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Prezado leitor, o Portal do Servidor Publico do Brasil é um BLOG que seleciona e divulga notícias que são publicadas nos jornais e na internet, e que são de interesse dos servidores públicos de todo o Brasil. Todos os artigos e notícias publicados têm caráter meramente informativo e são de responsabilidade de seus autores e fontes, conforme citados nos links ao final de cada texto, não refletindo necessariamente a opinião deste site.

OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

OS DESTEMIDOS  GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO
A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Militares e servidores atrasam envio de texto da reforma da Previdência


Jornal Extra     -     11/10/2016


Três temas considerados cruciais pelo governo dentro da reforma da Previdência ainda estão em discussão e vão atrasar o envio do texto ao Congresso Nacional. Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, falta bater o martelo sobre como as mudanças atingirão militares e servidores públicos. Além disso, a equipe precisa acertar como será a regra de transição que mudará a concessão de aposentadorias para trabalhadores do setor privado que já estão no mercado há muitos anos.


A intenção do governo é fixar uma idade mínima para aposentadoria aos 65 anos de idade, no caso dos empregados da iniciativa privada. Mas, para não prejudicar quem já está na ativa há muito tempo, regras de transição deverão ser criadas, exigindo uma idade menor de aposentadoria (que pode até ser de 60 anos, por exemplo, subindo aos poucos). Mas quem teria direito a essa colher de chá? A ideia é que a regra de transição seja aplicada a quem hoje já tem entre 45 e 48 anos de idade. A proposta é melhor pois, antes, pensava-se em beneficiar quem tivesse a partir de 50.


O objetivo da regra de transição é evitar que as pessoas que já estão no mercado há muito tempo sejam muito prejudicadas com a reforma. Mas tudo isso ainda precisa ser decidido.
Segundo a fonte ligada ao debate sobre o assunto, uma regra de transição mais suave deverá facilitar o entendimento com os trabalhadores e, posteriormente, facilitar a aprovação do texto no Congresso.


Conversa em andamento


Conforme adiantou o EXTRA, as Forças Armadas poderão ter o tempo de serviço necessário para passar à reserva ampliado de 30 para 35 anos. Hoje, os militares deixam a ativa aos 50 anos, em média. Com a ideia de mudança, a idade chegará a 55 anos e, em uma década, a 60. Segundo o ministro Geddel, o governo está em negociação com os militares.


Os servidores também deverão ser atingidos em cheio pela reforma. Os estados negociam, com o governo, o aumento da alíquota de contribuição, que passaria de 11% para até 20%, num período de seis anos, para ser reduzida progressivamente a 14%.

Governo estimula PDVs para reduzir pessoal em estatais

Valor Econômico     -     11/10/2016




O governo vai estimular a realização de programas de demissão voluntária (PDV) para reduzir o número de funcionários e salários em empresas estatais federais. Neste ano, a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério do Planejamento já analisou quatro pleitos de PDV, sendo que um deles já foi implementado. Outras seis empresas pretendem fazer o pedido à secretaria.


Segundo o secretário Fernando Soares, muitas empresas estão interessadas em programas de desligamento voluntário para ajustar seus custos e quadro de funcionários com a atual situação econômica do país, que atualmente se encontra em recessão. "É lógico que a empresa tem que fazer uma reflexão e saber se dá conta de fazer as mesmas atividades com um número menor de pessoas", afirmou Soares ao Valor.


Ao incentivar a saída de parte do seu quadro de funcionários, a ideia, explicou o secretário, é que as empresas sejam autorizadas apenas a fazer uma reposição parcial, economizando não só na mudança de perfil salarial, mas também com menor número de pessoas e ganhos de produtividade.


Nesses programas, por exemplo, a companhia aproveita para trocar funcionários mais antigos e aposentados, normalmente mais caros e que só saem da empresa com um tipo de plano de estímulo, por novos trabalhadores com remunerações mais baixas, ajudando a reduzir os custos. "Esse quadro novo necessariamente é mais barato que o quadro está saindo. Essa é outra forma de equacionar problema de despesa", frisou o secretário.


"Não vamos trocar seis por meia dúzia, vamos trocar seis por três", afirmou Soares, explicando que a diretriz é ajustar o quadro com pessoal. "Se a empresa quer fazer um PDV é porque considera que pode dar uma ajustada no quadro de pessoal. Precisa saber se tem capacidade de pagamento. Se não tiver, pode diferir ao longo do tempo", disse o secretário.


A Sest não determina o tamanho dos PDVs a serem realizados pelas empresas, pois essa é uma decisão a ser tomada pela direção da companhia. Mas o órgão do Ministério do Planejamento é quem autoriza os programas e em que termos eles serão postos em prática, incluindo a chamada de reposição. "Alguma recomposição é necessária, até para oxigenar a empresa, elevar a produtividade", afirmou Soares, "Temos a diretriz de otimizar os recursos disponíveis, e isso inclui o quadro de pessoal", acrescentou.


Uma empresa que encerrou recentemente um Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário foi a Petrobras. Segundo balanço de 31 de agosto, 11.704 empregados fizeram adesão ao programa, número que ainda poderia sofrer ajuste. O objetivo da medida era adequar a força de trabalho às necessidades do plano de negócios e gestão (PNG), "elevando a produtividade e gerando valor para a companhia, com o foco no alcance das metas do referido plano".


Conforme divulgado na ocasião, a Petrobras usou como referência no planejamento do programa o quantitativo de cerca de 12 mil empregados, com um custo previsto de R$ 4,4 bilhões e uma economia esperada de R$ 33 bilhões até 2020. Considerando a adesão de 11.704 empregados, a melhor estimativa da empresa era de um custo total do programa é de aproximadamente R$ 4 bilhões.



