Definição – Histórico
Agrotóxicos ou Praguicidas ou Pesticidas ou Defensivos Agrícolas são substâncias químicas utilizadas para prevenir , combater ou controlar uma praga.
Pela definição citada, incluem-se nas pragas: insetos, carrapatos, aracnídeos, roedores, fungos, bactérias, ervas daninhas ou qualquer outra forma de vida animal ou vegetal danosa a saúde e ao bem estar do homem, a lavoura, a pecuária e seus produtos e a outras matérias primas alimentares. Incluem-se ainda os agentes desfolhantes, os dessecantes e as substâncias reguladoras do crescimento vegetal.
Excluem-se: vacinas, medicamentos, antibióticos de uso humano e veterinário e os agentes usados para o controle biológico das pragas
De acordo com Decreto 4.074 de 4 de janeiro de 2002 que regulamenta a lei 7802/1989 DECRETO Nº 4.074, DE 4 DE JANEIRO DE 2002
Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.
Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos, são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da fauna ou da flora, a fim de preserva-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias de produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento
1. Inseticidas:
a - Organoclorados
Ex. DDT, BHC, Aldrin, Heptacloro, etc...
b - Organofosforados
Ex. Dissulfoton, Malation, Paration, etc...
c - Carbamatos
Ex. Aldicarb, Carbaril, etc...
d - Piretróides
Ex. Permetrina, Deltametrina, etc...
e - Fumigantes
Ex. brometo de metila, fosfina
2. Fungicidas :
a - Compostos Inorgânicos de Cobre (oxicloreto de cobre)
b - Mercuriais Orgânicos (aretan – tilex)
c - Dimetil-ditio Carbamatos (ferban – ziran)
d - Derivados da Tiouréia (tiofanato)
e - Compostos Fenólicos dinitrofenóis(dinozeb – DNOC) Clorofenóis (pentaclorofenol)
f - Fumigantes (brometo de metila)
g - Compostos orgânicos de estanho(brestan – duter)
h - Etileno-bis-ditio carbamatos (maneb – mancozeb)
i - Outros grupos químicos (captan – difolatan – óleo mineral)
3. Herbicidas:
a - Arsenicais Inorgânicos (arsenito de sódio)
b - Carbamatos (clorprofan)
c - Compostos Fenólicos (dinitrofenóis e clorofenóis)
d - Derivados do Ácido Fenoxiaceticos(2,4-D e 2,4,5-T)
e - Triazinas (ametrina – simazina)
f - Triazólios (amino triazol)
g - Derivados da Anilina (trifluralina – nitralina)
h - Dipiridílios (diquat – paraquat)
i - Tiol carbamatos (bentio carbe, butilato)
j - Derivados da uréia ( carbutilato – diuron)
k - Agentes desfolhantes ( DEF – Merfós – folex)
4. Raticidas:
a - de uso restrito (fluoracéticos, fosfatos metálicos, cianeto de cálcio e brometo de metila)
b - produtos de venda ao público: norbormida – cila vermelha e anticoagulantes (cumarínicos e indandiona).
D. CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA
Toxidades
Classe 1 A: Extremamente tóxico. Algumas gotas podem matar uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) < 5
Classe 1 B: Altamente tóxico. Algumas gotas a uma colher de chá podem matar uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) 5 - 50
Classe 2: Regularmente tóxico. Uma colher de chá a duas colheres de sopa podem matar. DL 50 oral (mg/Kg) 50-500
Classe 3: Pouco tóxico. Há necessidade de duas colheres de sopa a dois copos para serem letais a uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) 500-5000
Classe 4: Muito pouco tóxicos. Há necessidade de dois copos a um litro para serem letais. DL 50 oral (mg/Kg) > 5000
A classe toxicológica das substâncias químicas também deve ser observada conforme normalização vigente. Ela vem em forma de faixas coloridas na embalagem e é sempre bom advertir que, mesmo sendo um pouco tóxico, ela continua sendo uma substância venenosa de qualquer maneira ( Veja o quadro abaixo da classe toxicológica das substâncias químicas ) .
