Vereador Joaquim Teixeira dos Santos – PMDB, prestou uma homenagem a todos os servidores da Ex Sucam/Funasa, Cedido Estado Município, pelos relevantes serviços prestados no Município de Ji Paraná Ro, a homenagem e reconhecimento aos Servidores Luiz Gonzaga Gomes e Francisco José da Silva Holanda ambos representantes da categoria.
Evento aconteceu na Câmara Municipal de Ji Paraná,Estado de Rondônia, em Seção Ordinária realizada no dia 11 de Junho de 2013, aprovado por unanimidade e realizada no dia 24 de Junho de 2013; Onde estiveram reunidos mais 120 Servidores da Ex Sucam/Funasa.
Depoimento:
BOM DIA A TODOS!
MEU NOME É
LUIZ GONZAGA GOMES.
INICIEI MEUS
TRABALHOS NA SUCAM EM 1979.
TRABALHEI EM
QUASE TODO ESTADO DE RONDÔNIA E, COMO REPRESENTANTE DOS DEMAIS FUNCIONÁRIOS,
TENHO A CERTEZA DE QUE FIZEMOS UM BOM COMBATE. ESTOU MUITO HONRADO DE ESTAR AQUI
REPRESENTANDO NOSSA CLASSE DE SERVIDORES DA EX SUCAM, HOJE CEDIDO AO MUNICÍPIO
DE JI-PARANÁ.
QUERO DIZER
QUE EU NÃO FUI ESCOLHIDO E SIM NOMEADO, POIS EM NOSSO MEIO NÃO TEM COMO
ESCOLHER NINGUÉM JÁ QUE TODOS TEM PRESTADO NA MEDIDA DO POSSÍVEL UM ÓTIMO TABALHO
À COMUNIDADE, TANTO NO NOSSO ESTADO COMO NO BRASIL POIS TRABALHAMOS EM OUTROS ESTADOS
NO COMBATE AS ENDEMIAS. ÉRAMOS ORGULHOSOS DE ESTAR SENDO UTÉIS À COMUNIDADE, MESMO
SENDO AMEAÇADOS ATÉ DE MORTE POR PARTE DAS PESSOAS QUE NÃO SABIAM A UTILIDADE DE
NOSSOS TRABALHO NO COMBATE A MALÁRIA E VÁRIAS ENDEMIAS.
HOJE QUEM
CHEGA EM RONDONIA NOS VÊ COM MAUS OLHOS DIZENDO QUE ESTAMOS FALTANDO COM A
OBRIGAÇÃO COM O MUNICIPIO FAZENDO AMEAÇAS DIZENDO QUE ESTA AUTORIZADO A CORTAR
PARTE DO NOSSO SALÁRIO. ISSO NOS DEIXA MUITO REVOLTADOS. SABEMOS SIM QUE TEMOS
QUE TRABALHAR, MAS NA MEDIDA DO POSSÍVEL, POIS ESTAMOS COM A SAÚDE ABALADA.
QUERO DIZER
AOS NOBRES VEREADORES QUE NESSE NOSSO TRABALHO FOMOS CONTAMINADOS POR VÁRIOS
INSETICIDAS E O DDT FOI O NOSSO MAIOR INIMIGO, POIS HOJE ESTAMOS TODOS COM UM
GRAU ELEVADO DE DDT EM NOSSO ORGANISMO COMPROVADO COM EXAMES. ENTRAMOS NA
JUSTIÇA EM BUSCA DE INDENIZAÇÃO E VÁRIOS JUIZES NOS DERAM A CAUSA COMO GANHA,
MAS ATÉ O MOMENTO NÃO FOI NOS DADO NENHUM TIPO DE ASSISTENCIA E ESTAMOS FAZENDO
NOSSO TRATAMENTO POR CONTA PRÓPRIA.
QUERO DIZER TAMBÉM
QUE NÃO TEMOS NENHUM APOIO PARA FAZER NOSSAS ATIVIDADES. SABEMOS QUE É
REPASSADO PELO GOVERNO FEDERAL UMA QUANTIA PARA FUNDO DE SUPRIMENTO, MAS ATÉ
AGORA ESSA VERBA NÃO FOI ACESSADA.
VEJA, SENHORES
VEREADORES, NÃO TEMOS FORMULÁRIOS PARA O TRABALHO, NÃO TEMOS CARRO, NEM MESMO
TEMOS UNIFORMES.
