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OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

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A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Magistério: uma área marcada pelo estresse

Uma das categorias profissionais que mais sofrem com o estresse, os professores se queixam das adversidades que tornam o exercício de suas atividades uma espécie de martírio diário. São muitos os aborrecimentos e dificuldades que, transformadas em dores-de-cabeça, levam esses profissionais ao limite da exaustão. A saída, afirmam especialistas, é buscar receitas que reduzam o esgotamento dos educadores e lhes permitam a plena ação social






Luciana Rosário

Estresse. A palavra que saiu do vocabulário médico, hoje, serve para definir o estado de muitos profissionais que lidam com situações de pressão e risco, como policiais que se encontram na linha de fogo contra o crime. Entretanto, a cada dia, profissionais de outras áreas também passam pela experiência de esgotamento físico, mental ou emocional. Um dos trabalhadores do mundo moderno que conhece muito bem as sensações apontadas acima é professor. Em escolas públicas ou particulares encontram-se casos de docentes que estão estafados com a tarefa diária de educar. Desde o ensino fundamental ao superior, as experiências estressantes se repetem, sem uma solução aparente. Os motivos são os mais diferentes em cada situação, mas dois sindicatos apontam a falta de respeito pelo professor e pela escola como instituição como fatores comuns a educadores do setor público e privado.
Para a presidente da União dos Professores Públicos no Estado do Rio de Janeiro(Uppe-Sindicato), Teresinha Machado, a escola está muito solitária em seu papel de educadora e de influenciar a comunidade local. E o professor, como também não está recebendo os subsídios devidos para realizar o trabalho correto, fica desestimulado. “Ouvimos que alguns professores estão desmotivados com a profissão. Mas esta falta de estímulo está relacionada à falta de condições para sobreviver da profissão que escolheram. Muitos têm que fazer um trabalho por fora, para completar a renda. Isso prejudica o trabalho do educador, porque ele não tem as condições necessárias de dar a atenção devida ao seu trabalho. Hoje em dia, os professores estão autorizados a dar aulas por até 68 horas semanais. É um absurdo, porque qualquer outro trabalhador só pode trabalhar por até 44 horas por semana. Para um educador é recomendado ministrar aulas por, no máximo, 20 horas semanais, porque ele pode assim completar o restante do tempo exigido pela lei para se aprimorar”, afirma ela. Teresinha ainda completa as adversidades enfrentadas pelos mestres. “Os alunos também estão diferentes e, muitas vezes, os pais não dão os limites que os jovens devem ter. Neste sentido, os professores assumem uma função que não é a deles, a de estabelecer todos os limites. E muitas doenças acabam surgindo por causa do estresse que os professores sofrem”, conta. Segundo Teresinha Machado, para suprir essa necessidade de atendimento médico, que só vem aumentando entre os docentes, a Uppe-Sindicato criou um setor de atendimento psicológico na sede. “Vimos que era necessário fazer alguma coisa para amenizar a situação e estamos recebendo visitas de professores para consulta”.



Descaso e desrespeito que levam ao estresse



Para o diretor de Comunicação do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), Marcos Alexandre de Souza Gomes, apesar da falta de denúncias ou reclamações formais ao departamento jurídico da organização, alguns relatos de descaso com a figura do professor, que levam a situações de estresse emocional e físico, puderam ser coletados. “Não temos denúncias ou fatos comprovados de estresse entre os professores das escolas particulares. Temos apenas depoimentos não catalogados sobre jornadas excessivas de trabalho e problemas de deslocamento até o local da aula. Mas, de fato, podemos dizer que os professores em geral estão mais cansados do trabalho, porque os alunos estão, cada vez mais, malcriados e com um nível de desatenção muito grande. A falta de educação dos estudantes e o déficit de atenção estão entre os principais problemas relatados por professores. O que é refletido nas provas escritas. Por exemplo, quando encontramos erros gritantes de Português e abreviações do ‘internetês’ que eles usam no computador. A norma culta é deixada de lado em muitos casos”, comentou. Segundo Marcos Gomes, o principal problema encontrado nos colégios do Rio e de outros estados está na realidade de uma escola, que está sendo obrigada a assumir papéis, inicialmente, reservados à família. “A escola não pode assumir um papel unilateral da educação, porque isso é uma tarefa dos pais também. Entretanto, o que vemos hoje é uma permissividade dos familiares sobre os problemas dos filhos. Quando um pai é chamado na escola, muitas vezes, ele passa a mão na cabeça dessa criança e defende seu filho contra a escola. Há pouco diálogo entre os pais e filhos e os limites não estão sendo estabelecidos. As desculpas que os responsáveis dão são sempre as mesmas, como a falta de tempo e excesso de trabalho. Tudo isso converge na falta de limites para os estudantes, que chegam na escola e acham que podem fazer tudo o que quiserem. Começa aí o estresse do corpo docente. O número de casos ainda é pequeno, por termos uma situação diferenciada da escola pública, mas vemos esse problema em muitas instituições”, explica. De acordo com Marcos, os professores que mais demonstram descontentamento e estresse são os que trabalham em escolas que não têm um projeto pedagógico sério e compromissado com a formação do aluno. Mas está, sim, interessada no que o mercado educacional pode oferecer de lucro. “Nas escolas tradicionais e com uma proposta pedagógica séria os professores têm paixão de trabalhar e se envolvem com o projeto do colégio”, afirma.


