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Prezado leitor, o Portal do Servidor Publico do Brasil é um BLOG que seleciona e divulga notícias que são publicadas nos jornais e na internet, e que são de interesse dos servidores públicos de todo o Brasil. Todos os artigos e notícias publicados têm caráter meramente informativo e são de responsabilidade de seus autores e fontes, conforme citados nos links ao final de cada texto, não refletindo necessariamente a opinião deste site.

OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

OS DESTEMIDOS  GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO
A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Prezados servidores,

Prezados servidores, 

A Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - SRT/MP, por meio da Ouvidoria do Servidor, coloca à disposição de todos, um Portal que ratifica o comprometimento em: realizar ações que valorizem o servidor público federal civil; participar da consolidação da Democratização das Relações de Trabalho e assim, colaborar com a melhoria dos serviços públicos prestados ao povo brasileiro. 

Este Portal possibilita ao servidor público, a busca por informações mais recentes referentes às atividades desta Ouvidoria, legislações pertinentes a sua vida funcional, links com outros sítios governamentais e, principalmente, o envio de mensagens (elogios, reclamações, sugestões, solicitações, informações e denúncias). 

A Ouvidoria do Servidor é um canal de comunicação, que possui como foco o servidor público federal, propiciando sua interlocução com a política de recursos humanos e a relação com a unidade de Recursos Humanos de seu próprio órgão. 

A iniciativa de termos uma Ouvidoria do Servidor, em um momento de grandes transformações sociais e econômicas vivenciadas no Brasil desde 2003 com o início do governo do Presidente Lula, representa um salto de qualidade no atendimento prestado pelo Governo Federal, na qual a informação pública, gratuita e acessível, é considerada um dos bens mais importantes oferecidos aos seus servidores e cidadãos como estímulo ao exercício da atividade pública, à cidadania e ao aprimoramento do controle da Administração Pública, para um Estado que se quer moderno, eficiente e participativo. 

Assim, a Ouvidoria se apresenta como instrumento de interlocução do cumprimento de uma das competências da Secretaria de Relações de Trabalho no Serviço Público do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Decreto 7.675, de 20 de janeiro de 2012, artigo 38): 
"III - exercer como órgão central do SISRT, a interlocução com os servidores públicos, por meio de procedimentos de negociação de termos e condições de trabalho, da Ouvidoria-Geral do Servidor Público e de outros instrumentos. " 

E, ainda, ao disposto na Portaria nº 370, de 26 de agosto de 2010 (em vigor): 
IV - facilitar o acesso do servidor público federal a Ouvidoria do Servidor, simplificando seus procedimentos internos e promovendo a divulgação sistemática de sua missão institucional, bem como dos serviços oferecidos; 

Observe também, que não necessariamente, o acesso ao Portal da Ouvidoria deverá ser a última instância, mesmo após não se sentir atendido em sua demanda, pois o local mais importante e acessível para resolver seus problemas funcionais é o seu local de trabalho. 

Com a sua participação, ajude a fortalecer este canal de comunicação, que é de todos nós. 

OUVIDORIA DO SERVIDOR

Proposta do Executivo cria mais de 8 mil cargos na administração federal


Agência Câmara Notícias     -     27/01/2014

A maior parte dos cargos – 7.328 – será destinada a professores da rede pública federal. Vagas serão preenchidas por meio de concurso público.

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6244/13, do Executivo, que cria 8.843 cargos em diversos órgãos da administração federal. De acordo com o Ministério do Planejamento, a criação dos cargos efetivos não acarreta impacto orçamentário imediato, uma vez que a despesa só será criada após a realização de concursos públicos e dos respectivos provimentos, o que só deverá ocorrer gradativamente a partir de 2015. O governo federal estimativa que os novos cargos provocarão um impacto de R$ 958 milhões.

Pelo texto, a maioria dos cargos (7.328) vai reforçar a estrutura de pessoal do Ministério da Educação. Serão 5.320 cargos de professor e 2.008 cargos técnico-administrativos. Os novos profissionais serão destinados à expansão do Programa de Ensino Médico, com a ampliação de vagas e criação de novos cursos de Medicina que serão oferecidos pelas universidades.

O Executivo argumenta que a expansão do ensino médico contemplou todas as regiões do País, com a oferta de 1.575 novas vagas em cursos de Medicina já a partir do segundo semestre de 2013. Uma nova fase de expansão começará em 2015, com previsão de oferta de 2.280 vagas adicionais a cada semestre letivo.

Além disso, o governo argumenta que a Medida Provisória 621/13, do Programa Mais Médicos, introduziu um segundo ciclo na formação dos médicos, o que também contribui para aumentar a demanda por profissionais no ensino da medicina. O novo ciclo corresponde a treinamento específico na atenção básica à saúde e em urgência e emergência no âmbito do Sistema Único de Saúde, com duração mínima de dois anos.

Fiocruz

A proposta também reforça o quadro de pessoal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a criação de 1.200 cargos. O objetivo é atender às demandas de projetos estratégicos do Executivo, como o Programa Mais Médicos e o Farmácia Popular, entre outros, além de atender à política de substituição de terceirizados. Em 2005, havia 3.520 trabalhadores terceirizados na Fiocruz desenvolvendo atividades próprias de concursados.

O projeto de lei também cria cargos nos seguintes órgãos:
- 214 na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
- 180 na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa);
- 85 no Departamento de Polícia Federal;
- 50 no Departamento de Polícia Rodoviária Federal.

No caso da Polícia Federal, os cargos de engenheiro e arquiteto, entre outros, atenderão à demanda por serviços de infraestrutura urgentes em decorrência da aplicação do Plano Estratégico de Fronteira, que prevê a melhoria de infraestrutura das unidades de fronteira e a construção de moradias funcionais.

O projeto prevê ainda a criação de cargos na área de psicologia, para prevenir e tratar ocorrências críticas e típicas da atividade, como transtornos psicológicos, situações de extremo stress, inadaptação às localidades e suicídio. Entre 2005 e 2012, foram registradas 26 ocorrências de suicídio de servidores da Polícia Federal. Apenas no ano de 2012, foram 6 casos.

Por fim, o texto cria 500 Gratificações Temporárias do Sistema de Administração dos
Recursos de Informação e Informática (GSISP), de nível superior, e altera o Plano de Cargos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para permitir a transformação dos cargos do plano especial, quando vagos, em cargos de carreira.

