BSPF - 29/07/2020
O governo estima que quase 50% dos servidores públicos federais civis estão trabalhando em casa
Deputados e representantes de servidores públicos do Rio Grande do Sul apontaram desafios e benefícios da adoção do teletrabalho no setor, em seminário virtual realizado no último sábado pela Frente Parlamentar Mista do Serviço Público. Esse foi o sétimo evento realizado pelo colegiado sobre a situação do serviço público em meio à pandemia.
Alguns dos desafios apontados foram a baixa velocidade de transmissão de dados pela internet e a falta de regulamentação do teletrabalho. O deputado Bohn Gass (PT-RS) disse que a pandemia mostrou as deficiências do País na distribuição de banda larga para ampla maioria da população, prejudicando, principalmente, os servidores que estão exercendo suas atividades em casa.
"A minha preocupação é com a falta de acesso democratizado da estrutura do teletrabalho e com a sua total desregulamentação, precisamos discutir uma legislação referente à essa nova modalidade", afirmou.
O presidente do CPERS (sindicato que representa cerca de 80 mil professores, funcionários de escolas e especialistas da rede gaúcha de ensino), Helenir Aguiar Schurer, compartilhou a preocupação do deputado e ressaltou a situação de sua categoria. "Os professores estão adoecendo pelo estresse, a angústia e a sobrecarga de serviços. É importante que se democratize os meios para a execução do trabalho do professor, e o acesso por meio dos alunos."
Economia
Entre as vantagens da adoção do teletrabalho por órgãos estatais, o representante da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) Ary Otávio ressaltou a economia que o teletrabalho representa para o Estado. Segundo ele, quando o servidor está utilizando a sua própria energia e o seu equipamento, ele poupa gastos com estrutura, e por essa ótica o teletrabalho torna-se benéfico para a economia do País.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Tributária do Estado do Rio Grande do Sul (Sindifisco/RS), Altemir Feltrin da Silva, lembrou, no entanto, que nem todos os servidores conseguem se adaptar ao teletrabalho e que é necessário garantir meios adequados para a execução do trabalho desses profissionais também.
Reforma da Previdência x pandemia
O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos coordenadores da frente, comemorou o fato de o Congresso não ter aprovado a capitalização na reforma da Previdência, modelo em que cada brasileiro contribuiria para uma conta individual, que seria sua aposentadoria no futuro.
“O discurso do Estado mínimo foi ‘precipício abaixo’ em meio à pandemia, muita gente que defendia isso já não defende, pois não tem como sustentar essa defesa em um País que é um dos líderes de concentração de renda na mão de poucos", disse Paim.
A frente parlamentar
A Frente Parlamentar Mista do Serviço Público é coordenada pelos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Zenaide Maia (PROS-RN), e pelos deputados Alice Portugal (PCdoB-BA) e Danilo Cabral (PSB-PE).
Criado em 2007, o grupo é atualmente formado por 255 deputados federais, 21 senadores e 60 entidades parceiras representativas da sociedade civil, e atua em prol do fortalecimento do serviço público e da preservação dos direitos dos servidores.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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