BSPF - 01/09/2018
Ministro da Fazenda revelou que presidente Temer só foi convencido nesta sexta-feira a não conceder aumentos em 2019
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta sexta-feira (31/8) que equipe econômica ganhou a disputa com as demais áreas do governo federal e conseguiu adiar o aumento do funcionalismo e do Judiciários. Ele se pronunciou sobre o adiamento do reajuste salarial durante coletiva de imprensa no Ministério do Planejamento.
A equipe econômica venceu a queda de braço que travou com presidente, que insistia em garantir o aumento para o funcionalismo no inicio de 2019. Até hoje pela manhã, ele mantinha esse posicionamento. Foi, enfim, convencido pelos ministros.
De acordo com o ministro, a postergação do reajuste do funcionalismo para 2020 está dentro do compromisso do presidente de buscar o ajuste fiscal e o equilíbrio das contas públicas. “Sabemos do custo político que a medida traz, mas vamos deixar para o próximo governo, seja de quem for, medidas que vão beneficiá-lo. Isso demonstra de maneira clara o compromisso do presidente para com o país”, afirmou.
Mais cedo, nesta sexta o presidente Michel Temer (MDB) voltou atrás e resolveu adiar para 2020 o reajuste salarial dos servidores da União. Cálculos iniciais estimam que ao deixar o aumento para o próximo ano o governo federal irá economizar R$ 6,9 bilhões. Agora, a expectativa da equipe econômica – que era contra o gasto extra – , é que, com a desistência do presidente, o Palácio do Planalto conseguirá cumprir o teto dos gastos públicos.
Repercussão
A decisão de adiar o reajuste do funcionalismo pelo período de 12 meses repercutiu negativamente entre instituições de representantes do funcionalismo público. Logo após o anúncio feito pela equipe econômica do governo, O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) publicou, em seu endereço eletrônico, uma nota, assinada pelo presidente da entidade, Rudinei Marques: “Os servidores públicos têm sido surpreendidos por medidas unilaterais da administração. Se vierem mais medidas arbitrárias, só temos uma resposta, que é trabalhar contra”, diz a nota.
Já a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) ficou de apresentar nota com o posicionamento oficial na próxima segunda-feira. A Federação realiza, em Brasília, um Seminário Nacional em Defesa dos Serviços Públicos e, segundo sua assessoria de imprensa, o clima geral no evento “é de repúdio” e que seus participantes já debatem “possíveis paralisações e atos públicos contra o recuo do governo”.
Por Carlos Estênio
Fonte: Metrópoles
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