CLASSE TOXICOLÓGICA COR DA FAIXA
I ESTREMAMENTE TÓXICO VERMELHA
II ALTAMENTE TÓXICO AMARELA
III TOXIDADE MÉDIA AZUL
IV POUCO TÓXICO VERDE
Tipos de intoxicação causadas pelos agrotóxicos
Aguda - onde os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a produtos altamente tóxicos. Podem ocorrer de forma branda, moderada ou grave, dependendo da quantidade do veneno absorvido. Os sinais e sintomas são nítidos e objetivos.
Subaguda - ocasionada por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos ou medianamente tóxicos. Tem aparecimento mais lento e os principais sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e sonolência
Crônica - caracteriza-se por ser de surgimento tardio, após meses ou anos de exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis como paralisias e neoplasias.
Tempo de desativação do agrotóxico
DDT: 4 a 30 anos
Aldrin: 1 a 6 anos
Heptacloro: 3 a 5 anos
Lindano: 3 a 10 anos
Clordano: 3 a 5 anos
Classificação de alguns agrotóxicos em relação a toxicidade aguda:
Organoclorado:
Pouco tóxico medianamente altamente
Dodocacloro BHC aldrin
DDT dieldrin
Organofosforados:
Pouco tóxico medianamente altamente
Bromofós diclorvós paration
fention dissulfoton
Carbamatos:
Pouco tóxico medianamente altamente
Carbaril ropoxur(baygon) carbofuran(furadan) aldicarb(temik)
Piretróides:
Pouco tóxico medianamente altamente
Permetrina
aletrina
deltametrina
Acaricidas :
pouco tóxico medianamente altamente
omite dicofol
dinocap
Fungicidas:
Pouco tóxico medianamente altamente
Sais de cobre tiran compostos mercuriais
Herbicidas :
Pouco tóxico medianamente altamente
Ametrina bentiocarb arsenito de sódio
Simazina 2,4-D e 2,4,5-T paraquat
Raticidas:
Pouco tóxico medianamente altamente
Cila vermelha cumafeno cianogás
Norbormida pindona fluoracetato Na
Sulfato de tálio
E - QUADRO CLÍNICO E ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O USO DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE AGROTÓXICOS UTILIZADOS NO BRASIL
Quadro Clínico – Diagnóstico – Tratamento de alguns grupos de Agrotóxicos
Informações sobre uso – restrição do uso – principais grupos de Agrotóxicos
ORGANOCLORADOS:
Usos do produto:
Inseticida e acaricida
Vias de absorção usual: oral, respiratória e dérmica
ATUAM SOBRE A MEMBRANA NEURONAL,AXONAL,PRINCIPALMENTE,LENTIFICANDO O FECHAMENTO DOS CANAIS DE SÓDIO
INTERFEREM NO METABOLISMO DE SEROTONINA,NORADRENALINA E ACETILCOLINA DE MANEIRA AINDA NÃO ESCLARECIDA
aspectos toxicológicos : ação sobre o sistema nervoso central em casos agudos.
Estimulante das enzimas microssomias hepáticas em casos crônicos
Armazenamento em tecidos adiposos e venenos altamente cumulativos.
ORGANOCLORADOS QUADRO CLÍNICO
CONVULSÕES SÃO AS MANIFESTAÇÕES MAIS IMPORTANTES
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
FRAQUEZA MUSCULAR, AGITAÇÃO, MIOCLONIAS, PARESTESIAS, CONFUSÃO MENTAL
Cefaléia persistente, contrações musculares, tremores, convulsões. Parestesias ( língua, lábio, face e mãos), perturbações no equilíbrio. Perda do apetite, mal-estar geral. Hepatomegalia, lesões hepáticas e renais. Pneumonite química.
