O inseticida DDT
Por: Jennifer Rocha Vargas Fogaça
O inseticida conhecido comercialmente como DDT é o haleto orgânico de nomenclatura usual diclorodifeniltricloetano (nomenclaturas oficiais: 1,1,1-tricloro-2,2-di (p-clorofenil) etano, ou ainda, 1,1’ – (2,2,2,-tricloroetilideno)bis(4-clorobenzeno)). Sua fórmula estrutural está representada a seguir:
Esse composto foi sintetizado pela primeira vez por um estudante austríaco em 1873, mas não recebeu muita atenção até o ano de 1939, quando foi patenteado pelo químico suíço Paul Hermann Müller (1899-1965), que mostrou que essa substância era eficaz contra uma ampla diversidade de pragas.
Ele foi usado pela primeira vez em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, a fim de proteger os soldados nas regiões tropicais e subtropicais da África e da Ásia por combater o mosquito transmissor da malária e outras doenças, como a febre amarela, além de impedir também que piolhos transmitam a tifo.
O uso desse inseticida divide opiniões e continua sendo um assunto bastante polêmico.
Os defensores do uso do DDT alegam que além dele ser um inseticida de baixo custo, o seu uso é eficaz e compensa, baseando-se em alguns dados. Por exemplo, em 1948, havia 2,8 milhões de casos de malária, mas depois do uso do DDT, esse número foi reduzido drasticamente. Em 1963, havia apenas 17 casos. Antes do uso do DDT, cerca de 2 milhões de pessoas morriam por ano de malária.
Além disso, eles apontam que o seu uso adequado (somente no interior dos muros das casas e não de forma indiscriminada no meio ambiente) não causa danos, pois ele só é persistente em lugares secos, escuros e livres de micro-organismos; do contrário, ele perde sua toxidade em duas semanas.
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No entanto, o uso do inseticida DDT foi fortemente combatido com alegações de que ele é um composto organoclorado, que se acumula nos organismos vivos e que possui alta estabilidade, demorando muito para ser degradado no meio ambiente.
Um ataque frontal ao DDT se deu em 1962, quando Rachel Carson lançou o livro Primavera silenciosa, onde ele foi chamado de “elixir da morte”.
As principais denúncias contra o DDT são de que ele contamina o meio ambiente e o organismo de seres humanos e animais, de que ele dizima populações inteiras de aves, focas, entre outros animais, que ele ataca as cascas dos ovos das aves, que ele pode causar câncer nos seres humanos, de que ele altera os níveis hormonais, provocando feminilização de machos, defeitos congênitos, infertilidade, depressão do sistema imunológico e comprometimento das funções mentais.
Devido a esses e outros fatores, o DDT foi banido de muitos países e o seu uso é bastante controlado nos demais, sendo necessária a autorização e supervisão de um agrônomo na compra e utilização, bem como a assinatura de um documento de comprometimento de uso do DDT na dosagem indicada e de equipamentos de proteção individual.
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