Vera Batista
Correio Braziliense - 03/09/2015
Apesar da pressão dos servidores do Judiciário, não aconteceu, ontem, a sessão do Congresso Nacional que avaliaria 26 vetos da presidente Dilma Rousseff, inclusive o que nega o reajuste entre 53% e 78% para a categoria - aprovado por unanimidade pelos parlamentares em 30 de junho. Cerca de mil trabalhadores ocuparam a parte externa do Congresso a partir de 8h, com buzinaço e batucada.
No plenário, a reunião começou com bate-boca agressivo entre o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) e o deputado Danilo Forte (PMDB-CE). Segundo a oposição, o Executivo usou todo o tipo para estratégia de derrubar a sessão por falta de quorum. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), nem sequer apareceu no plenário. Quem presidiu a sessão foi o deputado Waldir Maranhão (PP-MA).
"Tivemos informações de que, à noite, o Executivo enviou mensagens de whatsapp e SMS para sua base, ordenando o esvaziamento da reunião. Mas nossa luta vai continuar até a derrubada do veto", explicou Ednete Bezerra, diretora do Sindicato dos Servidores (Sindijus-DF).
A próxima sessão para avaliar os vetos acontecerá em 8 de setembro. Segundo o Ministério do Planejamento, o aumento reivindicado pelos servidores teria impacto de R$ 25,7 bilhões nos cofres públicos.
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou um reajuste em 41,47%, em oito parcelas semestrais, para os funcionários do Judiciário. E, ao mesmo tempo, autorizou para os magistrados das cortes superiores aumento de 16,38%, já em 2016.
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