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Prezado leitor, o Portal do Servidor Publico do Brasil é um BLOG que seleciona e divulga notícias que são publicadas nos jornais e na internet, e que são de interesse dos servidores públicos de todo o Brasil. Todos os artigos e notícias publicados têm caráter meramente informativo e são de responsabilidade de seus autores e fontes, conforme citados nos links ao final de cada texto, não refletindo necessariamente a opinião deste site.

OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

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A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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domingo, 6 de março de 2011

Falha no projeto da Usina de Jirau leva fazendeiros a decidir exterminar onças Os proprietários rurais temem também por vidas humanas – principalmente no que diz respeito a crianças.



Da reportagem do TUDORONDONIA


Onças pintadas e vermelhas estão na mira de tiro de fazendeiros e sitiantes das regiões de Jaci Paraná e Mutum Paraná, respectivamente a 90 e 160 quilômetros de Porto Velho. Ao fugirem dos desmatamentos provocados pela construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Jirau, os felinos estão invadindo as propriedades rurais e causando prejuízos consideráveis aos criadores da gado, carneiro e até galinhas, pois esses bichos são alvos potenciais das onças em busca de alimentos.



“De novembro para cá já perdi 10 carneiros”, disse Almino Brasil, funcionário público da prefeitura de Porto Velho que mantém uma pequena propriedade às margens do rio Caracol, em Jaci Paraná. “Fui informado que poderia requerer indenização, mas não tenho tempo de, a cada vez que acontecer um ataque, largar meus afazeres aqui na cidade para ir ao sítio fotografar o ocorrido e correr atrás dos meus direitos. O jeito é amargar o prejuízo”.



Um fazendeiro que preferiu não se identificar disse que há um movimento entre os proprietários rurais para transformar a caçadora em caça, ou seja, eles pretendem abater os felinos a fim de diminuir seus prejuízos.



“Está claro que há uma tremenda falha no projeto ambiental dessa usina”, opina o mesmo fazendeiro. “Antes de desmatar, eles deveriam remover as onças para alguma reserva ambiental. O que eles fizeram? Simplesmente estão baixando as motosserras no habitat desses bichos e, para eles, não resta outra alternativa, a não ser buscar refúgio e alimentos nas propriedades da região. O fato é que, antes da usina, não tínhamos esse problema por aqui”.



HÁBITOS Os fazendeiros dos dois distritos de Porto Velho observaram que a onça pintada abate um animal e se alimenta até se fartar. Em seguida enterra o que sobrou e, mais tarde, volta ao local para novo banquete com a mesma presa. A onça vermelha, porém, mata quantas presas cruzarem seu caminho. “Há relatos de onça vermelha que já abateu até dez animais de uma vez numa mesma propriedade. Ela enterra os animas, se alimenta de um e os demais se perdem”, disse Almino Brasil.



Os proprietários rurais temem também por vidas humanas – principalmente no que diz respeito a crianças. Disse outro fazendeiro que não quis se identificar: “a lei não permite que a gente tenha armas na propriedade rural. Assim, tenho na minha fazenda um caseiro com esposa e quatro filhos. Essas crianças podem ser alvos da onça ao saírem para brincar no terreiro. Até hoje, graças a Deus, não há relatos de onças que atacaram humanos, mas será que teremos que ficar esperando isso acontecer para tomarmos alguma providência”, questiona.



ESTRATÉGIA As onças nas regiões da Jaci e Mutum estão causando prejuízos consideráveis e colocando a economia de pequenos produtores rurais em colapso – principalmente os que têm criações de subsistência. Tanto que já há planos para abater os felinos. Como o abate com arma de fogo poderia chamar a atenção das autoridades, uma parcela de fazendeiros pretende experimentar o envenenamento dos animais.



A idéia é simples: ao fazer um abate, a onça come e enterra o que sobrou, voltando posteriormente para concluir o serviço. Nesse meio tempo, os fazendeiros pretendem envenenar a carne com veneno de rato, o popular “chumbinho”. Assim, ao voltar para degustar o restante da presa, o felino seria envenenado até a morte.



“Acho legal a gente fazer essa reportagem e colocar esse problema a público, levando ao conhecimento principalmente das autoridades ambientais”, disse outro fazendeiro de Mutum Paraná que quis manter o nome em sigilo. “A questão está colocada. Agora é ver o que as autoridades vão fazer e, principalmente, o que o consórcio de Jirau vai fazer para solucionar o problema. Do contrário, vai ser muito difícil conter os ânimos desse pessoal que está tendo prejuízo por conta da onça. Vai acabar sobrando para os felinos”, concluiu.



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Postado por Sandra em 06/03/11 às 13:03

Ah, tá? Por isso, a Marina Silva queria averiguações mais precisas e alguns "interessados" em andar com o projeto das usinas fez o serviço "bem feito' e o resultado é este que aí está. Incompetentes!

200.178.158.3Postado por Alexandre Rusman em 06/03/11 às 13:03

Onça em extinção? Onça é uma praga no nosso estado. Quem dizer que ela esta em extinção aqui no nosso estado é por que não vive nele. Houve sim uma falha e a culpa e total da Usina.

201.2.29.237Postado por Josi em 06/03/11 às 05:03

TEM TANTA ONÇA ASSIM É?????? MAS ELAS NÃO ESTÃO EM EXTINÇÃO???? SE TEM TANTAS ASSIM COMO É QUE ELA PODE ESTAR EM EXTINÇÃO???

189.14.208.84Postado por Antônio silvino em 05/03/11 às 21:03

ENTÃO FAZENDEIROS E CAMPONESES VÃO MATAR ONÇA A TAPA, SERIA BOM COMPRAREM UNS FREZEERS TO TAMANHO INDUSTRIAL. CUIDADO COM O IBAM.... KKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!! HI HI HI HI HI HI HI HI HI HI!!! RSRSRSRSRSRSRSRSRSRS

189.74.148.163Postado por Luiz Carlos em 05/03/11 às 20:03

É o maior absurdo do mundo... que DROGA DE EMPRESA É ESSA QUE ESTÁ CONSTRUINDO ESSA USINA...quem são os IRRESPONSÁVEIS.... QUE FALHARAM... TEM QUE PUNIR OS RESPONSÁVEIS... POR UMA FALHA TÃO GRAVE...

187.53.186.72Postado por FRANCISCO VALMIR BRASIL em 05/03/11 às 20:03

No papel a coisa e linda,mais observo que o prejuizo financeiro esta sendo grande,para os fazendeiros,e ainda mais os riscos para as familias que moram no local.Deveria este grupo de biologos e se acampar em uma das fazendas na localidade por uns trinta dias sem nenhuma arma de fogo,ai com certeza apos os trinta dias os seus conceitos serão outro.deveria tambem este sr.Gabriel e,esposa ,filhos e etc,ir acampar tambem junto com a turm de biologos no mesmo prazo e nas mesmas condições,e depois disso levar uma dessas onçinhas lindas para a sua casa,E MUITA DEMAGOGIA,se o bem maior da humanidade e a vida nos temos que defender a todo custo.Este país e uma vergonha,se um cidadão mata um outro cidadão,ele se apresenta paga a fiança e responde o crime em liberdade,se este mesmo cidadão mata um animal que faz parte da fauna e da flora e crime inafiançavel.

189.72.148.230Postado por Biologos em 05/03/11 às 16:03

Senhores fazendeiros dos distrito de Jaci e Mutum, consideramos muito importante esta preocupação que estão tendo com a causa. Os felinos não podem pagar pelo preço, e nem vocês. Procurem o Ministério Público, Ibama e os responsáveis pela fauna da Usina. Estes animais estão inseridos nas listas de animais ameaçados de extinção e a responsabilidade da conservação é de todos. Ciências Biológicas, Turma 210/1, Facimed

201.34.231.106Postado por Antônio silvino em 05/03/11 às 13:03

Eu quero que essa Usina venha a Ruir kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

189.10.48.194Postado por Gabriel em 05/03/11 às 10:03

Exterminar onças?! Ficaram loucos crime ambiental gravíssimo!!! Se não sabem ou são burros demais para entender que a onça-pintada esta entre os animais em extinção no Brasil. E que pretendem fazer pode causar danos não só na nossa fauna, como para eles também. Estudem mais antes de fazer qualquer besteira. Lei de Crimes Ambientais (lei 9605/98) – Perseguir, caçar ou matar animais da fauna silvestre sem permissão – Pena de seis meses a um ano e ainda por porte ilegal de arma de fogo, cuja pena prevista é de até 4 anos de reclusão; e mais o artigo 288 do Código Penal (Formação de Quadrilha ou Bando – Pena de 1 a 3 anos de reclusão).

200.101.91.145Postado por Antonio Ocampo em 05/03/11 às 08:03

Pra que na me conhece, sabe a minha opinião a respeito dessas hidreletricas. E diziam que não ia ter impactos ambientais. E ainda nem começaram e os sintomas estão aparecendo. Assim como eles enganaram a população com uma revolução de desenvolvimento, os políticos e a imprensa (parte dela) embarcou nessa onda. Mas depois não choremos o que tem para acontecer.

187.55.146.6Postado por moises rodrigues de oliveira em 05/03/11 às 06:03

senhores,meu nome e moises,nao tome,mas so vou ficar mesmo satisfeito quando me chamarem,quero meu emprego de volta.

201.10.161.122

POLÍTICA
matéria escrita em 2011-03-06 ás 03:46:00



Site do Senado recebe sugestões para reforma política

Os internautas são chamados a opinar sobre os 11 temas em discussão na Comissão de Reforma Política.



POLÍTICA
matéria escrita em 2011-03-06 ás 03:42:00



REFORMA POLÍTICA

Para senador, todos rejeitam posse em 1º de janeiro, mas falta consenso sobre nova data.



POLÍTICA
matéria escrita em 2011-03-06 ás 03:41:00



Propostas de emenda à Constituição que tratam da suplência de senador

Veja todas as propostas sobre o tema.



POLÍTICA
matéria escrita em 2011-03-06 ás 03:37:00



Após muita polêmica, CCJ aprovou novas regras para suplência em 2008, mas terá que voltar ao tema

De acordo com o que foi aprovado na CCJ, quando o senador titular morrer ou deixar o cargo devido à cassação ou renúncia, o suplente assumirá somente até a eleição seguinte.



POLÍTICA
matéria escrita em 2011-03-06 ás 03:32:00



Suplência de senador deve mobilizar primeiro debate da reforma política

O modelo em vigor tem recebido críticas . O eleitor vota no candidato a senador e depois vê um suplente, quase sempre desconhecido, assumir o lugar daquele que recebeu os votos.



POLÍTICA
matéria escrita em 2011-03-06 ás 03:24:00



Escola ideal e escola real

Confúcio Moura, governador de Rondônia.



GERAL
matéria escrita em 2011-03-06 ás 03:18:00



Mega-Sena acumula e deve pagar R$ 5 milhões

De acordo com a Caixa, 79 apostas acertaram a quina e vão receber R$ 17.195,98 cada uma.



GERAL
matéria escrita em 2011-03-05 ás 17:12:00



Receita suspende entrega de declarações do Imposto de Renda no fim de semana

Nesse período, o contribuinte pode preencher e gravar a declaração no computador, mas não tem como enviar as informações à Receita pelo programa Receitanet.