Em pesquisa, Tania Zagury confirma as informações dos sindicatos

Todos os relatos dos representantes dos sindicatos públicos e particulares são confirmados pela educadora Tania Zagury. A professora e pesquisadora acumula quase 40 anos de carreira e é autora de diversos livros de sucesso, entre eles O Professor Refém (Editora Record, 301 páginas). A publicação é o resultado de sua pesquisa por três anos, ouvindo 1.172 professores do ensino fundamental e médio em todo o país. De acordo com a educadora, a realidade dos professores brasileiros tem por trás uma perda da noção do que são direitos e deveres. “O acesso à educação é um direito do cidadão brasileiro, o que obriga os pais a colocarem seus filhos na escola. Acontece que a cada direito corresponde um dever. Então, se a criança tem o direito à educação, ela tem o dever de estudar. Não é estudar para ser o aluno que só tira A, que só tira 10, seja qual for a forma como se esteja avaliando, mas sim corresponder minimamente. E é dever dos pais acompanhar de perto esse processo, cuidar para que o filho faça as tarefas e não mate aulas. É dever dos pais olhar o boletim. São coisas básicas”, disse. Para Zagury, o principal problema apontado na pesquisa é a indisciplina, e os professores são praticamente unânimes em atribuir essa situação à omissão da família. As três respostas que abordam o problema ao ambiente doméstico somam 74%. Na avaliação de Tania, era inevitável e saudável que se quebrasse a rígida hierarquia existente até a década de 1970, na qual a criança não tinha espaço algum de manifestação. “O problema é que essa liberdade para a criança hoje está exacerbada. Os pais têm medo de impor limites, porque podem traumatizar os filhos. E isso traz conseqüências graves para a família, a escola e a sociedade. Ninguém pode viver fazendo só o que quer e o que gosta. Esquecer disso é voltar à barbárie”, diz Tania. Segundo a professora, espera-se muito mais dos professores do que é possível fazer nas atuais condições das escolas. O que, de acordo com Zagury, não foi levado em conta em nenhuma mudança na política educacional feita nos últimos trinta anos no Brasil. “A formação dos docentes é deficiente – o que os próprios admitem com sinceridade impressionante. E sua remuneração é insuficiente para atender a contento às várias demandas da mais que necessária modernização do ensino, uma vez que obriga a maioria a trabalhar em mais de um colégio”, contou. Como conclusão da pesquisa, a educadora afirma ter encontrado um professor herói, que apesar de todas as dificuldades, continua tentando fazer o melhor. “Ele tem nisso uma missão de vida. Ao perguntar qual é o maior problema que ele enfrenta – a despeito da falta de estrutura, de uma política educacional, do salário baixo e até de não ser ouvido –, o professor brasileiro aponta duas respostas empatadas tecnicamente: com 22%, a dificuldade em manter a disciplina e, com 21%, veja que coisa interessante, despertar a motivação para aprender nos alunos. É ou não um herói?”, pondera ela.





É preciso identificar os sintomas. Para, então, combater a doença


Magistério e estresse parecem uma dupla que não serão separados tão cedo. O problema é comum às grandes e pequenas cidades, em professores com muita e pouca formação, em diferentes situações. Entretanto, uma professora, psicóloga e alfabetizadora da rede pública municipal de Santos, em São Paulo, afirma haver formas de amenizar o estresse do cotidiano de trabalho. O nome dela é Marta Cabette, que também trabalha com formação de professores em projetos de memória oral.