ORGANOCLORADOS: EXAME LABORATORIAL E TRATAMENTO
NÃO É VIÁVEL A DOSAGEM SÉRICA, RADIOGRAFIA DO ABDOME REVELA MATERIAL RADIOPACO
TRATAMENTO: COLESTIRAMINA É MAIS EFICIENTE DO QUE O CARVÃO ATIVADO
TRATAMENTO DAS CONVULSÕES COMO SE FAZ HABITUALMENTE
dosagem poderia ser feita por cromatografia – como exame rotineiro haveriam dificuldades – obtenção do exame – custos
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Doseamento do teor no sangue por cromatografia de fase gasosa
TRATAMENTOS
Tratamento sintomático.
Nos casos de excitação neurológica, Diazepínicos e fenitoína.
Antibióticos e costicosteróides nas paneumonites químicas.
Algumas informações sobre os produtos organoclorados
grande persistência no meio ambiente
armazenam-se por toda a vida no organismo vivo em tecido adiposo devido sua lipossolibilidade
planeta foi inundado por DDT e BHC tanto na agricultura como em campanhas de saúde pública no mundo inteiro como estratégia de combate e erradicação de grandes endemias como a malária e particularmente no Brasil Doença de Chagas
já em 1948 estudos constatavam presença de DDT em tecido adiposo humano
DDT e BHC encontram-se amplamente distribuídos pelo meio ambiente e podem ser encontrados freqüentemente como contaminantes de alimentos
questões ambientais como a magnificação alimentar, transferência do tóxico através de vários elos da cadeia alimentar
leis que impuseram restrição a uso desses produtos no país portaria 329 de 02-09-85, tendo o mesmo ocorrido no Estado de São Paulo com lei 4002 de 05-01-84
estudo clínico epidemiológico em trabalhadores de campanhas de saúde pública expostos cronicamente aos inseticidas organoclorados evidenciou no exame citogenético freqüências aumentadas de certos tipos de aberrações cromossômicas estruturais no grupo exposto em relação ao controle
ORGANOFOSFORADOS
CARBAMATOS:
Usos: inseticidas e acaridas
Vias de absorção: oral, respiratória e dérmica.
Aspectos toxicológicos: inibidores da colinesterase.
ORGANOFOSFORADOS
INIBIDORES IRREVERSÍVEIS DA ACETILCOLINESTERASE
ACÚMULO DE ACETIL COLINA
ESTIMULAÇÃO MUSCARÍNINICA
ESTIMULAÇÃO NICOTÍNICA
ESTIMULAÇÃO DO S.N.C.
ORGANOFOSFORADOS QUADRO CLÍNICO
MUSCARÍNICO - MIOSE, HIPERSECREÇÃO LACRIMAL, SUDORESE, PILOEREÇÃO, BRADICARDIA, VÔMITOS.
NICOTÍNICO - FASCICULAÇÕES, ABALOS MUSCULARES, TAQUICARDIA RARA
S.N.C. - GRANDE ESTIMULAÇÃO
Sintomas e sinais clínicos :
Síndrome colinérgica : sudorese – sialorréia – miose – hiper secreção brônquica – bronco espasmo – tosse – vômitos – cólicas – diarréia
Síndrome nicotínica : câimbras – fasciculação muscular – hipertensão arterial transitória
Síndrome Neurológica : confusão mental – ataxia – convulsões depressão centros cárdio - respiratórios
ORGANOFOSFORADOS-EXAME LABORATORIAL E TRATAMENTO
EXAME: DOSAGEM DE ACETILCOLINESTERASE QUE ESTÁ DIMINUÍDA.
TRATAMENTO: ATROPINA EM DOSE VARIÁVEL POR TEMPO INDETERMINADO, RETIRADA LENTA, GRADUAL.
PRALIDOXIMA EM DOSE FIXA POR 3 DIAS EM MÉDIA.
Medicações contra indicadas: morfínicos, aminofilina e tranquilizantes
CARBAMATOS
INIBIDORES REVERSÍVEIS DA ACETILCOLINESTERASE
ACÚMULO DE ACETILCOLINA
ESTIMULAÇÃO MUSCARÍNICA
ESTIMULAÇÃO NICOTÍNICA
ESTIMULAÇÃO DO S.N.C.
