O SR. GERSON CAMATA (PMDB – ES. Sem
apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e
Srs. Senadores, durante décadas, funcionários da hoje
extinta Sucam, a Superintendência de Campanhas
de Saúde Pública, incorporada em 1990 à Funasa,
Fundação Nacional de Saúde, percorreram lugares
remotos, de Norte a Sul do imenso território brasileiro.
Conhecidos pelo povo como “mata-mosquitos”, eles
trabalharam em campanhas de combate e controle
de doenças como malária, febre amarela, dengue e
leishmaniose.
Para eliminar os vetores dessas endemias, os
mata-mosquitos manusearam inseticidas altamente
tóxicos – organofosforados como Malathion, organoclorados
como BHC e DDT, além de piretróides. Não
receberam qualquer orientação sobre o manuseio de
produtos tão perigosos, nem equipamentos de que os
protegessem de contaminação.
Os antigos guardas da Sucam contam que sua
única proteção era um capacete de alumínio. As bombas
que continham DDT eram lavadas em rios. Alguns
deles relatam que comiam os peixes que morriam devido
aos resíduos do inseticida, sem saber que estavam
se contaminando ainda mais.
Os macacões de trabalho eram compartilhados
com colegas e depois levados para casa, para serem
lavados por suas mulheres, que também eram
contaminadas pelo contato freqüente com as roupas.
No trabalho, seus alojamentos eram usados também
para estocar o DDT, e o baldo empregado na dissolução
do inseticida era o mesmo usado para carregar
a água de beber.
Esses homens ajudaram a salvar milhares de vidas,
mas, depois de manusearem inseticidas durante
décadas, comprometeram de maneira irremediável sua
saúde. Muitos morreram precocemente, envenenados
aos poucos pelos produtos químicos. Outros vivem
com seqüelas que exigem tratamento permanente e
remédios caros. Estão condenados a uma morte lenta
e dolorosa.
O poder de contaminação do DDT é tão grande
que há casos de presença do inseticida detectada no
organismo de funcionários que se limitavam a manipular
as fichas de relatório entregues pelos matamosquitos.
As conseqüências da contaminação são
inúmeras. Podem ser citadas, entre outras, tonturas,
dores de cabeça, vômitos, dificuldades respiratórias,
convulsões, hipertensão, amnésia, distúrbios nos sistemas
nervoso, hormonal e reprodutivo... Alguns estudos
sugerem que é cancerígeno.
Tantos são os efeitos nocivos que o uso do DDT
foi proibido nos Estados Unidos, por volta dos anos
1970. No Brasil, ele deixou de ser usado na agricultura
na década de 1980, e na área da saúde em 1990, mas
acredita-se que a Sucam só abandonou seu emprego
alguns anos depois. Numa época em que o DDT já estava
proibido em praticamente todos os países desenvolvidos,
ele ainda fazia parte do arsenal de combate
a endemias em nosso país. É claro que pagamos um
preço pela demora em banir seu uso.
Nos últimos dias, recebi várias mensagens de
funcionários da antiga Sucam, residentes no Interior
do Espírito Santo. Eles relatam seu drama e reivindicam
o direito a aposentadoria especial, com 25 anos
de serviço. Não existem levantamentos sobre a contaminação
em território capixaba, mas sei que em outros
Estados o problema é grave. No Acre, por exemplo,
jornais publicaram reportagens estimando em 114 as
mortes de guardas da Sucam provocadas pela contaminação
por DDT, de 1994 até hoje. No Sul e Sudeste
do Pará, calcula-se que pelo menos 16 mortes foram
causadas por contaminação.
Os relatos dos funcionários permitem deduzir
que nunca houve preocupação com a capacitação profissional
do servidor que lidava com inseticidas, nem
com o fornecimento de máscaras, luvas ou qualquer
proteção, com a realização de exames periódicos ou
com o monitoramento dos resíduos no ambiente e com
o armazenamento adequado dos produtos.O governo federal deve a esses servidores, como
reparação parcial pelo descaso de que foram vítimas
durante tanto tempo, assistência médica especializada,
com tratamento clínico-hospitalar gratuito e vitalício, e
direito a aposentadoria especial.