GERAL
matéria escrita em 2011-03-05 ás 17:10:00



Ministério da Saúde alerta para risco de contrair conjuntivite durante o carnaval

Ao menor sinal de irritação, a dica é lavar a região dos olhos abundantemente com água corrente e, caso os sintomas não desapareçam, procurar um médico.



GERAL
matéria escrita em 2011-03-05 ás 17:09:00



Mistura de cal e cloro ajuda no combate à dengue em canteiros de obras

A combinação de cal e cloro é considerada também ambientalmente correta, uma vez que é biodegradável e pode ser manuseada por adultos.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Magistério a profissão do estresse.





Autora do Texto: Marta Cabette e-mail: martacabette@uol.com.br

Pensei em não escrever mais nada sobre educação. Uma sensação de impotência e

inutilidade me assola cada vez que tento escrever sobre o tema.



Hoje pela manhã lendo um jornal de Santos me deparei com uma matéria (página

inteira!!!) sobre o estresse do profissional de educação, que hoje atinge em torno de 7% dos

motivos de afastamento destes profissionais da sala de aula.



A pesquisa divulgada diz respeito à rede pública estadual, uma vez que não foram

divulgados números da rede municipal de ensino. Mas a situação é bem próxima segundo

estimativas 5% dos professores afastados da sala de aula por motivo de estresse.



A 15 dias do reinicio das aulas me deparo com professores cansados, sofrendo com a

infraestrutura precária das salas de aulas neste verão escaldante.



Salas de aula lotadas, cada vez mais alunos com problemas sérios de aprendizagem

sem uma rede estruturada de apoio de outros profissionais como: psicólogos, assistentes

sociais, médicos. O professor se angustia desde o primeiro dia de aula.



Os professores auxiliares, tão alardeados, desapareceram da maioria das escolas.

Como há muito se vem propagando a profissão tão desprestigiada, não atrai mais aos jovens.

E aqueles que mesmo assim insistem por acharem ser sua vocação, se deparam com um

abismo ao perceberem que as teorias pedagógicas avançadas que aprenderam nos cursos

de pedagogia (sic) não são nem de longe aplicadas nas escola e desistem logo em busca de

melhores praias. Afinal quase R$ 9,00 por hora aula é um salário bem fácil de desprezar.



Crianças de cinco anos estão sendo aceitas no ensino fundamental em escolas que

não possuem áreas de lazer, parquinhos ou mesmo uma brinquedoteca. Será que era isso que

a lei determinava ao ser implantado o ensino fundamental de nove anos?



Resta o aprisionamento destes pequenos em salas de aulas não adaptadas para o

seu tamanho por 5 horas diárias. Por que será que os alunos tornam-se indisciplinados e o

professor cada vez mais estressado ?



O professor não precisa de ginástica laboral, nem de pena pelo seu sofrimento.

Precisa é de respeito como profissional, salário compatível com a responsabilidade de seu

cargo, que lhe assegure a possibilidade de arcar com as despesas de atividade física orientada,

lazer e cultura indispensáveis para saúde física e mental.



Necessita ao ser afastado de suas funções, como acontece algumas vezes não ser

tratado como sujeito de quinta categoria, que perde até os mínimos benefícios do magistério,

como trabalhar por hora aula, recesso escolar em julho e aposentadoria especial. Doente,

tendo que abrir mão de sua profissão é penalizado ao ser readaptado por problemas na

maioria das vezes decorrentes do exercício profissional.



Nosso sistema distorcido paga salários astronômicos a juízes, que vão penalizar lá



na frente aqueles que foram criados ou não foram amparados pelo sistema no início de suas

vidas. Nossos jovens são frutos da educação e do valor que se dá a elas, ou alguém tem dúvida

sobre isso?



Ao rever o texto me dei conta do excesso de interrogações. Não acredito que

os políticos que elegemos vão mudar algo nem em um milhão de anos. Quem precisa ser

questionada é a população. A luta por mudanças só podem vir dos cidadãos. Em alguns países

a mobilização derruba até ditaduras.



A má qualidade da educação perpetua no poder aqueles que apostam na ignorância.

O aprimoramento educacional dos indivíduos é a única via para melhores escolhas na hora de

nosso voto. Parece um círculo eternamente vicioso este.



Mas aqueles que estão insistindo em sua profissão de educadores neste, nesta

cidade acreditam que é possível e precisam de mais e mais cidadãos acreditando e

efetivamente lutando por isso.



Santos, 27/02/2011.



Marta Cabette e-mail: martacabette@uol.com.br



professora e psicóloga

sábado, 26 de fevereiro de 2011

AGU ENCAMINHA OFÍCIO AO SINDSEF COM OS CÁLCULOS DA GEAD/BRASÍLIA

AGU ENCAMINHA OFÍCIO AO SINDSEF COM OS CÁLCULOS DA GEAD/BRASÍLIA




O SINDSEF recebeu Ofício encaminhado pela Advocacia Geral da União informando que já realizou os cálculos relativos às execuções atinentes ao Mandado de Segurança 10424/DF, que trata da GEAD, em tramite no Superior Tribunal de Justiça - STJ, fixando os valores que são devidos a cada professor. Informou ainda que tais cálculos já foram aprovados pelos setores competentes da AGU.





Com os cálculos realizados e aprovados, não existe mais óbice a assinatura do acordo pelo Ministro Chefe da AGU, o que permite afirmar que este ato será efetivado brevemente, já que o Presidente do SINDSEF já assinou o referido acordo.

Após a assinatura do acordo pelo Ministro Chefe, o próximo passo será sua apresentação junto ao STJ para homologação e expedição das RPV’S.





quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Professores ganham hoje aumento de 15% no piso salarial

Professores ganham hoje aumento de 15% no piso salarial


Postado por Jornal A FOLHA
22:23 0 comentários

O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou, nesta quinta-feira (24), o novo piso salarial dos professores da rede pública do País.



Os professores com jornada semanal de 40 horas de trabalho, que ganharam em 2010, no mínimo, R$ 1.024,67, receberão R$ 1.187,97 em 2011, aumento de 15,84%. Já os professores que cumprem jornadas de 20 horas passarão a receber R$ 593,98.



O índice de reajuste foi calculado com base em interpretação da Advocacia-Geral da União (AGU).



Fonte: Brasília Confidencial



Mudar os professores ou mudar de professores



Projetos relacionados:Projeto Educação Básica de Qualidade

A partir da década de 90, ocorreu um aumento substancial de salário nas regiões mais pobres do Brasil, mas não houve melhoria na qualidade do ensino



Veja (30/5/2010) - Durante muito tempo, quando se falava dos problemas da educação no Brasil, havia uma resposta pronta e definitiva: é preciso aumentar o salário dos professores. Com salário baixo como seria o dos professores, não se poderiam exigir motivação e comprometimento.



Nos anos recentes, essa teoria foi seriamente erodida por uma avalanche de fatos que mostram que o problema do professor brasileiro não é de motivação, mas de preparo, coisa que salário não muda.



Pesquisa da Unesco com amostra representativa dos nossos professores, publicada no livro O Perfil dos Professores Brasileiros, revela que apenas 12% se dizem insatisfeitos com a carreira. Quase a metade do total (48%), aliás, estava mais satisfeita no momento da pesquisa do que no início de sua carreira. Só 11% dos entrevistados gostariam de dedicar-se a outra profissão no futuro próximo.



O segundo prego no caixão dos dinheiristas foi a própria experiência brasileira: a partir da década de 90, ocorreu um aumento substancial de salário nas regiões mais pobres do país através do Fundef, porém não houve melhoria na qualidade da educação.



De fato, ela piorou: o Saeb, teste do MEC para aferir a qualidade do ensino básico, mostra que em 2007 estávamos pior do que em 1995. A experiência brasileira em nada difere daquilo que é observado no resto do mundo, aliás: há literalmente centenas de estudos medindo o impacto do salário dos professores sobre o aprendizado dos alunos, e a grande maioria não encontra relação significativa entre essas variáveis.



A inexistência da relação entre salário e aprendizagem, porém, não prejudicou os defensores da causa. Pelo contrário, agora eles vêm com hipótese ainda mais ambiciosa (e cara): os aumentos dados até hoje não surtiram efeito porque são mixurucas; para que deem o resultado esperado, precisam dobrar ou triplicar.



Assim, a carreira de professor seria atraente e fisgaria estudantes que hoje pensam em ser médicos ou advogados. A lógica subjacente a essa visão é que os professores em exercício são tão despreparados e intelectualmente deficientes que não há muito que se possa esperar deles.



Seria preciso fundar uma nova carreira, com novos candidatos, de outro gabarito. A bíblia dos proponentes dessa teoria é um estudo da consultoria McKinsey que mostra que nos sistemas educacionais de alta performance os professores recebem salário acima da média, tornando a carreira atraente para os melhores alunos.



Sou bastante cético em relação a essa lógica, por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não há base empírica sólida. Consultoria não faz ciência; seus estudos não precisam passar pelo crivo da análise de árbitros-experts anônimos, como na publicação de artigos científicos.



O estudo em questão sofre de um erro conceitual grave: não é possível determinar nenhuma relação de causa e efeito observando-se apenas aqueles que dão certo.



É como se um antropólogo passasse dois anos estudando os hábitos dos 100 empresários mais exitosos do Brasil e concluísse que, para chegar lá, é preciso assistir a jogos de futebol aos domingos, pois a grande maioria dos empresários faz isso.



O problema é que os peões das suas fábricas também o fazem, mas você só poderia descobrir que esse hábito é totalmente irrelevante se estudasse uma amostra aleatória de pessoas que representasse a totalidade da população. Quando isso é feito, nota-se que entre os países que mais gastam em educação, e que pagam os maiores salários aos professores, estão tanto países nórdicos de grande sucesso quanto países da África Subsaariana que têm os piores índices de aprendizagem.



Meu segundo problema com essa ideia é histórico: as grandes conquistas da humanidade, desde a existência da capacidade de linguagem até a criação da democracia, se deram através de processos evolutivos, e não revolucionários.



São pouquíssimas as revoluções que deixaram saldo mais positivo. Em educação, não é diferente: os países que deram grandes saltos educacionais fizeram o feijão com arroz, de maneira tenaz, obstinada e contínua.



O terceiro obstáculo a essa ideia é conceitual: assim como não acredito que haja alunos que não podem aprender, não creio que haja professores que não podem ensinar.



É claro que as pessoas têm habilidades diferentes e que a genética apresenta algumas barreiras intransponíveis, de modo que nem todo aluno ou professor pode ser um Einstein em sua área. Mas fazer o básico, transmitindo conhecimentos de forma eficiente e sistemática, desenvolvendo a capacidade de raciocínio e a curiosidade de seus alunos, está ao alcance de todo professor bem-intencionado.



Basta que ele obtenha o preparo necessário.



Por fim, uma duplicação ou triplicação do salário dos professores brasileiros é simplesmente inexequível, dada a realidade fiscal brasileira.



Hoje, segundo os dados mais recentes da OCDE, o Brasil gasta praticamente 70% de seu orçamento educacional apenas com a folha salarial. O artigo 212 da Constituição estipula que estados e municípios precisam gastar pelo menos 25% de sua receita com educação.