O governo tem buscado recuperar a capacidade de geração de resultados de suas empresas, diante da necessidade de se fortalecer o ajuste fiscal. Como antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, na sexta-feira, o governo tem conseguido segurar os reajustes salariais dessas empresas, mantendo a maior parte deles abaixo da inflação. A preocupação do governo não é só ampliar os dividendos a serem gerados por essas empresas, mas também evitar necessidades de aportes e capitalizações futuras, que impactam negativamente o resultado fiscal do governo.

Aumento da Geap judicializado

BSPF - 10/10/2016




A queda de braço entre a Geap e seus beneficiários está longe de acabar. A empresa já deixou claro que não abre mão do reajuste de 37,55% nas mensalidades de 2016 e responsabiliza entidades sindicais pela piora no desequilíbrio orçamentário da operadora. A Geap passa pela terceira intervenção financeira da Agência Nacional de Saúde (ANS).


Devido à guerra judicial, que se estabeleceu desde o início do ano, pela redução do aumento para 20% — referente à inflação médica —, houve perda na arrecadação. Por isso, a Geap terá que pedir extensão por mais seis meses —– o prazo terminou em setembro — para cobrir parte do rombo anual de R$ 400 milhões, contou Laércio Roberto Lemos de Souza, presidente do Conselho de Administração (Conad).


Segundo Laércio Souza, até o fim de setembro, a Geap deveria ter em caixa 50% do valor (R$ 200 milhões), mas o imbroglio judicial fez desabar a arrecadação, o que prejudicou o cumprimento do acordo com a Agência. O pedido será feito em reunião, ainda a ser marcada, contou. “Tecnicamente, precisaríamos ter margem de solvência de 50% (R$ 200 milhões). Mas com a frustração das receitas, necessitamos de mais tempo”. Ao assumir o cargo, em junho, ele alertou sobre o risco para a saúde financeira da Geap da correção das mensalidades em 20%.


“A situação é muito delicada. O aumento deveria entrar em vigor em fevereiro. Mas só começou a valer em junho. Os 37,55% já são insuficientes. Bastam para manter a sustentabilidade”, disse Souza. Ele explicou que, em 2014, a operadora não reajustou os planos. Em 2015, aumentou em 14,6%. Em 2016, precisava, portanto, de correção maior. Cálculos iniciais da área técnica da Geap apontam que os 20% abririam um buraco nas contas de R$ 30 milhões mensais (R$ 360 milhões anuais). Com isso, para cumprir à risca a determinação da ANS, no ano que vem, teria que reajustar os convênios em mais de 70%. Como parte dos assistidos começou a pagar os 37,55% no segundo semestre, a previsão para 2017 é de correção de 50%.


O assunto é polêmico. Representantes do funcionalismo venceram inúmeras processos contra o aumento considerado abusivo. Depois que a Justiça Federal acatou o pedido da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps) e baixou o reajuste para 20%, o Sindicato Nacional dos Servidores da Polícia Federal (SinpecPF) denunciou “reajustes globais de 55%, muito acima da média de mercado, enquanto a revisão do valor individual da contrapartida da União ficou em 23,11%”. A Anasps, recentemente, ganhou mais uma ação contra a Geap. A primeira exigiu os 20% para os filiados até 2015. A segunda, para os que entraram em 2016. Venceu ambas.


Contrapartida


Mesmo com o aumento de 37,55%, a Geap garante que permanece com valores substancialmente mais atrativos do que o de planos privados. Em média, 40% menores que os demais convênios de saúde disponíveis no mercado. Segundo cálculos da operadora, apresentados ao Tribunal de Contas da União (TCU), os beneficiários recebem contrapartida da União, para planos de saúde, entre R$ 101,56 a R$ 203,63. E pagam à operadora, de R$ 140,64 a R$ 703,25, dependendo da faixa etária.



Fonte: Blog do Servidor

Anulado ato administrativo que eliminou candidata parda de concurso

BSPF     -     10/10/2016


A 14ª Vara Federal da Seção Judiciária do DF confirmou pedido de tutela de urgência, ajuizada por candidata de concurso público contra a União, anulando, assim, ato administrativo que a eliminou da segunda etapa do certame para provimento de vagas no cargo de Agente Penitenciário Federal (Edital n.1/2013 - Depen).


Ao resolver o mérito da demanda, o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho assegurou a participação da candidata nas demais fases do concurso, nas vagas destinadas aos candidatos negros/pardos, caso não haja outro impedimento.


No caso específico resolvido na sentença, a parte autora se autodeclarou parda, nos termos do edital de abertura do certame. O que gerou a demanda judicial foi o fato de, após a aprovação nas provas objetiva e discursiva, a candidata ter sido convocada para o procedimento administrativo de verificação da condição declarada e a banca examinadora ter verificado que "as características fenotípicas da candidata não se enquadram nos preceitos legais dispostos na Lei n. 12.990/2014", razão pela qual deixou de reconhecer a veracidade da autodeclaração prestada pela candidata no momento da inscrição.


O magistrado ressaltou que o "procedimento administrativo para aferição da adequação do candidato à concorrência especial das cotas raciais, a princípio, mostra-se legal, desde que pautado em critérios objetivos e razoáveis de avaliação". Contudo, "nada foi juntado aos autos, de significativo, a justificar ou fundamentar a referida decisão daquela banca examinadora", disse ele na sentença.


Na fundamentação da sentença, o magistrado citou julgados do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Estatuto da Igualdade Racial (Lei n. 12.288, de 20.7.2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.



Fonte: Justiça em Foco

Blindagem na base contra "corporativismo" de servidores

BSPF     -     10/10/2016




Outro medo do governo é que os deputados sejam pressionados por "interesses corporativistas" de categorias de servidores públicos, que veem na PEC do teto de gastos um sinal de congelamento de salários em médio e longo prazos. "Essa elite do funcionalismo representa um porcentual mínimo da população", disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).


