Sindicato que representa minoria dos professores critica maior entidade da categoria
O
Estado de S. Paulo - 23/08/2012
Proifes diz que contraproposta do Andes para encerrar greve é de 'péssima qualidade'
O
Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes)
criticou a contraproposta feita pelo Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes) para encerrar a greve dos docentes das
universidades federais.
Para
o Proifes, a nova proposta, apresentada nesta quinta-feira, 23, é pior porque
não valoriza a titulação do profissional e pode prejudicar a progressão na
carreira. Além disso, custará mais do que a proposta que já foi firmada com o
governo e consta do projeto de Lei de Orçamento Anual (LOA), que será
encaminhado ao Congresso Nacional.
A
contraproposta do Andes já foi negada pelo governo, que reafirmou que as
negociações estão encerradas. No último dia 13, Ministério do Planejamento,
Ministério da Educação (MEC) e Proifes assinaram acordo fechando proposta que
prevê reajustes de 25% a 45% para os professores das
federais.
“Se
fosse uma boa proposta, a gente apoiaria a reabertura das negociações. Mas ela é
de péssima qualidade”, defendeu Gil Vicente Figueiredo, da diretoria do Proifes,
entidade que representa uma parcela menor da categoria.
A
presidente do Andes, Marinalva de Oliveira, afirmou que na contraproposta, os
docentes abrem mão de aumento e dão preferência à reestruturação da carreira. O
documento pede que, a cada degrau de progressão, os professores tenham ajuste de
4% - anteriormente, o percentual desejado era 5%.
De
acordo com o MEC, entretanto, a proposta da entidade prevê um investimento
superior a R$ 10 bilhões, quando a proposta acordada com o Proifes indica o
investimento de R$ 4,2 bilhões até 2015.
Figueiredo
criticou o modelo sugerido pelo Andes de abolir as chamadas classes da carreira
docente e substituí-las por níveis. Para o Proifes, a contraproposta do Andes
desvaloriza a lógica da titulação, em que o professor irá receber salário mais
alto quanto maior for o seu grau de formação, além de dificultar a progressão
para quem está no início da carreira.
De
acordo com os cálculos da entidade, os professores doutores no topo da carreira,
com dedicação exclusiva, receberiam os menores aumentos. “A proposta dá muito
para quem não tem titulação e não incentiva o professor a buscar uma formação
melhor”, disse Figueiredo.
(Agência
Brasil)
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