Ora, 70% de 25% é 17,5%. Dobrar o salário de professores implicaria destinar 35% de toda a arrecadação de estados e municípios somente ao pagamento desses funcionários. Triplicar seus salários significaria consumir 52,5% de todo o orçamento. Não vejo como seria possível fazer isso sem quebrar as finanças do país ou solapar totalmente a oferta de outros serviços indispensáveis, como saúde, segurança, transporte.



Se essa fosse apenas uma questão acadêmica, seria só um desperdício de tempo. Mas não é: 3,5 milhões de alunos estão cursando a 1ª série atualmente; perder mais um ano em discussões estéreis significa forçar todo esse contingente a carregar para o resto da vida as marcas de uma educação deficiente.



Centenas de estudos, feitos ao longo de décadas, indicam que existem muitos caminhos baratos ou gratuitos para melhorar a aprendizagem das nossas crianças: a prescrição e correção de dever de casa, a utilização de testes constantes para medir a aprendizagem e corrigir erros, o uso de bons livros didáticos, o conhecimento aprofundado do professor sobre a matéria que ensina, a abolição de tarefas mecânicas, como a cópia de material do quadro-negro, propiciando utilização eficiente do tempo de sala de aula, e tantos outros.



A existência dessas alternativas nos impõe a obrigação de tentá-las, antes de partir para soluções caras e incertas.



É uma discussão que me lembra uma passagem do escritor Amós Oz. Conta ele que sua avó sempre lhe dizia: "Não sei por que houve tantos séculos de brigas e perseguições entre judeus e cristãos. Nossa única diferença é que uns acreditam que o Messias já veio à Terra e os outros acreditam que ainda virá. Então basta apenas esperar que o Messias chegue para perguntar-lhe: você está vindo pela primeira vez ou pela segunda? Até lá, vivamos em paz".



Poderíamos sugerir a mesma trégua para a discussão educacional: vamos começar com as soluções baratas e simples. Se elas não funcionarem, e somente se elas não funcionarem, é que passaremos a considerar as propostas mirabolantes e caras



(Texto - Gustavo Ioschpe é cientista político)

Magistério: uma área marcada pelo estresse

Uma das categorias profissionais que mais sofrem com o estresse, os professores se queixam das adversidades que tornam o exercício de suas atividades uma espécie de martírio diário. São muitos os aborrecimentos e dificuldades que, transformadas em dores-de-cabeça, levam esses profissionais ao limite da exaustão. A saída, afirmam especialistas, é buscar receitas que reduzam o esgotamento dos educadores e lhes permitam a plena ação social






Luciana Rosário

Estresse. A palavra que saiu do vocabulário médico, hoje, serve para definir o estado de muitos profissionais que lidam com situações de pressão e risco, como policiais que se encontram na linha de fogo contra o crime. Entretanto, a cada dia, profissionais de outras áreas também passam pela experiência de esgotamento físico, mental ou emocional. Um dos trabalhadores do mundo moderno que conhece muito bem as sensações apontadas acima é professor. Em escolas públicas ou particulares encontram-se casos de docentes que estão estafados com a tarefa diária de educar. Desde o ensino fundamental ao superior, as experiências estressantes se repetem, sem uma solução aparente. Os motivos são os mais diferentes em cada situação, mas dois sindicatos apontam a falta de respeito pelo professor e pela escola como instituição como fatores comuns a educadores do setor público e privado.
Para a presidente da União dos Professores Públicos no Estado do Rio de Janeiro(Uppe-Sindicato), Teresinha Machado, a escola está muito solitária em seu papel de educadora e de influenciar a comunidade local. E o professor, como também não está recebendo os subsídios devidos para realizar o trabalho correto, fica desestimulado. “Ouvimos que alguns professores estão desmotivados com a profissão. Mas esta falta de estímulo está relacionada à falta de condições para sobreviver da profissão que escolheram. Muitos têm que fazer um trabalho por fora, para completar a renda. Isso prejudica o trabalho do educador, porque ele não tem as condições necessárias de dar a atenção devida ao seu trabalho. Hoje em dia, os professores estão autorizados a dar aulas por até 68 horas semanais. É um absurdo, porque qualquer outro trabalhador só pode trabalhar por até 44 horas por semana. Para um educador é recomendado ministrar aulas por, no máximo, 20 horas semanais, porque ele pode assim completar o restante do tempo exigido pela lei para se aprimorar”, afirma ela. Teresinha ainda completa as adversidades enfrentadas pelos mestres. “Os alunos também estão diferentes e, muitas vezes, os pais não dão os limites que os jovens devem ter. Neste sentido, os professores assumem uma função que não é a deles, a de estabelecer todos os limites. E muitas doenças acabam surgindo por causa do estresse que os professores sofrem”, conta. Segundo Teresinha Machado, para suprir essa necessidade de atendimento médico, que só vem aumentando entre os docentes, a Uppe-Sindicato criou um setor de atendimento psicológico na sede. “Vimos que era necessário fazer alguma coisa para amenizar a situação e estamos recebendo visitas de professores para consulta”.



Descaso e desrespeito que levam ao estresse



Para o diretor de Comunicação do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região (Sinpro-Rio), Marcos Alexandre de Souza Gomes, apesar da falta de denúncias ou reclamações formais ao departamento jurídico da organização, alguns relatos de descaso com a figura do professor, que levam a situações de estresse emocional e físico, puderam ser coletados. “Não temos denúncias ou fatos comprovados de estresse entre os professores das escolas particulares. Temos apenas depoimentos não catalogados sobre jornadas excessivas de trabalho e problemas de deslocamento até o local da aula. Mas, de fato, podemos dizer que os professores em geral estão mais cansados do trabalho, porque os alunos estão, cada vez mais, malcriados e com um nível de desatenção muito grande. A falta de educação dos estudantes e o déficit de atenção estão entre os principais problemas relatados por professores. O que é refletido nas provas escritas. Por exemplo, quando encontramos erros gritantes de Português e abreviações do ‘internetês’ que eles usam no computador. A norma culta é deixada de lado em muitos casos”, comentou. Segundo Marcos Gomes, o principal problema encontrado nos colégios do Rio e de outros estados está na realidade de uma escola, que está sendo obrigada a assumir papéis, inicialmente, reservados à família. “A escola não pode assumir um papel unilateral da educação, porque isso é uma tarefa dos pais também. Entretanto, o que vemos hoje é uma permissividade dos familiares sobre os problemas dos filhos. Quando um pai é chamado na escola, muitas vezes, ele passa a mão na cabeça dessa criança e defende seu filho contra a escola. Há pouco diálogo entre os pais e filhos e os limites não estão sendo estabelecidos. As desculpas que os responsáveis dão são sempre as mesmas, como a falta de tempo e excesso de trabalho. Tudo isso converge na falta de limites para os estudantes, que chegam na escola e acham que podem fazer tudo o que quiserem. Começa aí o estresse do corpo docente. O número de casos ainda é pequeno, por termos uma situação diferenciada da escola pública, mas vemos esse problema em muitas instituições”, explica. De acordo com Marcos, os professores que mais demonstram descontentamento e estresse são os que trabalham em escolas que não têm um projeto pedagógico sério e compromissado com a formação do aluno. Mas está, sim, interessada no que o mercado educacional pode oferecer de lucro. “Nas escolas tradicionais e com uma proposta pedagógica séria os professores têm paixão de trabalhar e se envolvem com o projeto do colégio”, afirma.


Em pesquisa, Tania Zagury confirma as informações dos sindicatos

Todos os relatos dos representantes dos sindicatos públicos e particulares são confirmados pela educadora Tania Zagury. A professora e pesquisadora acumula quase 40 anos de carreira e é autora de diversos livros de sucesso, entre eles O Professor Refém (Editora Record, 301 páginas). A publicação é o resultado de sua pesquisa por três anos, ouvindo 1.172 professores do ensino fundamental e médio em todo o país. De acordo com a educadora, a realidade dos professores brasileiros tem por trás uma perda da noção do que são direitos e deveres. “O acesso à educação é um direito do cidadão brasileiro, o que obriga os pais a colocarem seus filhos na escola. Acontece que a cada direito corresponde um dever. Então, se a criança tem o direito à educação, ela tem o dever de estudar. Não é estudar para ser o aluno que só tira A, que só tira 10, seja qual for a forma como se esteja avaliando, mas sim corresponder minimamente. E é dever dos pais acompanhar de perto esse processo, cuidar para que o filho faça as tarefas e não mate aulas. É dever dos pais olhar o boletim. São coisas básicas”, disse. Para Zagury, o principal problema apontado na pesquisa é a indisciplina, e os professores são praticamente unânimes em atribuir essa situação à omissão da família. As três respostas que abordam o problema ao ambiente doméstico somam 74%. Na avaliação de Tania, era inevitável e saudável que se quebrasse a rígida hierarquia existente até a década de 1970, na qual a criança não tinha espaço algum de manifestação. “O problema é que essa liberdade para a criança hoje está exacerbada. Os pais têm medo de impor limites, porque podem traumatizar os filhos. E isso traz conseqüências graves para a família, a escola e a sociedade. Ninguém pode viver fazendo só o que quer e o que gosta. Esquecer disso é voltar à barbárie”, diz Tania. Segundo a professora, espera-se muito mais dos professores do que é possível fazer nas atuais condições das escolas. O que, de acordo com Zagury, não foi levado em conta em nenhuma mudança na política educacional feita nos últimos trinta anos no Brasil. “A formação dos docentes é deficiente – o que os próprios admitem com sinceridade impressionante. E sua remuneração é insuficiente para atender a contento às várias demandas da mais que necessária modernização do ensino, uma vez que obriga a maioria a trabalhar em mais de um colégio”, contou. Como conclusão da pesquisa, a educadora afirma ter encontrado um professor herói, que apesar de todas as dificuldades, continua tentando fazer o melhor. “Ele tem nisso uma missão de vida. Ao perguntar qual é o maior problema que ele enfrenta – a despeito da falta de estrutura, de uma política educacional, do salário baixo e até de não ser ouvido –, o professor brasileiro aponta duas respostas empatadas tecnicamente: com 22%, a dificuldade em manter a disciplina e, com 21%, veja que coisa interessante, despertar a motivação para aprender nos alunos. É ou não um herói?”, pondera ela.





É preciso identificar os sintomas. Para, então, combater a doença


Magistério e estresse parecem uma dupla que não serão separados tão cedo. O problema é comum às grandes e pequenas cidades, em professores com muita e pouca formação, em diferentes situações. Entretanto, uma professora, psicóloga e alfabetizadora da rede pública municipal de Santos, em São Paulo, afirma haver formas de amenizar o estresse do cotidiano de trabalho. O nome dela é Marta Cabette, que também trabalha com formação de professores em projetos de memória oral.

De acordo com a educadora santista, é preciso identificar os sintomas do estresse para poder combatê-lo. Para Cabette, ações positivas são importantes para suavizar o estresse. Entretanto, o professor sozinho não consegue acabar com um sentimento provocado, em sua maioria, por fatores externos. Neste caso, as ações públicas são mais do que necessárias para ajudar o professor e a escola a diminuir o estresse entre os docentes. Confira abaixo a entrevista com Marta Cabette, autora do artigo “Magistério e estresse: uma dupla e tanto”.