Tramitação

O projeto será analisado conclusivamente pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Servidores públicos federais podem fazer greve geral este ano


STEPHANIE TONDO
O DIA      -     27/01/2014

Objetivo é cobrar mais investimentos do governo no setor

Rio - Unidas em campanha salarial, entidades representativas dos servidores públicos federais consideram a possibilidade de fazer greve geral este ano. O objetivo é cobrar mais investimentos do governo no setor. Segundo a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), o cenário atual da administração pública é preocupante e pode ficar ainda pior, a ponto de comprometer o atendimento à população.

Em nota, a entidade explica que é considerável o percentual de servidores que deixam cargos públicos por um concurso que assegure melhores salários ou pela iniciativa privada. “Dados do próprio governo mostram que cerca de 100 mil estão prestes a se aposentar. Em um universo de servidores ativos já em número insuficiente para o atendimento à população, esta é uma lacuna que precisa ser sanada”, avalia a Condsef.

Uma pesquisa da Escola Nacional de Administração Pública, mostra, porém, que de 2002 a 2012 houve crescimento de 28% no número de servidores públicos federais ativos . Eram 883.192 e passaram para 1.130.460.

Desses, 57% são civis do Poder Executivo, 32% são militares, 9% do Judiciário e 2% do Legislativo. Ainda segundo o levantamento, o quantitativo de funcionários do Executivo era de 712.740 em 1988, passou para 486.912 em 2002 e subiu novamente em 2012, para 577.566.

Para a Condsef, a justificativa do Ministério do Planejamento de que não há recursos para investir no setor público neste momento não procede, pois anúncio feito pela Receita Federal na última quarta-feira mostra que a arrecadação de impostos no Brasil atingiu novo recorde e cresceu 4,08% em 2013. “Os servidores não vão aceitar argumentos falaciosos enquanto acordos firmados ainda em 2012 seguem pendentes”, informou a confederação.

Seleção pode. E até nomear


Gustavo Amaral
Jornal de Brasília     -     27/01/2014

Apenas em alguns casos fica terminantemente proibido realizar nomeações no período

Com a aproximação do período eleitoral é possível perceber que cresce entre os concursandos dúvidas em relação à realização de concursos públicos, nomeação de candidatos e posse no período eleitoral, o que gera angústia dos candidatos, por pensar que o sonho do cargo público fica distante.

Nossa matéria semanal irá abordar as determinações legais em relação ao período eleitoral que afetam os milhares de concursandos do País, com o objetivo de acalmar alguns corações aflitos.

O primeiro esclarecimento é que não há proibição legal para a realização de concursos públicos durante o período eleitoral. Afirmar que os certames irão parar nesse período não está em conformidade com a legislação vigente.

PROIBIDO NOMEAR 

A Lei n° 9.504/97, responsável por estabelecer as normas eleitorais, prevê em seu artigo 73, inciso V, que é proibido aos agentes públicos, servidores ou não, nomear, contratar ou de qualquer forma admitir Servidor Público, na circunscrição do pleito, nos três meses que antecedem as eleições até a data da posse dos eleitos, sob pena de nulidade do ato.

Dessa forma, a Lei determina que é vedado nomear servidores nos três meses anteriores às eleições, prazo fixado em 05 de julho do calendário eleitoral de 2014, até a posse dos eleitos, período que não poderá ultrapassar o dia 19 de dezembro de 2014.

Sendo assim, o primeiro mito que devemos esclarecer é que não há proibição para a realização de concursos públicos.

Quando é possível chamar Mesmo com a proibição expressa em realização a essas nomeações, a própria lei possibilita que em algumas situações excepcionais possa ocorrer a nomeação de aprovados, mesmo durante o período eleitoral. As alíneas "b"e"c"do artigo 73, inciso V, da lei supracitada, autoriza a realização da nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República, e, também, permite a admissão aos aprovados em concursos públicos homologados até o início dos três meses que antecedem às eleições.

ATO HOMOLOGATÓRIO 

Desse modo, podemos afirmar que caso o concurso público seja homologado em um período anterior a 05 de julho de 2014, as nomeações podem ser feitas normalmente, mesmo dentro do período eleitoral.

Nesse caso, basta que o órgão ou entidade, promotora do evento, realize o ato homologatório até o prazo limite estabelecido, não implicando qualquer vício a nomeação dos aprovados no período eleitoral. Como também, poderão ser nomeados dentro desse período os aprovados para os cargos no Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República.

A explicação para esta autorização, com exceção dos cargos da Presidência da República, funda-se na inexistência de eleições para a escolha dos líderes de suas estruturas, uma vez que as eleições apenas irão atingir os Poderes Legislativo e Executivo. Espero, caro amigo leitor, que isso possa confortar seus sonhos. Sucesso!

domingo, 26 de janeiro de 2014

30 processos administrativos disciplinares



BSPF     -    26/01/2014

A Corregedoria Geral da Advocacia da União (CGAU) instaurou 30 processos administrativos disciplinares (PAD) e sindicâncias para fiscalizar a atuação dos advogados públicos que trabalham na Instituição, outros 54 ainda estão andamento. Os procedimentos geraram uma suspensão e duas demissões. Esses dados fazem parte do Panorama da Advocacia-Geral da União de 2013.

O órgão é responsável por fiscalizar as atividades funcionais dos membros das carreiras jurídicas da AGU e efetuar correições nas unidades para verificar a regularidade e eficiência dos serviços jurídicos prestados. O seu papel é exercer uma atividade de controle preventiva, corretiva e de apuração de eventuais irregularidades constatadas. Em 2013, foram instauradas 15 correições ordinárias, 02 extraordinárias e 45 eletrônicas.

A CGAU avaliou, ainda, 50 advogados e 208 procuradores da Fazenda Nacional que estão em estágio probatório, com duração de três anos. A aferição é requisito obrigatório para garantir a estabilidade em cargos efetivos do serviço público Federal. No âmbito das corregedorias, houve a aproximação dos Poderes Executivo e Judiciário para ampliar a participação da Corregedoria-Geral nas correições realizadas pelas Corregedorias Judiciária.

Em 2013, a Corregedoria implantou o Sistema de Correição Eletrônica e os trabalhos foram iniciados pelas Procuradorias Regionais da União da 1ª e 3ª Regiões. O Corregedor-Geral da Advocacia da União, Ademar Passos Veiga, falou sobre a iniciativa do órgão. Na forma tradicional, segundo ele, a correição era realizada presencialmente e era necessário deslocar uma equipe até determinada unidade para conhecer a estrutura, funcionamento e também buscar saber sobre a atuação dos advogados através da analise dos processos. "A correição eletrônica não exige esse deslocamento, através do nosso computador nós podemos acessar os processos judiciais e eletrônicos e promover a avaliação do advogado responsável por aqueles documentos", disse.

