Servidores do IBGE organizam atos contra corte no orçamento do órgão
O Sindicato Nacional dos Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Assibge) prepara manifestações em todo o país contra o corte de 73% no orçamento do órgão, definido pelo Ministério do Planejamento na proposta de Orçamento Geral da União (OGU) para 2015, encaminhada ao Congresso Nacional. As manifestações, ainda sem data definida, reafirmam o processo de luta dos funcionários em defesa do IBGE, pela sua autonomia, pela garantia de recursos e contra o sucateamento do órgão estatístico, disse nesta quarta-feira à Agência Brasil a diretora do sindicato Susana Lage Drumond.
O IBGE confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o orçamento pedido para o próximo ano, de R$ 766 milhões, cairá para cerca de R$ 204 milhões com o corte de R$ 562 milhões, o que provocará a suspensão de importantes pesquisas como a Contagem da População e o Censo Agropecuário.
A diretora do Assibge disse que um órgão de estatística como o IBGE tem planejamento prévio, “e esse planejamento não pode depender de cortes orçamentários. A Contagem da População tem relação com vários fatores da sociedade”, dentre os quais destacou o repasse e a evolução dos municípios, os processos migratórios e a quantidade de estrangeiros que estão vindo para o país. “Há mudanças grandes”, sublinhou. A Contagem da População é efetuada entre o intervalo de dois censos demográficos, geralmente cinco anos depois do último ou cinco antes do próximo censo.
Há necessidade também de se fazer o Censo Agropecuário para apurar as mudanças ocorridas nas áreas rurais. Isso engloba a produção interna brasileira, agricultura destinada à exportação, os deslocamentos populacionais, a população rural, o grau de produtividade da agricultura e da pecuária e os estoques. “Então, não realizá-la na época certa para fazer as comparabilidades quinquenais é muito ruim”, acrescentou.
Segundo o IBGE, está garantida para o próximo ano a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Susana salientou que a POF será feita, entretanto, com menos pessoal, uma vez que de janeiro até o início de agosto deste ano, 487 servidores se aposentaram. “E vamos ter mais aposentadorias", ressaltou, "porque do quadro de 5,7 mil trabalhadores, 50% têm mais de 31 anos de trabalho e 70% têm mais de 26 anos de serviço. Quer dizer, eles já são aposentáveis”.
O sindicato de servidores do IBGE considera que o episódio do corte orçamentário se soma à crise que o órgão está tendo, de falta de pessoal, de precarização, “porque está crescendo a mão de obra temporária”. Durante a greve deste ano, que se estendeu por 70 dias, 186 trabalhadores temporários foram demitidos. Segundo Susana Drumond, o governo precisa entender que cortes orçamentários não podem ser lineares para todos os ministérios, porque existem questões que precisam ser avaliadas no momento correto. Se isso não ocorre, as informações se perdem, ressaltou.
Como não foi aprovado concurso público para o IBGE neste ano, a falta de pessoal se agrava. Os funcionários que tomaram posse em maio passado são referentes à seleção de 2013. “Se o IBGE não tiver um grupo grande de pessoas entrando, corre risco de não conseguir fazer suas tarefas, por falta de pessoal, além de corte orçamentário”, comentou a diretora do sindicato. Ela estima, ainda, que seria necessário admitir no mínimo 5 mil servidores, uma vez que o instituto tem hoje 4,7 mil trabalhadores temporários ocupando as vagas de quem saiu. Além disso, os funcionários novos terão que ser preparados e capacitados para o trabalho, lembrou.
Fonte: Agência Brasil
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