Governo corta ponto de mais de 11,4 mil servidores em greve em agosto
Folha
de S. Paulo - 21/08/2012
BRASÍLIA
- O governo federal vai cortar o ponto de 11.495 servidores pelos dias não
trabalhados no mês de agosto. De acordo com o Ministério do Planejamento, o
corte no contracheque dos grevistas pode ser integral ou
parcial.
No
mês passado, o número de servidores que tiveram redução no contracheque foi bem
menor: 1.972.
Tanto
em julho como em agosto, não houve corte de ponto dos professores e
técnicos-administrativos das universidades federais. Os reitores decidiram
manter a decisão de não encaminhar à pasta a relação de docentes e servidores
que cruzaram os braços.
Os
professores estão em greve há pouco mais de três meses --em algumas
universidades eles já decidiram retomar
as aulas.
INDEFINIÇÃO
Faltando
dez dias para 31 de agosto, prazo final para envio do orçamento ao Congresso com
a previsão dos gastos com a folha de pagamento em 2013, a situação das greves no
funcionalismo público continua indefinida.
Desde
o início de março, quando começou a campanha salarial desde ano, já foram
realizadas mais de 180 reuniões entre governo e
servidores.
A
informação é da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público
Federal) e foi confirmada pelo Ministério do Planejamento. Apesar dos muitos
encontros e do tempo apertado, ainda não há perspectiva de um acordo e do fim
das paralisações.
O
diálogo entre o governo federal e as representações sindicais dos servidores se
intensificou nos últimos dias. Entre 14 e 17 de de agosto, o secretário de
Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, participou
de cerca de 20 reuniões com lideranças grevistas ou com categorias que ameaçam
cruzar os braços.
Para
esta semana, estão agendados mais 23 encontros. As negociações têm começado
pouco após as 10h e se estendido até a noite e mesmo durante os sábados. No dia
18 ocorreram três reuniões e estão marcados mais encontros para a sexta-feira
(24).
Os
servidores públicos alegam que a dificuldade em chegar a um acordo está
relacionada ao fato de o governo estar se empenhando nas negociações somente
agora, em data próxima do prazo para envio do orçamento.
"As
propostas surgem já na reta final e vêm nessa forma padronizada de aumento
de15,8%
parcelado em três anos", queixa-se Sérgio Ronaldo da Silva, diretor do Condsef,
referindo-se à oferta de reajuste apresentada a maior parte das categorias até o
momento.
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