Fonte: O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Decisão DDT

No AC, sobe para 247 nº de mortes de ex-agentes intoxicados por inseticida

No AC, sobe para 247 nº de mortes de ex-agentes intoxicados por inseticida

Última morte foi registrada no dia 14 de abril. 
'As instituições se negam a aceitar nossa contaminação', diz ex-servidor.

Tácita MunizDo G1 AC
Com pouco mais de dois meses, Sebastião perdeu completamente os movimentos  (Foto: Tácita Muniz/G1)Com pouco mais de dois meses, Sebastião perdeu completamente os movimentos (Foto: Tácita Muniz/G1)
De janeiro a abril deste ano, sete ex-servidores da extinta Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam)  morreram no Acre, segundo a Associação DDT e Luta Pela Vida. A última ocorreu no dia 14 de abril. Em todas as mortes, um fato em comum: as vítimas tiveram contato direto com o pesticida Diclorodifeniltricloroetano (DDT), usado para conter o mosquito da malária na região amazônica nas décadas de 70 a 90 no Acre. Com isso, já são 247 mortes contabilizadas.
O número de mortes registradas esse ano já é superior ao de 2014, quando 11 ex-guardas da Sucam morreram, segundo  Aldo Moura, de 63 anos, responsável pela associação e pelo levantamento. O representante destes homens que eram chamados de “guardas mata-mosquitos”, por terem protagonizado uma verdadeira guerra contra o mosquito da malária, acompanha passo a passo o estado de saúde dos ex-companheiros de trabalho. Aldo também fala do futuro como se aceitasse a condenação à morte por antecipação.
“É um quadro irreversível, isso nós já sabemos. Estamos esperando a vontade de Deus e que assim seja feito. Ano passado perdemos 11 companheiros, este ano, ainda no quarto mês, já se foram sete. É um número que vem crescendo todos os anos. É uma batalha diária, porque as instituições se negam a aceitar a nossa contaminação”, lamenta.
A última morte registrada em Rio Branco, segundo a associação, foi a de Francisco Carlos Ovides , de 68 anos. Após desenvolver doença respiratória, não suportou duas paradas cardíacas no dia 14 de abril. Desemparo é a única palavra que o filho,  Francisco Carlos Ovides, consegue encontrar para definir os últimos meses de vida do pai.
"Ele teve complicações no pulmão e passou a ter crises constantes e não resistiu. Trabalhou mais de 20 anos com o DDT e a situação é essa: descaso total. Teve duas paradas, na segunda, não suportou", lamenta o filho após 15 dias da morte do pai.
G1, em fevereiro, visitou as casas de alguns dos servidores que integram a chamada “lista da morte” e retratou como vivia alguns deles. Um dos que morreram foi Raimundo Gomes da Silva, de 82 anos. Depois de meses em cima de uma cama, seus órgãos pararam no dia 7 de março. Morreu no colo do filho mais velho. Na época da matéria, ele dava sinais de que sua morte estava anunciada.
“Muita humilhação, a gente é muito humilhado. É aquele ditado, 'Deus dá, Deus tira'. Nunca olharam para a gente durante todo esse tempo e nisso já se foram mais de 200 [funcionários]. Tenho certeza que não escapo, não saio mais dessa. Na próxima viagem, eu vou embora e já preparei meus filhos", disse entre lágrimas, na época.
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Raimundo Gomes diz que sente muitas dores e chora ao falar sobre seu estado de saúde  (Foto: Tácita Muniz/G1)Raimundo Gomes morreu no dia 7 de março
(Foto: Tácita Muniz/G1)
A dona de casa Maria Nazaré Soares da Silva, de 67 anos, dividiu 44 com Raimundo. Hoje, ela tenta se acostumar com a ausência e a dor do descaso. “Eu acho um desrespeito. Faleceu na perna do meu filho mais velho, nos preparávamos para fazer a nebulização. Sofreu muito, mas na hora de partir, foi que nem um passarinho”, relembra ainda emocionada.
Em pouco mais de dois meses, o estado de Sebastião Bezerra, de 76 anos, também piorou. Na primeira entrevista, ele ainda tinha alguns movimentos e chorava bastante. Passado esse tempo, a esposa Maria Arlete Bezerra, 59, conta que Sebastião não se move e não dá mais sinais de consciência.
“Ele fica apenas nessa posição. Não se mexe mais e o quadro dele piorou e fez muita diferença. E minha situação também só piora, porque uso antidepressivos. Não é fácil para ninguém ver a pessoa morrendo aos poucos sem poder fazer nada. Já conheci vários amigos dele do trabalho que já partiram”, diz.
Sebastião Holanda, de 66 anos, trabalhou com o pesticida entre as décadas de 70 e 90. Ele lembra de como era saudável, até sentir os sintomas que todos relatam: fraqueza, dor nas articulações. “Éramos homens de aço, hoje, mesmo não sendo tão velhos assim, perdemos nossa força. A pele formiga, parece que tem várias agulhas pelo meu corpo. No ano passado, cheguei a passar 30 dias na UTI”, relembra.
O aposentado Egídio Marques de Souza, de 65 anos, tem o lado esquerdo paralisado e fala com dificuldade. Passou dois anos sem andar, atualmente consegue se locomover pela casa, mas cai muitas vezes. Maria Lenilda Souza, de 61 anos, conta que a atenção é 24 horas.
“Ele cai direto, então sempre tenho que tá por perto. Nunca deixo ele só, se eu precisar ir no mercado, preciso que alguém venha ficar com ele. É uma luta diária. Ele reclama de muitas dores na perna esquerda”, conta a esposa.
Egídio, com dificuldade, confirma e diz que, às vezes, perde o tato e por isso sempre precisa de alguém por perto. Ele também diz que sente tontura e perde o equilíbrio. “Essa perna dói demais, aí quando menos espero caio”, conta.
Egídio tem o lado esquerdo paralisado e dificuldade para falar  (Foto: Tácita Muniz/G1)Egídio tem o lado esquerdo paralisado e dificuldade para falar (Foto: Tácita Muniz/G1)
Aos 51, Antônio Souza da Cunha, há 3 anos procurou um médico em Brasília que, segundo ele, lhe deu o diagnóstico. “Fiz exames e o médico disse que no meu caso a intoxicação estava aguda e crônica. Somente o tratamento paliativo poderia conter as dores”.
Ele trabalhou com o DDT também entre as décadas de 70 e 90. “Fiz algumas sessões de uma terapia em Brasília, depois disso melhorei bastante, mas isso já faz muito tempo. Hoje, não tenho acompanhamento nenhum”, diz.
Pela associação, Aldo Moura percorre vários estados para tentar convencer o poder público sobre a intoxicação desses profissionais adquirida pelo trabalho que prestavam ao Estado. “Fui convidado pela Organização Mundial da Saúde para uma palestra em Recife nos próximos dias, no Fórum Mundial da Saúde aos poucos a gente vai tentando sensibilizar as pessoas para a nossa causa”, pontua.
O pesticida
O DDT começou a ser usado no Brasil logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Naquela época, homens, sobretudo da região amazônica, conhecidos por “guardas mata-mosquitos” ou apenas “soldados da malária”, foram recrutados para combater o mosquito vetor da malária e outras endemias. Sem conhecimento e acreditando que o veneno era inofensivo ao ser humano, os agentes se embrenhavam na mata e tinham contato direto com o produto, usando apenas um chapéu de alumínio e uma farda.
Sebastião Holanda relembra 'erámos homens de aço' (Foto: Tácita Muniz/G1)Sebastião Holanda relembra 'erámos homens de ações'
(Foto: Tácita Muniz/G1)
A intoxicação reconhecida por especialistas
Ao G1, em fevereiro, o toxicologista de São Paulo, Anthony Wong, explicou que os ex-funcionários estão intoxicados, não só pelo contato com o DDT, mas pelos solventes à base de petróleo usados na mistura para obter o veneno. Segundo ele, os sintomas descritos são decorrentes do contato direto desses homens com essas substâncias químicas altamente tóxicas.
"Essas pessoas, na verdade, são vítimas de todo esse conjunto de solventes e inseticidas", chegou a afirmar na época e completou: “revoltante que o poder público não ampare esses homens que sacrificaram suas vidas para construir o Brasil e hoje são deixados de lado".
Justiça
Uma ação impetrada pelo Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC) aguarda decisão desde agosto de 2013. O órgão pede que os ex-servidores tenham assistência pelo poder público.
O Ministério da Saúde alega que a contaminação pelo pesticida não é comprovada. A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que segue o posicionamento do órgão. OG1 entrou em contato novamente para saber se havia mudança  na postura dos órgãos, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Aldo Moura em borrifação no campo na década de 70 (Foto: Aldo Moura/Arquivo pessoal)Aldo Moura em borrifação no campo na década de 70 (Foto: Aldo Moura/Arquivo pessoal)
Veja a nossa historia na integra a matéria completa:

