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1.Agirás e não apenas reagirás: Passos Coelho terá de marcar o debate, trazendo matérias para a discussão, surpreendendo José Sócrates. Deve ser o líder do PSD a marcar o ritmo da entrevista. É que já se viu nos debates precedentes que José Sócrates atrapalha-se sempre quando é confrontado com algo com que não contava - e Passos Coelho sai-se muito mal quando veste o fato de aluno muito bem comportadinho, que apenas responde às provocações do adversário (vimos este fato no último debate de Passos Coelho com Francisco Louçã);
2. Falarás do futuro e não do passado: O PSD, neste momento, sobretudo tendo como mote de campanha a palavra "mudar", deve centrar-se exclusivamente no futuro - e não respondera erros, omissões ou vícios do passado. Quem tem de prestar contas pelo passado é o PS - que foi governo nos últimos (mais de) seis anos! Não se invertam, pois, os papéis - José Sócrates é o rosto de uma política errada, que será avaliada pelos portugueses nas próximas eleições. Para o PSD, o que importa é falar do futuro, das suas propostas para Portugal.
3. Mostrarás indiferença e dignidade face ás acusações de José Sócrates: Sabe-se que para o líder socialista vale tudo para ganhar eleições. Mentir à exaustão, lançar inverdades sobre os adversários políticos e os programas dos restantes partidos. É o José Sócrates way of life. Mas Passos Coelho tem de se distinguir pela diferença: tem de revelar sentido de Estado. Dimensão de estadista. Só assim os portugueses poderão separar o trigo (se o houver mesmo) do joio. Sobretudo, em tempos de crise como o que vivemos, há uma maioria silenciosa da população portuguesa que pretende um político responsável - e não mais politiqueiros;
4. Clarificarás o teu programa eleitoral: Um dos cavalos de batalha do PS 4. Socrático será examinar o programa eleitoral do PSD à lupa para o identificar com o neoliberalismo perigoso. A agitação do fantasma liberal do PSD e da sua agenda oculta para destruir o Estado Social será uma constante na campanha do PS. Passos tem, pois, no debate com José Sócrates de clarificar o seu programa. Eventualmente, desfazer mitos criados ou, pelo menos, desmontar o caráter demoníaco do programa;
5. Honrarás o discurso social que sempre marcou o PSD: Ora, caso não tenhas reparado, meu caro Pedro Passos Coelho, o PSD tem na sua génese três correntes de pensamento e ação políticas: o social-cristianismo, a social-democracia e o social-liberalismo. Entre elas, há um denominador comum: a (constante!) preocupação social. A vontade de ajudar os mais carenciados a subir na vida, garantindo um mínimo de condições conforme à dignidade da pessoa humana. Pois bem, o seu PSD já disse que defende um Estado com ambição social, mas noutros moldes. Pena é que ninguém se lembre de explicar em que termos as propostas do PSD podem contribuir para a adaptação do Estado Social aos tempos presentes. Em que medida Portugal e os portugueses ficarão melhores? - Passos Coelho não poderá desperdiçar esta oportunidade para explicar, sob pena de não descolar definitivamente do PS.
6. Estudarás muito bem o teu programa e o do PS: Passos Coelho não poderá ser surpreendido por uma falha, ideia mais louca de colaborador mais incauto. Ele terá de demonstrar imagem de confiança e segurança absolutas. À prova de bala. E poderá confrontar José Sócrates com a enorme diferença entre as intenções do programa e a triste realidade a que nos conduziu;
7. Não cederás à tentação de culpar José Sócrates individualmente, esquecendo o Partido Socialista: Caso contrário, estarias a ajudar José Sócrates a consolidar a sua estratégia de vitimização. Quanto mais as acusações políticas se centrarem exclusivamente na personagem José Sócrates, mais ele fulaniza as críticas, dando um ar de resistente crónico (o que é politicamente pagante). Passos Coelho poderá - finalmente! - contar a verdade sobre o PEC IV e, de uma vez por todas, tirar o tapete a José Sócrates.
8. Falarás de forma concisa, clara e serás rápido no raciocínio: Passos Coelho perdeu a vivacidade, o dinamismo político de outros tempos. Agora tem um discurso muito monótono, muito vagaroso, muito arrastado, muito pausado, muito redondo - enfim, tudo o que é desaconselhado em televisão. Passos Coelho não é bom em debates, ao contrário de José Sócrates que percebe muito bem o tempo televisivo. Para ganhar o debate, Passos terá de fazer passar a mensagem. Com frases curtas, incisivas, diretas ao assunto;
9. Mostrarás um ar calmo e confiante: E não receoso como estiveste com Paulo Portas e Francisco Louçã;
10. Não cantarás como fizeste no vídeo apresentado pelo Tiago Mesquita aqui no EXPRESSO: Aí é que já estaria tudo perdido. Espero, sinceramente, que tenhas mais jeitinho para o tom político do que tens para o tom musical. A tenor não chegas de certeza. E, se não obedeceres a estes Dez Mandamentos, tão pouco serás primeiro-ministro.
Pode, ainda, contactar o autor através do facebook: http://pt-pt.facebook.com/people/Jo%C3%A3o-Lemos-Esteves/1514774470
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