Para melhorar as atividades, a CGAU realizou o curso de capacitação de PAD´s, um aperfeiçoamento das atividades correcionais e do acompanhamento dos trabalhos das comissões de processos administrativos. O objetivo é evitar instaurações precipitadas de PADs e garantir uma apuração mais célere dos fatos. Além disso, propôs um normativo ao Conselho Superior de nova metodologia para avaliação dos membros em Estágio Confirmatório.

No ano passado a CGAU implantou novas unidades. Foi inaugurado o Escritório Avançado da Corregedoria na 3ª e 2ª Regiões, com o objetivo de buscar mais pela eficiência na atuação correcional, disciplinar e de avaliação de desempenho no estágio confirmatório. Para complementar a atuação, o órgão obteve um incremento da força de mais nove advogados da União e quatro procuradores da Fazenda Nacional.

O Projeto de Segurança da Informação foi outra iniciativa da Corregedoria. Por meio da Instalação de ações que objetivam a sensibilização, conscientização e educação dos membros e servidores a respeito do sigilo e cuidados para evitar o vazamento de informações.

Fonte: AGU

Ministério da Saúde vai implantar, até março, controle de ponto por biometria para servidores de hospitais e institutos federais

Ministério da Saúde vai implantar, até março, controle de ponto por biometria para servidores de hospitais e institutos federais


Djalma Oliveira
Jornal Extra     -     26/01/2014

O Ministério da Saúde vai implantar, até março, o sistema de verificação de presença por meio de impressões digitais para os funcionários dos nove hospitais institutos federais do Rio. Contestada pelos sindicatos da categoria, a medida valerá para os hospitais do Andaraí, de Bonsucesso, da Lagoa, de Ipanema e dos Servidores do Estado, além do Cardoso Fontes. Será implantada também para os institutos nacionais do Câncer (Inca), de Traumato-ortopedia (Into) e de Cardiologia (INC). Pelo menos 11 mil servidores passarão a bater o ponto pelo novo sistema.

A ideia inicial é que a biometria, como o método é conhecido, comece a funcionar em fevereiro, em fase de testes. Nesse período, a novidade seria adotada sem que a verificação atual, por meio da folha de ponto, fosse abandonada. A data limite de março, segundo o ministério, foi determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que fez auditorias nas unidades em 2013.

Há 42 anos trabalhando no Hospital Geral de Bonsucesso (HGB), o cardiologista Mauro Edson Gonçalves dos Santos, de 68, faz críticas à adoção da biometria para controlar a presença nos hospitais federais.

Segundo ele, os aparelhos deveriam emitir um comprovante, para o trabalhador ter uma prova de que bateu o ponto, algo que as máquinas já instaladas no HGB não o têm.

Para Mauro Edson, o empregador tem o direito de controlar o ponto.

— Mas o simples fato de a pessoa botar o dedo no leitor não significa que ela vá trabalhar. Para resolver esse problema, é preciso ter chefias mais presentes, que acompanhem o trabalho dos servidores — afirma ele.
Na última sexta-feira, houve uma reunião entre o Ministério da Saúde e os sindicatos de servidores do setor para discutir o novo ponto. A reunião, porém, terminou sem acordo entre as partes.

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Previdência Social e Trabalho (Sindsprev) entrou com uma ação na Justiça pedindo para que as máquinas de verificação das digitais passem pela análise de um perito.

— Nem mesmo o Inmetro certificou os equipamentos — diz Julio Cesar Tavares, diretor do Sindsprev.
Presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze lembra que, pela natureza do trabalho, o pessoal da Saúde teria dificuldades para bater o ponto pelo novo sistema.

— Se o médico estiver numa cirurgia e passar do horário dele, o que é comum, ele interrompe para bater o ponto? — questionou.

O alto preço da aposentadoria "expulsória"



Maria Clara Prates e Marcelo da Fonseca
Correio Braziliense     -     26/01/2014

País desperdiça mais de meio bilhão de reais todos os anos, além de conhecimento e experiência, com a aposentadoria compulsória dos servidores aos 70 anos

Nem os ministros do STF escapam da regra que afasta servidores com experiência da atividade estatal

O já combalido cofre da Previdência Social brasileira dispensa mais de meio bilhão de reais anualmente para pagar as aposentadorias compulsórias de Servidores Públicos, considerados inaptos para o trabalho a partir de 70 anos. A previsão é constitucional e joga numa vala comum as mais diversas categorias, atingindo desde os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) até os setores administrativos, e desconsidera ainda o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, hoje de 74,6 anos - três anos a mais do que na última década. Uma contradição em relação à política do governo para os trabalhadores dos setores privados, que têm sido obrigados a se aposentar cada vez mais tarde para ter direito ao teto da Previdência Social, R$ 4.271,59 mensais.

Os dados do Ministério do Planejamento comprovam que os brasileiros estão com mais disposição para o trabalho. O número de aposentadorias compulsórias - em alguns setores apelidada de "expulsória" - tem aumentado nos últimos três anos. Em 2013, somente até outubro, 582 Servidores Públicos deixaram o serviço aos 70 anos, mais do que o dobro dos que foram obrigados a se aposentar em 2011: 265. Em 2012, o número também quase que dobrou em relação a 2011, atingindo 482 funcionários. Nos últimos 10 anos, 5.065 funcionários públicos tiveram que deixar os cargos ao atingir a idade máxima prevista na lei. O número pode parecer pequeno, mas a mudança na regra poderia significar, além de economia, o fim dos desperdício de conhecimento pela União.

Essa realidade obrigou o Legislativo a se mexer e apresentar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 457, que concede um fôlego de mais cinco anos aos servidores. O texto, no entanto, se arrasta há quase oito anos na Câmara dos Deputados diante das pressões de entidades de classe. No ano passado, o tema voltou à pauta, mas não chegou a ser votado. No Senado, a proposta foi aprovada em tempo recorde, em duas votações, e seguiu para a Câmara, onde enfrenta um impasse.

