Jornal Extra - 08/08/2018
O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, apresentou ao presidente Michel Temer, nesta quarta-feira, uma proposta para adiar o reajuste salarial dos servidores civis de 2019 de 2020. Segundo cálculos da equipe econômica, a medida representa uma economia de R$ 6,9 bilhões para os cofres públicos no ano que vem. Ela é considerada essencial para o fechamento das contas de 2019.
No encontro com Temer, o ministro argumentou que o adiamento do reajuste dá ao governo fôlego para atender a demandas de ministérios como o da educação, que já vem protestando contra possíveis cortes no orçamento da pasta no ano que vem.
Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, foi proposto que a educação receba, no ano que vem, o equivalente ao que conseguir economizar com o adiamento do reajuste de seus respectivos servidores. Já o restante dos recursos será distribuído para as demais áreas sociais e investimentos. O detalhamento dos valores será feito na proposta de Lei Orçamentária que será encaminhada ao Congresso até o dia 31 agosto.
De acordo com auxiliares do presidente, a reunião não foi conclusiva e Temer ainda vai avaliar a proposta. O Planejamento chegou a considerar propor o adiamento do reajuste dos militares, o que elevaria a economia para R$ 11 bilhões. Mas a avaliação foi de que isso diminuiria as chances de aprovação da proposta. A ideia do Planejamento impacta a correção prevista para janeiro para a maioria dos servidores e para julho no caso do MEC.
Mesmo restringindo a medida, o governo sabe que ela enfrenta forte resistência. No ano passado, também foi proposto o adiamento do reajuste dos servidores de 2018 para 2019. No entanto, as carreiras reagiram e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski suspendeu a medida provisória (MP), que acabou perdendo a validade antes de ser votada pelo Congresso.
Por Martha Beck
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