Os Limites da Oração pelas Autoridades
“ADMOESTO-TE, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”. (1Tim 2:1-2 ACF)
Parte da inspiração que tenho para escrever meus artigos provém de e-mails que recebo dos que me apóiam ou são contrários. Outro dia, recebi o e-mail abaixo, de um colaborador, com uma boa pergunta sobre a passagem bíblica acima, a qual tem sido mal entendida e mal aplicada:
“Pode parecer estupidez, mas estou com um problema para entender a 1 Timóteo 2:1-4. Meu cunhado liberal afirma que é grato ao presidente Obama e que todos nós deveríamos ser, também. Talvez eu esteja errado, mas acho difícil ser grato a um presidente que é tão contrário aos princípios bíblicos, à liberdade e ao nosso país. Falei ao meu cunhado que oro para que ele [Obama] não seja reeleito e que em novembro possamos votar, de modo a deter a sua agenda. Se eu estiver errado, por favor, me explique a 1 Timóteo 2.
Quero escutar, porém tenho dificuldade em concordar com o meu cunhado, que é um grande seguidor do presidente em exercício. Ficarei agradecido, caso o senhor possa me ajudar”.
Vamos dar uma olhada na 1 Timóteo 2:1, para ver o que ela diz, antes de chegar ao verso 2: “ADMOESTO-TE, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens”. Conforme a lógica do seu cunhado, se alguém entrar numa casa, roubar os seus pertences, urinar no chão e estuprar sua esposa, você não deve protestar nem detê-lo. Em vez disso, você deve apenas orar pelo criminoso que assim agiu. Observe que o texto diz que “se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens”. Não somente pelos que estão em posição de autoridade política. Ele não diz: “orar por todos os homens” e apenas orar, sem se opor ao que eles digam ou façam. A Bíblia sempre faz declarações generalizadas, mas espera que se entendam as exceções que devem ser feitas, as quais possam ter sido indicadas em algum lugar. Temos aqui uma passagem que se encaixa no exemplo que dei acima sobre a invasão do lar. “Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue” (Êxodo 22:2). Não se deve orar neste caso. Sim, devemos orar por todos os homens, porém isto não nos isenta da responsabilidade de proteger nossa família e nossa propriedade.
Vamos dar uma olhada na 1 Timóteo 2:2-3: “Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador”. Os que ocupam posição de autoridade no governo têm o poder da espada: “Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal” (Romanos 13:4). Uma vez que seja dado um novo poder a uma autoridade civil, ela pode usar a espada, a fim de garanti-lo. Isso porque a Bíblia e a nossa própria Constituição dão apenas poderes limitados e enumerados aos oficiais civis. Não é pelo fato de alguém manter um ofício político que ele tenha o direito de governar como bem queira fazê-lo. Ele é tão limitado no governo civil como o somos no governo de nossa família.
Nossas orações devem ter um propósito. Não devemos orar pelos que estão em autoridade, no sentido de que sejam bem sucedidos em tudo que fizerem, sem levar em conta o que eles decidam fazer. Como podemos viver “uma vida quieta e sossegada”, quando precisamos trabalhar em dois ou três empregos, a fim de sustentar a família, por causa do oneroso sistema de impostos, que castiga os empregadores e afeta nossos próprios salários? A política afeta a família e a propriedade. A posição errônea da autoridade civil pode conduzir a abusos (1 Samuel 8:11-12). Por que deveríamos orar por esse tipo de líder político? Devemos orar, sim, para que ele chegue à razão, a fim de que, realmente, possamos viver “uma vida quieta e sossegada”.
Essas orações deveriam ser mais sobre nós do que sobre ele. Os governos da família e da igreja são tão válidos como o governo civil. O papel do magistrado civil é defender a liberdade de ambos. Se não estivermos orando neste sentido, então não estaremos orando biblicamente.
A Visão Americana Sobre o Facebook
No caso dos Estados Unidos, o Presidente, o Congresso e a Suprema Corte de Justiça fazem o juramento de manter a Constituição. A Constituição foi criada para proteger uma especificada coleção de direitos. Quando os políticos violam o seu juramento, não temos obrigação de manter essa quebra de juramento sob oração. Devemos orar para que eles mantenham o seu juramento e, se continuarem violando-o, seremos obrigados a removê-los do ofício, usando os meios constitucionais. Isto, no caso dessas leis contra quem quebra o juramento terem um impacto direto em nossas vidas (aborto, guerra e saúde), propriedades (impostos e futuros (débitos e inflação)). Novamente existe um propósito oficial em nossa oração, para que possamos viver “uma vida quieta e sossegada”, o que não poderá acontecer, se os oficiais civis quebrarem o seu juramento.
Será que as pessoas que esconderam os judeus dos nazistas violaram o mandamento da 1 Timóteo 2:2? Orar por Hitler significava que sua política não deveria ser questionada ou combatida? Não penso assim. O presidente e um oficial eleito são obrigados a cumprir o juramento de obediência à Constituição. Quando eles e qualquer membro do Congresso violam esse juramento, temos um direito constitucional, conforme a nossa Primeira Emenda, de fazer uma petição exigindo do governo compensação por injustos sofrimentos. Suas posições governamentais não anulam a nossa Constituição. Não estaremos violando 1Timóteo 2:2, se nos opusermos a algum sistema político de governo, uma vez que este sistema nos permita discordar e agir contra as provisões não constitucionais. Não estamos vivendo sob o governo de César e, mesmo que estivéssemos, César estaria obrigado a seguir as limitações divinas em seu ofício civil, porque a imagem de Deus esta impressa sobre ele. Temos específicas liberdades constitucionais, do mesmo modo que os oficiais eleitos têm limitações oficiais. Nossos governantes não têm o “direito divino” de governar [de todo e qualquer modo que quiserem]. Eles são ministros [servos] de Deus (Romanos 13:4). A Constituição é o nosso César. (Mateus 22:21). Ela tem nossa imagem sobre ela, - nós, o povo - e temos a imagem de Deus em nós estampada. Nós damos à Constituição o que lhe devemos dar, conforme está especificamente declarado nessa Constituição. As autoridades civis do governo estão sob nossa avaliação. Podemos retirá-las do ofício e lhes fazer oposição, enquanto estão no ofício.
“The Limits of Prayer for Those in Authority”
Gary DeMar,
22/02/2010.
Traduzido por Mary Schultze, 25/02/2010.
Gary DeMar,
22/02/2010.
Traduzido por Mary Schultze, 25/02/2010.
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