Enquanto a Justiça comum e a do Trabalho empurram uma para a outra a competência sobre decisão se os trabalhadores destruídos pelo DDT sejam indenizados, muitos continuam perdendo as forças e outros tantos já morreram. Não há mais dúvida de que os que atuavam em Rondônia, na antiga Sucam, no combate à malária, foram contaminados pelo veneno. O Sindicato dos Federais do Estado, o competente Sindsef, presidido pelo atual vice governador Daniel Pereira (em fevereiro tem nova eleição), teve que recorrer à Organização dos Estados Americanos (OEA), para denunciar o descaso das autoridades, que até hoje jamais deram qualquer tipo de apoio; não indenizaram os doentes ou as famílias dos mortos, vítimas das doenças causadas pelo agrotóxico. O contágio e a destruição do organismo humano com o DDT e outros pesticidas, ignorados até agora pelo governo brasileiro e pelo Judiciário, pode ser assunto da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ao destacar que “a denúncia visa que o Governo seja responsabilizado a arcar com as despesas do tratamento de saúde dos servidores e familiares intoxicados e a indenizá-los por danos morais”, Daniel Pereira deixa claro que a iniciativa inédita do Sindsef se tornou o único caminho para que, finalmente, se faça Justiça a tantas vítimas dos pesticidas utilizados pela Sucam durante décadas, em Rondônia e que tantos danos causou aos seus servidores.
O DDT (Dicloro Difenil Tricloroetano), é uma das substâncias sintéticas mais utilizadas no século 20. Surgiu na Segunda Guerra, para prevenção de tifo em soldados, que o utilizavam na pele para combate a piolhos. Posteriormente foi usado na agropecuária, no Brasil e no mundo, como pesticida, por cerca de 30 anos, também no combate à malária. O DDT atua sobre o sistema nervoso central, resultando em alterações de comportamento, distúrbios sensoriais, do equilíbrio, da atividade da musculatura involuntária e depressão dos centros vitais, particularmente da respiração. Foi isso que aconteceu com dezenas e dezenas de ex funcionários da Sucam em todo o país e principalmente em Rondônia. Até hoje, as vítimas não foram indenizadas e nem suas famílias. O Sindsef está lutando para que, finalmente, a Justiça seja feita.Este portal quer reiterar a gratidão e o respeito que sempre dedicam ao serviço público. Respeito expresso no diálogo, na transparência, no incentivo à qualificação e ao profissionalismo. O objetivo deste, e para abrir espaço democrático e transparente à todos os interessados em discutir os Direitos Humanos e atuação dos políticos brasileiros. (waldyr.madruga4@gmail.com)
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