O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) está entre dezenas de parlamentares que pediram, nos últimos anos, a votação da matéria. Ele defende que a aposentadoria dos Servidores Públicos deve acompanhar a nova realidade brasileira e, por isso, seja estendida para 75 anos. "Além do desperdício de dinheiro, significa um desperdício de experiência", defende. Para o tucano, "a entrada maciça de jovens no setor público é o lado bom, mas a saída precoce dos mais velhos, que detêm conhecimento, está na outra ponta e é ruim".

STF

Para se ter ideia do conhecimento alijado do setor público, é preciso considerar que, desde 2005, deixaram o Supremo Tribunal Federal (STF) os ministros Carlos Velloso, Sepúlveda Pertence, Eros Grau, Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto, todos em razão da aposentadoria compulsória. Como Velloso, todos deixaram o tribunal, mas se mantêm ativos em escritórios de advocacia, atuando ainda como professores ou palestrantes. "Nunca deixei de trabalhar desde que me mandaram para casa", diz o ex-ministro, defensor da extensão do tempo de serviço. "Sempre entendi que a compulsória aos 70 anos é um luxo de país rico. Quando me aposentaram, eu tinha conhecimento de praticamente toda a jurisprudência e doutrina da Corte. E o que disseram para mim? Vá para casa ganhar dinheiro com seu conhecimento. Um conhecimento que poderia estar a serviço do Estado", explica Velloso.

Em viagem aos Estados Unidos, o ex-ministro e ex-presidente do STF disse que a previsão legal brasileira foi considerada pela Suprema Corte do país norte-americano - onde o cargo é vitalício - como um "luxo". "Eu até brinquei: é coisa de país com muitos poços de petróleo", revela. O ministro, no entanto, diz que tem receio da vitaliciedade e diz que 75 anos é um limite "razoável" de permanência. Velloso também reconhece que é o lobby das entidades de classe dos juízes que tem retardado a tramitação da PEC no Congresso. "As entidades de classe afirmam ser contra a prorrogação do prazo da compulsória, porque isso dificultaria a renovação nos tribunais, quando, na verdade, significaria uma maior demora na promoção da carreira."

Campeã

Submetida a uma lei especial ainda mais rigorosa, que obriga a aposentadoria aos 65 anos, a delegada federal de Repressão a Crimes Previdenciários do Rio de Janeiro, Maria Christina Dourado e Silva, 69, permanece na ativa por força de uma decisão judicial que reconheceu o direito de permanecer na corporação até os 70. E a decisão foi mesmo acertada. Em 2012, portanto, com três anos a mais do limite estabelecido pela Polícia Federal, Maria Christina atingiu o topo do pódio em sua delegacia como campeã do número de inquéritos relatados.

"Eu acho isso (a compulsória) esquisito, pois parece que a gente ficou com a cabeça ruim porque tem certa idade", diz. Ela entrou na Polícia Federal em 1969 e, apesar dos 43 anos de serviço, diz ter fôlego para enfrentar mais cinco, caso lhe fosse concedido esse direito. "Eu trabalho das 8h às 17h todos os dias e sinto que tenho hoje capacidade para enfrentar qualquer situação na polícia", afirma.

Pelo mundo

Confira as regras de aposentadoria compulsória em outros países

África do Sul

Servidores devem se aposentar ao completar 65 anos. No entanto, é cada vez mais frequente que funcionários entrem com ações para conseguir autorização na Justiça para continuar nos cargos depois de atingir a idade máxima.

Austrália

No início dos anos 1990, a regra começou a ser extinta para alguns servidores. Desde 2004, a legislação não prevê mais a aposentadoria compulsória.

Canadá

Desde 1973, as províncias passaram a discutir localmente as regras sobre esse tipo de aposentadoria. Atualmente, a aposentadoria compulsória é proibida para Servidores Públicos, mas ainda é prevista para juízes federais ao completarem 75 anos. Em alguns tribunais, a idade máxima para os juízes é 70 anos.

Estados Unidos

Em 1986, o país aboliu esse tipo de aposentadoria, mas mantém a regra para alguns casos específicos. Estão previstas aposentadorias compulsórias para determinadas profissões: controladores de tráfico aéreo (56 anos, com exceções até 61); pilotos (65); juízes nos estados da Flórida, New Jersey, Maryland e Nova Hampshire. Na Suprema Corte, existem cargos de juízes seniores em que magistrados aposentados atuam em casos específicos, sem participar de todos os julgamentos. Atualmente, um dos seniores da Corte norte-americana é John Stevens, que tem 93 anos.

França

Aposentadoria compulsória para servidores aos 65 anos. A legislação não estimula a continuidade no serviço público nem no setor

privado a partir dessa idade.

Inglaterra

Em 2011, a Inglaterra aboliu da legislação nacional a aposentadoria compulsória, que era fixada em 65 anos para todos os Servidores Públicos. Desde então, nenhum órgão governamental pode determinar idade máxima para os funcionários, que podem escolher até quando trabalhar.

Japão

As idades para aposentadorias compulsórias são definidas em acordos coletivos entre os funcionários públicos e o governo. Em 2013, a idade máxima para os servidores foi definida em 65 anos.

Suécia

Em 2001, foi aprovada uma lei tornando a aposentadoria compulsória ilegal para Servidores Públicos com até 67 anos. A legislação prevê incentivos para que os funcionários atuem até o limite da idade permitida.

Cursos sobre gestão pública atraem 'elite' de servidores



Heloisa Brenha
Folha de S. Paulo     -     26/01/2014

Programas são frequentados por funcionários de governos e ONGs

Idade média de aluno desses cursos caiu e hoje é de 33 anos, segundo a FGV

Logo que Liliane Varanda, 29, começou a trabalhar, percebeu que precisaria de um preparo mais específico para dar conta das demandas de sua organização, que tem aproximadamente 570 mil funcionários e uma receita de quase R$ 178 bilhões --o Estado de São Paulo.

"Senti a necessidade de mais conhecimento em direito administrativo para entender as ferramentas de orçamento e saber como firmar parcerias", conta.

Há quatro anos, a bacharel em relações internacionais foi aprovada em concurso para trabalhar na Casa Civil paulista e procurou uma especialização em políticas públicas para se aperfeiçoar.

"A procura por essa pós está crescendo muito, tanto da parte de servidores públicos como de funcionários de instituições que trabalham em interface com o governo, como ONGs, consultorias e organismos internacionais", afirma a professora da FGV Alketa Peci.

