Vera Batista
Correio Braziliense - 23/09/2015
Os servidores públicos federais fazem hoje um Dia Nacional de Lutas, com paralisação das atividades, em reação à política do governo que provocou congelamento dos reajustes salariais, suspensão de concursos públicos e o fim do abono de permanência.
A expectativa é de que o governo recue, volte a negociar e consulte os servidores sobre o melhor caminho para debelar a crise. "Entendemos que há muito espaço para economizar os R$ 7 bilhões, como taxar grandes fortunas e rever o montante dos juros da dívida, que já ultrapassa os 44% do Orçamento", destacou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
Para Marcos Leôncio Ribeiro, presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), não será uma tarefa fácil conciliar as demandas do mercado, as do Congresso e as dos movimentos sociais. "O governo sabe que para pedir apoio ao pacote, terá que fazer concessões", reforçou. "Essa é uma crise mais política do que econômica."
Rudinei Marques, presidente do Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos em Finanças e Controle (Unacon Sindical), afirmou que "a grande expectativa dos servidores é de que o governo volte a negociar, diga quais são suas intenções e defina prioridades".
O funcionalismo, no entanto, entra na mobilização nacional dividido. Segundo João Maria Medeiros, presidente do Sinagências, a categoria - que luta pela reestruturação da carreira -, formalmente, não participará das atividades. "Vamos aguardar uma posição do secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, até 30 de setembro. Estamos em estado de alerta". De acordo com André Morisson, presidente da Associação dos Peritos Criminais Federais (APCF), embora indignados com o pacote do ministro Levy, os profissionais aguardam a discussão das pautas específicas que até agora não aconteceu no Planejamento.
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