Os sucanzeiros que fizeram e faz parte da história do Brasil "Contem Fotos e Videos"

https://waldirmadruga.blogspot.com.br/2013/07/os-sucanzeiros-que-fizeram-e-faz-parte.html

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Governo Federal expulsa 6 mil servidores públicos por atividades contrárias à lei


BSPF     -     10/10/2016


Principal motivo é a prática de atos de corrupção. Número consolida dados dos últimos 13 anos


O Governo Federal atinge a marca de seis mil agentes públicos expulsos por envolvimento em atividades contrárias à Lei nº 8.112/1990 (Regime Jurídico dos Servidores). O dado consta do último levantamento realizado pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU). O relatório registra que, de 2003 a setembro de 2016, já foram aplicadas 5.043 demissões; 467 cassações de aposentadorias; e 532 destituições de ocupantes de cargos em comissão. Os dados não incluem empregados de estatais, a exemplo da Caixa Econômica, dos Correios, da Petrobras, etc.


O principal fundamento das expulsões foi a comprovação da prática de atos relacionados à corrupção, com 4.013 das penalidades aplicadas ou 65,4% do total. Já o abandono de cargo, a inassiduidade ou a acumulação ilícita de cargos são motivos que vêm em seguida, com 1.395 dos casos. Também figuram entre as razões que mais afastaram servidores proceder de forma desidiosa e participação em gerência ou administração de sociedade privada.


Recorde


O mês de setembro registrou o maior número de punições (74), tanto no comparativo com o mesmo período dos últimos cinco anos, como com outros meses de 2016. Entre as expulsões, destacam-se aquelas aplicadas a 10 servidores do Instituto Federal do Pará (IFPA), envolvidos na Operação Liceu e que responderam por improbidade administrativa; lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; e valimento de cargo para proveito pessoal. 


Os entes federativos com número mais elevado de punições foram Rio de Janeiro (1.052), Distrito Federal (746) e São Paulo (640). Já as pastas com maior quantidade de servidores expulsos foram o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), o Ministério da Justiça e Cidadania (MJC) e o Ministério da Educação (MEC).


Prestação de Contas


O Relatório de Punições Expulsivas é publicado mensalmente na Internet, de forma a prestar contas à sociedade sobre a atividade disciplinar exercida no âmbito do Executivo Federal. As informações são consolidadas pela Corregedoria-Geral da União (CRG), por meio de consulta ao Diário Oficial da União (DOU).


O Ministério da Transparência também mantém atualizado o Cadastro de Expulsões da Administração Federal (CEAF), disponível no Portal da Transparência do Governo Federal. A ferramenta permite consultar, de forma detalhada, a punição aplicada ao servidor, órgão de lotação, data da punição, a Unidade da Federação (UF) e os fundamentos legais.


