os agentes de endemias e motoristas da Funasa, que se encontram nessa situação, querem o direito a aposentadoria por 25 anos de serviço, a exemplo com o que já acontece com outras categorias.

‘’Um professor se aposenta com 25 anos de serviço porque trabalha com o giz, material bem menos tóxico do que o DDT, por que nós, que estamos envenenados, que demos a nossa vida para matar o mosquito da malária e salvar milhões de outras vidas, também não podemos ter direito, por que essa discriminação com a gente?’’, questionou Océlio Alves do Nascimento, acrescentando que o último exame realizado revelou um percentual de 70% da presença de DDT no seu organismo.

‘’Eles nunca tiveram respeito pela gente. Quando íamos para a zona rural não tínhamos nem lugar para acampar. Quantas vezes não dormir em chiqueiro de porco ou curral de boi. Agora, eles continuam nos relegando o segundo plano, escondendo da opinião pública que estamos doentes. Deixando-nos morrer a míngua’’, desabafa José Rocha de Aguiar.

O vice-presidente da Comissão da Amazônia, deputado federal Sérgio Petecão (PMN/AC), garantiu que vai requerer informações detalhada sobre o caso à presidência da Funasa, para saber se algum encaminhamento já foi dado, e também solicitar providências urgentes ao Ministério da Saúde. ‘’Todas as reivindicações são justas e acredito que contarei com o apoio de toda a bancada acreana para honramos esses homens que tanto já fizeram pelo nosso Estado e agora precisam de ajuda’’, concluiu Petecão.

Muitas promessas e pouca ação 
O DDT começou a ser utilizado na Segunda Guerra Mundial para eliminar insetos e combater as doenças emitidas por eles como a Malária. Demora de 4 a 30 anos para se degradar.

Os EUA foram os primeiros a proibir seu uso, por volta dos anos 70, em virtude de seu efeito acumulativo no organismo. Alguns estudos sugeriram que é cancerígeno, provoca partos prematuros, causa danos neurológicos, respiratórios e cardiovasculares.

No Brasil, deixou de ser fabricado na década de 80. A Justiça Federal proferiu, em janeiro de 1997, sentença determinando que o Ministério da Saúde instituísse programa científico federal voltado à substituição do inseticida DDT nas campanhas de saúde pública.

A Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde baixou a Portaria nº 11, de 8 de janeiro de 1998, que proibi o uso do DDT nos programas de controle de doenças transmitidas por insetos, inclusive da malária.

Projeto de autoria do senador Tião Viana (PT/AC) tramita no Congresso Nacional , desde 2002, visando oficializar através de lei a proibição da fabricação, comercialização e exportação do produto.

Mas até hoje, apesar das muitas promessas, nenhuma iniciativa foi tomada de fato, visando o bem estar das pessoas, especialmente do Acre, que foram contaminadas pelo produto e que sofrem as conseqüências do envenenamento.


Dulcinéia Azevedo 
Fotos de Damião Castro

DDT faz mais uma vítima no Acre; Aldo Moura diz que está sendo ameaçado

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DDT faz mais uma vítima no Acre; Aldo Moura diz que está sendo ameaçado

DULCINÉIA AZEVEDO
 Morte-DDT1


Hermínio Dutra e esposa em foto de arquivo pessoal
Morreu na madrugada de ontem, no Pronto-Socorro de Rio Branco, Hermínio da Silva Dutra, 58 anos. Ele é o 59º ex-guarda da Sucam a falecer no Acre, desde 2000, vítima de complicações decorrentes da manipulação do pesticida Dicloro-Difenil-Tricoloroetano, conhecido através da sigla DDT. Dutra deixa viúva e três filhos.


Na residência da família, localizada na Rua 7 de Setembro, nº 57, bairro Tancredo Neves, o clima era de revolta e desolação. Maria do Carmo da Silva confidenciou que o marido vivia triste e deprimido e que não acreditava mais que conseguiria vencer a luta contra o DDT.

Até a morte ontem, foram três internações e inúmeras crises. Em algumas delas, vomitou o próprio sangue. Na última segunda-feira, deu entrada no Pronto-Socorro, e lá permaneceu inconsciente até a oficialização do óbito. Ele tinha graves problemas pulmonares, o que acabou resultando numa parada cardiorespiratória.

