Agência
Brasil - 27/06/2012
Brasília
- O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu hoje
(27) que mais de 70% dos funcionários da autarquia aderiram ao movimento de
greve. A paralisação começou no último dia 18.
Segundo
a assessoria do Incra, as atividades estão “praticamente paradas” e os
dirigentes do órgão continuam negociando a pauta de reivindicação com o
movimento.
Pelo
balanço atualizado hoje pela Confederação Nacional das Associações dos
Servidores do Incra (Cnasi), que coordena o movimento grevista, a adesão supera
as estimativas do órgão, considerando que 25 superintendências regionais (SRs),
de um total de 30, decidiram participar da greve. Apenas os servidores das
superintendências regionais do Incra no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina,
Sergipe, Alagoas e Roraima ainda não aderiram ao
movimento.
Os
representantes do movimento tiveram duas reuniões com integrantes da Secretaria
de Negociações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(Mpog). De acordo com a assessoria do Mpog, o governo vai apresentar uma
proposta para solução do impasse até o dia 31 de julho. Este tem sido o prazo
definido pelo ministério para responder às reivindicações de mais de 50
categorias que também estão mobilizadas.
A
assessoria do Mpog explicou que cada pauta está sendo tratada separadamente. O
prazo final para responder a todas reivindicações é 31 de agosto, quando o Poder
Executivo tem que encaminhar a Lei Orçamentária de 2013 para apreciação do
Congresso Nacional.
Além
da reivindicação por melhorias salariais, Reginaldo Marcos Aguiar, diretor
nacional da Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra, disse
que a pauta do movimento inclui medidas para o fortalecimento do órgão e também
do Ministério do Desenvolvimento Agrário, ao qual o Incra é subordinado. “Não
adianta aumentar salário e não melhorar infraestrutura ou promover concursos
para a entrada de novos servidores”, disse.
O
último concurso do órgão ocorreu em 2010. “Ainda têm 400 aprovados que não foram
chamados. O prazo venceria no próximo mês, mas foi estendido para o final do
ano”, disse o líder grevista. Segundo ele, dos 5,5 mil servidores do Incra, 2
mil têm condições para aposentadoria. “Eles já têm idade e tempo de serviço.
Como o órgão paga mal, eles não vão querer continuar”.
Os
servidores em greve defendem a realização de novos concursos públicos para que,
pelo menos, 3 mil novos funcionários sejam contratados. A outra reivindicação do
movimento é pela recomposição do orçamento do instituto. O orçamento do Incra
este ano teve redução de quase R$ 1 bilhão em relação ao orçamento de
2011.
“O
Incra perdeu pouco mais de 25% do orçamento este ano. O nosso orçamento era
quase R$ 4 bilhões. Enquanto isso, a gente continua atendendo a quase 10 milhões
de pessoas no país, entre ribeirinhos, moradores de comunidades extrativistas,
assentados e acampados”, criticou Aguiar.
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