Impedimentos


Os servidores apenados, nos termos da Lei Ficha Limpa, ficam inelegíveis por oito anos. A depender do tipo de infração cometida, também podem ficar impedidos de voltar a exercer cargo público. Em todos os casos, as condutas irregulares ficaram comprovadas após condução de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), conforme determina a Lei nº 8.112/1990, que garantiu aos envolvidos o direito à ampla defesa e ao contraditório.



Fonte: Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A batalha contra os privilégios

BSPF     -     09/10/2016



Para baixar os custos de pessoal, profissionalizar a administração e conter as greves nos serviços públicos, o governo terá de enfrentar o corporativismo dos servidores e a resistência do Congresso e do Judiciário às mudanças


O mamute - um paquiderme pré-histórico com espécies que chegavam a alcançar cinco metros de altura e a pesar até dez toneladas - é considerado um dos maiores mamíferos de todos os tempos. Para efeito de comparação, o elefante, seu parente moderno e o maior animal terrestre existente hoje, pesa, no máximo, seis toneladas e sua altura não supera quatro metros. Talvez, por isso, o Estado brasileiro - gigante, pesado e lerdo - seja frequentemente comparado a um mamute. Mesmo com sua força e seu tamanho, o elefante parece acanhado para simbolizar as proporções extraordinárias adquiridas pelo Estado no País.


O fardo estatal se faz sentir sobre os cidadãos e as empresas de forma implacável. Ele se expressa nos impostos de Primeiro Mundo que os brasileiros têm de pagar, em troca de serviços de Terceiro Mundo, na burocracia que emperra o cotidiano das famílias e o desenvolvimento dos negócios e na corrupção endêmica, que cria dificuldades para vender facilidades. Mas, hoje, talvez, nada simbolize tanto o peso que a sociedade tem de carregar para manter o mamute em pé quanto o funcionalismo e seus privilégios. Nos últimos anos, impulsionado pelo estatismo pregado nos governos Lula e Dilma, com impacto em todo o País, o número de funcionários públicos deu um salto. Segundo uma pesquisa realizada pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGVDAPP), o total de funcionários na ativa passou de 5,8 milhões, em 2001, para quase 9 milhões, em 2014, nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) e nos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) - um aumento de 54,4%. Isso sem contar os funcionários terceirizados, principalmente nas áreas de limpeza, segurança e manutenção predial, que somam cerca de 18 mil só no governo federal.


O maior crescimento do efetivo, de 94%, aconteceu nos municípios, em parte pelas novas atribuições recebidas com a Constituição de 1988, para criar e manter serviços públicos de alcance local. No Executivo federal, embora o crescimento tenha sido um pouco menor - cerca de 30% - foram contratados 120 mil novos servidores no período, mais que o dobro do total de trabalhadores do Bradesco, um dos maiores bancos do País. Também contribuiu para o aumento do número de funcionários a criação de novos Estados e municípios após a promulgação da Constituição de 1988. Desde então, o número de municípios cresceu cerca de 40%, de 3.900 para 5.570. Isso levou ao aumento das representações nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional, ao aumento das bases do Judiciário e à criação de estruturas administrativas para dar suporte aos novos entes federativos.


"O povo, para sustentar as novas estruturas, continuou o mesmo", diz o jurista Ives Gandra da Silva Martins, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra. Com o tsunami de contratações, era inevitável que os gastos com pessoal crescessem em progressão geométrica. Mas eles aumentaram em ritmo ainda mais acelerado que o das contratações, em decorrência da concessão de aumentos salariais bem acima da inflação para o funcionalismo. O "rombo" existente hoje nos orçamentos do governo federal e de vários Estados e municípios é decorrente, em boa medida, do inchaço da folha de pagamento nesse período. Desde 2001, as despesas com pessoal tiveram um aumento de 127,3%. Passaram de R$ 171,6 bilhões para R$ 390,2 bilhões em 2014, em valores já corrigidos pela inflação. A diferença daria para o governo federal pagar o Bolsa Família, concedido a 13 milhões de beneficiários, de acordo com dados oficiais, por sete anos. A conta das benesses, como sempre, sobrou para os pagadores de impostos. O gasto per capita dos brasileiros para pagar os salários do funcionalismo quase dobrou em 14 anos, de R$ 976 para R$ 1.925, em valores de 2014, também considerando os três níveis de governo e os Três Poderes (veja os gráficos).


"A despesa de pessoal do governo é muito grande e tem muita importância na composição de gastos do governo", afirma o professor Nelson Marconi, coordenador executivo do Fórum de Economia na FGV de São Paulo e um dos responsáveis pela reforma administrativa realizada no governo Fernando Henrique. "O ajuste fiscal tem de passar pela questão de pessoal." Enquanto no setor público os salários subiram, em média, cerca de 50% nos três níveis de governo desde 2001, na iniciativa privada o aumento médio ficou em 21,4%, já descontada a inflação do período. O aumento real do funcionalismo, na média, foi mais que o dobro do obtido no setor privado. Essa diferença só encontra paralelo em Portugal, onde alcança 58%, segundo um levantamento feito pelo economista Marcos Köhler, consultor legislativo do Senado. Na Alemanha, os salários do funcionalismo são, em média, 7% menores que no setor privado.


Na França, 8%. Mesmo em países em que os salários do setor público são maiores, como Espanha, Grécia e Itália, a diferença fica em torno de 30%, bem aquém do que acontece no Brasil (e em Portugal). "Havia uma grande influência sindical no governo", diz Köhler. "Isso contribuiu para a obtenção de acordos salariais muito favoráveis pelo funcionalismo no nível federal, que acabaram influenciando o setor público como um todo." Obviamente, a média salarial do funcionalismo esconde os casos extremos, tanto na base como no topo da pirâmide. Mas, nos últimos anos, os salários iniciais das diferentes carreiras da administração, em especial na esfera federal, receberam aumentos reais generosos, distanciando-os também dos valores pagos no setor privado. Enquadram-se nessa categoria os motoristas da Câmara Federal, que ganham mais de R$ 12 mil, e os garçons do Senado, com salário superior a R$ 17 mil, o menor para servidores efetivos, sem escolaridade, mas com comprovação de "capacidade técnica" para a função. É no andar de cima, porém, que se encontram os casos mais escandalosos, particularmente no Poder Judiciário, onde os valores dos benefícios recebidos "por fora" superam, muitas vezes, os valores dos salários ou chegam bem perto deles, engordando os vencimentos. São tantos os subterfúgios que, em muitos casos, o teto constitucional - que limita os salários do setor público federal aos vencimentos recebidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aos dos governadores nos Estados e aos dos prefeitos nos municípios - tornou-se uma peça de ficção.