Quais são os principais sintomas de um professor estressado?



Enxaqueca, perda de apetite, dor no corpo, insônia, desânimo e doenças respiratórias recorrentes. A pessoa tem dificuldade de se lembrar onde colocou objetos, esquece com facilidade o que programou e reage com irritação na maioria das situações que antes eram normais para ela.



Quais as principais causas do estresse da categoria?



Via de regra, profissões onde o profissional tem que lidar diretamente com outros seres humanos são mais estressantes. Exige um envolvimento emocional com o outro, que muitas vezes é difícil. No caso do professor, lidando com crianças, isto é mais intenso. Ele estabelece vínculos com os alunos, e acaba sofrendo com as dificuldades e problemas de cada um. Na sociedade de hoje, ele tem que assumir várias funções - não é mais somente o mestre. Acaba se envolvendo com os problemas pessoais das crianças. Outro fator importante é que na escola o exercício do magistério é muito solitário. O professor não tem momentos para dividir sua angústia com os colegas. Fica o tempo todo envolvido com a classe. As reuniões pedagógicas não dão espaço para uma troca mais humana entre os profissionais. Junte a isso a sobrecarga, jornadas duplas ou três períodos, que fazem com que a produtividade caia. E o profissional sofre com isso. O desprestígio da profissão na nossa sociedade, é outro fator. Muitas de nossas escolas possuem uma superlotação em sala de aula, ambientes insalubres, sem atrativos estéticos e calor excessivo. Estou citando apenas alguns fatores, podemos destacar muitos outros.



Quais os prejuízos desse estresse para a relação com os alunos e o processo de aprendizagem em si?



É grande. Um bom profissional deve poder ser criativo para ministrar uma boa aula. Nessas condições fica difícil. Além disso, o rendimento cai muito. O professor perde a paciência com mais facilidade, não conseguindo dar a atenção necessária a cada aluno. Não consegue ser um bom mediador, que percebe e ajuda os alunos nas suas especificidades. E como sabemos, hoje em dia o que mais encontramos são alunos com necessidades muito diferenciadas em nossas escolas. Isso desde que uma população anteriormente excluída da escola passou a ter seu acesso garantido. Os problemas de saúde acabam forçando o professor a se afastar por licença médica, o que quebra a continuidade do trabalho com os alunos.



Como reverter esse quadro?



Do ponto de vista de ações pessoais o professor pode ver os colegas como possíveis aliados para conseguir transformar o cotidiano escolar mais agradável; rir mais, por exemplo. O humor reduz o estresse e é a prova de que aceita seus limites; ser objetivo quando for corrigir provas ou trabalhos, não queira avaliar tudo ao mesmo tempo; planejar e registrar o que pretende fazer no dia pode ajudar a diminuir a própria ansiedade e a dos alunos; fazer pequenas pausas durante o dia, dê uma volta, tome um copo d’água, respire; procurar ver o lado bom da vida, ficar reclamando o tempo todo só desgasta e faz você se tornar um chato. E encontrar um tempo, nem que sejam 15 minutos diários, para caminhar, ouvir música ou só ficar quieto e relaxado.



De que forma políticas públicas e ações das direções de escolas públicas e particulares poderiam diminuir essa pressão sobre a categoria?



Implementando um plano de carreira, que possibilite ao professor com mais tempo de exercício do magistério receber melhores salários. Oferecendo convênios com profissionais de saúde como psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e médicos, para que o professor possa cuidar de sua saúde física e mental. Facilitar o acesso a atividades de lazer como cinema e música... Incluir um número maior de horas-atividade (aquelas em que o professor recebe para planejar suas ações) dentro da grade das escolas, para que ele não precise levar tanto trabalho para casa. Mudar o formato das reuniões entre os profissionais dentro da escola, tornando algumas delas momentos de troca de experiência entre os professores, para que possam, como um grupo, dividir a responsabilidade dos problemas encontrados por cada um.



A transferência de responsabilidade da família para a escola ajudou a aumentar o estresse dos professores?



Sim. Mas a escola e os profissionais da educação terão que aprender a conviver com isto. Este processo me parece irreversível na nossa sociedade atual.



Salário de professor deverá ser compatível ao de outros profissionais até 2015

O salário dos professores deve se igualar à remuneração de profissionais com nível superior até 2015, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (8). Atualmente, o piso nacional do magistério é de R$ 950.




De acordo com o ministro, em quatro anos, a remuneração dos docentes se aproximou à de outros profissionais que concluíram a faculdade. A diferença nos salários passou de 86%, em 2003, para 61%, em 2007, disse Haddad.



“Se mantivermos esse passo, em algum lugar no tempo, entre 2014 e 2015, o professor com nível superior não ganhará menos do que a média de outros profissionais de nível superior”, afirmou.



Valorização da carreira

De acordo com o ministro, a valorização da carreira docente também passa pelo aumento da exigência para acesso aos cursos superiores de formação e para ingresso na carreira.



A intenção do ministério é instituir notas mínimas para ingresso nas licenciaturas – responsáveis pela formação de professores do ensino fundamental e médio -, e instituir um sistema unificado para a contratação de professores pelo país. Os estados e municípios que aderirem só deverão contratar docentes que tiveram as melhores classificações e notas em uma prova.



As afirmações foram feitas em debate realizado pelo Estadão, juntamente com o secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato.



[ + ] Fonte: UOL Educação



Educação que vem de berço

Publicação lançada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação e pelo Movimento Interfóruns da Educação Infantil no Brasil tenta captar a essência de uma educação infantil de qualidade e faz uma reflexão sobre o tema.
Cerca de 88% das crianças com até 3 anos de idade estão fora de creches no Brasil, segundo dados da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. O número reflete o descaso do poder público e de toda a sociedade em relação à educação infantil, apesar de a legislação brasileira, desde 1996, considerar o ensino infantil – creches e pré-escolas – como a primeira etapa da educação básica. Estudos científicos também já comprovaram a importância da educação e do cuidado nos primeiros anos de vida de uma criança. No entanto, como afirma o coordenador da Campanha, Daniel Cara, ainda falta muito para que se reconheça a educação infantil como um direito das crianças e de suas famílias.



Nesse contexto, a Campanha e o Movimento Interfóruns da Educação Infantil no Brasil (Mieib) lançaram, em outubro, um livro com resultados da pesquisa Consulta sobre Qualidade da Educação Infantil. Além de promover a reflexão sobre o tema, o trabalho buscou captar o que crianças, pais, professores e profissionais pensam sobre o que é uma educação infantil de qualidade.



Foram ouvidas mais de mil pessoas, incluindo 254 crianças de 4 a 6 anos, de creches e pré-escolas comunitárias, públicas, privadas e sem fins lucrativos do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, Pernambuco e Ceará. Segundo Daniel Cara, o estudo aborda vários aspectos do universo da educação infantil em diferentes regiões do Brasil. “A pesquisa trouxe resultados que não necessariamente surpreendem, mas que reforçam o que outros estudos já verificaram e o que os ativistas e profissionais do meio observam em suas atividades cotidianas”, observou.



Baixa escolaridade de pais e professores



Para ele, um dado importante foi a revelação de que mais de 10% dos adultos que trabalham nas creches e pré-escolas apresentam escolaridade muito baixa e apenas 21% possuem curso superior. Ao mesmo tempo, 45% dos pais encontram-se no menor nível de instrução e apenas 6% possuem graduação. “Muitas crianças convivem em casa, na comunidade e nas instituições de educação infantil com adultos que apresentam níveis bastante baixos de escolaridade, encontrando na creche ou na pré-escola o mesmo contexto pouco letrado que caracteriza seu ambiente de origem e tendo poucas oportunidades de desenvolver novas habilidades e ter acesso a conhecimentos diversificados e interessantes”, lamentou, acrescentando que “essa é uma realidade que requer políticas e ações de orientação e supervisão pedagógica voltadas para as equipes que atuam nas creches e pré-escolas”.



Para a professora Sílvia Helena Vieira Cruz, da Universidade Federal do Ceará e co-autora do relatório técnico final da Consulta, as concepções do que é uma creche e uma pré-escola de qualidade refletem a própria história da educação infantil. “A origem assistencial da creche manifesta-se mais fortemente nas respostas que associam esse objetivo às famílias mais pobres. A creche nasceu como uma forma de assistência social e de apoio às famílias mais pobres, principalmente às mães que trabalham”, contou. Segundo ela, o “desenvolvimento integral das crianças” foi mencionado principalmente por integrantes das equipes das instituições, mas chamou a atenção dela a relativa pouca importância atribuída à aquisição de conhecimentos. “Parece que não há clareza a respeito da importância da ampliação dos conhecimentos sobre o mundo natural, humano e cultural, que são objeto da curiosidade e do interesse das crianças nessa fase de vida. A análise das respostas mostra que essas concepções trazem junto a preocupação com o preparo para a escolaridade futura e para o mundo do trabalho”, informou.



Para crianças, brincar é fundamental



Além dos adultos, as opiniões das próprias crianças sobre a qualidade da educação também foram captadas. Em pequenos grupos de cinco meninos e meninas, elas ouviam uma pequena história sobre a construção de uma pré-escola e eram convidadas a dizer como essa pré-escola deveria ser para ficar bem "legal" e o que não poderia ter, senão ficaria "ruim". Para a professora, a perspectiva da criança deveria ser ponto de partida para pensar a prática pedagógica nas creches e pré-escolas. “Afinal, o foco da educação infantil deveria ser a criança, e é contraditório que ela seja tão pouco ouvida sobre um assunto que lhe diz respeito tão diretamente”.



Segundo Sílvia, a opinião de um adulto sobre um trabalho educativo de qualidade divergiu muito do que as vozes infantis trouxeram como elementos prazerosos da experiência vivida nas creches e pré-escolas. Enquanto brinquedos e brincadeiras apareceram com muito destaque nos discursos das crianças, profissionais das creches e pré-escolas e pais e lideranças comunitárias não deram muito destaque a esse aspecto. Outro elemento muito importante para as crianças é a alimentação – não só as refeições básicas, mas também biscoitos, doces e refrigerantes.



Ouvir os diferentes atores envolvidos com a educação infantil é o primeiro passo para tentar melhorar o acesso e a qualidade dessa educação. Existem hoje no Brasil cerca de 7 milhões de alunos na educação infantil e, atualmente, tramita no Congresso Nacional o projeto de lei que prevê recursos públicos para creches e pré-escolas – o Fundo para a Manutenção do Ensino Básico (Fundeb). Segundo Sílvia, são necessários mais investimentos em infra-estrutura e na formação dos professores e professoras. “É muito forte a necessidade de investimentos públicos que garantam as condições para um boa experiência das crianças em creches e pré-escolas, o que inclui desde a formação de professores até a melhoria da estrutura física das instituições, assim como a disponibilidade de brinquedos, livros de literatura infantil e materiais pedagógicos diversificados para as diferentes faixas etárias”, destacou.



O livro com os resultados da pesquisa custa R$ 17 e está disponível em livrarias de todo o Brasil. Mais informações sobre como adquiri-lo podem ser obtidas pelo correio eletrônico campanha@acaoeducativa.orgEste endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo ou pelo telefone (11) 3151-2333.



