Brasília - A Fundação Nacional de Saúde
(Funasa), a Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre) e o Ministério da
Saúde foram notificados pelo Ministério Público Federal no Acre (MPF/AC), que
orientou os órgãos sobre o procedimento a ser adotado em relação aos servidores
e ex-servidores da extinta Superintendência de Campanhas de Saúde Pública
(Sucam) e da Funasa que possam ter sido expostos a situações de risco por conta
do contato com o DDT, substância usada para combater o mosquito transmissor da
malária.
Em carta aberta divulgada no início deste mês, funcionários da
antiga Sucam pediram que autoridades do estado tomassem providências com relação
a doenças possivelmente causadas por essa exposição sem o devido equipamento de
proteção individual.
Na recomendação, o MPF trata sobre os procedimentos a serem adotados para disponibilizar o tratamento adequado a esses servidores.
Na recomendação, o MPF trata sobre os procedimentos a serem adotados para disponibilizar o tratamento adequado a esses servidores.
À Funasa, foi recomendado que seja fornecido a
todos os funcionários e ex-funcionários que começaram a trabalhar para a
fundação antes de 1998 no Acre o exame de cromatografia em fase gasosa – para
detectar a infecção por DDT. O exame deve ser feito em dois laboratórios de
renome nacional. O MPF também orientou que seja criada uma comissão estadual de
especialistas, para planejar o tratamento e acompanhamento médicos dos que foram
contaminados pelo DDT.
Além disso, a fundação deve ressarcir os gastos
com exames e tratamentos de saúde que já foram realizados pelos servidores, que
tenham relação mesmo que indireta, com a exposição à substância.
Uma outra comissão deve ser formada pelo
Ministério da Saúde, para estudar os efeitos do DDT na saúde humana e propor
padrões de exames e tratamentos aos trabalhadores que tenham sido expostos ao
produto.
Já a Sesacre deve disponibilizar o exame
laboratorial de cromatografia, bem como os demais exames necessários e também o
tratamento médico adequado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na forma
determinada pela comissão estadual de especialistas ou pelo médico responsável
pelo acompanhamento do paciente.
Além dos dispositivos constitucionais que
garantem o direito à vida e à saúde, o MPF levou em consideração para a
recomendação denúncias de graves danos à saúde de ex-funcionários e familiares.
O DDT foi banido da agricultura em 1985, por conta da comprovação dos danos
ambientais potencializados pelo inseticida, e o manejo foi proibido em saúde
pública em 1998.
A própria Funasa reconheceu que, entre 1994 e
2008, 37 ex-funcionários seus morreram no Acre, sendo 14 deles aposentados e 23
na ativa, por causas diversas, com suspeitas de que várias dessas mortes podem
ter tido como causa a exposição ao DDT. Outras 12 pessoas alegam estar doentes
pelos mesmos motivos.
Servidores da Funasa alegam intoxicação
por DDT para pedir indenização
Ana Luiza Zenker
Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
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