A situação dos ex-guardas da Sucam beira o desespero. O intervalo de mortes dos contaminados pelo DDT está cada vez menor. Só no mês de dezembro do ano passado, foram registradas duas mortes. A última ocorreu dia 29. O falecimento de Dutra, já em 2010, ocorre 15 dias depois. A lista de contaminados é extensa e a qualquer momento podem ser registradas novas vítimas.


Drama dos ex-guardas da Sucam será exposto na Suíça 
O DDT foi largamente utilizado no Estado e no restante do país, durante as décadas de sessenta e noventa, para combater o mosquito transmissor da Malária. O que não se esperava é que ele também seria responsável pela aniquilação daqueles que dedicaram os melhores anos das suas vidas salvando os habitantes da Amazônia da doença. 
“Estou com medo. Sinto as minhas forças indo embora”, desabafa Aldo Moura, presidente da Comissão DDT e Luta Pela Vida. Abalado com a partida de mais um companheiro, ele se prepara para expor o drama dos ex-guardas da Sucam, no mês de abril, em Genebra, na Suíça.


O convite partiu da presidência do Conselho de Direitos Humanos do Reino Unido, que como membro ativo da Organização das Nações Unidas (ONU) pretende discutir os efeitos devastadores do DDT em âmbito internacional. A idéia é inserir o tema na pauta da conferência mundial dos Direitos Humanos.


Na mala, Aldo promete levar munição suficiente para sensibilizar os presentes. Ví-deos, pronunciamentos feitos por parlamentares, ações do Ministério Público Federal, recortes de jornais, a lista de mortos e de contaminados. De acordo com os últimos levantamentos, pelo menos 580 pessoas podem estar com o veneno no organismo. 
“Será um pedido de socorro. O nosso objetivo é que o nosso problema seja tratado com carinho e respeito. Não entendo porque o governo brasileiro ainda não se sensibilizou com o nosso drama”, questiona.


Ameaçado e com problemas cardíacos 
O presidente da Comissão DDT e Luta Pela Vida, Aldo Moura, confidenciou A GAZETA, ontem, que vem sendo alvo de ameaças desde que iniciou o movimento em prol dos ex-guardas da Sucam. Partindo de um número restrito, uma voz masculina alerta que já está na hora de parar com o movimento e que está história já foi longe demais.


“Em virtude disso tive que mudar de endereço e passei a monitorar mais as ligações que recebo”, informa Aldo. Nem por isso, as intimidações cessaram. Essa situação acabou gerando uma situação de pânico entre os familiares de Aldo, que também sofre de problemas cardíacos.

Ontem, quando conversou com A GAZETA, ele se demonstrava bastante abatido com a notícia da morte de mais um companheiro e anunciava mais uma visita ao médico. “A gente luta para continuar vivo, mas não tem sido fácil”, revela.

Sobreviventes do DDT clamam por socorro aos parlamentares do Acre / Rondônia Também

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Sobreviventes do DDT clamam por socorro aos parlamentares do Acre



O representante do Movimento DDT e Luta Pela Vida, Aldo Moura da Silva, um dos 540 sobreviventes intoxicado pelo Dicloro Difenil Tricloroetano (DDT) no Acre procurou à reportagem do ac24horas para fazer um apelo às autoridades do Estado.

Emocionado ao lembrar a difícil situação que se encontra os ‘Soldados da Malária, também conhecidos como ‘Guardas da Sucam’, senhor Aldo relata que dos 330 servidores da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam) e/ou Fundação Nacional de Saúde (Funasa), ambas extintas, 13 estão em estado gravíssimo, dois na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e um faleceu na primeira semana de 2015.

“Nós trabalhávamos dia e noite e hoje estamos esquecidos, doentes, alguns esperando só a hora de partir. É uma situação muito triste, de abandono mesmo. Naquela época foi dada uma missão e demos conta do recado e hoje estamos morrendo a míngua”.

Aldo Moura faz um apelo especial ao governador Sebastião Viana. “Quero aqui pedir ao nosso governo que se sensibilize com nossa situação, que olhe com mais carinho. Em épocas passadas, a saúde de milhares de pessoas, seringueiros e suas famílias foram colocados em nossas mãos e hoje estamos de mãos estendidas pedindo socorro pela vida!, diz emocionado.