"É criminoso discriminar

São necessárias a construção e a implementação de uma agenda social que contemple a discriminação como forma grave de violação de direitos humanos". É isto que defende o documento resultante de evento que reuniu em outubro, no Rio, 28 organizações da sociedade civil, três conselhos nacionais e 19 representantes de Ministérios Públicos da América do Sul. A iniciativa foi da ONG Escola de Gente.

Este documento é resultado do 1º Seminário Latino-Americano Mídia Legal, que aconteceu de 22 a 25 de outubro, no Rio de Janeiro. O evento – convocado pela ONG Escola de Gente – reuniu 28 organizações da sociedade civil, três conselhos nacionais e 19 representantes de Ministérios Públicos da América do Sul e teve o mérito de iniciar o diálogo a respeito das pessoas com deficiências entre os Ministérios Públicos da região. Outras informações a respeito do evento em www.escoladegente.org.br.

Reuniram-se na cidade do Rio de Janeiro, nos dias 24 e 25 de outubro de 2006, durante o 1º Seminário Latino-Americano Mídia Legal, organizado pela Escola de Gente - Comunicação em Inclusão e pela Escola Superior do Ministério Público da União, com o objetivo de discutir a pauta do Ministério Público da América do Sul sobre o tema da discriminação e da violação de direitos humanos, representantes das seguintes organizações:



Ação Educativa (Brasil); Agência Global de Noticias (Paraguai); Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia (Brasil); Campanha Nacional pelo Direito à Educação (Brasil); Controladorias Ciudadanas (Paraguai); Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades - CEERT (Brasil); Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência - Conade (Brasil); Conselho Nacional de Juventude - Conjuve (Brasil); Centro de Vida Independente - CVI (Brasil); Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda (Brasil); Corporación Paicabí (Chile); Degraf Instituto Academia de Desenvolvimento Social (Brasil); DISNNET - Sociedad para Todos (Colômbia); Eco Jóvenes (Bolívia); Escola de Gente - Comunicação em Inclusão (Brasil); Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (Brasil); Foro para la Justicia Democrática - Fojude (Argentina); Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa - Fundep/UFMG (Brasil); Fundación Apamap para la Atención a Personas con Discapacidad (Paraguai); Fundación Ciudadania para Las Américas (Chile); Global... Infancia (Paraguai); Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social (Brasil); Observatório Negro (Brasil); Oficina de Imagens (Brasil); Rádio MEC (Brasil); Red Andi América Latina; Rede Andi Brasil; Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (Brasil).



Em diálogo com membros(as) de Ministérios Públicos da Argentina, Brasil, Colômbia, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai presentes ao seminário, as organizações da sociedade civil supracitadas, ao terem em conta que...



- o conjunto de tratados internacionais determina que os Estados-parte devem adotar as medidas legislativas, administrativas e judiciais necessárias para assegurar o livre exercício de direitos e liberdades, sem discriminação alguma;



- essas medidas legislativas incluem o dever de declarar como delitos puníveis por lei as práticas discriminatórias tal como definidas nesses mesmos tratados;



- a cooperação internacional, inclusive no âmbito dos Ministérios Públicos, titulares da ação penal pública, é de extrema importância para o combate à discriminação;



- enfrentamos, nos diferentes países da América do Sul, o desafio de garantir direitos humanos, assim como o de conter violações massivas e sistemáticas desses direitos;



- vivemos em Estados em que a participação da sociedade civil implica conquistas importantes e coloca na agenda pública a defesa, promoção e garantia de direitos fundamentais;



- a discriminação perpetua o círculo vicioso de pobreza e desigualdade social, impedindo o desenvolvimento humano, econômico e social da América do Sul;



- é cada vez mais necessário construir mecanismos de fortalecimento do controle social para o estabelecimento de processos de mudança nas estruturas de nossas sociedades;



- é necessário aprofundar a mobilização da sociedade civil, estimulando a participação cada vez maior e efetiva de seus mais diferentes setores nas decisões que dizem respeito ao interesse público;



- cada pessoa deve ser agente das reflexões e das políticas públicas do Estado no âmbito da garantia e efetivação de direitos;



- há limites de atuação de determinados setores do Estado no combate à discriminação e defesa da diversidade;



- os Ministérios Públicos, hoje, têm um papel significativo na construção da democracia e de uma nova visão de mundo, sendo fundamental reforçar sua autonomia;



- os Ministérios Públicos podem ajudar as sociedades a desnaturalizarem uma série de valores, condutas e comportamentos discriminatórios que violam os direitos humanos e anulam a diversidade;



- é urgente chamar a atenção para a gravidade do cenário discriminatório no qual vivemos e para a necessidade de responsabilização daqueles(as) que cometem atos de discriminação;



- ainda são construídas e implementadas políticas públicas discriminatórias, especialmente nas áreas da educação e da infância...



...afirmam que:



- são necessárias a construção e a implementação de uma agenda social que contemple a discriminação como forma grave de violação de direitos humanos;



- essa agenda comum, de combate à discriminação e defesa da diversidade, deve ser construída em parceria entre Ministérios Públicos e sociedades civis;



- é necessário criar canais formais e não formais para que o conjunto da sociedade possa expressar suas reivindicações de direitos e de participação na construção de políticas públicas;



- é fundamental que as sociedades civis, fortalecidas, atuem como defensoras das garantias fundamentais, incidindo sobre o Estado e suas instituições jurídicas;



- o tema discriminação deve ser tratado de maneira sistemática nos Ministérios Públicos. As ações para garantia dos direitos humanos não podem ser isoladas, mas parte de uma estratégia bem estruturada que considere as necessidades e demandas da sociedade civil;



- cientes da dificuldade que determinados setores do Estado encontram na compreensão desta complexa realidade, é essencial promover uma aproximação dos Ministérios Públicos com as sociedades civis, de forma que as sociedades civis colaborem e subsidiem o trabalho dos Ministérios Públicos;



- é importante estabelecer relação de confiança entre Ministérios Públicos e as sociedades civis nos diferentes países, criando-se as condições necessárias para um trabalho permanente em conjunto;



- é preciso ir além da visão de que a discriminação é produto de uma violência estrutural e responsabilizar individualmente seus atores e atrizes, incluindo, face à dinâmica social de cada país, a aplicação de sanção penal.



Por fim, acreditam que o estreitar de laços entre Ministérios Públicos, conselhos de direitos, organizações da sociedade civil e movimentos populares da América do Sul representa um passo decisivo de nossos países na construção de sociedades inclusivas, justas e democráticas.



fonte: Rede de Informações para o Terceiro Setor - Rits



Baixos salários levam professores a terem até jornada tripla, diz Apeoesp

Nos relatórios governamentais há uma constante nas últimas décadas relacionada ao crescimento da oferta devagas nas escolas de ensino básico (fundamental e médio). Contudo, pouco ou nada se fala dos aspectos não quantitativos que estão na base desse processo. A qualidade do ensino é fundamental para que a educação seja assegurada como direito humano, caso contrári a escola passa a ser somente um lugar onde se guarda crianças por algumas horas no dia, um depósito, um almoxarifado. E não é possível pensar em qualidade sem resolver junto o pilar básico dessa qualidade que é o tratamento dados soas docentes (professoras e professores). Hoje, além de desvalorizados socialmente, recebem baixíssimos salários, são obrigados a duplas ou triplas jornadas de trabalho, convivem com violência extrema e nenhum apoio de formação e atualização profissional dos governos.






Entrevista com Carlos Ramiro Castro, professor e presidente da Apeoesp



(5´29´´ / 1´25 Mb) - ENTREVISTA - Em todo o país, os professores da rede pública de ensino sofrem com a falta de condições de trabalho, escolas sem infra-estrutura, governos que não aplicam uma política educacional de qualidade. Isso cria descontentamento entre os profissionais da educação que se reflete na formação do aluno. Segundo pesquisa do Sindicado dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), 46% dos profissionais estão sofrendo de stress.



E no final do ano passado, o Ministério da Educação realizou a Prova Brasil para medir o desempenho da educação municipal das 26 capitais brasileira. Foi constatado que a 4ª série do ensino municipal da cidade de São Paulo está entre as sete piores do país. Para entender melhor a situação dos professores e da educação no estado de São Paulo, a Agência Notícias do Planalto entrevistou Carlos Ramiro Castro, professor e presidente da Apeoesp. Ouça agora a entrevista.



Agência Notícias do Planalto: Carlos, qual o principal ponto de desvalorização do professor e quais são as conseqüências disso?



Carlos Ramiro: A desvalorização do professor em relação aos seus salários faz com que ele tenha uma jornada dupla ou mesmo tripla, fazendo com que ele trabalhe em outro setor. Isso conseqüentemente traz problemas a sua saúde e gera faltas e licenças. Além do que as próprias condições de trabalho são adversas: salas superlotadas, falta de infra-estrutura adequada, que traz uma desânimo. Uma pesquisa da Apeoesp nos mostra que 46% dos profissionais estão em processo de stress. Isso faz com que o professor entre em um processo de apatia. Já é preocupante a falta de profissionais na área de Física, Química Biologia, Matemática e Geografia, principalmente nas regiões mais periféricas da cidade de São Paulo.



ANP Qual o piso salarial de um professor? E como ele é reajustado?:



CR: O piso salarial está em R$ 668, com gratificações ele chega a R$ 930. Nesses 12 últimos anos, o governo teve uma prática de gratificação de bônus e abonos e não reajuste propriamente dito nos salários. Então, a perda salarial foi muito grande. As gratificações são um problema porque primeiro os aposentados não recebem e, em segundo, não contemplam a evolução do professor na carreira. O problema reside aí, na política salarial que o governo do estado de São Paulo implantou nesses últimos 12 anos. Em 2006, não tivemos nenhum reajuste. Estamos no zero. Isso é faz com que o professor procure outros setores ou faça uma jornada que tem conseqüência direta na qualidade do ensino.



ANP: E Carlos, além da questão salarial, quais problemas você acredita que são um entrave a uma educação de qualidade no estado de São Paulo?



CR: As salas superlotadas, a aprovação automática, a carga horária muito pequena. Temos escolas até hoje na rede estadual que dão menos de quatro horas de aula diária para o aluno, ninguém consegue educar uma criança ou jovem, com uma carga menor que quatro horas. Temos que caminhar para uma escola de tempo integral. De outro lado temos escolas que funcionam de tempo integral com nove horas, mas não têm condições nem estrutura. Com isso ela acaba se transformando em depósitos de criança, sem salas de informática, sem materiais pedagógicos adequados para um ensino de qualidade. Isso tudo é conseqüência direta por não termos um ensino de qualidade. Agora o que falta nesse campo é uma educação continuada do professor para sua atualização, aperfeiçoamento e especialização. Isso é responsabilidade do governo.



ANP: Sabemos que a violência das ruas já entrou em escolas, ameaçando alunos e professores. O que deve ser feito para resolver este problema?



CR: Estamos muito preocupados. Não somente na sala de aula, mas também em torno da escola. E não só o professor, mas alunos também sofrem ameaças. E o professor conseqüentemente recebe mais violência por trabalhar com pessoas. Agora temos que resolver esse problema com melhoria da educação. Não vamos resolver somente com mediadas de segurança. A violência que temos na escola é a mesma que nos temos na sociedade. Quando se investe em educação, você acaba resolvendo uma série de problemas sociais.



