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OS DESTEMIDOS GUARDAS DA EX. SUCAM / FUNASA / MS, CLAMA SOCORRO POR INTOXICAÇÃO

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terça-feira, 23 de julho de 2013

Saiba mais sobre a LESÃO MENISCAL

Os meniscos são estruturas localizadas no interior dos joelhos e são consideradas uma fibrocartilagem. Eles possuem 75% de sua estrutura composta por água. Os 25% restantes são formados por células chamadas fibrocondrócitos e uma matriz extra-celular composta de proteoglicanos, glicoproteínas, elastina e, principalmente, colágeno tipo 1 (existem vários tipos de colágeno, formando diferentes tipos de tecido conjuntivo no corpo humano).
Vista anterior e superior do joelho direito mostrando os meniscos

Em cada joelho temos 2 meniscos, sendo um medial e outro lateral, ambos em forma de "C" ou "meia-lua" como na figura acima. O menisco medial é mais aberto e menos móvel, com inserções na cápsula e no ligamento colateral medial. O menisco lateral é mais fechado e tem menos inserções capsulares, sendo por esses motivos, mais móvel. Os meniscos tem irrigação sanguínea apenas em sua porção mais externa e um pouco na porção intermediária. O 1/3 mais central dos meniscos é completamente avascular e nutre-se unicamente através do líquido sinovial.
A essa altura você já deve estar pensando, mas afinal, para que servem os meniscos?
Os meniscos tem várias funções como:
1 - Distribuição de carga
2 - Aumento da área de contato do fêmur com a tíbia
3 - Absorção de impactos
4 - Lubrificação da cartilagem articular
5 - Estabilização secundária do joelho ( a primária cabe aos ligamentos)
6 - Propriocepção (também denominada como cinestesia, é o termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial da articulação, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas. Resulta da interação das fibras nervosas no interior dos músculos, ligamentos e meniscos que trabalham para manter o corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do sistema vestibular, localizado no ouvido interno).
Agora sabemos que os meniscos são bem mais importantes do que imaginávamos!
Os pacientes com lesão do menisco podem apresentar alguns sintomas, principalmente:
1 - Dor na linha articular do joelho, pior ao agachar-se ou ao descer escadas
2 - Estalido no joelho
3 - Derrame articular (é o acúmulo de quantidade excessiva de líquido sinovial, o que causa inchaço e muita dor no joelho)
4 - Falseios (é a perda súbita da força na perna, durante alguns movimentos, podendo fazer com que o indivíduo caia ao solo)
5 - Bloqueio articular, principalmente em lesões agudas e graves como no caso da lesão em "alça-de-balde"
Clinicamente o menisco pode enganar ao médico. Mesmo com um exame físico bem feito, temos uma percentagem considerável de falsos-positivo e falsos-negativo para lesão meniscal. A literatura diz que o exame físico isolado tem uma confiabilidade variando entre 60 e 90%, o que é um espectro muito amplo. Na pior das hipóteses, 4 em cada 10 pacientes ficarão sem diagnóstico, se baseados apenas no exame físico. Por isso a necessidade de uma boa anamnese e eventualmente uso de exames complementares.
Dentre os exames complementares mais úteis para o diagnóstico de lesão meniscal temos:
1 - Raio X - útil para o diagnóstico diferencial (fraturas, osteocondrite dissecante, osteonecrose, etc), porém não faz o diagnóstico de lesão meniscal.
2 - Artrografia (raio-x com injeção de contraste) ou Pneumoartrografia (o mesmo anterior com adição de ar no joelho). Método invasivo e antigo, porém útil nos casos em que o paciente não pode ou não consegue realizar a ressonância magnética. Tem boa acurácia nas mãos de radiologista experiente.
3 - Ultrassonografia - exame com muitas limitações, é examinador-dependente (radiologista) e é muito pouco usado com este fim.
4 - Ressonância Magnética - método não-invasivo, com excelente acurácia, 90-98%.

São muitos os mecanismos da lesão meniscal

Quanto ao tipo, as lesões meniscais podem ser congênitas, traumáticas ou degenerativas. As congênitas baseiam-se principalmente em diferentes tipos de menisco discóide. Focaremos nas traumáticas e degenerativas por serem as mais comuns na prática diária.
As leões traumáticas tem início agudo, associado a trauma importante e o menisco tem coloração e consistência normais. As lesões degenerativas tem início insidioso, sem história de trauma importante e o menisco tem coloração e consistência alterados.

Com muita frequência, as lesões meniscais estão associadas a lesões do ligamento cruzado anterior (LCA). Cerca de 82% dos casos de lesão do LCA tem lesão meniscal associada.
Bem, agora você deve estar se perguntando sobre a parte mais importante, O TRATAMENTO!
O tratamento da lesão meniscal tem apresentado uma grande evolução nas últimas décadas, e continua evoluindo. Inicialmente o tratamento era a meniscectomia (retirada do menisco) total. Atualmente com a evolução da videoartroscopia (cirurgia por vídeo minimamente invasiva), pode-se realizar a ressecção apenas da parte lesada, a sutura meniscal e o futuro aponta para o transplante meniscal.

O tratamento conservador, ou seja, sem cirurgia, está restrito aos casos de pacientes assintomáticos, com lesões pequenas e periféricas que tenham potencial de cicatrização. Consiste em crioterapia (aplicação de gelo), atividade física de baixo impacto, analgesia e fisioterapia para reforço muscular.

O tratamento cirúrgico mais utilizado na prática clínica é a meniscectomia parcial. Ela deve ser feita em casos não suturáveis, tentando preservar o máximo de tecido meniscal remanescente.

A sutura meniscal está indicada em lesões traumáticas longitudinais da periferia do menisco, em pacientes jovens (abaixo de 45 anos), com lesões maiores de 10 mm, sem sinais de degeneração e com o joelho estável (sem lesão ligamentar ou com lesão ligamentar tratada concomitantemente). Essa técnica tem bons resultados, porém exige um tempo de recuperação pós-operatória muito mais longo (cerca de 6 meses) do que a meniscectomia parcial (cerca de 30 dias). Isso pode ser um problema quanto a indicação da técnica, principalmente em atletas de alto rendimento que necessitam de um retorno rápido às suas atividades esportivas.
A intensão deste artigo não é, de forma alguma, esgotar o assunto e sim trazer um pouco mais de informações, principalmente a você que tem ou teve uma lesão meniscal. Para sanar outras dúvidas é imprescindível que procure seu médico.


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