Mesmo com salários bem acima da média do mercado, custeados pelos contribuintes, o apetite do funcionalismo parece não ter fim. No momento em que o Brasil real enfrenta a recessão interminável, o desemprego recorde e a queda na renda, os servidores federais, protegidos pela estabilidade no emprego e com a aposentadoria garantida com o mesmo salário da ativa, lotam as galerias do Congresso Nacional para reivindicar, sem constrangimento, a aprovação de aumentos reais de salário e a preservação de suas vantagens. "Alguém teria de dizer para eles que nós estamos numa crise fiscal muito grande e que o que estão pedindo não tem nexo com o mundo real", afirma Marconi. Ao mesmo tempo, as greves e ameaças de greves em serviços essenciais, como saúde e segurança, sem desconto dos dias parados e sem risco de represálias, tornaram-se uma realidade que afeta de forma dramática o dia a dia da população, em especial nas faixas de menor renda, que dependem quase exclusivamente dos serviços públicos. "No Brasil, há uma classe que se aproveita de todo o setor privado e manda no País", diz o economista Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura.


"O Brasil é vítima do corporativismo estatal que se apropriou de Brasília." Segundo o advogado Almir Pazzianotto, ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), é difícil enfrentar os interesses do funcionalismo, porque os servidores têm intimidade com os deputados, senadores e estão dentro do Congresso, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais, que deveriam ser os responsáveis pela aprovação de medidas para restringir os privilégios. "A corporação não está pensando no bem comum, mas em seus próprios benefícios", diz Pazzianotto. "Nós trouxemos a ideia do corporativismo do fascismo. É uma coisa um pouco medieval também, das velhas corporações de ofício, que se organizavam para proteger as atividades profissionais de seus integrantes". Embora o espírito de corpo predomine no funcionalismo, nem todos rezam por essa cartilha. Muitos servidores públicos fazem jus ao título. Trabalham duro para servir à população e se preocupam em efetuar suas tarefas com dedicação e eficiência, muitas vezes sob os olhares enviesados dos colegas. As generalizações quase sempre acabam promovendo injustiças. Feita a ressalva, porém, não dá para negar o que qualquer brasileiro que já entrou numa repartição pública pode observar.


Em geral, há um contingente razoável de funcionários que, escudados pela estabilidade, fazem o que se costuma chamar em português claro de "enrolação". Nos cargos de livre nomeação, que somam cerca de 21 mil, conforme os dados oficiais mais recentes, boa parte dos interessados, de acordo com Pazzianotto, já se aproxima dos políticos mal-intencionada, para obter um privilégio, e não para se tornar um servidor exemplar. "O princípio do privilégio é o não comparecimento ao trabalho, não ter a obrigação de cumprir horário", diz. "Você sempre tem aquele funcionário faltoso, acumula falta, sempre tem atestado médico e você sabe que ele é apenas um ocioso, não quer trabalhar." Pazzianotto afirma que, ao assumir a presidência do TST, encontrou em seu gabinete mais de 200 funcionários comissionados, quando precisava de apenas 20. "Eu tinha até funcionário da presidência em Nova York. O marido foi para lá e a mulher foi atrás, devidamente autorizada." Ele conta que, na ocasião, chamou um funcionário do TST, que já conhecia, para uma conversa.


"Eu disse: 'Escuta fulano, em todos esses anos que estou aqui, vejo você namorando pelos corredores o dia inteiro, está sempre encostado com uma funcionária, não necessariamente a mesma. Comigo você não vai fazer isso. Você vai ter de trabalhar." Embora haja muitas áreas com excesso de pessoal, há outras em que falta gente. De acordo com Nelson Marconi, na área administrativa, é comum haver uma quantidade grande de servidores, com baixa produtividade, porque não há tanta cobrança como na iniciativa privada. "

Ajuste fiscal proposto pelo governo obrigará mudança no atual modelo de Estado

BSPF     -     09/10/2016




Emenda que limita gastos públicos em votação no Congresso é o primeiro de uma série de instrumentos adotados pelo governo para realizar o ajuste fiscal. Se aprovada, provocará outras alterações constitucionais e da legislação ordinária para adequar os direitos sociais aos limites impostos ao Orçamento da União


A emenda constitucional (PEC 241/2016) que limita os gastos públicos da União, Estados e Municípios à inflação do ano anterior em votação marcada para segunda-feira (10) na Câmara vai além da simples mudança no regime fiscal da União. Impõe novos limites na elaboração e execução do Orçamento por 20 anos e prevê uma das mais importantes alteração no modelo de Estado desenhado pela Constituição de 1988. Também obrigará modificações em outros artigos constitucionais e em várias leis ordinárias que regem programas de governo e suas metas. As mudanças nas leis nacionais, estaduais e municipais serão obrigatórias para enquadrar na nova regra os orçamentos de todas as instâncias de poder.


Uma das primeiras modificações terão que ser feitas nas leis que regem a política salarial dos servidores públicos. Todas as regras que prevejam aumento real, com reposição acima da inflação, não poderão ser nem mesmo negociadas ou prometidas, sob pena de descumprimento do limite de gastos previstos na emenda. Todas as leis municipais e estaduais que regem os servidores ficarão submetidas ao limite constitucional de gastos.