Vocês acabaram de ouvir a entrevista com, o professor Carlo Ramiro Castro, presidente do Sindicado dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp).



Fonte: De São Paulo, da Agência Notícias do Planalto, Danilo Augusto.





Faltam professores qualificados no ensino médio

Faltam professores qualificados no ensino médio


Docentes desta etapa lidam com várias turmas, salas cheias e lecionam conteúdos para os quais não se formaram

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo
24/02/2011 07:00

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Compartilhar: Para ensinar, seria esperado que os professores estivessem entre os profissionais mais bem preparados da sociedade, mas indicadores apontam que isso está longe de acontecer. Décadas de salários baixos e relatos de condições de trabalho inadequadas afastaram da carreira a maioria das pessoas com os melhores desempenhos enquanto estudantes. A falta de atratividade da profissão atinge a educação brasileira como um todo, mas provoca consequências ainda mais sérias no ensino médio, como falta de professores especializados, o tema da quarta reportagem da série especial do iG Educação sobre o fracasso desta etapa.





Leia o restante da série:

A pior etapa da educação do Brasil

Ensino médio afasta alunos da escola

Alunos terminam ensino médio sem aprender

Teste com exemplos de português e matemática

Artigo: país corre risco de não ter professor

Uma pesquisa da Fundação Lemann aponta que 30% dos estudantes que decidem ser professores estavam no grupo dos 5% com as piores notas quando eram alunos. “As pessoas que buscam a carreira são, em geral, de classe baixa e ainda vêem o cargo como ascensão social, mas infelizmente carregam pouca bagagem cultural”, comenta Elizabeth Balbachevsky, pesquisadora participante de grupos internacionais na área de educação para jovens e livre docente pela Universidade de São Paulo.



A falta de preparo é mais preocupante no ensino médio. A complexidade dos conteúdos exigiria profissionais com formações específicas e aprofundadas, mas como as escolas não encontram quantidade suficiente no mercado, salas de aula acabam ficando vazias ou docentes de uma área são improvisados em outras para as quais não têm formação adequada.



A primeira opção é mais comum nas redes públicas. Alan Henrique Meira dos Santos, de 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio na escola estadual Irma Annette Marlene Fernandez de Mello, zona leste de São Paulo, afirma que a falta de aulas por ausência de professor é o maior problema que enfrenta para aprender.



O jovem conta que, no ano passado, não teve aula nenhuma sexta-feira. “De português, trocou o professor três vezes e teve aula no máximo durante dois meses”, afirma, enquanto folheia o caderno na tentativa de lembrar de todas as disciplinas que cursa. “Física, o professor vinha, biologia, faltou só um pouco, e filosofia veio quase metade do ano. Inglês, não teve.”



Na ausência do professor específico, as escolas tentam preencher as aulas com o profissional que tem à disposição. Um relatório de 2009 também da Fundação Lemann mostra que menos de 40% dos professores de física, química, artes e inglês do ensino médio são formados na disciplina que ministram. Mesmo em língua portuguesa e matemática, esse porcentual não passa de 70%.




Professores reclamam de baixos salários

A maioria dos brasileiros identifica a falta de motivação dos professores como o segundo maior obstáculo à melhoria do ensino nas escolas públicas do país, como revela pesquisa exclusiva do Ibope.




Os professores se queixam de baixos salários, excesso de trabalho e pouco tempo para se qualificar. Esse é o tema da nossa segunda reportagem especial sobre a opinião do brasileiro sobre a educação, com a repórter Janaína Lepri.







Haja voz, haja “braço" e, sobretudo, haja disposição! Se dar aula para uma sala cheia e falante já é difícil, imagine para duas ou três por dia. É uma jornada desgastante para boa parte dos professores de São Paulo. “Para conseguir um salário mínimo digno, a gente precisa se estender às vezes nos três períodos. Isso é desgastante fisicamente, o corpo não aguenta. E aí vem a saúde, tem muito professor afastado, de licença, muito professor readaptado com problemas de saúde mesmo por conta do excesso de trabalho”, conta a professora Viviane Ribeiro Gadotti.



O professor Douglas Mendonça Garin, de Cuiabá, Mato Grosso, sabe bem como é. Ele se divide entre dois empregos. Além do cansaço, reclama que falta tempo para que ele possa estudar. “Nós temos uma mudança constante nos conceitos de educação, então há a necessidade de o professor estar sempre se atualizando”, destaca Douglas.



É difícil também lidar com a participação cada vez menor de muitas famílias na educação de seus filhos. É uma lacuna que, de acordo com uma professora que prefere não se identificar, sobrecarrega a escola. “A escola ensina educação sexual, educação moral, ensina a ler, ensina a escrever, ensina a ter zelo pela natureza. O dever da educação não é só da escola, está garantido em Constituição: escola e família”, aponta.



Em uma estrada a pouco mais de 100 quilômetros de Belém do Pará, quase não passa carro. Por terra e pela água, nós visitamos a região da bacia do Guajará-Mirim para conhecer a realidade de alunos e professores locais. Duas cidades, Vigia e Colares, apresentam uma enorme defasagem em relação às metas de qualidade de ensino estabelecidas pelo movimento Todos pela Educação.



Sentada à janela da escola, a professora Vanda Sueli Gomes não tem muito com que se distrair. Ela deveria estar em aula, mas os alunos foram dispensados mais cedo porque não havia merenda nem material escolar. “Material didático sempre sobra para o nosso bolso, que a gente mesmo tem que dar. Eu compro. Quando precisa de uma cola, eu compro; quando precisa de uma folha, eu compro”, revela.



De folha em folha, vão trocados que fazem falta no salário de R$ 600 por mês. E fica mais distante o desejo de fazer uma faculdade de pedagogia. “Agora tem muita universidade que o pessoal pode pagar, até a distância, mas falta dinheiro. Quero fazer, preciso fazer e tenho que me atualizar”, admite.



Professores desmotivados e mal pagos são o segundo grande problema da educação apontado pela pesquisa do Ibope Inteligência. “Os professores estão esgotados. Não só pelo baixo salário, mas pelas condições de trabalho. Há uma exigência cada vez maior em relação à performance dos professores”, analisa o especialista em educação Rudá Ricci.



De acordo com dados do Ministério da Educação, dos cerca de 1,6 milhão de professores da rede pública, 600 mil não possuem graduação ou atuam em áreas diferentes daquelas em que se formaram. O MEC promete melhorar essa situação com investimentos de R$ 1 bilhão voltado para a formação dos professores nos próximos três anos. “Nós precisamos é dar mais tempo, qualificar esse tempo de trabalho dos professores”, enfatiza o especialista Rudá Ricci.



Na vila pesqueira de Itapuá, no Pará, o tempo também passa devagar. Tão devagar, que a educação por lá quase não muda. As professoras responsáveis pela alfabetização são as mesmas há 30 anos. “Há momentos em que dá para desanimar. Quando é à tarde, a criança chega aqui com uma preguiça de escrever. ‘Meu filho, o que você tem?’ ‘Ah, eu estou com fome, hoje não almocei’. É que às vezes não tem a merenda na escola. Sempre vem a merenda, mas tem dia que não tem. E é difícil essa situação, aí a gente tem que ser artista”, diz a professora Antonia Ferreira Coutinho.



Com quase 25 anos de trabalho, a professora Maria Neli Souza ainda usa alguns dos livros com os quais começou a dar aulas. “Uso para fazer leitura, fazer trabalho com eles, no caso, texto. Tiro texto daí e vou montar com eles. A versão já está desatualizada, mas tem muita coisa que dá para aproveitar”, acredita.



Só ela recebe salário na casa onde também moram o marido e as duas filhas. Para ganhar um pouco mais, a professora dá aulas em dois períodos e, nas folgas, extrai polpa de frutas para vender. Agora, ela se prepara para a aposentadoria. Mesmo com todas as dificuldades, tem orgulho ao olhar para trás. “Deixei muitas marcas de aprendizagem, porque a gente educar uma criança de primeira série como eu comecei, a pegar na mãozinha para fazer o A, fazer o B. Há crianças que até hoje me chamam: 'Tia!'. É aquela alegria toda, me abraçam, me beijam, graças a Deus. Acho que valeu a pena a minha experiência de trabalho, minha profissão foi ótima”, avalia.



A pesquisa foi feita pelo Ibope a pedido da Confederação Nacional da Indústria e do movimento Todos pela Educação. Nesta quarta-feira, na última reportagem especial, a repórter Janaína Lepri vai falar da baixa qualidade do ensino, o terceiro maior problema da educação pública de acordo com os brasileiros.



O salário médio do professor brasileiro


O salário médio do professor brasileiro em início de carreira é o terceiro mais baixo em um total de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento comparados em um estudo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) divulgado no sábado em Paris.




Segundo o estudo, apenas Peru e Indonésia pagam salários menores a seus professores no ensino primário - que equivale a 1ª à 6ª série do ensino fundamental - do que o Brasil. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624. No Peru, esse valor chega a US$ 4.752. No Brasil é de US$ 4.818. O valor no Brasil é metade do encontrado nos vizinhos Uruguai (US$ 9.842) e Argentina (US$ 9.857) e muito abaixo da média dos países desenvolvidos, onde o maior salário nesse nível de ensino foi encontrado na Suíça (US$ 33.209).



O resultado do Brasil melhora um pouco quando se compara os salários no topo da escala de professores do ensino médio. Nesse nível de ensino, há sete países que pagam salários mais baixos do que o Brasil, em um total de 38.



Para chegar a esses valores, a Unesco usou 99 como ano para comparação. Os valores em dólares foram calculados considerando o PPP (sigla em inglês para poder de paridade de compra). Esse indicador leva em conta o custo de vida em cada país. Por isso, o salário em dólar de um professor, segundo o estudo, não pode simplesmente ser convertido para real com base na cotação oficial.



"A formação dos educadores é praticamente feita por eles mesmos. Quem ganha tem de assumir até três empregos e não pode se dedicar. Há relação direta entre salário do professor e desempenho dos alunos", diz Juçara Dutra Vieira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Em São Paulo, o acúmulo de aulas em escolas públicas chega a 64 aulas semanais.



Os autores do estudo citam como um problema comum em quase todos os países o aumento da relação de alunos/professor em sala de aula. Esse e outros fatores, segundo a Unesco, contribuem para a decadência das condições de trabalho e desencorajam novos professores.



Segundo a Unesco, o estudo deixa claro que em países em que as condições de trabalho dos professores são boas, a qualidade da educação tende a ser melhor.



No caso da relação de alunos/ professor, o estudo citou também dados de países muito pobres. Em alguns deles, como Congo, Moçambique e Senegal, a relação chega a 70 alunos/professor.



Na comparação entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento - o que deixa de fora a maioria dos países da África e os mais pobres da Ásia - o Brasil também tem um resultado muito inferior à média das demais. De um total de 43 países onde foi possível comparar o indicador, o Brasil apresentou a sexta maior média de alunos/professor no ensino primário: 28,9.



No ensino médio, o Brasil tem a maior relação (38,6) na comparação com 33 nações desenvolvidas e em desenvolvimento.



O número total de países comparados varia conforme o indicador porque alguns deles não têm estatísticas para comparação.



