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Waldyr Madruga, servidor da fundação, que
trabalhava com o inseticida no combate ao mosquito vetor, conta que ele e os
companheiros de trabalho costumavam ficar até 12 horas seguidas por dia em
contato com o produto “e sem máscara, sem luva, sem nada”. Por telefone, ele
disse que participou das ações de prevenção da malária, com o DDT, por três
anos, de 1986 a 1989.
A substância foi utilizada no Brasil por quase
50 anos. Na Funasa, o uso se estendeu até 1998. “Até 1998, a Funasa dava
capacitação, dava equipamento de proteção individual, orientação de como
deveriam ser utilizados todos os insumos no combate a qualquer vetor”, afirmou o
coordenador de Recursos Humanos da fundação, Adalberto Fulgêncio.
De acordo com exames feitos pelos servidores em
um laboratório de Brasília, a quantidade de DDT no sangue deles chega a até
quase 10 vezes o índice considerado normal no ser humano. A concentração elevada
estaria causando sintomas como paralisia de membros, degeneração nas
articulações, alterações neurológicas, dores nos membros, desmaios.
Algumas ações já chegaram a ser impetradas por
servidores na Justiça, mas a Funasa alega que até agora não se comprovou a
relação de causa e conseqüência entre a exposição ao DDT e as doenças alegadas
pelos funcionários. O que eles mais querem não é nem a indenização em dinheiro,
mas a garantia de tratamento. “Nós estamos preocupados é com o nosso futuro”,
diz Waldyr. E completa: “Nós temos documentos, temos os laudos médicos e
tudo”.
O que Adalberto Fulgêncio alega é que um estudo
feito, em colaboração com o Instituto Adolpho Lutz, em 119 servidores da Funasa
no Pará não comprovou intoxicação, mas mostrou que os problemas de saúde “estão
muito mais relacionados ao modo de vida que eles [servidores]
tinham”.
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