Quem serviu ao povo com dedicação, exercendo
seu ofício em condições desfavoráveis e muitas vezes
em ambientes hostis, não merece ser abandonado à
própria sorte, sem o mínimo amparo. A aposentadoria
especial e o tratamento das doenças que contraíram
devido ao seu trabalho são direitos inegáveis dos
guardas da Sucam.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Jefferson Praia. PDT
Só não entendo o porquer de tanta demora para concluir um projeto de tanta importancia para com quem trabalha, os senhores deputados cuidem de votar em favor dos escluidos.
ResponderExcluireu gostaria de fazer os senhores tomares conhecimento desta situação causada pelo DDT essa desgaça mata tudo não é só gente não pelo amor de Deus apressem esses projetos para podermos ver caso queiram o livro que mostra a desgaça que o DDT vausa me retornem atraves do e-mail: antonioa.paiva@hotmail.com.
ResponderExcluirSOU EX SUCANEIRO, MORO EM MUZAMBINHO MG, FICO CONTENTE QUE ALGUÉM SE LEMBROU QUE EXISTIMOS POIS PARA MUITOS,ISTO É, NINGUÉM SABE QUEM SOMOS. ME SINTO EXCLUIDO PELOS POLITICOS E TAMBÉM PELA SOCIEDADE POIS QUANDO SAÍAMOS DE MADRUGADA PARA TRABALHARMOS A PÉ SEM ESTRUTURA ALGUMA, CARREGANDO BALDES, SACOS DE BHC 30%, E MUITOS OUTROS OBJETOS NAS COSTAS E AINDA MUITAS VEZES PASSANDO FOME POIS, TINHAMOS QUE PEDIR COMIDA NAS CASAS TRABALHADAS. PRECISO APENAS DE UM DOCUMENTO PARA PODER CONSEGUIR O TEMPO DE INSALUBRIDADE PARA CONTAGEM DE TEMPO ESPECIAL, MAS É IMPOSSÍVEL PELA BUROCRACÍA E DEMAGOGIA IMPLANTADA PELOS POLÍTICOS. SENHORES DEPUTADOS , O MINIMO QUE PODEM FAZER POR NÓS EX SUCANEIROS É FACILITAR AO MENOS ESTES DOCUMENTOS E POR QUE NÃO A APOSENTADORIA ESPECIAL PARA TODOS QUE CARREGOU NAS COSTAS ESTES INSETICIDAS CLORADOS E FOSFORADOS NA DECADA DE 1980 A 1988,E AINDA TEM UM ELEMENTO QUIMICO QUE CHAMAVAMOS DE PIRIZA PARA DESALOJAR INSETOS [ BARBEIROS, CHUPAÕ AQUI CONHECIDOS], AINDA NÃO FIZ NEM UM TIPO DE EAME MÉDICO OU LABORATORIAL PARA SABER O GRAU DE CONTAMINAÇÃO QUE TENHO,POIS FORAM 06 ANOS TRABALHANDO DIRETO COM BHC, E JA FUI NO ENTERRO DO MEU MELHOR AMIGO DOENÇA CAUSADA PELO BHC MORREU COM 39 ANOS COM CANCER NA COLUNA CERVICAL, LEMBREN-SE AQUI NO INTERIOR DE MINAS TEM MUITOS EX SUCANEIROS QUE NEM SABEM DESTE PROJETO. O QUE DEVO FAZER PARA ME INCLUIR NAS NEGOCIAÇÕES DESTA TÃO ESPERADA GRATIFICAÇÃO POR PARTE DO GOVERNO E AJUDA DOS DEPUTADOS.
ResponderExcluirOla meu amigo de instituição Governamental, para você INCLUIR NAS NEGOCIAÇÕES DESTA TÃO ESPERADA GRATIFICAÇÃO POR PARTE DO GOVERNO E AJUDA DOS DEPUTADOS.
ResponderExcluirEntre em contato com Advogado Wolmy Barbosa de Freitas
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Telefone 62 96193888, 69 99868008