Segundo o diretor do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), Ulysses Cidade Semeghini, o MEC tem tentado fazer com que seja adotado um aumento efetivo nos salários.



O fundo redistribui recursos a Estados e municípios de acordo com o número matrículas. Por lei, 60% da verba deve ser gasta com remuneração de professores.



De acordo com o Fundef, de 98 a 2000, o salário médio nacional aumentou 30% (no Nordeste, 60%). "Os salários sem dúvida são baixos. É uma lástima. Mas houve uma melhora significativa", disse o diretor do fundo.







Fonte: Folha de S. Paulo / ANDES-SN.








Nesse dia do professor precisamosNa Universidade Federal do Piauí tem professores muito bons e capacitados. Mas na UFPI é o aluno que se faz. O professor podia ir mais além, mas não vai. Muitos deles tem outro emprego e não dão o melhor de si quando vem ministrar aula. O departamento do meu curso [Jornalismo], por exemplo, está defasado. Até mesmo para conseguir bolsa de pesquisa com professor doutor é difícil, pois não temos muito acesso a eles.




 comemorar a garra e a dedicação desses profissionais. Para dá aula nós temos que estar sempre nos atualizando, ter muita dedicação, planejar, pesquisar, para que sejamos um bom profissional. No que se refere à reclamação, a mais recorrente é sempre em relação ao salário, que é baixo e, por conta disso, nós temos que trabalhar mais, para aumentar a renda e acaba sobrando pouco tempo para a família. Isso torna a profissão mais estressante. O professor deveria ser mais valorizado.




Professor não é coitado

Professor não é coitado




(15 / 12 / 2007) - Autoria de Cel Araujo - Última Atualização (15 / 12 / 2007)



"Certamente há muito que melhorar, mas é igualmente certo que o nosso professorado não trabalha em

condições infra-estruturais sofríveis. A idéia de um professor acuado pela violência também não se confirma quando

contrastada com a frieza dos dados"O professor brasileiro é um herói. Batalha com afinco contra tudo e todos em prol de

uma educação de qualidade em um país que não se importa com o tema, ensinando em salas hiperlotadas de escolas em

péssimo estado de conservação. Tem de trabalhar em dois ou três lugares, com uma carga horária exaustiva. Ganha

um salário de fome, é constantemente acossado pela indisciplina e desinteresse dos alunos e não conta com o apoio

dos pais, da comunidade, do governo e da sociedade em geral.Se você tem lido a imprensa brasileira nos últimos

vinte anos, provavelmente é assim que você pensa. Permita-me gerar dúvidas.



Segundo a última Sinopse Estatística do Ensino Superior, em 2005 havia 904.000 alunos matriculados em cursos da

área de educação, ou o equivalente a 20% do total de alunos do país. É a área de estudo mais popular, deixando para

trás gerenciamento e administração (704.000) e direito (565.000). Ademais, é uma área que só faz crescer: em 2001,

eram 653.000 alunos – um aumento de quase 40% em apenas quatro anos. No mercado profissional, os

números do professorado também são mastodônticos. Segundo dados da última Pnad tabulados por Simon

Schwartzman, há 2,9 milhões de professores em todo o país. É provavelmente a categoria profissional mais numerosa.

Surge o questionamento: se a carreira de professor é esse inferno que se pinta, por que tantas pessoas optam por ela?

Pior: por que esse interesse aumenta ano a ano? Seria uma categoria que atrai masoquistas? Ou desinformados? A

resposta é mais simples: porque a realidade da carreira de professor é bastante diferente da imagem difundida.

A maioria dos professores trabalha em apenas uma escola. Segundo o Perfil dos Professores Brasileiros, ampla

pesquisa realizada pela Unesco, 58,5% têm apenas um local de trabalho. Os que fazem dupla jornada são pouco

menos de um terço: 32,2%. Só 9%, portanto, trabalham em três escolas ou mais. Sua carga horária também não é das

mais massacrantes: 31% trabalham entre uma e vinte horas em sala de aula por semana, 54% ficam entre 21 e

quarenta horas e o restante trabalha mais de quarenta horas.

Os professores costumam argumentar que seu trabalho se estende para fora da sala de aula, com correção de tarefas,

preparação de aulas etc. Nisso, não são diferentes de todos os outros profissionais liberais – qual o médico que

não estuda fora do consultório ou o advogado que não pesquisa a legislação nos horários fora do escritório?

O que os representantes da categoria não costumam mencionar são as vantagens da profissão: as férias longas, a

estabilidade no emprego e o regime especial de aposentadoria (80% são funcionários públicos) e, sobretudo, a

regulamentação frouxa. No estado de São Paulo, 13% dos professores da rede estadual faltam a cada dia, contra 1%

daqueles da rede privada. Há um amontoado de proteções jurídicas para que essa ausência não redunde em perda

salarial – infelizmente, não conseguimos blindar o aprendizado dos alunos contra as faltas docentes.

Não é correta, também, a idéia de que os professores trabalham em estabelecimentos superlotados. Segundo os

dados oficiais, há 27 alunos por turma no ensino fundamental (de 1ª a 8ª série). A relação só sobe nos três anos do

ensino médio, para 37 alunos por turma – dentro da normalidade, portanto.

Tampouco procede a idéia de que as escolas não tenham as condições mínimas de infra-estrutura para a realização de

aulas. As histórias de escolas de lona ou de lata rendem muito noticiário justamente por serem a exceção, a aberração.

Mais de 90% de nossas escolas de ensino fundamental têm banheiro, água encanada e esgoto, e 87% contam com

eletricidade. Quase um terço tem quadra esportiva, e 42% dispõem de computadores. Certamente há muito que

melhorar, mas é igualmente certo que o nosso professorado não trabalha em condições infra-estruturais sofríveis.

A idéia de um professor acuado pela violência também não se confirma quando contrastada com a frieza dos dados.

Questionário respondido pelos professores quando da aplicação do Saeb, o teste do ensino básico, revela que apenas

3% deles haviam visto, em toda a sua carreira, alunos com armas de fogo, que só 5,4% dos professores já foram

ameaçados e 0,7% sofreu agressão de aluno. São incidentes lamentáveis e que devem ser punidos com todo o rigor da

lei. Essa quantidade de problemas, porém, está longe de indicar uma epidemia de violência tomando conta das

nossas escolas. Finalmente, a questão crucial: o salário.

Há uma idéia encravada na mente do brasileiro de que professor ganha pouco, uma mixaria. É verdade que o

professor brasileiro tem um salário absoluto baixo – o que se explica pelo fato de ele ser brasileiro, não

professor. Somos um país pobre, com uma massa salarial baixa. O professor tem um contracheque de valor baixo,

assim como médicos, carteiros, bancários, jornalistas e todas as demais categorias profissionais do país, com exceção

de congressistas (e suas amantes). Quando estudos econométricos comparam o salário dos professores com o das

outras carreiras, levando em consideração a jornada laboral e as características pessoais dos trabalhadores, não há

diferença para a categoria dos docentes.

Ou seja, os professores ganham aquilo que é compatível com a sua formação e o seu trabalho, e ganhariam valor

semelhante se optassem por outra carreira. Quando se leva em conta a diferença de férias e aposentadoria, o salário

do professor é mais alto do que o do restante. Estudo recente de Samuel Pessôa e Fernando de Holanda, da FGV,

também mostrou que o salário do professor de escola pública é mais alto do que aquele recebido por seu colega de

escola particular. Achados semelhantes emergem quando se compara o professor brasileiro com aquele de outros

países. Enquanto aqui ele ganha o equivalente a 1,5 vez a renda média do país, a média dos países da OCDE (que têm

a melhor educação do planeta) é de 1,3.

Na América do Sul, os países com qualidade de ensino melhor que a brasileira têm professores que recebem

menos: 0,85 na Argentina, 0,75 no Uruguai e 1,25 no Chile. Esses são dados um pouco defasados, de 2005. É provável

que atualmente o quadro seja ainda melhor, pois os estudos sobre o tema mostram que os rendimentos dos professores

vêm aumentando, à medida que mais deles têm diploma universitário. Segundo os dados da última Pnad colhidos por



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Schwartzman, houve um aumento de 20% nos rendimentos dos professores da rede estadual e de 16% nos da rede

municipal apenas entre 2005 e 2006.

Apesar de todos esses dados estarem amplamente disponíveis, perdura a visão de que o professor é um coitado e/ou

um herói, fazendo esforços hercúleos para carregar o pobre aluno ladeira acima. Longe de ser uma questão apenas

semântica ou psicológica, essa caracterização do professor é extremamente daninha para o progresso do nosso ensino,

porque ela emperra toda e qualquer agenda de mudança. A literatura empírica aponta que há muito que professores,

diretores e gestores públicos podem fazer para obter melhorias substanciais no aprendizado de nossos alunos, mas é

quase impossível ter qualquer discussão produtiva nesse sentido no Brasil, pois, antes de mais nada, seria necessário

"recuperar a dignidade do magistério", "dar condições mínimas de trabalho aos professores" etc.

A mitificação do nosso professor impede que o vejamos como ele é: um profissional, adulto, consciente de suas

decisões e potencialidades, inserido em uma categoria profissional que, como todas as outras, abriga muita gente

competente, muita gente incompetente e muitos outros medíocres e que, portanto, deve receber não apenas

encorajamento e defesa condescendentes, mas também cobranças e críticas construtivas e avaliações objetivas de seus

méritos e falhas. Só assim melhoraremos o desempenho das nossas escolas e daremos um futuro ao país.

Rev. Veja – 19 Dez 07



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Estudo mostra situação do professor brasileiro

Estudo mostra situação do professor brasileiro


Publicação traz informações sobre remuneração, escolaridade dos docentes, cursos de formação e mercado de trabalho

O Brasil tem mais de 2,6 milhões de professores na educação básica e Superior, responsáveis pela educação de 57,7 milhões de brasileiros. Cerca de 80% dos docentes de ensino infantil, fundamental e médio atuam em escolas públicas e 15% do total estão em escolas rurais. Na educação superior, eles totalizam 220 mil.



Estatísticas dos Professores no Brasil

Veja o estudo



Os dados fazem parte do estudo Estatísticas dos Professores no Brasil, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), com base em dados do Censo Escolar, Censo da Educação Superior, Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE). O texto está disponível no endereço http://www.inep.gov.br/estatisticas/professor2003/ e apresenta uma radiografia bastante ampla da situação do docente brasileiro.



O estudo mostra que um professor que atua na educação infantil ganha, em média, R$ 423. Docentes que lecionam em turmas de 1ª a 4ª série recebem R$ 462 e de 5ª a 8ª, R$ 600. Já um professor que atua no nível médio ganha, em média, R$ 866.



Em relação à infra-estrutura, 45% dos profissionais de educação trabalham em escolas públicas sem biblioteca, 74% em estabelecimentos sem laboratório de informática e cerca de 80% não contam com laboratórios de ciências.



O número de homens e mulheres e o tempo de dedicação ao trabalho variam de acordo com a disciplina e o nível de ensino. Na 4ª série do ensino fundamental, as mulheres representam mais de 90% do quadro profissional no País, nas disciplinas de Português e de Matemática. Já na 3ª série do ensino médio, em Matemática, os homens somam 55% dos docentes.



