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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Brasil defende na ONU e na OMC o acesso a genéricos

Núcleo de Comunicação/SVS


Contato: (61) 3213-8083 / svs@saude.gov.br

11

GERAL

Brasil defende na ONU e na OMC o acesso a genéricos

Folha de S. Paulo – São Paulo/SP

Com ação conjunta nos dois órgãos, governo quer impedir barreiras protecionistas

Apreensão, na Holanda, de uma carga de genéricos indianos comprados pelo Brasil em

janeiro preocupa a diplomacia brasileira

LUCIANA COELHO

DE GENEBRA

O Brasil lançou uma ação casada nas Nações Unidas e na Organização Mundial do

Comércio para preservar o acesso aos medicamentos genéricos. Na ONU, conseguiu

aprovar uma resolução no Conselho de Direitos Humanos. E, na OMC, depois de aventar

a hipótese no início do ano, o país finalmente se mexe para dar início às consultas sobre

a abertura de um painel contra a União Europeia.

A resolução exorta os países-membros “a tomarem medidas que garantam que suas

ações, como membros de organizações internacionais, levem em conta o direito de todos

aos melhores padrões de saúde física e mental”. Faz menção direta à questão das

patentes, cuja "proteção não deve criar barreiras ao comércio legítimo de medicamentos".

O tema está sendo tratado como uma prioridade brasileira em Genebra e Bruxelas. Ecoa

tardiamente a apreensão da carga de genéricos indianos comprados pelo Brasil em um

porto holandês, em janeiro.

Na ocasião, um carregamento de losartan, medicamento genérico contra a hipertensão

desenvolvido pela farmacêutica americana Merck Sharp & Dohme, foi retido dentro de

uma operação para combater medicamentos falsos. Ao todo, 17 embarcações indianas

foram detidas em Roterdã.

A confusão feita pela União Europeia ao definir medicamentos genéricos e falsos deixou

a diplomacia brasileira em alerta. Os genéricos são quase 18% do mercado brasileiro de

remédios e movimentaram R$ 2 bilhões no último semestre.

Na época da apreensão, o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) emitiu um

comunicado com a Índia e prometeu levar a queixa adiante. Mas nada de concreto

aconteceu. Desta vez, no entanto, Amorim disse à Folha durante passagem por Bruxelas

que o Brasil, com a Índia, está pronto para pedir consultas sobre o tema -- o primeiro

passo para a abertura de um painel. “Precisa ver ainda o que os europeus estão

dispostos a fazer”, afirmou.

Mas a avaliação brasileira é que a União Europeia, de janeiro até agora, nada fez para

garantir que casos como o da apreensão do losartan não se repitam. Fontes

familiarizadas com as conversas afirmam que, embora os europeus insistam que o caso

de Roterdã foi isolado, não há movimentos para colocar essa avaliação em lei.

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