Cristiane Jungblut
O Globo      -      31/10/2012
Governo não quer alterar propostas de reajustes enviadas 
ao Congresso
BRASÍLIA - Em audiência pública na Comissão Mista de 
Orçamento (CMO) para falar sobre a proposta do Orçamento da União de 2013, a 
ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse ontem que o governo não poderia 
enviar proposta de reajuste para o Judiciário e o Ministério Público da União 
(MPU) com índice maior do que o acertado com o Executivo e o Legislativo. A 
proposta geral do governo foi de reajuste de 15,8% em três anos, a partir de 
2013. 
A declaração foi uma reação antecipada da ministra às 
pressões de bastidores do Judiciário e do procurador-geral da República, Roberto 
Gurgel, para que o Congresso aprove reajustes mais elevados.
Ao falar dos reajustes, Miriam disse que as negociações com 
os servidores do Executivo foram "excelentes" e classificou apenas como "boas" 
as negociações com o Judiciário.
- Sobre o Judiciário, houve um entendimento de que não 
tínhamos condições de apresentar proposta diferente daquelas apresentadas ao 
Executivo e ao Legislativo. O Judiciário entendeu a situação, mas explicitou que 
tentaria ir além, no Congresso - disse a ministra.
Em resposta ao MPU, Miriam disse que os procuradores têm a 
maior média salarial dos três Poderes e que a proposta de 15,8% era 
adequada:
- A média salarial do MPU é de R$ 17 mil; do Judiciário, de 
cerca de R$ 11 mil; e do Executivo, de R$ 8 mil. Ou seja, é mais do que o dobro 
da do Executivo. Então, preservar o poder de compra para os próximos três anos 
me parece uma boa proposta.
Assim como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), 
a Procuradoria Geral da República (PGR) também enviou ao Congresso proposta para 
reajuste de 7,12% nos vencimentos do procurador-geral em 2013, com impacto nos 
membros do MPU da União. Esse reajuste de 7,12% faria os vencimentos dos 
ministros do STF subirem para R$ 28,7 mil, teto salarial dos três 
Poderes.
Mas os servidores do Judiciário e do MPU se preparam para 
reforçar o lobby no Congresso com o objetivo de que seja aprovado um reajuste 
maior ainda, o que faria o teto salarial dos Poderes saltar para R$ 34,4 
mil.
O governo já disse a seus aliados que não quer ver 
alteradas as propostas de reajustes. No total, o impacto dos reajustes será de 
R$ 10,2 bilhões nos três Poderes, chegando a R$ 12,9 bilhões com os servidores 
terceirizados. Em 2013, os gastos diretos com salários dos três Poderes chegarão 
a R$ 208 bilhões, caso todos os reajustes sejam aprovados.
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