TEMOS
FUNCIONÁRIOS COMPETENTES QUE SABEM REALIZAR BONS TRABALHOS, MAS NÃO SABEMOS
FAZER PEÇAS PRA CARRO E NEM FORMULÁRIOS.
ENTENDEMOS
QUE NÃO É DA NOSSA OBRIGAÇÃO MESMO ASSIM ALGUNS COLEGAS ESTÃO TIRANDO XERÓX DE
FORMULÁRIO PARA OS TRABALHOS. SEI QUE AQUI TEM VEREADORES QUE SÃO TESTEMUNHAS
DE NOSSOS BONS TRABALHOS, POIS NO PASSADO QUANDO NOSSO TRABALHO FOI NECESSÁRIO
NÓS NÃO MEDIMOS ESFORÇOS: TRABALHAMOS ATÉ NOS SABÁDOS E FERIADOS SEM NENHUMA
REMUNERAÇÃO A MAIS. AINDA FIZEMOS RECOLHIMENTO DE LIXO ONDE PODERIA SE
PROLIFERAR O MOSQUITO TRANSMISSOR DA DENGUE. SABIAMOS QUE NÃO ERA NOSSA
RESPONSABILIDADE RECOLHER LIXO, MAS FIZEMOS COM CARINHO. ISSO NOS DÁ O DIREITO DE
DIZER QUE NÃO SOMOS MAUS SERVIDORES.
COMO DISSE
NO INICIO QUE ESTOU HONRADO EM ESTAR AQUI É POR SABER QUE ESSA CASA ESTA NOS
APOIANDO E RECONHECENDO QUE FOMOS ÚTEIS À SOCIEDADE. PORTANTO FICA AQUI O NOSSO
APELO PARA QUE POSSAMOS CONTINUAR A DESENVOLVER NOSSO TRABALHO, MAS GOSTARÍAMOS
DE CONTAR COM O MÍNIMO DE CONDIÇÕES E DIGNIDADE.
MUITO
OBRIGADO A TODOS.
Honra do Mérito
Francisco José da Silva Holanda
Depoimento:
Francisco
José da Silva Holanda,Funcionário publico,natural do Município de Maracanaú
Estado do Ceará,nascido no dia 16 de Abril de 1953,filho de José Carlos de
Holanda “in memória” e Mãe Maria Helena da Silva Holanda ”, casado com Maria Lídia
da Silva Holanda com ela tive Seis filhos, Maria Ludevania da Silva, Ludevan da
Silva Holanda,Lucélia da Silva Holanda,Leison da Silva Holanda,Lis da Silva
Holanda e Leandro da Silva Holanda.
Portanto
em Fevereiro de 1959, cheguei na cidade de Vila de Rondônia com seus pais em
busca de extrair Látex das seringueiras, e a partir de 1962 exerci atividades sociais comunitário
na Igreja; E em 03 de Março de 1974 ingressei na Sucam, onde
desenvolvi as minhas atividades, como Agente de Saúde Publica e Inspetor de
Endemias que desempenho até hoje 2013.
Sendo
assim ingressei na Superintendência de Campanhas de Saúde Pública – Sucam.
Realizei a finco as minhas atividades de campo no combate e
tratamentos à dengue,à malária, à febre amarela e a outras doenças endêmicas da
Região, com atividades de borrifação de inseticida intra-domiciliar
e peri- domiciliar, aplicação de inseticida,Vacina da Febre Amarela e
tratamentos focal.
Quando
iam para a zona rural caminhavam uma média de16 Km por dia levamos nos ombros
e braços uma bolsa com materiais pertences, uma outra bolsa com 12
pacotes 670 Gms de DDT e três vidro de pasta com 1000 Gm, um
balde/12 lts com pá de madeira e matérias didáticos, uma bomba com capacidade
de 12 litros, já debilitado não tínhamos nem lugar adequado para acampar e
alimentar. Muitas vezes repousei juntamente com inseticida DDT e bombas
contaminadas,barracos abandonados, Escolas e Igrejas muitas
vezes sem almoço e jantar.
Manuseie
inseticidas e apliquei uma média de 90 litros por dia do produto
químico em caráter habitual e permanente, ficando em contato
com a referida química 24:00 horas, desprovidos de quaisquer
treinamentos em medidas de prevenção de danos à saúde e segurança do trabalho,
tais como equipamentos de proteção coletivo e individual e esclarecimentos
sobre a toxicidade dos produtos utilizados.
