Protesto de servidores não sensibiliza governo
Antonio
Pita e Débora Álvares
O
Estado de S. Paulo - 25/08/2012
Em
SP, RJ e MG grevistas fizeram manifestações, usando até a réplica do pijama de
Getúlio Vargas, mas Planalto diz que 15,8% é a proposta final
Rio
e São Paulo - Uma passeata com cerca de 500 manifestantes bloqueou ruas e
avenidas na manhã de ontem, no Rio de Janeiro, provocando lentidão no trânsito
na zona norte da cidade. Professores universitários, estudantes, médicos,
servidores da saúde e da cultura participaram do ato diante do Maracanã. Eles
cobraram diálogo e novas propostas de reajuste salarial.
Ao
fim da passeata, os servidores deram um abraço simbólico no câmpus da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ali perto. O objetivo era
prestar solidariedade à greve de professores e estudantes estaduais.
Antes
da manifestação, servidores ligados ao Ministério da Cultura (Minc) também se
manifestaram diante do Museu da República, na zona sul. Eles estenderam diante
do museu uma réplica de 13 metros do pijama usado por Getúlio Vargas no dia de
seu suicídio em um 24 de agosto, há 58 anos.
São
Paulo. Em São Paulo, os protestos foram mais modestos. Agentes da Polícia
Rodoviária Federal se concentraram na frente da Superintendência da corporação,
às margens da Via Dutra. Cerca de 80 grevistas usaram carro de som, apitos,
balões e rojões, mas não ocuparam a via – o trânsito seguiu normal.
Em
Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, servidores da Polícia
Rodoviária em Minas, com funções gratificadas. entregaram os cargos – em forma
de protesto – na sede da 4.ª Superintendência Regional da corporação. Segundo a
Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fena PRF), a corporação
cumpre a determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que proibiu a
operação-padrão da PRF e da PF. Apenas acidentes e situações relacionadas à
segurança são atendidas – não há fiscalizações, boletins de ocorrência, nem
escolta de caminhões com grandes cargas.
Apesar
do anúncio do corte de ponto de 11.495 servidores de várias categorias
paralisadas, os grevistas prometem não se intimidar e manter a greve até que o
governo reabra as negociações.
O
Ministério do Planejamento, no entanto, anunciou que a proposta de aumento de
15,8% parcelado em três anos é a final. Segundo o governo, não há tempo hábil
para avaliar contrapropostas, já que o Projeto de Lei do Orçamento de 2013
precisa ser enviado ao Congresso Nacional até sexta-feira, dia 31 de
agosto.
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