O Aedes aegypti, transmissor de dengue e febre amarela urbana é, provavelmente,
originário da África Tropical, tendo sido introduzido nas Américas durante a colonização.
Atualmente encontra-se amplamente disseminado nas Américas, Austrália, Ásia e África.
Conhecido no Brasil desde o século XVII, sua trajetória é descrita a seguir com
referência aos marcos históricos mais relevantes:
1685 - Primeira epidemia de febre amarela no Brasil, em Recife.
1686 - Presença de Aedes aegypti na Bahia, causando epidemia de febre amarela
(25.000 doentes e 900 óbitos).
1691 - Primeira campanha sanitária posta em prática, oficialmente no Brasil, Recife
(PE).
1849 - A febre amarela reaparece em Salvador, causando 2.800 mortes. Neste
mesmo ano, o Aedes aegypti, instala-se no Rio de Janeiro, provocando a
primeira epidemia da doença naquele Estado, que acomete mais de 9.600
pessoas e com o registro de 4.160 óbitos.
1850 a 1899 - O Aedes aegypti propaga-se pelo país, seguindo os caminhos da
navegação marítima, o que leva à ocorrência de epidemias da doença em
quase todas as províncias do Império, desde o Amazonas até o Rio Grande
do Sul.
1881 - Comprovação pelo médico cubano Carlos Finlay, que o Stegomyia fasciata
ou Aedes aegypti é o transmissor da febre amarela.
1898 - Adolpho Lutz observa casos de febre amarela silvestre no interior do Estado
de São Paulo na ausência de larvas ou adultos de Stegomyia (fato na ocasi
ão não convenientemente considerado).
1899 - Emílio Ribas informa sobre epidemia no interior de São Paulo, em plena
mata virgem, quando da abertura do Núcleo Colonial Campos Sales,
sem a presença do Stegomyia (também não foi dada importância a esse
acontecimento).
1901 - Com base na teoria de Finlay, Emílio Ribas inicia, na cidade de Sorocaba
SP, a primeira campanha contra a febre amarela, adotando medidas espec
íficas contra o Aedes aegypti.
1903 - Oswaldo Cruz é nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública e inicia a luta
contra a doença, que considerava uma vergonha nacional, criando o
Serviço de Profilaxia da Febre Amarela.
1909 - Eliminada a febre amarela da capital federal (Rio de Janeiro).
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1919 - Surtos de febre amarela em seis Estados do Nordeste. Instala-se o serviço
anti-amarílico no Recife.
1920 - Diagnosticado o primeiro caso de febre amarela silvestre no Brasil, no Sítio
Mulungu, Município de Bom Conselho do Papa-Caça em Pernambuco. A
febre amarela deixa de ser considerada doença de cidade.
1928 a 1929 - Nova epidemia de febre amarela, no Rio de Janeiro, com a
confirmação de 738 casos, leva o Professor Clementino Fraga a organizar
nova campanha contra a febre amarela, cuja base era o combate ao
mosquito na sua fase aquática.
1931 - O governo brasileiro assina convênio com a Fundação Rockefeller. O
Serviço de Febre Amarela é estendido a todo o território brasileiro. O
convênio é renovado sucessivamente até 1939. Técnica adotada: combate
às larvas do Aedes aegypti mediante a utilização de petróleo.
1932 - Primeira epidemia de febre amarela silvestre conhecida foi no Vale do
Canaã, no Espírito Santo.
1938 -É demonstrado que os mosquitos silvestres Haemagogus capricornii e
Haemagogus leucocelaenus podem ser transmissores naturais da Febre
Amarela. Mais tarde, comprova-se que Haemagogus spegazzinii, Aedes
scapularis, o Aedes fluviatilis e Sabethes cloropterus são também transmissores
silvestres.
1940 -É proposta a erradicação do Aedes aegypti, como resultado do sucesso
alcançado pelo Brasil na erradicação do Anopheles gambiae, transmissor
da malária que, vindo da África, havia infestado grande parte do Nordeste
do país.
1947 - Adotado o emprego de dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) no combate ao
Aedes aegypti;
1955 - Eliminado o último foco de Aedes aegypti no Brasil.
1958 - A XV Conferência Sanitária Panamericana, realizada em Porto Rico, declara
erradicado do território brasileiro o Aedes aegypti.
1967 - Reintrodução do Aedes aegypti na cidade de Belém, capital do Pará e
em outros 23 Municípios do Estado.
1969 - Detectada a presença de Aedes aegypti em São Luís e São José do Ribamar,
no Maranhão.
1973 - Eliminado o último foco de Aedes aegypti em Belém do Pará. O vetor é
mais uma vez considerado erradicado do território brasileiro.
1976 - Nova reintrodução do vetor no Brasil, na cidade de Salvador, capital da
Bahia.
1978 a 1984 - Registrada a presença do vetor em quase todos os Estados brasileiros,
com exceção da região amazônica e extremo-sul do país.
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1986 - Em julho, é encontrado, pela primeira vez no Brasil, o Aedes albopictus,
em terreno da Universidade Rural do Estado do Rio de Janeiro (Município
de Itaguaí).
1994 - Dos 27 Estados brasileiros, 18 estão infestados pelo Aedes aegypti e, seis
pelo Aedes albopictus.
1995 - Em 25 dos 27 Estados, foi detectado o Aedes aegypti e, somente nos
Estados do Amazonas e Amapá, não se encontrou o vetor.
1998 - Foi detectada a presença do Aedes aegypti em todos Estados do Brasil, com
2.942 Municípios infestados, com transmissão em 22 Estados, Aedes
albopictus presente em 12 Estados.
1999 - Dos 5.507 Municípios brasileiros existentes, 3.535 estavam infestados.
Destes, 1.946 Municípios em 23 Estados e o Distrito Federal apresentaram
transmissão do dengue.
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