O Dia - 15/02/2018
Na Sapucaí, presidente da Câmara afirmou que não há como deixar servidores de fora da reforma; líderes sindicais protestaram na apuração e disseram que políticos é que têm vantagens
Rio - Mesmo no Carnaval não houve trégua para o debate sobre a Reforma da Previdência. Na Sapucaí, o assunto ganhou destaque em meio aos desfiles das escolas de samba e também na apuração, mostrando que a ‘disputa’ não foi somente entre as agremiações.
Na noite de segunda, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi conferir o espetáculo. Questionado pela Coluna, ele voltou a defender a proposta e disse que não há como deixar os servidores de fora. Por outro lado, ontem, entidades protestaram contra a PEC durante a apuração que ocorreu no Sambódromo.
Maia bateu na tecla de que as regras para a aposentadoria do funcionalismo têm que se igualar às dos trabalhadores do setor privado. E mesmo que o relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), já tenha sinalizado que vai “abrandar” as normas para buscar mais apoio, o democrata disse que “haverá poucas mudanças”.
O parlamentar acrescentou ainda que, agora, é “esperar a redação final”, mas que vai colocar o texto para votar assim que houver votos suficientes para a aprovação. Ele espera levar a PEC ao plenário ainda este mês.
“Apoio para a igualdade do sistema dos servidores para o Regime Geral de Previdência Social já tem, agora é acertar a redação”, disse ele.
Para reforçar seu argumento, Maia apontou para setores da Sapucaí, sugerindo que há privilégios. “A sociedade quer que o servidor se aposente com 65 anos assim como a pessoa que está na arquibancada se aposenta aos 65 com um salário mínimo”.
Entre as alterações, a proposta equipara, progressivamente, a idade mínima do servidor à do INSS, para chegar a 62 anos para mulheres e 65 para homens.
Contrários às mudanças, líderes sindicais dos setores público e privado se uniram na 'Frente Rio Contra a Reforma'. O movimento marcou presença ontem na apuração dos desfiles, na Sapucaí, com faixas críticas à PEC.
“A reforma acusa injustamente os servidores de vilões, quando os privilegiados são os políticos e as castas dos Poderes”, afirmou Márcio Garcia, presidente do Sindpol-Rio e integrante da frente.
Por Paloma Savedra
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