DA MESMA FORMA QUE OS ORGANOFOSFORADOS
CARBAMATOS QUADRO CLÍNICO
AS MESMAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS, PORÉM QUADRO CLÍNICO DE MENOR DURAÇÃO, RARAMENTE ULTRAPASSANDO 3 DIAS.
EMBORA DE CURTA DURAÇÃO AS INTOXICAÇÕES PODEM SER TÃO GRAVES QUANTO AQUELAS DO ORGANOFOSFORADOS
CARBAMATOS-EXAME LABORATORIAL E TRATAMENTO
EXAME: DOSAGEM DE ACETILCOLINESTERASE QUE ESTÁ DIMINUÍDA
TRATAMENTO: ATROPINA EM DOSE VARIÁVEL POR TEMPO INDETERMINADO, RETIRADA LENTA GRADUAL.
NÃO USAR PRALIDOXIMA
Alguns dados sobre Organofosforados e Carbamatos:
Grupos de inseticidas muito utilizados
Causam graves intoxicações agudas, sendo os inseticidas que maior número de óbitos causam devido a intoxicação
Trabalhos mostram que trabalhadores rurais expostos a estes inseticidas apresentam atividade enzimática de acetil colinesterase rebaixada Ex.: Trabalho rural e fatores de risco associados ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais, Brasil. W. SoaresI; R. Moritz V. R. AlmeidaII; S. MoroIICentro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais. IIPrograma de Engenharia Biomédica, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. C. P. 68510, Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ 21945-970, Brasil
RESUMO: O objetivo deste artigo foi caracterizar o processo do trabalho rural em nove municípios de Minas Gerais, considerando indicadores sócio-demográficos, a estrutura agrária dos estabelecimentos rurais, práticas de trabalho relacionadas ao uso de agrotóxicos e, a intoxicação associada a seu uso. Os dados foram obtidos de uma pesquisa realizada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho, que aplicou um questionário a 1.064 trabalhadores rurais, entre os anos de 1991 a 2000
Agrotóxicos ou Praguicidas ou Pesticidas ou Defensivos Agrícolas são substâncias químicas utilizadas para prevenir , combater ou controlar uma praga.
Pela definição citada, incluem-se nas pragas: insetos, carrapatos, aracnídeos, roedores, fungos, bactérias, ervas daninhas ou qualquer outra forma de vida animal ou vegetal danosa a saúde e ao bem estar do homem, a lavoura, a pecuária e seus produtos e a outras matérias primas alimentares. Incluem-se ainda os agentes desfolhantes, os dessecantes e as substâncias reguladoras do crescimento vegetal.
Excluem-se: vacinas, medicamentos, antibióticos de uso humano e veterinário e os agentes usados para o controle biológico das pragas
De acordo com Decreto 4.074 de 4 de janeiro de 2002 que regulamenta a lei 7802/1989 DECRETO Nº 4.074, DE 4 DE JANEIRO DE 2002
Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.
Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos, são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da fauna ou da flora, a fim de preserva-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias de produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento
1. Inseticidas:
a - Organoclorados
Ex. DDT, BHC, Aldrin, Heptacloro, etc...
b - Organofosforados
Ex. Dissulfoton, Malation, Paration, etc...
c - Carbamatos
Ex. Aldicarb, Carbaril, etc...
d - Piretróides
Ex. Permetrina, Deltametrina, etc...
