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OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

OS DESTEMIDOS  GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO
A situação é grave de todos os servidores da ex. Sucam dos Estados de Rondônia,Pará e Acre, que realizaram o exame toxicologicos, foram constatada a presença de compostos nocivos à saúde em níveis alarmantes. VEJA A NOSSA HISTÓRIA CONTEM FOTO E VÍDEO

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sábado, 16 de junho de 2012

CARTA “SOS” INTOXICADOS DDT

Às Autoridades Brasileiras, ou àquelas que se sensibilizarem pela causa.

Com o objetivo de buscar solução frente o quadro de adoecimento e falecimentos precoces dos Combatentes das Endemias (ex-sucam), em especial à malaria, combatida até a década de 90, com uso do Dicloro-Difenil-Tricloroetano – DDT, e sem atentar neste momento quanto ao aspecto cientifico do nexo causal ao quadro de sintomas e causas mortis apresentados da possível contaminação daqueles que combateram a malaria por esse Brasil afora, vimos demonstrar a quem de competência, a rotina de trabalho desses profissionais no decorrer do exercício de suas funções, as quais de forma simplificada se apresentavam da seguinte forma:

1 – Anualmente a operacionalização para a aplicação do DDT como forma de proteção intradomiciliar à população exposta em área de risco para malaria, era realizada em dois ciclos semestrais, com 105 dias úteis cada;

 Em decorrência da rotina laborativa, observava-se as seguintes situações:

1.1 Ausência mínima do servidor em até 210 dias do lar, impondo um estilo de vida degradante ao trabalhador;

1.2 Em área fluvial a ausência se dava em média por 6 meses ininterrupto.

 Hipóteses de conseqüências danosas ao trabalhador:

1.3 Desestruturação familiar;

1.4 Como subterfugio, alcoolismo e uso de drogas ilícitas

2 – Condições de deslocamentos para as áreas de trabalho:

2.1 Comumente por conta própria independente do local de atuação, quando terrestre;

2.2 Veículos disponibilizados somente para deslocar e buscar equipe e material em inicio e término do itinerário de trabalho

 Hipóteses de consequências danosas ao trabalhador:

2.3 Peso excessivo no transporte a pé de material de trabalho (bomba, balde, capacete e inseticida), vestuário pessoal e de trabalho, inclusive rede e roupa de cama para dormir;

2.5 Danos na coluna;

3 – Condições de alimentação e pernoite:

 Com a inexistência de veiculo para acompanhar a equipe ao longo do itinerário de trabalho, gerava-se a seguinte situação:

3.1 Uso de rede para dormir;

3.2 Alimentação irregular (dependia dos moradores, e comumente uma ou outra refeição não havia, em razão dos escassos recursos);

3.3 Pernoite em locais inadequados (tuias, paióis, casas abandonadas, igrejas, escolas, comumente o mesmo espaço com inseticidas, etc);

3.4 Ingestão de água de igarapés e em muitas vezes utilizando o balde de inseticida em armazenamento noturno para consumo.
4 – Situações para execução da aplicação de inseticidas residual e espacial:

4.1 Movimentos repetitivos obrigatórios para eficiência do serviço (agitação periódica da bomba);

4.2 Peso rotineiro de equipamentos, inseticida e apetrechos pessoal em média de 25 kg;

4.3 Equipamento de proteção individual insuficiente (calça, camisa e capacete)

4.4 Falta de orientação no aspecto de manuseio do inseticida para preservação da saúde

 Hipóteses de consequências danosas ao trabalhador:

4.5 Intoxicação via dérmica pelo uso de roupas utilizadas por mais de um dia;

4.6 Intoxicação via dérmica e aérea pela insuficiência de epis.

5 – Pesagem do DDT(quando a granel) – Ocorrências de rotina laborativa:

5.1 Pesagem em ambiente fechado, sem equipamento de proteção.

 Hipóteses de consequências danosas ao trabalhador:

5.2 Intoxicação por vias aéreas e cutâneas


6 – Fardamento disponibilizado:

6.1 Fornecimento de 18 metros tecido brim caqui anual para confecção da farda;

6.2 Fardamento insuficiente (três fardas anuais);

 Hipóteses de consequências danosas ao trabalhador:

6.3 Intoxicação por via cutâneas por uso da farda por vários dias;

6.4 Intoxicação por via cutâneas na lavagem (esposas/lavadeiras)

No intento de buscar elucidar o quadro de adoecimento dos servidores, realizou-se o exame toxicológico de alguns servidores, onde se apurou o seguinte resultado, conforme quadro abaixo:

RESUMO DOS SERVIDORES COM EXAME TOXICOLÓGICO POR DDT

Percentual positivo para presença de pesticidas do grupo Órgano-clorado – DDT

Servidores do Ministerio da Saúde e Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI/RO

Número de servidores Grau de Intoxicação

196 0,01 a 3,00

247 3,01 a 10,0

117 10,1 a 20,0

49 20,1 a 30,0

19 30,1 a 50,0

07 50,1 a 81,8

635

TOTAL


Com o exposto, temos a convicção que a situação acima apresentada é generalizada em relação aos demais servidores Brasil afora, e que se encontram vitimados pelo manuseio do DDT, na busca de salvaguardar vidas de brasileiros em especial no processo de colonização da Amazônia, e que honrosamente cumpriram suas missões de forma reconhecida pelos que foram assistidos, e que agora se veem desolados pelos órgãos competentes quanto à assistência ao quadro de adoecimento característico de intoxicação por inseticida do grupo organoclorado.

Na expectativa de que alguma autoridade acolha esse nosso grito e intervenha para resolução da situação. Embora muitos já de forma agonizante e outros muitos que já se esvaíram suas esperanças e já não se encontram mais em nosso meio, aguardamos esperançosamente.

O que tão somente queremos depois de uma honrosa missão cumprida, é sermos tratados dignamente nos dias de vida que nos resta.

Rondônia, 15 de junho de 2012
Abson Praxedes de Carvalho

Secretario de Saúde – SINDSEF/RO

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