Portanto fui expostos a DDT, Organo
Fosforado e Malation .nas décadas de 70 e 90 na Ex-Sucam,
hoje 2013 Ministério da Saúde; e fui contaminados em virtude do meu
trabalho no combate a endemias. Fui submetido exames
laboratoriais, onde foi constatado elevados níveis de DDT, no meu
organismo um percentual de 14,04% ug/dl de pesticida, os valores
referencias segundo a Intoxicação Exógena Pôr pesticidas do grupo
Organoclorado o normal é de até 3 ug/dl (de acordo com a portaria de
nº 12 de 06/08/83 da Secretaria de Segurança e saúde do trabalhodor através da
N.R.7). como pode-se perceber de um parecer do centro de atendimento
toxicológico Dr.Otávio Brasil em Brasília.
Honra do Mérito
Valdir Madruga
Depoimento
A pesar do reconhecimento e homenagem de alguns politicos a todos os servidores da Ex Sucam/Funasa/MS,Cedido Estado Município, no tocante as Causas dos servidores da Ex Sucam,FUNASA e Ministerio da Saúde em Rondônia, é muito preocupnte, que, assim como outros servidores deste órgão em todo o Brasil, durante várias décadas estivemos trabalhando em contato com o inseticida organoclorado DDT (Dietil-Dicloro-trietano) sem nenhum tipo de equipamento de segurança, tampouco, sem nenhum tipo de informação quanto ao poder tóxico deste produto.
O DDT foi descoberto e inicialmente utilizado durante a II Guerra Mundial para controlar a praga de piolhos que os soldados tiveram. Após o fim da guerra, com a alta letalidade do produto sobre os insetos, o DDT passou a ser utilizado no controle de pragas agrícolas e de interesse em saúde pública, como a malária. Países no mundo inteiro compraram o DDT que era fabricado no E.U.A, porém, com pouco mais de 10 anos de uso, os americanos descobriram este inseticida era letal na natureza e no próprio ser humano. Por isso, a partir do início da década de 60 o uso do DDT foi proibido (lá!), no entanto, os outros países do mundo, como o Brasil, continuaram a comprar o inseticida durante muuuuito tempo. No brasil o DDT foi utilizado pela Ex. Sucam e FUNASA nas ações de controle de malária até 1990, e extra-oficialmente ele ainda foi aplicado até 1995.
Bem, o que está ocorrendo hoje no quadro de servidores da FUNASA/Ministerio da Saude, tanto naqueles que trabalham com saúde indígena quanto nos descentralizado que atuam nas Divisões de Endemias Brasil afora, problemas de saúde que variam desde paralisias de membros, degenerações de articulações, alterações neurólogicas e neuro-psiquísicas, como depressão e outros problemas que nem mesmo a Organização Mundial de Saúde conseguiu ainda descrever todas as possibilidades de danos fisiológicos que o DDT causa no organismos, sendo considerado o mais grave a alteração na camada de mielina das nossas células nervosas, cujo dano é irreversível. Por causa disso tem-se perda de memória, paralisias, perda de reflexos, etc.
Contaminação por ddt em Rondônia
No ano de 2005, por iniciativa de determinado advogado recém-chegado a Rondônia, os sucanzeiros começaram a fazer testes de intoxicação por DDT, particularmente mesmo, sem cobertura por plano de saúde e coisas assim. Quando os resultados começaram a chegar vindos lá da região centro-oeste, foi um espanto só de norte a sul de Rondônia, homens com níveis de DDT no sangue em quantidade 2, 3, 5, até quase 10 vezes maiores que o índice considerado normal para um ser humano.
Agradecimentos ao nobre Vereador! JOAQUIM TEIXEIRA DOS SANTOS e câmara municipal de Ji paraná, pelo reconhecimento dos serviços prestados pelos colegas de trabalho, no vosso município! Embora não seja de Ji paraná, me cinto no dever de agradece-lo, sabendo que nada fizemos além do nosso dever,porque aceitamos o que nos foi proposto e fizemos com presteza!Mesmo assim é poucos que se dão ao trabalho de reconhecer,que batalhamos em prol de um Estado, que sofria com a terrível Malaria! E graças a Deus se não extinta pelo menos controlada!Agora estamos no combate a dengue outra doença cruel e se não nos empenharmos com seriedade, ela fará muito estrago nesta população carente de Saúde pública! Ao colega de JI PARANÁ que foi agraciado com o Mérito deixo os meus Parabéns pela conquista! E que Deus o abençoe em seu dias de jornada! Abraços a todos que batalham por um Ji paraná melhor e sem Malaria e dengue!
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