Coordenadora do mestrado profissional em administração pública da fundação no Rio, ela diz que, no ano passado, a demanda foi tão grande que eles passaram a ofertar uma turma com calendário diferenciado para atender alunos de outros Estados. Eles terão uma semana de aulas intensivas na capital fluminense a cada mês e meio.

Segundo a professora, a idade média dos estudantes vêm caindo de maneira expressiva e hoje está em torno dos 33 anos --90% deles são servidores públicos.

"São funcionários de uma elite do setor público. Atuam como gerentes em órgãos federais e secretarias estaduais e municipais. Também há aqueles que estudam em nichos da administração voltados à pesquisa aplicada", diz.

As pós-graduações da área recebem diferentes nomes, como administração pública, gestão de políticas públicas (GPP) e administração pública e governo. Os currículos, entretanto, têm poucas diferenças e variam conforme o corpo docente da instituição.

No geral, eles ensinam teorias das ciências humanas que podem ser aplicadas a ações do governo e de instituições relacionadas.

Nos cursos de administração pública, há formação em métodos quantitativos e teorias clássicas de áreas como economia e sociologia.

Os de GPP também têm uma base teórica de humanas forte, mas costumam dar mais ênfase ao estudo de políticas de governo.

Varanda optou por um mestrado profissional em GPP. "Aplico o que aprendi no curso todos os dias, especialmente os conceitos de federalismo e direito administrativo."