Outra alteração infra-constitucional esperada é nos critérios para o cadastramento e pagamento do Benefício de Prestação continuada (BPC) que prevê o pagamento de um salário mínimo a quem tem pelo menos 65 anos e nunca contribuiu para a Previdência. O dinheiro sai do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social e estará sujeito aos limites da emenda, mesmo que aumente o número de dependentes ou o valor do benefício. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram que, pelas regras atuais, o BPC consome, 54% do orçamento do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS). A projeção é que, em 20 anos, o percentual do orçamento da pasta comprometido com o benefício suba para 177% do valor destinado à pasta.


Para enquadrar o orçamento do MDS à nova emenda que limita gastos, os critérios para o pagamento e a atualização do valor do benefício também teriam que ser alterados, deixando de fora do programa social novas pessoas ou limitando os pagamentos. “Estamos no meio de um embate ideológico, de modelo de estado que queremos”, disse o deputado Patrus Ananias (PT-MG), ex-ministro da área.


Projeção feita pela Sociedade Brasileira de Economia Polícia estima a redução das despesas primárias da União dos atuais 20% do PIB neste ano, para 16% em 2026 e apenas 12% em 2036, prazo final da vigência prevista na emenda. Isto ocorreria porque a União se desobrigaria de abrir novas vagas em programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, por exemplo. Ou reduzir drasticamente as compras públicas, tanto para custeio quanto para investimentos. Nesta conta estão as obras que deixarão de ser feitas, novos hospitais ou escolas abertos para atender a demanda.


Salário mínimo


A emenda também implicará em mudanças nas regras de reajuste do salário mínimo. Por lei, o valor do mínimo deve ser reajustado pela inflação do ano anterior, acrescido da variação do PIB de dois anos antes. Para não descumprir a regra constitucional do limite de gastos, a lei que reajusta o piso teria que ser modificada para evitar que as despesas da União, Estados e Municípios furem o limite de gastos impostas pela emenda 241.


A oposição — formada por PT, PCdoB, PDT, PSol e Rede, partidos que estavam no governo até o impeachment da presidente Dilma Rousseff ou foram contra o processo de afastamento, aponta para uma situação caótica com a adoção do Novo Regime Fiscal. Pelas projeções, se a nova regra estivesse em vigor desde 2006 o valor do salário mínimo seria de R$ 550 e não os atuais R$ 880. O orçamento do setor de saúde, segundo os cálculos da oposição, cairia dos atuais R$ 102 bilhões para R$ 65 bilhões. O mesmo ocorreria com a área da educação que não conseguiria um orçamento de R$ 103 bilhões previstos para este ano e ficaria restrito a R$ 31 bilhões. Estes cálculos levaram em consideração a variação do IPCA no período.


“Com tantos cortes nos gastos do governo para atender á demanda por serviços do Estado, esta emenda implicará em transferência de renda às avessas, dos pobres para os ricos”, diz o diretor técnico do departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz.


O rigor da emenda assusta a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O presidente das entidade, Cláudio Lamachia, questiona a constitucionalidade de um mecanismo que, mesmo com a necessidade de ampliação da assistência do estado, a regra não permitirá maiores investimentos. “Na área da saúde, a emenda 241 levará à redução de investimentos e a uma situação de caos, pois a população brasileira está aumentando e também está envelhecendo”, disse Lamachia. O alerta para o excessivo rigor da emenda também vem do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Contas (CNGPC). “Há saída nas renúncias de receitas, na redução de cargos comissionados, no freio à falta de limite para a dívida pública, entre outras. Os créditos subsidiados via BNDES, por exemplo, constituem caixas-pretas que drenam esses recursos”, diz a presidente do Conselho Nacional de Procuradores-gerais de Contas, Cláudia Fernanda.


Remédio amargo


A equipe econômica do governo e a base de sustentação parlamentar do presidente Michel Temer no Congresso – formada pelo PMDB, DEM, PSDB, PP, PSD e outras bancadas menores — consideram o remédio do limite de gastos “amargo”, mas necessário. Sem ele, argumentam, haverá o caos econômico, a incapacidade de o país continuar honrando seus compromissos, até mesmo com despesas corriqueiras como os salários de servidores, dos aposentados e até de fornecedores, o que provocaria a desorganização da economia.


Para reforçar o argumento a favor da limitação de gastos, os governistas alegam que o elevado déficit fiscal da União provoca o crescimento da inflação e a consequente elevação das taxas de juros, que retroalimenta o déficit e provoca desemprego, mais recessão e uma arrecadação tributária menor ainda. Além, disso, as projeções do governo apontam para um aumento do comprometimento de 80% do PIB com as dívidas interna e externa.


“Estamos saindo de um estado social e irresponsável do ponto de vista fiscal para outro regime que respeita os limites financeiros da União, Estados e municípios”, argumenta o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), relator da emenda. Perondi lembra que de 1997 a 2015 a despesa primária do governo federal quase triplicou em termos reais, um crescimento médio de 6,2% ao ano acima da inflação, combinado com déficit primário R$ 170 bilhões (2,7% do PIB) de resultado negativo previsto neste ano de 2016. para reforçar a necessidade de remédio tão drástico, Perondi cita que, desde 2013 a dívida pública disparou de 51,7% para 70,1% do PIB, segundo números de agosto. O custo da dívida para o Tesouro foi de R$ 500 bilhões em juros.


Os governistas alertam para o risco de insolvência da União sem a aprovação do limite de gastos. Citam, por exemplo, o comportamento da dívida da União. Desde 2013, a dívida pública disparou de 51,7% para 70,1% do PIB até agosto e há uma previsão de chegar rapidamente em 80%. Para rolar essa dívida, o Tesouro é obrigado a pagar ao mercado financeiro mais de R$ 500 bilhões em juros. “Ou aprovamos esta emenda com estes limites ou o pais quebra”, diz o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). A emenda limita, apenas, o gasto primário da União. Deixa de fora as despesas financeiras com o pagamento de juros das dívidas pelo Tesouro — e as isenções fiscais, também consideradas gastos tributários.


