Os funcionários, que atuavam no controle de
endemias, especialmente a malária, na região Norte, tanto na antiga
Superintendência de Campanha de Saúde Pública (Sucam) quanto na Funasa, também
reivindicam mudanças na legislação, permitindo que as mulheres se aposentem com
25 anos de serviço e 50 de idade, e os homens, com 30 anos de serviço e 55 de
idade.
Waldyr Madruga, servidor da fundação, que
trabalhava com o inseticida no combate ao mosquito vetor, conta que ele e os
companheiros de trabalho costumavam ficar até 12 horas seguidas por dia em
contato com o produto “e sem máscara, sem luva, sem nada”. Por telefone, ele
disse que participou das ações de prevenção da malária, com o DDT, por três
anos, de 1986 a 1989.
A substância foi utilizada no Brasil por quase
50 anos. Na Funasa, o uso se estendeu até 1998. “Até 1998, a Funasa dava
capacitação, dava equipamento de proteção individual, orientação de como
deveriam ser utilizados todos os insumos no combate a qualquer vetor”, afirmou o
coordenador de Recursos Humanos da fundação, Adalberto Fulgêncio.
De acordo com exames feitos pelos servidores em
um laboratório de Brasília, a quantidade de DDT no sangue deles chega a até
quase 10 vezes o índice considerado normal no ser humano. A concentração elevada
estaria causando sintomas como paralisia de membros, degeneração nas
articulações, alterações neurológicas, dores nos membros, desmaios.
Algumas ações já chegaram a ser impetradas por
servidores na Justiça, mas a Funasa alega que até agora não se comprovou a
relação de causa e conseqüência entre a exposição ao DDT e as doenças alegadas
pelos funcionários. O que eles mais querem não é nem a indenização em dinheiro,
mas a garantia de tratamento. “Nós estamos preocupados é com o nosso futuro”,
diz Waldyr. E completa: “Nós temos documentos, temos os laudos médicos e
tudo”.
O que Adalberto Fulgêncio alega é que um estudo
feito, em colaboração com o Instituto Adolpho Lutz, em 119 servidores da Funasa
no Pará não comprovou intoxicação, mas mostrou que os problemas de saúde “estão
muito mais relacionados ao modo de vida que eles [servidores]
tinham”.
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