sábado, 25 de janeiro de 2014

DEPRESSÃO: DOENÇA QUE PRECISA DE TRATAMENTO

DEPRESSÃO: DOENÇA QUE PRECISA DE TRATAMENTO

Ricardo Moreno é médico psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.
Depressão não é tristeza. É uma doença que precisa de tratamento. Cerca de 18% das pessoas vão apresentar depressão em algum período da vida. Quando o quadro se instala, se não for tratado convenientemente, costuma levar vários meses para desaparecer. Depressão é também uma doença recorrente. Quem já teve um episódio na vida, apresenta cerca de 50% de possibilidades de manifestar outro; quem teve dois, 70% e, no caso de três quadros bem caracterizados, esse número pode chegar a 90%. A depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos envolvidos na condução dos estímulos através dos neurônios, que possuem prolongamentos que não se tocam. Entre um e outro, há um espaço livre chamado sinapse, absolutamente fundamental para a troca de substâncias químicas, íons e correntes elétricas. Essas substâncias trocadas na transmissão do impulso entre os neurônios, os neurotransmissores, vão modular a passagem do estímulo representado por sinais elétricos. Na depressão, há um comprometimento dos neurotransmissores responsáveis pelo funcionamento normal do cérebro. DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO Drauzio – Vamos começar pela pergunta clássica: qual a diferença entre tristeza e depressão? Ricardo Moreno – Tristeza é um fenômeno normal que faz parte da vida psicológica de todos nós. Depressão é um estado patológico. Existem diferenças bem demarcadas entre uma e outra. A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma afetar a pessoa por mais de 15 dias. Podemos estar tristes porque alguma coisa negativa aconteceu em nossas vidas, mas isso não nos impede de reagir com alegria se algum estímulo agradável surgir. Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade. É um transtorno que pode vir acompanhado ou não do sentimento de tristeza e prejudica o funcionamento psicológico, social e de trabalho. SINTOMATOLOGIA DA DEPRESSÃO Drauzio – Muitas pessoas portadoras de depressão não reconhecem os sintomas da doença. Que dicas dar aos familiares para ajudá-los a identificar o comportamento de um deprimido? Ricardo Moreno – Em geral, o indivíduo com depressão reconhece que está sendo afetado por algo novo, diferente das outras experiências de tristeza que teve na vida. A família pode identificar o comportamento do deprimido pela mudança de atitudes, porque ele deixa de ser o que era, deixa de sentir alegria, apresenta queda de desempenho e passa a agir de forma diferente da habitual. Drauzio – Exatamente por estarem deprimidos, a maioria leva bastante tempo para procurar ajuda, não é? Ricardo Moreno – Infelizmente, isso acontece. Muitas vezes, os indivíduos custam a identificar como anormal o que estão sentindo. É comum atribuírem a depressão a um mau momento da vida ou a relacionam com um obstáculo que poderá ser transposto sem dar-se conta de que foram acometidos por uma doença que tem tratamento capaz de melhorar sua qualidade de vida. Drauzio - Quais são os sintomas mais característicos de um quadro depressivo? Ricardo Moreno – São muitos os sintomas da depressão. Talvez o mais evidente seja o humor depressivo, que se caracteriza por tristeza e melancolia, acompanhado por falta de ânimo e de disposição, incapacidade de sentir prazer em atividades habitualmente agradáveis, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança, desamparo. Drauzio – Um de meus pacientes dizia que apesar de estar tudo bem na vida, não conseguia olhar para nenhum lado sem ver os aspectos negativos e que esses assumiam importância muito maior do que os positivos. Ricardo Moreno - De fato, essa doença provoca uma distorção na visão de mundo e de si mesmo. Lembro-me bem de um paciente que dizia existir uma nuvem cinzenta a seu redor que o impedia de olhar o espectro das cores. Achei uma definição interessante que bem traduz o sentimento depressivo.COMPORTAMENTO FAMILIAR PARADOXAL Drauzio – Existe uma contradição que se estabelece nesses quadros. A família vê a pessoa nesse estado e quer que reaja, mas ela não consegue e os familiares se voltam contra o deprimido. Isso é regra? Ricardo Moreno – Essa é uma armadilha em que caem as famílias e o deprimido porque, esgotadas todas as tentativas para estimulá-lo, surge a raiva: “Ele não reage; eu tento, mas ele não quer melhorar”. Tal comportamento reforça a desesperança e a baixa autoestima próprias do indivíduo com depressão. Por isso, é importante esclarecer familiares e paciente que essa incapacidade de reação é uma das características da doença e ajuda a diferenciar o estado patológico do normal. Quando estamos tristes, somos capazes de reagir aos estímulos de prazer. O deprimido dificilmente o consegue. A depressão tira-lhe as forças. Ele não tem como lutar contra ela. DOENÇA PREVALENTE NAS MULHERES Drauzio – Por que as mulheres têm mais depressão do que os homens? Ricardo Moreno –O sexo feminino passa por vários processos hormonais durante a vida: o início dos ciclos menstruais, a gravidez, o parto e, por último, a menopausa. Tudo isso implica alterações na produção dos hormônios sexuais femininos e torna a mulher mais vulnerável. Tanto é assim que no período da gravidez, do parto e da perimenopausa, a depressão ocorre com maior frequência. Após a menopausa, a relação da incidência entre homem e mulher tende a igualar-se, pois nessa fase cessam essas flutuações hormonais femininas. DEPRESSÃO PÓS-PARTO Drauzio – Fale um pouco da depressão ligada ao parto, especialmente desses quadros graves que se estabelecem no pós-parto quando mulheres chegam a matar seus próprios filhos? RicardoMoreno – Existem duas posições no pós-parto. A primeira é um estado leve de melancolia que dura de cinco a sete dias e não traz grandes consequências nem para as mães nem para as crianças. A outra é a depressão pós-parto propriamente dita, um manifestação mais grave, porque compromete a mulher e sua visão de mundo e favorece o risco de um infanticídio. É um caso tão sério que o código penal não o reconhece como crime, pois considera que a mulher perdeu a crítica e o ajuizamento da realidade. DEPRESSÃO NA MENOPAUSA Drauzio – Na passagem da menopausa, muitas mulheres se queixam de que de repente caem numa tristeza incontrolável e apresentam forte labilidade emocional. Por que isso acontece? Ricardo Moreno – A menopausa também é um período de risco de depressão para as mulheres. É um fenômeno relacionado com a perda da capacidade reprodutiva e com as mudanças hormonais do sexo feminino.DEPRESSÃO NOS HOMENS Drauzio - Em que faixa etária os homens estão mais predispostos a sentir depressão? Ricardo Moreno – Nos homens, a depressão é mais frequente nos adultos jovens, isto é, no final da adolescência e início da vida adulta. Pode-se dizer que o pico da incidência da doença ocorre dos 18 aos 30, 40 anos,  justamente na fase mais produtiva do indivíduo. DEPRESSÃO NA VELHICE Drauzio – E na velhice, também ocorrem casos de depressão? Ricardo Moreno – A depressão pode ocorrer em qualquer ciclo da vida: na infância, adolescência, na vida adulta e na velhice. A infância é a fase de diagnóstico mais difícil. Muitos casos passam despercebidos, pois os sintomas são atribuídos a características de personalidade da criança. Na velhice, acontece algo semelhante. Muitas vezes, atribui-se a queda de energia e disposição ao peso da idade. “Ele está velho, já fez o que tinha de fazer” é a explicação que se dá, ignorando os sintomas da depressão e a possibilidade de mudar sensivelmente a condição de vida do velho porque existe tratamento para essa doença. MUDANÇAS NO PARADIGMA DO TRATAMENTO Drauzio – No passado, depressão era tratada com aconselhamento e psicoterapia. Hoje, depressão é tratada mais agressivamente. O que mudou no conhecimento da fisiologia da depressão que permitiu essa transformação no tratamento? Ricardo Moreno – No cérebro existem células nervosas, os neurônios, e substâncias químicas que estabelecem a comunicação entre elas, os neurotransmissores. Em condições normais, a quantidade dessas substâncias é suficiente, mas ela cai consideravelmente durante a crise de depressão. Os medicamentos antidepressivos aumentam a oferta de neurotransmissores e promovem a volta ao estado normal do paciente. O tratamento da depressão mudou muito com a descoberta desses medicamentos que provocam algumas modificações químicas no cérebro pela oferta de substâncias mediadoras que estabelecem a comunicação entre uma célula nervosa e outra durante o processo de transmissão dos sinais. No deprimido, os níveis dos neurotransmissores são baixos. Os antidepressivos bloqueiam o mecanismo de recaptura (impedem que os neurotransmissores retornem à célula de origem) o que aumenta a quantidade dessas substâncias nesse espaço virtual entre os neurônios.   