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Correio Braziliense - 23/05/2015
O temor de que o endividamento das famílias atinja níveis "indesejáveis", elevando a inadimplência, a presidente Dilma Rousseff vetou ontem o aumento do limite de crédito consignado de 30% para 40% da renda do trabalhador. Na justificativa, ela argumentou que "sem a introdução de contrapartidas que ampliassem a proteção ao tomador do empréstimo, a medida proposta poderia acarretar um comprometimento da renda das famílias para além do desejável e de maneira incompatível com os princípios da atividade econômica".
A ampliação do limite foi incluída por parlamentares na Medida Provisória nº 661, que concedia crédito adicional de R$ 30 bilhões para o BNDES. Atualmente, o desconto na folha de pagamento, chamado crédito consignado, é liberado para empréstimos e financiamentos em um limite de até 30% da remuneração. Se a medida fosse aprovada, o trabalhador poderia comprometer mais 10% do salário para pagar o cartão de crédito. Na prática, o teto de endividamento em operações descontadas da folha passaria a 40%.
De marços para abril, o percentual de endividados subiu de 59,6% para 61,6%, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Já o de inadimplentes aumentou de 17,9% para 19,7%. A maior parte das dívidas foi feita com cartões de crédito, 75%, seguida de carnês (16%), financiamento de carro (14%), financiamento de casa (8,6%), crédito pessoal (8,3%) e cheque especial (5,7%). O tempo médio do pagamento em atraso foi 60,9 dias.
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