Representante pede união de parlamentares para aprovação da Lei em Brasília

Aldo Moura acredita que a falta de união e esforço conjunto dos parlamentares acreanos em prol das vítimas do DTT foi o fator principal para ainda não terem assegurado seus direitos.

“O Governo Federal e Estadual tem por obrigação reconhecer esse esforço e oferecer condições mínimas aos sobreviventes e suas famílias para que possam seguir com o tratamento, mas o que temos dos nossos representantes é a omissão. Nunca fomos chamados para uma reunião com objetivo de trazer ou oferecer melhorias de fato à essas pessoas”

O apelo do representante está relacionada a Proposta de Emenda à Constituição 17/2014, de autoria do senador reeleito Valdir Raupp (PMDB-RO), que estava em tramitação no senado, porém encontra-se atualmente parada, em virtude das eleições, recesso parlamentar e readequação da nova bancada.

Em suma, a proposta prevê assistência médica, hospitalar e medicamentosa as vítimas e familiares contaminados e, ainda, uma indenização de R$ 100 mil a cada um desses ‘Soldados da Saúde’.

“Este ano de 2015, teremos uma nova bancada de deputados estaduais, federais e senadores. Precisamos que nossos parlamentares unam forças para ajudar às vítimas e, também, as famílias daqueles que já faleceram. O que pedimos é que a nova Bancada Federal do Acre venha, de fato, fazer a defesa na aprovação desse projeto, em Brasília, que vai beneficiar as vítimas”.

Demora na entrega de exames ‘empurra vítimas pra morte'

Segundo Aldo Moura, desde que o atendimento ‘prioritário’ deixou de ser oferecido às vítimas (2009 e 2010), o número de óbito, que tinha sido zero neste período, subiu no ano seguinte para oito mortes (2012), nove em 2013 e no ano passado (2014) 11 pessoas morreram. Moura ressalta que na última semana, outros três pacientes se deslocaram para Porto Velho – Rondônia – por conta própria -, em busca de melhor tratamento médico. Os gastos com medicação, que na maioria não é disponibilizada pelo SUS, varia de R$ 600, 00 a R$ 800,00 por mês. Sem eles, o quadro clínico do paciente pode evoluir para óbito em questão de dias, informou.

“Em 2009, foi um ano que tivemos atenção prioritária quanto ao tratamento médico, realização de exames, mas hoje a situação é de calamidade. Essa ‘prioridade’ nos foi tirada. O Governo do Estado, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), oferece consulta rápida, porém os exames demoram até 90 dias para serem entregues. Pra quem tá lutando pela vida, isso é um empurrão pra morte”, desabafa.

O representante faz ainda um alerta: “O ano de 2015 será negro para nós, pois já tivemos uma morte na entrada de ano e a previsão é que ocorram outras, já que três estão em estado gravíssimo”.

Entenda o caso

Nos anos 70, eles eram conhecidos como ‘Soldados da Prevenção à Saúde’. Atualmente, aqueles que sobrevivem lutam contra diagnósticos como : câncer e sintomas variados causados por intoxicação severa e crônica, que afeta o aparelho respiratório, além de provocar dores insuportáveis nas articulações, coluna vertebral, trombose, entre outros sintomas causados pelo contato direto com a substância (veneno) manipulado e transportado nas costas de cada ‘soldado’, que percorria todo Acre e Amazônia.

“Naquele tempo, não tínhamos qualquer informação ou treinamento. A gente mesmo quem fazia o preparo [DTT] e carregava o equipamento de borrifar nas costas. O contato era direto e íamos fazendo o combate de surtos e de prevenção e eliminação das doenças transmitidas por mosquitos, como o da malária, leishmaniose, dengue, febre amarela e doença de chagas. Nosso trabalho era feito desde a região urbana as mais longínquas da zona rural”, explicou Aldo Moura.

O trabalho de campo que era feito a pé, a cavalo ou em pequenas embarcações e se deu por anos sem qualquer orientação, treinamento e tampouco equipamentos de proteção individual (EPIs).

Aldo Moura foi entrevistado pela repórter Angela Rodrigues e chegou a se emocionar a relatar o seu drama e dos demais companheiros que perderam a vida. Confira o video exclusivo:


Fonte:Ac24horas 

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