Contaminados por DDT: “só vamos parar quando a União reconhecer a sua obrigação”
07 de abril de 2009
“Eu tenho certeza que esta dor vai passar”, disse o ex-combatente da malária José Aguiar, membro da Associação DDT e a Luta Pela Vida, referindo-se às seqüelas provocadas pela intoxicação. O desabafo foi compartilhado por 150 guardas da extinta Sucam, na manhã desta segunda-feira, no Auditório da Funasa, durante um encontro organizado por eles para agradecer o apoio político prestado até aqui pela deputada federal Perpétua Almeida.
Os ex-mata-mosquitos, como eram chamados, comemoram a realização em série de exames que há poucos meses eram considerados impossíveis por falta de apoio no Acre em Brasília. Nesta terça-feira, outros 120 deles conhecerão o resultado dos exames realizados nos laboratórios de Belém e São Paulo. O presidente da associação, Aldo Moura, informou que, “na maioria dos pacientes examinados, os níveis de intoxicação estão acima do permitido pela Organização Mundial de Saúde e há casos de pessoas com altíssima prevalência de DDT no organismo”.
“Agora, vamos ao próximo passo. Pra mim está muito claro que a nossa luta só vai parar quando o governo federal reconhecer que vocês precisam de apoio. Esses exames provam que estamos no caminho certo. Mas é preciso garantir o tratamento a todos que foram expostos ao veneno. Esta é uma questão humanitária”, disse a deputada, que levará para Brasília as cópias dos exames com resultado positivo como prova técnica que será anexada às justificativas do projeto que cobra indenizações em favor dos intoxicados.
A deputada reconheceu o empenho da Secretaria de Saúde, que destacou funcionários para coletar o sangue dos pacientes e criou um laboratório exclusivo para eles na Fundação Hospitalar. Ao secretário de Saúde, Oswaldo Leal, Perpétua Almeida fará um novo apelo, ainda esta semana, para acelerar a leitura dos exames. Mas, na avaliação dela, é inevitável cobrar do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, um pronunciamento oficial como o “homem que cuida da saúde dos brasileiros”. E a audiência com ele pode ocorrer nos próximos dias.
A deputada se disse bastante otimista quanto à aprovação, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, do projeto que obriga o governo a pagar pensão vitalícia aos intoxicados, bem como reparar financeiramente os familiares daqueles que já faleceram. Este benefício foi recomendado, também, pela Assembléia Legislativa do Acre após a investigação em todos os municípios que identificou mais de 120 óbitos em decorrência do DDT no estado. Perpétua comemora o fato de o deputado acreano Henrique Afonso ser o relator da matéria.
Conquistas
Impressionou a memória dos ex-servidores da Funasa no momento de lembrar as conquistas da deputada em torno do assunto, que são as seguintes: o empenho pessoal de Perpétua Almeida, que visitou os pacientes nas suas residências e nos hospitais onde estavam internados; o apoio da imprensa local e nacional; a ação no Ministério Público Federal, movida contra a Funasa por iniciativa do gabinete da deputada, o apoio do Governo do Acre, a mobilização dos produtores da TV Câmara ao Acre, onde foi feito um documentário sobre o assunto; realização de audiência pública no Congresso Nacional, envolvendo especialistas e representantes dos intoxicados do Acre e do Pará; e a audiência com o presidente da Funasa, que determinou a realização dos exames.
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