Drauzio – Na verdade, a depressão reflete uma alteração bioquímica do cérebro. RicardoMoreno – Os estados depressivos são provocados por uma disfunção na bioquímica do cérebro o que acarreta manifestações psicológicas e comportamentais. Drauzio – O tratamento visa à modulação mais harmônica dessa bioquímica cerebral? Ricardo Moreno– O tratamento visa a regular essa disfunção e existem medicamentos bastante eficazes nesse aspecto. Costumo dizer que, nos últimos 40 anos, eles apresentaram uma evolução importante porque, apesar das desvantagens dos efeitos colaterais, promovem uma melhora significativa nos pacientes. Na relação custo-benefício, a decisão tende sempre para o tratamento uma vez que restabelece a qualidade de vida e diminui o risco de morte por suicídio ou outras doenças.EFEITOS COLATERAIS Drauzio – Quais os  principais efeitos colaterais desses medicamento? Ricardo Moreno – Existem vários grupos de antidepressivos. Alguns provocam boca seca, intestino preso; outros, tremor. Os mais recentes, os chamados antidepressivos de nova geração, podem ocasionar ansiedade, tremores, inquietação, náuseas e, às vezes, vômitos. No entanto, isso acontece com pequena parcela das pessoas que tomam essa medicação, talvez 20% ou 30% delas. Drauzio  No tratamento da depressão existe um complicador importante. Em geral, leva algum tempo para que o doente sinta os benefícios da medicação, mas os efeitos colaterais desagradáveis são piores no começo. Ricardo Moreno – De fato, o medicamento leva de 10 a 15 dias para começar a ter boa ação antidepressiva. Em compensação, os efeitos colaterais são imediatos. Isso dificulta bastante a adesão ao tratamento e faz com que o paciente tenda a abandoná-lo precocemente. ESTRATÉGIAS DE CONVENCIMENTO Drauzio  Que estratégia você usa para explicar isso aos pacientes?Ricardo Moreno – Tento ser o mais claro possível para convencê-los de que vale a pena suportar o desconforto inicial se considerados os riscos e o sofrimento que a depressão traz. Mostro-lhes que a primeira escolha de antidepressivos funciona bem em aproximadamente 70% dos casos. Nos outros, será necessário trocar de medicamento ou combinar formas diferentes de tratamento. DURAÇÃO DO TRATAMENTO Drauzio – Depressão é uma doença crônica. Em muitos casos há períodos em que a pessoa passa bem e depois volta a ficar deprimida. Isso implica tratamentos muito longos?Ricardo Moreno – Sabemos que a doença tende a ser recorrente em mais ou menos metade dos pacientes. Quem já teve um quadro de depressão tem 50% de possibilidade de ter outro. Para quem já teve dois episódios, o risco aumenta para 70% e, para quem teve três, sobe para mais de 90%. Portanto, alguns pacientes precisarão tomar medicamentos durante anos e outros, pela vida toda com o intuito de prevenir a recorrência. Para esses pacientes, o acompanhamento psicológico e uma boa relação médico-paciente são fundamentais para a adesão e sucesso do tratamento. Drauzio – Como convencer os pacientes de que precisam tomar os remédios a vida inteira? Ricardo Moreno – É preciso explicar que a retirada do medicamento nunca deve ser feita de forma abrupta, porque no processo de diminuição gradativa da dose os sintomas podem voltar. Isso convence o paciente da necessidade de manter o tratamento por um período mais longo ou até pela vida toda. GATILHOS DESENCADEANTES DA DEPRESSÃO Drauzio – Existem fatores que disparam o processo depressivo? Ricardo Moreno – Sabemos hoje que existe predisposição genética para a depressão. Os indivíduos nascem com vulnerabilidade para a doença, mas ela não se manifesta em todas as pessoas predispostas. Isso vai depender de vários fatores, chamados estressores, que funcionam como gatilho. Por exemplo, o estresse psicológico provocado por qualquer adversidade da vida, o estresse físico, certas doenças, o consumo de drogas lícitas ou ilícitas e alguns medicamentos de uso contínuo podem precipitar os quadros. Entre as drogas lícitas destaca-se o álcool e entre as ilícitas, as estimulantes como a cocaína e a as anfetaminas. Drauzio – Isso me faz lembrar de que, no passado, havia medicamentos associados, com certa frequência, à ocorrência de suicídios. Em alguns casos, por não receberem esclarecimentos sobre a ação das drogas, os médicos prescreviam um remédio para controlar a pressão arterial e desencadeavam um episódio depressivo.   DEPRESSÃO SAZONAL Drauzio – O que se sabe sobre a influência do clima, especialmente nos países frios, sobre a depressão? Ricardo Moreno – Há um quadro de surtos depressivos, chamado depressão sazonal, que está relacionado diretamente com os fotoperíodos, isto é, com a luminosidade. No outono e no inverno, especialmente nos países frios, a luz diminui muito e algumas pessoas se tornam mais vulneráveis às flutuações normais do humor e desenvolvem quadros depressivos. FORÇA DA HEREDITARIEDADE Drauzio - Você falou que uma pessoa pode nascer com predisposição para desenvolver depressão. Existe uma relação direta entre pais depressivos e seus filhos? Ricardo Moreno – Existe. A ocorrência de depressão num membro da família aumenta muito a possibilidade de um parente próximo ou de primeiro grau ser afetado pela doença. Filhos de deprimidos, em geral, manifestam maior predisposição do que filhos de pais não deprimidos. No entanto, devem sempre ser considerados, nesses casos, não só os fatores genéticos, mas também o peso dos fatores ambientais. REFLEXO NAS RELAÇÕES AFETIVAS Drauzio – Quando aparece um quadro depressivo na família, como ficam as relações afetivas? Ricardo Moreno – Geralmente a família se desestrutura bastante. A tendência inicial é querer ajudar o indivíduo a reagir. Como ninguém consegue, aflora um sentimento de frustração difícil de contornar. Por outro lado, uma série de crenças populares, que rotulam a depressão como falta de vontade, defeito de caráter e doença de rico, interferem negativamente. A mistura dessas crenças com as tentativas infrutíferas de auxílio distorcem as relações familiares. Além disso, deve-se considerar o impacto social e econômico que a doença pode representar para toda a família. ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES Drauzio – Como você orienta os familiares nesses casos? Ricardo Moreno – O primeiro passo é a informação. Todos, inclusive os pacientes, precisam saber o que está sendo feito, que riscos correm os doentes, os benefícios do tratamento e o prognóstico a longo prazo. Acima de tudo, é preciso vencer o medo. De modo geral, os doentes e suas famílias têm medo da doença mental, da loucura. Abordados esses temas, consegue-se melhorar o resultado do tratamento e as relações interpessoais. Drauzio– O que a família pode fazer para ajudar a pessoa deprimida a sair da crise mais depressa?   Ricardo Moreno – A família pode fornecer parâmetros da realidade. Não deve deixar a pessoa trancada no quarto o dia todo com as cortinas fechadas, nem deixá-la desrespeitar a necessidade de alimentação e higiene. Esse paciente precisa ser estimulado o que não significa levá-lo ao shopping ou pô-lo para correr. Significa estimulá-lo de acordo com suas possibilidades de desempenho. Ninguém incentiva um paciente de UTI a andar pelos corredores do hospital. É importante respeitar as limitações que a doença impõe naquele momento. Drauzio – A atividade física ajuda? Ricardo Moreno – A atividade física ajuda bastante. Há evidências de que associada a tratamentos medicamentosos e psicológicos pode ser um componente importante para alcançar resultados satisfatórios no tratamento. DEPRESSÃO: DOENÇA IMPACTANTE? Drauzio – Dê um exemplo prático de quão incapacitante pode ser um quadro depressivo? Ricardo Moreno - A depressão se divide em leve, moderada e grave. É um engano imaginar que a depressão leve seja menos incapacitante se considerarmos a duração dos sintomas. No entanto, os quadros moderados e graves comprometem mais o indivíduo que fica com baixa produtividade, autoestima diminuída e uma visão distorcida do mundo. Já tive pacientes que ocupavam cargos importantes, recebiam salários razoáveis, desfrutavam uma condição de vida relativamente boa e pediram demissão, porque não se julgavam merecedores daquele emprego. Isso a curto e a longo prazo provoca desdobramentos complicados e desgastantes para a família e para o indivíduo. Tive também pacientes que tentaram o suicídio. Apesar de todos, felizmente, terem continuado vivos, alguns ficaram com sequelas importantes e sua atitude pôs em xeque valores éticos, morais e religiosos e criou um conflito traumático na família. Sob o ponto de vista econômico, o indivíduo deprimido representa, ainda, um ônus para si, para a família e para a sociedade. Drauzio – Você considera uma boa orientação aconselhar as pessoas a não tomarem decisões radicais durante as crises? Ricardo Moreno – Geralmente aconselhamos o paciente e sua família a não tomarem nenhuma decisão importante ou definitiva enquanto perdurar a crise. Drauzio – Num relacionamento sentimental a depressão é devastadora e frequentemente destrói casamentos, não é mesmo? Ricardo Moreno – Destrói casamentos e sempre interfere negativamente na relação. POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO Drauzio – O que se pode fazer neste mundo moderno para não cair em depressão? Ricardo Moreno – A primeira coisa é apelar para o bom-senso. Não há uma receita básica, mas todos podemos contar com o bom-senso para conseguir uma qualidade de vida satisfatória. Depois, é preciso desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver problemas, dificuldades e conflitos. Tanto isso é possível que apenas 18% da população apresenta quadros depressivos ao longo da vida. Problemas todos temos. É necessário, dentro das possibilidades, aprender a lidar com eles e a não deixar que nos abalem demais.