Os professores com maior carga horária estão na 3ª série do ensino médio, em Língua Portuguesa: 25% deles trabalham mais de 40 horas semanais. A maioria dos docentes tem carga de trabalho semanal superior a 20 horas.



Professor da educação infantil ganha até 20 vezes menos que um juiz

A remuneração de um professor do ensino médio, de R$ 866, é quase a metade do salário de um policial civil e um quarto do que ganha um delegado de polícia no Brasil. Entre o menor salário, o de professor da educação infantil, e o de juiz, a diferença chega a ser de 20 vezes.



As diferenças salariais também são marcantes entre os professores nas diversas regiões do País, sendo que os menores rendimentos estão no Norte e Nordeste. Um professor da Região Sudeste ganha, em média, duas vezes mais que seu colega da Região Nordeste. Na educação infantil, por exemplo, o professor do Sudeste ganha R$ 522 e o do Nordeste, R$ 232. No ensino fundamental de 5ª a 8ª séries os salários são R$ 793 e 373, respectivamente nas Regiões Sudeste e Nordeste.



Segundo o estudo, o salário dos professores é o índice de maior peso no cálculo do custo do aluno. Como a maioria dos professores da Educação Básica encontra-se na rede pública, totalizando 85% das funções docentes, isso implica na necessidade de uma reformulação da política de financiamento.



45% dos docentes lecionam em escolas sem biblioteca

As condições de trabalho em relação à infra-estrutura das escolas da educação básica variam de acordo com a região sendo, de modo geral, insuficientes. Nas escolas públicas brasileiras, 45% dos professores atuam em escolas sem biblioteca. Na Região Nordeste, essa é a realidade para 66% dos mestres.



A existência de laboratório de Ciências, para aulas práticas, configura-se no pior indicador de infra-estrutura. No País, 80% dos docentes trabalham em escolas que não contam com esse suporte pedagógico. Nas Regiões Norte e Nordeste, esta situação atinge 94% dos profissionais.



O número de alunos por turma também é considerado elevado em todos os níveis de ensino. Na creche, por exemplo, a média é de quase 18 alunos por turma. No ensino médio é de mais de 37 sendo que mais de 20% das turmas desse nível de ensino no País possui mais de 40 alunos.



Em relação ao tempo de dedicação ao magistério, a maioria dos docentes tem carga horária semanal superior a 20 horas. Na 3ª série do ensino médio, quase 25% dos professores de Língua Portuguesa e Matemática estão submetidos a uma carga horária superior a 40 horas.



“Independentemente da causa, a dupla ou tripla jornada, com certeza compromete o desempenho do professor, pois concorre com outras atividades que exigem tempo adicional para docência: planejamento das atividades em sala de aula, disponibilidade para oferecer atendimento ao aluno e atividades administrativas relacionadas à escola”, afirmam os autores do estudo Estatísticas dos Professores no Brasil.



Mesmo com avanços, há necessidade de melhoria na escolaridade

A formação dos professores melhorou em todos os níveis de ensino e houve redução dos professores leigos na última década. Contudo, afirma o estudo, “apenas 57% dos docentes que atuavam na pré-escola, ensino fundamental e ensino médio, possuíam formação em nível superior, que seria aquela ideal”.



Na pré-escola, por exemplo, 27% dos 259 mil docentes tinha nível superior, em 2002, contra 17%, em 1991. O índice de profissionais com o fundamental incompleto caiu de 6% para apenas 1%, nesse período. Considerando a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - magistério ou licenciatura - 91% dos professores que atuam nesse nível de ensino possuem a formação adequada.



No ensino médio, das 469 mil funções docentes, 89% têm a graduação completa e 79% deles a licenciatura. Neste nível de ensino, no entanto, quase 11% dos docentes ainda possui somente o ensino médio completo, indicando a necessidade de maiores investimentos em formação.



Na educação superior, do total de professores em 2001, 54% tinha mestrado ou doutorado concluídos, 31% possui especialização e cerca de 15% concluíram somente a graduação. Em 1991, o percentual de mestres e doutores era de 35%, 19 pontos percentuais menor.



Crescimento da licenciatura não supera demanda por professores

Nos últimos anos, o número de ingressos nos cursos de graduação que oferecem licenciatura mais que dobrou passando de 166 mil, em 1991, para 362 mil, em 2002. Neste período a matrícula cresceu de 556 mil para 1.059 mil e o número de cursos passou de 2.512 para 5.880, com uma grande participação da rede pública, que concentra 3.116 cursos.



Apesar do aumento no número de licenciados, a estimativa de novos postos para atendimento das metas do PNE mostra que haverá carência de mão-de-obra até 2006. O problema deverá ser maior para as séries finais do ensino fundamental e para o ensino médio, principalmente nas áreas de Física e Química.



Formação continuada ─ Em geral, mais de 80% dos professores da educação básica, de acordo com dados do Saeb, participaram de formação continuada nos últimos dois anos. Essa realidade é similar para todas as regiões do País.



No entanto, o cruzamento dessa informação com os resultados alcançados pelos alunos nas provas de Língua Portuguesa e Matemática do Saeb indica que os cursos de formação continuada aparentemente apresentam pouco impacto no desempenho dos alunos. Segundo o estudo, isso indica “a necessidade de ampliar as pesquisas nessa área e, eventualmente, reorganizar esses cursos, redefinindo seus objetivos e métodos”.



Formação dos docentes é mais precária na zona rural

Lecionam em escolas da área rural brasileira cerca de 354 mil docentes, 15% do total. O campo concentra cerca de 50% dos estabelecimentos de ensino de educação básica, 107 mil, e apenas 14% dos estudantes. As escolas são, geralmente, pequenas e com um único professor que trabalha com turmas multisseriadas.



Em função dessas características, o quadro de carência de pessoal qualificado no meio rural é ainda mais crítico do que na zona urbana. No Brasil, cerca de 9% dos docentes da zona rural que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental têm formação superior. Na zona urbana esse contingente representa 38%.



As Regiões Norte e Nordeste apresentam situação ainda mais problemática. Na Norte, menos de 1% dos professores das séries iniciais do ensino fundamental têm a graduação enquanto na Região Sul chega-se a 23%. Por outro lado, o quantitativo de docentes leigos neste nível de ensino na Região Norte é de 12% e de 4% para a Sul.



Censo permitirá conhecer o número de professores por disciplina

Um número ainda desconhecido nas estatísticas educacionais do País será revelado no Censo dos Profissionais do Magistério: a quantidade de professores por disciplina da educação básica. Com isso, será possível detectar a real demanda de docentes nas escolas. O levantamento começa a ser realizado em novembro, e sua divulgação está prevista para o próximo ano.



Para coletar as informações, o Inep enviará cerca de 2,5 milhões de formulários a 212 mil escolas públicas e privadas. Com o Censo, será conhecido, além do perfil do professor, a prática pedagógica e os recursos disponíveis para a realização do trabalho docente.



O levantamento também vai apresentar com maior exatidão os salários pagos aos professores e aos demais trabalhadores do setor. Possibilitará, ainda, a elaboração de um cadastro para Sistema Nacional de Certificação e Formação Continuada de Professores.



Deverão responder ao Censo os profissionais que exerçam alguma função docente ou de suporte pedagógico direto na escola. Quem atua em mais de um estabelecimento de ensino deverá preencher um formulário em cada escola. O cruzamento dos dados será feito pelo próprio Inep.



Assessoria de Imprensa do Inep: (61) 410-8023 / 8037 / 9563

http://www.inep.gov.br/imprensa/noticias/outras/news03_37.htm

Professores brasileiros ganham 40% a menos do que outros profissionais

Professores brasileiros ganham 40%


a menos do que outros profissionais

Estudo do Banco Mundial diz que dar aulas é profissão considerada de baixa categoria



Priscilla Mendes, do R7, em Brasília.Texto: ..

VALÉRIA GONÇALVEZ - 18.02.2009/AE

Professor de nível universitário em sala de aula na cidade de São Paulo

.

.Publicidade..O salário de um professor de escola pública com diploma universitário equivale a 60% ou dois terços do que recebem os demais profissionais com o mesmo nível de ensino, em média.



A informação foi dada nesta segunda-feira (13) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante o lançamento de um estudo sobre educação lançado pelo Banco Mundial.



- O que nós estamos pretendendo para a próxima década é diminuir a diferença, se possível zerar, entre o salário médio do docente [de escola pública] com nível superior e o salário médio dos demais profissionais não docentes, porque hoje o professor ganha em média 60% do que ganham os profissionais de outras áreas.



A pesquisa do Banco Mundial conclui que, no Brasil, a carreira de professor tornou-se uma profissão de “baixa categoria”, que não consegue atrair candidatos de alto rendimento acadêmico.



- Os dados indicam que os professores são recrutados do terço inferior dos estudantes do ensino médio [os que têm notas mais baixas], contrastando com Cingapura, Coreia e Finlândia, onde os professores vêm do terço superior [com notas mais altas].



A pesquisa mostrou ainda que os professores brasileiros usam grande parte do tempo em sala de aula com atividades que não são ensinar o conteúdo, como fazer a chamada e recolher os deveres de casa, e usam pouco dos materiais de aprendizagem disponíveis.





Confira também

Professores precisam de mais preparo





Avaliações do Brasil estão entre melhores





"Enem para docentes" terá consulta pública

...Nas escolas municipais do Rio de Janeiro, o tempo dedicado às atividades de administração da sala de aula chegam a ocupar 31% da duração total da aula. A recomendação da OCDE é de 15%, no máximo.



"Enem" para professores



Haddad criticou a forma de ingresso na carreira de magistrado e declarou que o governo pretende criar uma prova nacional de seleção, uma espécie de "Enem" para professores, conforme já havia sido anunciado em maio pelo R7.



Essa intenção está formalizada no PNE (Plano Nacional de Educação), que deverá ser enviado pelo presidente Lula ao Congresso nacional nesta quarta-feira (15).



- No Brasil, não há critério para ingresso adequado na carreira. Os concursos [para professor] são malfeitos, há muitos temporários trabalhando [pelo país]. Então, nós queremos fazer uma prova nacional de ingresso na carreira docente, e aliar isso a uma profissão mais valorizada para que, ao mesmo tempo em que melhorem as condições salariais, também haja melhora na qualificação dos profissionais.



Michele Gragnolati, diretor de operações e desenvolvimento do Banco Mundial, reafirma que o Brasil precisa valorizar os professores. Ele classifica o desempenho geral do Brasil em educação como "impressionante".



- É importante exigir o recrutamento do indivíduo de mais alta capacidade, apoiar o melhoramento contínuo da prática e recompensar pelo desempenho.



Tabu



Para o ministro Fernando Haddad, a missão de atrair jovens para se tornarem professores enfrenta outro obstáculo: o tabu de que a carreira ganha mal.



- Mesmo quando nós atingirmos um patamar adequado de salário, ainda vai ficar no imaginário da sociedade, por algum tempo, uma visão carregada pela história de que a desvantagem [de remuneração] existe. [...] Para chegar na cabeça dos jovens, que ouvem de seus pais que a profissão de professor não é interessante, para essa cultura mudar, nós vamos ter que mudar a realidade e mudar no imaginário da sociedade a visão que se tem da carreira do magistério.


http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/professores-brasileiros-ganham-40-a-menos-do-que-outros-profissionais-20101214.html