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BSPF - 28/06/2015
Ministério do Planejamento propõs 21,3% de aumento em quatro anos.
Categorias vão se reunir até o dia 1º para deliberar sobre o tema.
Os professores de 34 universidades federais em greve e do Instituto Federal do Piauí (UFPI) vão analisar a proposta do governo sobre reajuste salarial em assembleias. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que representa as instituições, as assembleias serão realizadas entre esta quinta-feira (25) e o dia 1º de julho. Na tarde desta quinta, o Ministério do Planejamento apresentou uma proposta de reajuste de 21,3% aos servidores federais a partir de 2016, a ser pago em quatro anos. Os grevistas, porém, reivindicavam aumento de 27,3%.
As categorias dão indícios de que vão rejeitar a proposta. Em nota, Paulo Rizzo, presidente do Andes, criticou os termos do governo. "Como vamos nos comprometer com um acordo que estabelece quatro anos de reajuste sem saber qual será a inflação dos próximos anos? Nossa posição é que os acordos salariais devem ter apenas um ano de duração", disse ele, que pretende pedir que o governo "reavalie a proposta".
O coordenador-geral da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), Rogério Marzola, avaliou a proposta do governo como "extremamente insuficiente". "É um acordo em que a gente perde para a inflação em todos os anos seguintes, a começar pela primeira inflação, que é agora a desse ano. O acordo não conseguiria contemplar a metade da inflação que nós estamos vivenciando nesse momento. Por isso, a proposta é muito ruim", declarou ele o G1.
Segundo a Fasubra, técnicos de 58 universidades e institutos estão parados.
Já houve reajuste, diz MEC
Um dia depois de uma reunião entre representantes do sindicato dos professores e do Ministério da Educação (MEC), o ministro Renato Janine Ribeiro disse que está aberto à negociação, mas que a categoria já recebeu reajuste salarial neste ano.
"Nós estamos abertos à discussão, à negociação, lembrando sempre que o aumento desse ano foi dado, foi dado no começo do ano, ou seja, não há reivindicação para este ano, ou pelo menos nós entendemos que este ano já foi atendido o pleito que geralmente é o principal que é o reajuste para enfrentar a inflação que sempre existe", afirmou Janine.
Em nota divulgada na terça, o Andes-SN criticou a posição dos representantes no MEC durante a reunião. Para a categoria, o MEC não sinalizou abertura efetiva de negociações no documento enviado.
"Nas questões que são significativas para nós, como a reestruturação carreira e valorização salarial, o documento não traz respostas e sinaliza que esses pontos devam ser tratados ou em um GT, o que já sabemos que não resulta em nada, ou junto ao Ministério do Planejamento", afirmou o presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo.
O ministro repetiu o posicionamento já feito pelo MEC anteriormente, que critica a adoção da greve sem uma ampla negociação anterior.
"Já no primeiro encontro com o ministro, primeira vez já informaram a data de greve, sem esperar, sem usar a greve como último recurso porque ela sem duvida perturba muitas pessoas, perturba sobretudo os que menos tem condições de se defender dela, os estudantes."
Balanço da greve
A greve de professores de ensino superior iniciada no dia 28 de maio e, em 11 de junho, afetava 23 universidades federais e o Instituto Federal do Piauí. Nos últimos 15 dias, 11 universidades aderiram entrar para esse grupo, segundo o Andes.
Professores e técnicos são contra cortes feitos pelo governo federal no orçamento das instituições e a infraestrutura ruim dos locais de ensino. Eles pedem ainda reajuste salarial, reestruturação da carreira, garantia da autonomia e do caráter público das universidades e mais investimentos para a educação.
As entidades disseram que foram protocolados 13 ofícios para o governo federal a fim de tratar das demandas somente neste ano, porém, não obtiveram respostas.
No começo do mês, o presidente do Andes-SN, Paulo Rizzo, afirmou que um acordo feito em 2012 não foi cumprido. "Eles alegam que não têm compromisso com o acordo porque ele era do governo anterior. Caracterizamos que o governo rompeu as negociações. Diversas reuniões também foram canceladas, pois os responsáveis do MEC não apareceram. Só nos três primeiros meses do ano houve um corte de R$ 7,5 bilhões nas universidades. Aconteceu a suspensão do pagamento de terceirizados, de bolsas. Isso comprometeu a qualidade acadêmica."
Além dos professores, sindicatos locais que representam os técnicos-administrativos aderiram à greve em 58 universidades e em quatro institutos federais, de acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra).
Com informações do G1, em São Paulo
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