Depressão


As pessoas estão acostumadas a atribuir a depressão à tristeza, mas o que é preciso entender é que ela vai muito além disso. DepressaoSentir-se triste, para baixo por um período, faz parte da vida. Mas o vazio, adesesperança e o desespero são duradouros pode ser indício de depressão.
tristeza é um sentimento temporário, e quando uma pessoa está triste é capaz de reagir a estímulos de prazer, porém alguém em estado depressivopode permanecer triste por dias e atividades normalmente prazerosas podem não despertar interesse algum. A sensação de falta de poder e controle sobre a própria vida, a visão negativa do mundo e a passividade em conflitos e confrontos são atribuídos a comportamentos depressivos.
A depressão é uma doença que requer tratamento, pois prejudica o dia-a-dia do paciente e interfere ativamente em sua vida social e profissional.
Muitas vezes a família, amigos ou pessoas mais próximas, sem ter conhecimento da doença, reagem de maneira agressiva e impaciente, infelizmente piorando o quadro da doença e reforçando a baixa autoestima do paciente.
Os sinais mais comuns que indicam a depressão são:
  • Sentimento de desamparo e desesperança – Existe uma sombria perspectiva sobre a vida. Nada ficará melhor, independente do que seja feito, nada irá melhorar a situação da pessoa depressiva.
  • Perda de interesse em atividades diárias – Não há mais interesse em hobbies, passatempos, atividades sociais, sexo, mesmo as coisas que mais agradava. Perde-se a capacidade de sentir alegria ou prazer nas atividades.
  • Alterações de apetite ou peso – A pessoa depressiva pode sofrer mudanças no seu apetite, assim como perda ou aumento significativo de peso, que pode variar mais de 5% do peso corporal por mês.
  • Alterações no sono – Insônia, especialmente acordar nas primeiras horas da manhã, ou dormir demais (hipersonia)
  • Irritabilidade – A depressão faz com que a pessoa sinta-se agitada, inquieta e até mesmo violenta. Seu nível de tolerância é baixo.
  • Perda de energia – Sentimento de cansaço, lento. Todo o corpo parece estar pesado, e até mesmo pequenas tarefas levam ao cansaço e demoram para serem concluídas.
  • Auto-aversão – Sentimento de inutilidade ou culpa. Faz duras auto críticas por falhas percebidas ou erros.
  • Comportamento imprudente – Envolvimento em comportamento escapista, como abuso de drogas, jogo de azar, direção agressiva ou esportes radicais.
  • Problemas de concentração – Dificuldades para se concentrar, tomar decisões ou lembrar das coisas.
  • Dores inexplicáveis – Aumento de queixas físicas como dores de cabeça, dores nas costas, musculares e de estômago.

Depressão e suicídio

A depressão é um fator de risco para o suicídio. O profundo desespero e a desesperança que é causada pela depressão pode levar a pessoa a acreditar que o suicídio é a única maneira de escapar da dor. Pensamentos de morte ou suicídio são sintomas graves da depressão. Não se trata apenas de um sinal de alerta pensamentos de suicídio: é um grito de socorro.
Podem ser sinais de aviso de suicídio:
  • Assuntos frequentes sobre mortes violentas
  • Expressões constantes de desesperança;
  • Uma preocupação incomum com a morte;
  • Atitudes de forma imprudente, como se tivesse um desejo de morte (por exemplo, excesso de velocidade sem se preocupar com as consequências);
  • Telefonar ou visitar pessoas para dizer adeus;
  • Dizer coisas como “todo mundo viveria melhor sem mim” ou ”eu quero sair”;
  • Mudança repentina de estado depressivo para calmo e feliz.

Depressão em mulheres

depressao-em-mulheresA taxa de depressão em mulheres pode ser duas vezes maior que em homens. Isso devido aos fatores hormonais, particularmente quando se trata de tensão pré-menstrual (TPM), transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM), a depressão pós-parto e depressão na perimenopausa.
Quanto aos sinais e sintomas da depressão em mulheres, elas são mais propensas que os homens a experimentar sentimentos de culpa por dormir demais, comer demais, ganhar peso. As mulheres também são mais propensas a sofrer de transtorno afetivo sazonal.

Depressão em homens

Homens deprimidos são menos propensos que as mulheres a reconhecerdepressao-em-homensos sentimentos de auto-aversão e desesperança. Em vez disso, eles tendem a queixar-se de fadiga, irritabilidade, problemas de sono e perda de interesse no trabalho e hobbies.
Outros sintomas e sinais de depressão em homens incluem raiva, agressão, violência, comportamento imprudente e abuso de substâncias ilícitas. Mesmo que as taxas de depressão para as mulheres sejam duas vezes mais elevadas que nos homens, eles têm um maior risco de suicídio, especialmente homens mais velhos.

Depressão em adolescentes

depressao-na-adolescenciaEnquanto alguns adolescentes deprimidos parecem tristes, outros não. Na verdade, irritabilidade, é frequentemente o sintoma predominante no adolescente deprimido. Este adolescente pode ser hostil, mal humorado, ou facilmente alterar o seu temperamento. Dores inexplicáveis também são sintomas comuns de depressão em jovens.
Se não for tratada, o adolescente depressivo pode ter problemas em casa e na escola, abuso de drogas, auto-aversão, até mesmo tragédias irreversíveis, tais como violência homicida ou suicida. Mas como ajuda, a depressão na adolescência é altamente tratável.
tratamento para a depressão é feito com acompanhamento psiquiátrico, através de aconselhamentos, e medicação.
O método de tratamento da Clínica Maxwell inclui interferência medicamentosa, socioterapia, grade deatividades terapêuticas e instalações sofisticadas para propiciar o ambiente terapêutico mais agradável para refazer o projeto de vida, readquirir a autoestima, a positividade e a esperança de uma vida melhor.