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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Vacina anti-HIV será testada em humanos dentro de três ano

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Vacina anti-HIV será testada em humanos dentro de três anos

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Uma vacina desenvolvida pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) contra o HIV, o vírus que causa a AIDS, terá seus primeiros testes em humanos dentro de aproximadamente três anos, afirma Edecio Cunha Neto, pesquisador que coordena o projeto.

HIV é a sigla – em inglês – do vírus da imunodeficiência humana. Este vírus age sobre o sistema imunológico, que é o responsável por defender nosso organismo das doenças em geral. O HIV atinge os linfócitos T CD4+, e altera o DNA dessas células, proliferando cópias dele mesmo, em um processo gradativo. Após se multiplicar, o HIV rompe os linfócitos e vai em busca de outros, fortalecendo a infecção.
A criação da vacina

A vacina anti-HIV foi totalmente desenhada e concebida no Brasil. Tem apresentado resultados positivos nos testes iniciais, que foram realizados em macacos Rhesus, do Instituto Butantan. Cunha Neto afirmou que, nos quatro macacos testados, a resposta imune foi boa, dez vezes mais forte do que nos testes com camundongos, submetidos ao mesmo tipo de vacinação. Na prática, o sistema imunológico dos primatas é o que mais se parece com o dos seres humanos, tendo se fortalecido após a adminsitração para combater o vírus da Aids, no caso de contaminação.

Como próximo passo, o estudo em humanos apresentará dados para sabermos se a vacina pode fornecer uma resposta à ação do vírus, com segurança.

O desenvolvimento desta vacina iniciou em 2002. Está baseada em premissas nunca antes pesquisadas no mundo, pois o imunizante nela contido, HIVBr18, foi desenvolvido e patenteado pela USP. Cunha Neto destaca que a diferença desta vacina sobre outras que já foram analisadas é que ela atinge setores do vírus que não se alteram durante a transmissão entre seres humanos. E o maior problema em se fazer uma vacina contra o HIV é a variação que o vírus apresenta, ou seja, o genoma pode variar até 20% entre um paciente e outro.

Os próximos testes, ainda com macacos, contarão com 28 animais. Neste estágio das pesquisas serão utilizados vírus com graus mais fortes, tal como aqueles que são utilizados em campanhas de vacinação. O esperado é que o organismo dos macacos reaja imunologicamente contra os fragmentos que não variam do HIV. A expectativa da equipe é de que os fragmentos de HIV contidos na vacina sejam o suficiente para que o hospedeiro (macaco) combata a infecção.

Cunha Neto destaca que o caminho até a cura ainda é longo, uma vez que a doença não apresenta um episódio agudo com duração de apenas alguns dias. Trata-se de uma infecção crônica, e a doença permanece no organismo. É possível se reinfectar diversas vezes, e isso nos diz que vacina terá de ser mais eficiente que a natureza, o que não é pouco. Especificamente por essa razão não se tem até o momento, mundialmente falando, uma vacina que funcione com eficácia.

A equipe espera que os testes já realizados consigam atrair investimentos financeiros do setor privado, uma vez que os custos para ensaios clínicos em humanos está estimado por volta de R$ 250 milhões de reais.

Lembre-se! A melhor forma de prevenção sempre será o uso de preservativos! A camisinha protege contra várias doenças sexualmente transmissíveis, além do HIV.

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