e - Fumigantes
Ex. brometo de metila, fosfina
2. Fungicidas :
a - Compostos Inorgânicos de Cobre (oxicloreto de cobre)
b - Mercuriais Orgânicos (aretan – tilex)
c - Dimetil-ditio Carbamatos (ferban – ziran)
d - Derivados da Tiouréia (tiofanato)
e - Compostos Fenólicos dinitrofenóis(dinozeb – DNOC) Clorofenóis (pentaclorofenol)
f - Fumigantes (brometo de metila)
g - Compostos orgânicos de estanho(brestan – duter)
h - Etileno-bis-ditio carbamatos (maneb – mancozeb)
i - Outros grupos químicos (captan – difolatan – óleo mineral)
3. Herbicidas:
a - Arsenicais Inorgânicos (arsenito de sódio)
b - Carbamatos (clorprofan)
c - Compostos Fenólicos (dinitrofenóis e clorofenóis)
d - Derivados do Ácido Fenoxiaceticos(2,4-D e 2,4,5-T)
e - Triazinas (ametrina – simazina)
f - Triazólios (amino triazol)
g - Derivados da Anilina (trifluralina – nitralina)
h - Dipiridílios (diquat – paraquat)
i - Tiol carbamatos (bentio carbe, butilato)
j - Derivados da uréia ( carbutilato – diuron)
k - Agentes desfolhantes ( DEF – Merfós – folex)
4. Raticidas:
a - de uso restrito (fluoracéticos, fosfatos metálicos, cianeto de cálcio e brometo de metila)
b - produtos de venda ao público: norbormida – cila vermelha e anticoagulantes (cumarínicos e indandiona).
D. CLASSIFICAÇÃO TOXICOLÓGICA
Toxidades
Classe 1 A: Extremamente tóxico. Algumas gotas podem matar uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) < 5
Classe 1 B: Altamente tóxico. Algumas gotas a uma colher de chá podem matar uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) 5 - 50
Classe 2: Regularmente tóxico. Uma colher de chá a duas colheres de sopa podem matar. DL 50 oral (mg/Kg) 50-500
Classe 3: Pouco tóxico. Há necessidade de duas colheres de sopa a dois copos para serem letais a uma pessoa. DL 50 oral (mg/Kg) 500-5000
Classe 4: Muito pouco tóxicos. Há necessidade de dois copos a um litro para serem letais. DL 50 oral (mg/Kg) > 5000
A classe toxicológica das substâncias químicas também deve ser observada conforme normalização vigente. Ela vem em forma de faixas coloridas na embalagem e é sempre bom advertir que, mesmo sendo um pouco tóxico, ela continua sendo uma substância venenosa de qualquer maneira ( Veja o quadro abaixo da classe toxicológica das substâncias químicas ) .
CLASSE TOXICOLÓGICA COR DA FAIXA
I ESTREMAMENTE TÓXICO VERMELHA
II ALTAMENTE TÓXICO AMARELA
III TOXIDADE MÉDIA AZUL
IV POUCO TÓXICO VERDE
Tipos de intoxicação causadas pelos agrotóxicos
Aguda - onde os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a produtos altamente tóxicos. Podem ocorrer de forma branda, moderada ou grave, dependendo da quantidade do veneno absorvido. Os sinais e sintomas são nítidos e objetivos.
Subaguda - ocasionada por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos ou medianamente tóxicos. Tem aparecimento mais lento e os principais sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e sonolência
Crônica - caracteriza-se por ser de surgimento tardio, após meses ou anos de exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis como paralisias e neoplasias.
Tempo de desativação do agrotóxico
DDT: 4 a 30 anos
Aldrin: 1 a 6 anos
Heptacloro: 3 a 5 anos
Lindano: 3 a 10 anos
Clordano: 3 a 5 anos
Classificação de alguns agrotóxicos em relação a toxicidade aguda:
Organoclorado:
Pouco tóxico medianamente altamente
Dodocacloro BHC aldrin
DDT dieldrin
Organofosforados:
Pouco tóxico medianamente altamente
Bromofós diclorvós paration
fention dissulfoton
Carbamatos:
Pouco tóxico medianamente altamente
Carbaril ropoxur(baygon) carbofuran(furadan) aldicarb(temik)
Piretróides:
Pouco tóxico medianamente altamente
Permetrina
aletrina
deltametrina
Acaricidas :
pouco tóxico medianamente altamente
omite dicofol
dinocap
Fungicidas:
Pouco tóxico medianamente altamente
Sais de cobre tiran compostos mercuriais
Herbicidas :
Pouco tóxico medianamente altamente
Ametrina bentiocarb arsenito de sódio
Simazina 2,4-D e 2,4,5-T paraquat
Raticidas:
Pouco tóxico medianamente altamente
Cila vermelha cumafeno cianogás
Norbormida pindona fluoracetato Na
Sulfato de tálio
E - QUADRO CLÍNICO E ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O USO DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE AGROTÓXICOS UTILIZADOS NO BRASIL
Quadro Clínico – Diagnóstico – Tratamento de alguns grupos de Agrotóxicos
Informações sobre uso – restrição do uso – principais grupos de Agrotóxicos
ORGANOCLORADOS:
Usos do produto:
Inseticida e acaricida
Vias de absorção usual: oral, respiratória e dérmica
ATUAM SOBRE A MEMBRANA NEURONAL,AXONAL,PRINCIPALMENTE,LENTIFICANDO O FECHAMENTO DOS CANAIS DE SÓDIO
INTERFEREM NO METABOLISMO DE SEROTONINA,NORADRENALINA E ACETILCOLINA DE MANEIRA AINDA NÃO ESCLARECIDA
aspectos toxicológicos : ação sobre o sistema nervoso central em casos agudos.
