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Servidor que sempre contestou contaminação do DDT é nomeado para fazer leitura de exames
Ray Melo
Com a extinção da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), os funcionários que combateram a proliferação do mosquito da malária nos seringais e centros urbanos do Acre, foram herdados pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Um espólio que nunca foi aceito pela instituição, que recebeu pessoas com sérios problemas de saúde pela exposição ao DDT (dicloro difenil tricloretano), pesticida usado durante anos sem proteção adequada, fato que acarretou a contaminação de centenas de funcionários no Acre.
Na última sexta, 03, durante uma reunião com o representante do Ministério Público Federal, em Rio Branco, procurador da República, Ricardo Gralha Massia, a Funasa se comprometeu de montar uma comissão para avaliar os exames e proceder às imediatas providências, no tratamento dos ex-guardas. Estiveram presente no auditório da entidade, mais de 200 ex-funcionários, que ouviram todos os detalhes da ação judicial, recomendando todos os procedimentos necessários por parte do Estado e da instituição pública federal.
Na manhã de terça-feira, 07, o deputado Walter Prado ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa para expor a revolta dos ex-servidores, quanto à nomeação da pessoa nomeada pela Funasa, para fazer a leitura das cromatografias, exames utilizados para detectar a presença do DDT no organismo. Trata-se do diretor de Recursos Humanos da instituição, Adalberto Fulgêncio, que não reconhece que tenha havido casos de intoxicação por DDT no Acre. Segundo ele, baseado em casos semelhantes ocorridos em outros Estados do país, há poucas possibilidades de que se trata de intoxicação por DDT, mas que o Governo Federal se compromete a fornecer o tratamento adequado se houver a comprovação por exame de cromatografia gasosa.
Fulgêncio esteve presente em todas as reuniões que discutiram o problema dos ex-guardas, em nível federal, sempre defendendo a posição da Funasa, contrária a contaminação, alegando que o pesticida não entra pela epiderme, nem pela via nasal, e para uma possível contaminação seria necessária a ingestão da substância, chegando a agir com ironia em certas ocasiões.
A indignação dos ex-funcionários é pela falta de transparência. Segundo Walter Prado, o indicado precisa ter neutralidade para analisar os exames, a nomeação de Fulgêncio, favorecerá a Funasa, por se tratar de um funcionário da empresa, podendo acarretar o prejuízo de centenas de funcionários que há anos sofrem os efeitos da contaminação.
“Está indicação prejudica não só os ex-guardas, mas pode desmoralizar todo o trabalho da comissão de sindicância da Aleac. Saindo a confirmação, entrarei pessoalmente com uma ação na Justiça. Não se pode brincar com interesses de trabalhadores, principalmente quando estes trabalhadores deram suas vidas por uma causa. Este homem afirmou em outras oportunidades que foram realizados 119 exames no Adolfo Lutz, e todos resultaram em negativo. Além disso, a Funasa anulou todas as decisões liminares que a obrigavam a pagar despesas por suspeita de intoxicação. Como podemos confiar na imparcialidade deste cidadão, se sua função em todos os momentos foi defender a Funasa. Vamos brigar para a indicação de uma pessoa neutra, comprometida apenas com a verdade, sem amarras institucionais” diz Prado.
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