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Marina precisa superar as divergências no PSB para unificar o partido
Sucessora aparentemente natural no PSB para tornar-se candidata ao Planalto após a morte de Eduardo Campos, Marina Silva recebeu, internamente, apoio do irmão do ex-presidente da legenda, Antonio Campos, o Tonca. Para ele, a ex-ministra do governo Lula seria o nome ideal a continuar a luta do ex-governador de Pernambuco. Visivelmente emocionada, Marina deu entrevista em Santos, no fim da tarde de ontem, e afirmou que aprendeu, nesses 10 meses de convivência, a admirar Eduardo. “Aprendi a respeitá-lo e a admirá-lo na batalha pela construção de um país mais justo”, disse. “Quero ficar, na minha lembrança como imagem, a despedida que tivemos ontem (terça-feira): uma pessoa cheia de alegria, cheia de sonhos e cheia de compromissos.”
Contendo as lágrimas no comunicado à imprensa, Marina estendeu seus sentimentos à família de Eduardo e aos demais companheiros de campanha que morreram no desastre. “Esse é um momento em que se impõem o luto e a tristeza”, resumiu. Um dos principais articuladores da campanha presidencial do PSB, o deputado Júlio Delgado (MG) ouviu as palavras do irmão de Campos, mas acha que ninguém no partido tem a frieza necessária para tomar qualquer decisão no momento. “Marina pode aparecer como candidata natural porque é a vice. Mas precisamos de um nome que mantenha vivo o legado de Eduardo Campos. E o PSB não tem esse nome”, resumiu Delgado. “Ele era insubstituível”, completou, aos prantos.
Por tudo isso, o processo político que se desenrolará a partir de agora, no entanto, ainda é incerto. Especialistas ouvidos pelo Correio lembram que, mesmo filiada ao PSB, Marina ainda precisa conquistar espaço e costurar apoio entre os socialistas. “O PSB não perdeu apenas o seu candidato a presidente da República. Perdeu também alguém que unificou o partido, que costurou alianças e que consertava, interna e externamente, os contenciosos que Marina criava”, ponderou o cientista político do Insper, Carlos Mello.
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