Jornal Extra - 13/02/2018
Em meio à crise no atendimento aos segurados nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devido a falta de servidores, mais um fator pode fazer com que os serviços e a liberação de benefícios, como aposentadorias, fiquem prejudicados. Na última semana, mais de 300 servidores do órgão, em todo o país, tiveram a aposentadoria liberada e publicada no Diário Oficial da União. No Rio, que sofre com o caos no atendimento, mais de 50 segurados deixaram a ativa, o que complica ainda mais a situação dos postos.
Segundo a publicação, oito servidores deixaram a ativa no Rio, entre as gerências executivas Norte e Centro. Já em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde o tempo de espera por atendimento em uma das agências do INSS pode chegar a cinco meses, seis servidores se aposentaram. Em Niterói, nove conseguiram o benefício.
Conforme o EXTRA publicou, em entrevista exclusiva concedida pelo presidente do INSS, Francisco Lopes, existe a possibilidade de que a falta de servidores “vire uma bola de neve e leve à perda de controle na linha de frente da Previdência Social, que é a concessão de aposentadorias, pensões e auxílios”. Segundo informou Lopes, não existe, hoje, indicativo do Ministério do Planejamento de que haverá um novo concurso para o INSS em 2018. Para que o concurso aconteça, destacou, é necessário fazer as contas, botar tudo na ponta do lápis, para ver se será possível uma seleção de servidores ainda esse ano.
Conforme uma fonte ligada ao INSS informou ao EXTRA, a falta de profissionais em alguns postos importantes do Rio levará o atendimento ao colapso a partir de fevereiro.
De acordo com a fonte, entre as agências do Rio, na de Jacarepaguá a situação é caótica: dos 19 servidores em atividade, sete se aposentarão esse mês, e apenas 12 continuam em trabalho, para realizar cerca de 500 agendamentos diários, o que comprometerá a liberação de serviços e benefícios, além de contingenciar a abertura de novas datas para os trabalhadores. Já na Ilha do Governador, apenas um servidor é responsável por pelo menos 100 agendamentos por dia.
Na Baixada Fluminense, a Gerência Executiva de Duque de Caxias também sofre com a carência de servidores, o que aumenta o tempo médio de espera para atendimento, que chega a seis meses. Hoje, dos 541 servidores, 295 já têm direito à aposentadoria, e, segundo uma fonte ligada à gerência, devem fazer o pedido entre fevereiro e março, o que deve impedir a abertura de novas datas para agendamento de serviços. No posto de atendimento de Paracambi, por exemplo, que recebe cerca de 150 pedidos de agendamento por dia, apenas três servidores trabalham no atendimento ao trabalhador.
Por Bruno Dutra
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