Estimulante das enzimas microssomias hepáticas em casos crônicos
Armazenamento em tecidos adiposos e venenos altamente cumulativos.
ORGANOCLORADOS QUADRO CLÍNICO
CONVULSÕES SÃO AS MANIFESTAÇÕES MAIS IMPORTANTES
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
FRAQUEZA MUSCULAR, AGITAÇÃO, MIOCLONIAS, PARESTESIAS, CONFUSÃO MENTAL
Cefaléia persistente, contrações musculares, tremores, convulsões. Parestesias ( língua, lábio, face e mãos), perturbações no equilíbrio. Perda do apetite, mal-estar geral. Hepatomegalia, lesões hepáticas e renais. Pneumonite química.
ORGANOCLORADOS: EXAME LABORATORIAL E TRATAMENTO
NÃO É VIÁVEL A DOSAGEM SÉRICA, RADIOGRAFIA DO ABDOME REVELA MATERIAL RADIOPACO
TRATAMENTO: COLESTIRAMINA É MAIS EFICIENTE DO QUE O CARVÃO ATIVADO
TRATAMENTO DAS CONVULSÕES COMO SE FAZ HABITUALMENTE
dosagem poderia ser feita por cromatografia – como exame rotineiro haveriam dificuldades – obtenção do exame – custos
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Doseamento do teor no sangue por cromatografia de fase gasosa
TRATAMENTOS
Tratamento sintomático.
Nos casos de excitação neurológica, Diazepínicos e fenitoína.
Antibióticos e costicosteróides nas paneumonites químicas.
Algumas informações sobre os produtos organoclorados
grande persistência no meio ambiente
armazenam-se por toda a vida no organismo vivo em tecido adiposo devido sua lipossolibilidade
planeta foi inundado por DDT e BHC tanto na agricultura como em campanhas de saúde pública no mundo inteiro como estratégia de combate e erradicação de grandes endemias como a malária e particularmente no Brasil Doença de Chagas
já em 1948 estudos constatavam presença de DDT em tecido adiposo humano
DDT e BHC encontram-se amplamente distribuídos pelo meio ambiente e podem ser encontrados freqüentemente como contaminantes de alimentos
questões ambientais como a magnificação alimentar, transferência do tóxico através de vários elos da cadeia alimentar
leis que impuseram restrição a uso desses produtos no país portaria 329 de 02-09-85, tendo o mesmo ocorrido no Estado de São Paulo com lei 4002 de 05-01-84
estudo clínico epidemiológico em trabalhadores de campanhas de saúde pública expostos cronicamente aos inseticidas organoclorados evidenciou no exame citogenético freqüências aumentadas de certos tipos de aberrações cromossômicas estruturais no grupo exposto em relação ao controle
ORGANOFOSFORADOS
CARBAMATOS:
Usos: inseticidas e acaridas
Vias de absorção: oral, respiratória e dérmica.
Aspectos toxicológicos: inibidores da colinesterase.
