BSPF - 17/09/2019
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, guindou a reforma administrativa ao patamar de prioridade do Congresso. Declarou que a reforma do sistema tributário, já em andamento, não terá grande serventia se não for acompanhada de uma racionalização das despesas públicas. "As pessoas parecem que não compreenderam que vai ter que ter uma reorganização nas despesas públicas", disse Maia. "Não há retorno para a sociedade. É um problema estrutural da economia brasileira, de falta de produtividade, de serviços públicos ineficientes e caros."
Para Maia, a irracionalidade administrativa do Estado brasileiro é um fenômeno que afugenta os investidores privados. A opção de Maia pela austeridade orna com a realidade do Tesouro Nacional, submetido a uma penúria sem precedentes. Destoa, porém, do comportamento exibido pela Câmara ao aprovar, dias atrás, o projeto que modifica as regras eleitorais e partidárias. Prestes a ser referendada pelo Senado, a proposta flexibiliza o uso de verba pública por políticos e partidos. Pior: cria dificuldades para a fiscalização da Justiça Eleitoral.
Muito pior: abre o caminho para a elevação do fundo eleitoral em 2020 de R$ 1,8 bilhão para R$ 3,7 bilhões. Na barafunda fiscal que paralisa e atordoa o governo, os bilhões que os parlamentares desejam arrastar para o fundo eleitoral representam apenas alguns asteriscos.
Mas espanta a desfaçatez com que os deputados insistem em tratar verba pública como se fosse dinheiro grátis.
Fonte: Blog do Josias
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