De acordo com a educadora santista, é preciso identificar os sintomas do estresse para poder combatê-lo. Para Cabette, ações positivas são importantes para suavizar o estresse. Entretanto, o professor sozinho não consegue acabar com um sentimento provocado, em sua maioria, por fatores externos. Neste caso, as ações públicas são mais do que necessárias para ajudar o professor e a escola a diminuir o estresse entre os docentes. Confira abaixo a entrevista com Marta Cabette, autora do artigo “Magistério e estresse: uma dupla e tanto”.



Quais são os principais sintomas de um professor estressado?



Enxaqueca, perda de apetite, dor no corpo, insônia, desânimo e doenças respiratórias recorrentes. A pessoa tem dificuldade de se lembrar onde colocou objetos, esquece com facilidade o que programou e reage com irritação na maioria das situações que antes eram normais para ela.



Quais as principais causas do estresse da categoria?



Via de regra, profissões onde o profissional tem que lidar diretamente com outros seres humanos são mais estressantes. Exige um envolvimento emocional com o outro, que muitas vezes é difícil. No caso do professor, lidando com crianças, isto é mais intenso. Ele estabelece vínculos com os alunos, e acaba sofrendo com as dificuldades e problemas de cada um. Na sociedade de hoje, ele tem que assumir várias funções - não é mais somente o mestre. Acaba se envolvendo com os problemas pessoais das crianças. Outro fator importante é que na escola o exercício do magistério é muito solitário. O professor não tem momentos para dividir sua angústia com os colegas. Fica o tempo todo envolvido com a classe. As reuniões pedagógicas não dão espaço para uma troca mais humana entre os profissionais. Junte a isso a sobrecarga, jornadas duplas ou três períodos, que fazem com que a produtividade caia. E o profissional sofre com isso. O desprestígio da profissão na nossa sociedade, é outro fator. Muitas de nossas escolas possuem uma superlotação em sala de aula, ambientes insalubres, sem atrativos estéticos e calor excessivo. Estou citando apenas alguns fatores, podemos destacar muitos outros.



Quais os prejuízos desse estresse para a relação com os alunos e o processo de aprendizagem em si?



É grande. Um bom profissional deve poder ser criativo para ministrar uma boa aula. Nessas condições fica difícil. Além disso, o rendimento cai muito. O professor perde a paciência com mais facilidade, não conseguindo dar a atenção necessária a cada aluno. Não consegue ser um bom mediador, que percebe e ajuda os alunos nas suas especificidades. E como sabemos, hoje em dia o que mais encontramos são alunos com necessidades muito diferenciadas em nossas escolas. Isso desde que uma população anteriormente excluída da escola passou a ter seu acesso garantido. Os problemas de saúde acabam forçando o professor a se afastar por licença médica, o que quebra a continuidade do trabalho com os alunos.



Como reverter esse quadro?



Do ponto de vista de ações pessoais o professor pode ver os colegas como possíveis aliados para conseguir transformar o cotidiano escolar mais agradável; rir mais, por exemplo. O humor reduz o estresse e é a prova de que aceita seus limites; ser objetivo quando for corrigir provas ou trabalhos, não queira avaliar tudo ao mesmo tempo; planejar e registrar o que pretende fazer no dia pode ajudar a diminuir a própria ansiedade e a dos alunos; fazer pequenas pausas durante o dia, dê uma volta, tome um copo d’água, respire; procurar ver o lado bom da vida, ficar reclamando o tempo todo só desgasta e faz você se tornar um chato. E encontrar um tempo, nem que sejam 15 minutos diários, para caminhar, ouvir música ou só ficar quieto e relaxado.



De que forma políticas públicas e ações das direções de escolas públicas e particulares poderiam diminuir essa pressão sobre a categoria?



Implementando um plano de carreira, que possibilite ao professor com mais tempo de exercício do magistério receber melhores salários. Oferecendo convênios com profissionais de saúde como psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para que o professor possa cuidar de sua saúde física e mental. Facilitar o acesso a atividades de lazer como cinema e música... Incluir um número maior de horas-atividade (aquelas em que o professor recebe para planejar suas ações) dentro da grade das escolas, para que ele não precise levar tanto trabalho para casa. Mudar o formato das reuniões entre os profissionais dentro da escola, tornando algumas delas momentos de troca de experiência entre os professores, para que possam, como um grupo, dividir a responsabilidade dos problemas encontrados por cada um.



A transferência de responsabilidade da família para a escola ajudou a aumentar o estresse dos professores?



Sim. Mas a escola e os profissionais da educação terão que aprender a conviver com isto. Este processo me parece irreversível na nossa sociedade atual.



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