ORGANOFOSFORADOS
INIBIDORES IRREVERSÍVEIS DA ACETILCOLINESTERASE
ACÚMULO DE ACETIL COLINA
ESTIMULAÇÃO MUSCARÍNINICA
ESTIMULAÇÃO NICOTÍNICA
ESTIMULAÇÃO DO S.N.C.
ORGANOFOSFORADOS QUADRO CLÍNICO
MUSCARÍNICO - MIOSE, HIPERSECREÇÃO LACRIMAL, SUDORESE, PILOEREÇÃO, BRADICARDIA, VÔMITOS.
NICOTÍNICO - FASCICULAÇÕES, ABALOS MUSCULARES, TAQUICARDIA RARA
S.N.C. - GRANDE ESTIMULAÇÃO
Sintomas e sinais clínicos :
Síndrome colinérgica : sudorese – sialorréia – miose – hiper secreção brônquica – bronco espasmo – tosse – vômitos – cólicas – diarréia
Síndrome nicotínica : câimbras – fasciculação muscular – hipertensão arterial transitória
Síndrome Neurológica : confusão mental – ataxia – convulsões depressão centros cárdio - respiratórios
ORGANOFOSFORADOS-EXAME LABORATORIAL E TRATAMENTO
EXAME: DOSAGEM DE ACETILCOLINESTERASE QUE ESTÁ DIMINUÍDA.
TRATAMENTO: ATROPINA EM DOSE VARIÁVEL POR TEMPO INDETERMINADO, RETIRADA LENTA, GRADUAL.
PRALIDOXIMA EM DOSE FIXA POR 3 DIAS EM MÉDIA.
Medicações contra indicadas: morfínicos, aminofilina e tranquilizantes
CARBAMATOS
INIBIDORES REVERSÍVEIS DA ACETILCOLINESTERASE
ACÚMULO DE ACETILCOLINA
ESTIMULAÇÃO MUSCARÍNICA
ESTIMULAÇÃO NICOTÍNICA
ESTIMULAÇÃO DO S.N.C.
DA MESMA FORMA QUE OS ORGANOFOSFORADOS
CARBAMATOS QUADRO CLÍNICO
AS MESMAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA INTOXICAÇÃO POR ORGANOFOSFORADOS, PORÉM QUADRO CLÍNICO DE MENOR DURAÇÃO, RARAMENTE ULTRAPASSANDO 3 DIAS.
EMBORA DE CURTA DURAÇÃO AS INTOXICAÇÕES PODEM SER TÃO GRAVES QUANTO AQUELAS DO ORGANOFOSFORADOS
CARBAMATOS-EXAME LABORATORIAL E TRATAMENTO
EXAME: DOSAGEM DE ACETILCOLINESTERASE QUE ESTÁ DIMINUÍDA
TRATAMENTO: ATROPINA EM DOSE VARIÁVEL POR TEMPO INDETERMINADO, RETIRADA LENTA GRADUAL.
NÃO USAR PRALIDOXIMA
Alguns dados sobre Organofosforados e Carbamatos:
Grupos de inseticidas muito utilizados
Causam graves intoxicações agudas, sendo os inseticidas que maior número de óbitos causam devido a intoxicação
Trabalhos mostram que trabalhadores rurais expostos a estes inseticidas apresentam atividade enzimática de acetil colinesterase rebaixada Ex.: Trabalho rural e fatores de risco associados ao regime de uso de agrotóxicos em Minas Gerais, Brasil. W. SoaresI; R. Moritz V. R. AlmeidaII; S. MoroIICentro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais. IIPrograma de Engenharia Biomédica, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. C. P. 68510, Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ 21945-970, Brasil
RESUMO: O objetivo deste artigo foi caracterizar o processo do trabalho rural em nove municípios de Minas Gerais, considerando indicadores sócio-demográficos, a estrutura agrária dos estabelecimentos rurais, práticas de trabalho relacionadas ao uso de agrotóxicos e, a intoxicação associada a seu uso. Os dados foram obtidos de uma pesquisa realizada pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho, que aplicou um questionário a 1.064 trabalhadores rurais, entre os anos de 1991 a 2000
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