BSPF - 10/04/2013
Em debate sobre as relações de trabalho no setor público, 
realizado nesta terça-feira (9) pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), 
representantes dos servidores públicos defenderam a regulamentação da Convenção 
151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em questão, por exemplo, 
estão a organização sindical, a negociação coletiva e o direito de greve dos 
servidores.
O senador Paulo Paim (PT-RS), por sua vez, comprometeu-se a 
consolidar todos os projetos que tratam da regulamentação da Convenção 151, 
ouvindo também as contribuições das entidades de classe. Paim prometeu entregar 
um substitutivo à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa 
(CDH).
O presidente da Confederação dos Servidores Públicos do 
Brasil (CSPB), João Domingos Gomes dos Santos, explicou que a Convenção 151 foi 
homologada pelo Brasil em 1978 e só ratificada pelo Congresso Nacional 30 anos 
depois, em 2008. No entanto, continuou, para que os direitos dos servidores 
sejam efetivados, faz-se necessária a regulamentação do texto, processo que, 
segundo ele, está parado desde 2010.
Consenso desfeito
O processo de regulamentação, explicou, foi reiniciado em 
março deste ano com a assinatura do Decreto 7.944/2013 pela presidente Dilma 
Rousseff. Um texto consensual entre as centrais sindicais e o governo havia sido 
elaborado entre 2008 e 2010, disse o presidente da CSPB. Porém, a partir de 
2010, o consenso foi desfeito e inúmeros projetos pontuais começaram a tramitar 
no Congresso de forma desarticulada. Só sobre direito de greve do servidor, 
exemplificou, “há dezenas de propostas. E não podemos ter a visão simplificada 
de que a convenção se reduz à questão da greve”.
Na avaliação do presidente da CAS, senador Waldemir Moka 
(PMDB-MS), a iniciativa de Paim, que contou com o apoio dos representantes das 
centrais sindicais presentes à audiência, provocará o Poder Executivo para que 
este envie ao Parlamento uma proposta de regulamentação da Convenção 151. Moka 
prometeu designá-lo relator do tema quanto este chegar à CAS.
Frente parlamentar
Uma frente parlamentar mista para tratar da regulamentação 
da Convenção 151 poderá ser criada, por sugestão do senador Rodrigo Rollemberg 
(PSB-DF). Para ele, a legislação é importante para oferecer segurança jurídica 
às relações de trabalho no setor público. A maioria das greves de servidores, 
disse, acontecem pela impossibilidade de negociação com os gestores 
públicos.
Na opinião do senador Jayme Campos (DEM-MT), a 
regulamentação depende de vontade política do Poder Executivo, uma vez que, ao 
chegar no Parlamento, garantiu, a matéria será aprovada em menos de 30 
dias.
Participantes
Participaram da audiência pública o secretário-geral da 
União Internacional de Sindicatos de Servidores Públicos, Sebastião Soares da 
Silva; e os presidentes da Confederação dos Servidores do Poder Legislativo e 
Tribunais de Contas do Brasil, Antonio Carlos Fernandes Júnior; da Confederação 
dos Servidores Públicos do Brasil, João Domingos Gomes dos Santos; da Sindicato 
dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União 
(Sindilegis), Nilton Paixão; da Federação dos Sindicatos dos Servidores e 
Funcionários Públicos das Câmaras de Vereadores, Fundações, Autarquias e 
Prefeituras Municipais do Estado de São Paulo, Aires Ribeiro; da Câmara 
Bipartite Governo-Servidores Públicos, Mauro Zica Júnior; e do Sindicato dos 
Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e 
Tribunal de Contas do Distrito Federal, Ibrahim Yusef.
O especialista em Negociação do Setor Público do 
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos; e 
representantes do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap); e 
do Escritório da Internacional de Serviços Públicos no Brasil também participam 
do debate.
Ainda participam da audiência representantes da União Geral 
dos Trabalhadores; da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, da 
Central Única dos Trabalhadores; da  Central  Geral dos Trabalhadores do Brasil; 
da Central Sindical e Popular; e da Central dos Sindicatos 
Brasileiros.
Ao abrir a audiência, Waldemir Moka afirmou que o número de 
participantes poderia tornar a reunião cansativa e as contribuições, 
repetitivas. Os convidados tiveram, então, cinco minutos para se pronunciar, em 
vez dos 15 minutos regimentais.
Fonte: Agência Senado
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