Blog do servidor - 16/12/2013
O primeiro trimestre de 2014 pode ser marcado por nova onda de greves no serviço público federal. Insatisfeitos com a rigidez da presidente Dilma Rousseff , com a ausência de diálogo com a equipe econômica e com os pífios avanços na mesa de negociação - que renderam um reajuste de 15,8%, em três anos, insuficiente para recompor as perdas inflacionárias -, lideranças sindicais de todo o país ameaçam cruzar os braços já na primeira quinzena de março do ano que vem. A decisão foi tomada, após longas discussões nesse fim de semana, no XI Congresso da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), entidade que representa mais de 80% dos funcionários do Executivo.
“Votamos um indicativo de greve. Primeiro, vamos procurar o governo e encaminhar nossas pautas. Vamos fazer nossa parte. A construção da greve, que é um direito legítimo do trabalhador, pode ser o caminho natural”, explicou Josemilton Costa, secretário-geral da Condsef. Ele admite, porém, que a intenção é pressionar o governo, que se diz em um dilema entre aumentar ou os gastos com a máquina ou os investimentos, a rever suas prioridades, em período particularmente decisivo de eleições presidenciais e de Copa do Mundo. “Estamos há anos batendo na mesma tecla, sem retorno. Isso tem que mudar”, reforça Costa.
As reivindicações dos servidores permanecem as mesmas e insistem em pontos nevrálgicos, não levados em conta pela presidente Dilma: política salarial permanente; paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; definição de data-base; regulamentação da negociação coletiva; diretrizes de plano de carreira; retirada de projetos no Congresso Nacional que prejudicam os trabalhadores; e cumprimento por parte do governo de acordos firmados em processos de negociação.
Durante o XI Congresso, os trabalhadores aprovaram, também, um calendário de atividades, que inclui o lançamento da campanha salarial de 2014, em janeiro, nos estados. Em seguida, uma grande marcha em Brasília, em fevereiro, por mudanças urgentes na administração pública que protejam o servidor e não o deixe à mercê das vontades particulares de sucessivos governos.
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