O governo tem pressa. Para tentar votar logo na segunda-feira a emenda de limite de gastos ( e depois em segundo turno até novembro), o presidente Michel Temer organizou um jantar inédito e espera que passem pelo Palácio da Alvorada 400 deputados, número de sobra para aprovar a mudança na Constituição. Mas para conseguir concretizar a mudança, o planalto e sua base de apoio no Congresso precisam aprovar a emenda também em duas votações no Senado e depois tentar impedir que o Supremo Tribunal Federal considere a mudança inconstitucional porque interfere na autonomia de outros poderes, como quer o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot.


Por Leonel Rocha



Fonte: Congresso em Foco

Especialistas debatem plano de alterar a contribuição previdenciária dos servidores


Jornal Extra     -     09/10/2016


O aumento do percentual de contribuição mensal dos servidores do país para a Previdência — que hoje é de 11% — já começa a ser debatido entre especialistas. Como o EXTRA revelou na última sexta-feira, o governo federal discute com os estados a intenção de criar uma “contribuição especial” sobre os vencimentos dos funcionários públicos. A ideia é instituir, por um período de até seis anos, um recolhimento maior, que poderá chegar a 20% sobre os rendimentos brutos.


— Do jeito que caminham o déficit previdenciário e a dívida dos estados, a alternativa de aumentar a alíquota é necessária — disse o consultor econômico Raul Velloso, ex-secretário do Ministério do Planejamento.


Há, porém, questões legais que precisam ser analisadas.


— O governo terá de enfrentar questões de isonomia, pois os servidores terão uma contribuição maior do que a de quem é regido pelo INSS — disse Bruno Drude, advogado de direito público do escritório Salusse Marangoni.


Estados podem ter mais facilidade para tratar alteração


Segundo o advogado Bruno Miguel Drude, os estados podem ter uma facilidade maior para tratar o tema. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, como as contribuições são pagas pelo Rioprevidência, fundo que gere as aposentadorias e as pensões no estado, a alteração teria uma viabilidade maior:


— O governo do estado pode aumentar de forma universal o percentual de contribuição para seus servidores, pois todos são pagos pela mesma fonte.


De acordo com Bruno, será necessário que tanto a União quanto os estados avaliem aspectos como a retroatividade de um possível aumento na contribuição e a questão da taxação de aposentados e pensionistas. No Estado do Rio, inativos são taxados. Na União, isso não acontece.



(Nelson Lima Neto)

Oposição recorre ao STF para barrar PEC que limita gastos públicos


BSPF     -     08/10/2016


Um grupo formado por deputados do PCdoB e do PT ingressou, nesta sexta-feira (7), com mandado de segurança para que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspenda a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241/16. O texto institui um novo regime fiscal para todos os poderes da União pelo período de 20 anos.


Na ação, os deputados do PCdoB Jandira Feghali (RJ), Luciana Santos (PE), Daniel Almeida (BA), Angela Albino (SC), Jô Moraes (MG), Chico Lopes (CE), Alice Portugal (BA) e o deputado do PT Afonso Florence (BA) questionam ato do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que permitiu o trâmite da PEC.


Os oito parlamentares sustentam que a proposta extrapola a gestão atual e "projeta limitações a cinco governos federais e cinco legislaturas, restringindo as despesas dos orçamentos fiscal e da seguridade social de cada ano à despesa primária do exercício anterior, apenas corrigida pela variação do IPCA”.


Os deputados pedem que o STF determine ao presidente da Câmara que suspenda a apreciação da PEC até o julgamento do mandado de segurança. No mérito, solicitam o arquivamento definitivo da proposta.


A PEC foi aprovada na quinta-feira (6) por comissão especial e pode ser votada em Plenário na segunda-feira (10). O relator do processo no Supremo é o ministro Luís Roberto Barroso.


Limite nos gastos


Em defesa da PEC, o relator da matéria, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), destacou que a ideia da proposta é limitar os gastos de todos os poderes. “Se houver descumprimento, esses poderes não poderão fazer concurso, não poderão dar reajuste, não terão plano de carreira, não poderão aumentar auxílio-residência e cotas parlamentares", explicou.


Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder da Minoria, disse que o ajuste proposto pelo governo Temer é injusto. “Para que ele fosse justo, deveria incluir, por exemplo, um imposto sobre grandes fortunas, a busca de uma arrecadação maior em cima da cobrança dos sonegadores e também um imposto sobre transmissão de grandes heranças”, argumentou.



Fonte: Agência Câmara Notícias

Servidores desviam R$ 1,7 milhão de projetos da Universidade Federal do Pará


Agência Brasil     -     08/10/2016



Dezesseis servidores públicos são acusados pelo desvio de R$ 1,7 milhão em recursos federais destinados ao financiamento de projetos da UFPA - Universidade Federal do Pará.


Esta semana a Justiça Federal paraense aceitou a denúncia do Ministério Público Federal e os acusados devem responder pelos crimes de peculato, formação de quadrilha e uso de documentos falsos.


De acordo com o MPF, os desvios ocorreram entre 2005 e 2009 na Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa, a Fadesp. Os servidores denunciados atuavam como diretores, coordenadores técnicos de projetos e, principalmente, componentes de comissões de licitações.


O grupo incluía dados falsos em processos de licitações, o que permitia a participação de empresas fantasmas e a emissão de cheques para pagamentos de despesas e serviços não realizados.


As ações foram investigadas pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União. As licitações também não eram publicadas no portal da Transparência da Fadesp e não eram submetidas a pareceres jurídicos.



Os réus podem pegar até 22 anos de cadeia, além do pagamento de multas e reparação integral dos prejuízos aos cofres públicos.