Consultor Jurídico - 31/10/2012
Em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO), no Congresso Nacional, para falar sobre a proposta do Orçamento da União de 2013, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que o governo não poderia enviar proposta de reajuste para o Judiciário maior do que o acertado com o Executivo e o Legislativo. A proposta geral do governo foi de reajuste de 15,8% em três anos, sendo 5% em cada ano, a partir de 2013. As informações são da Agência Globo.
O Judiciário e o Ministério Público da União já criticaram
a proposta e enviaram projetos pedindo reajustes maiores. Assim como os
ministros do Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria Geral da República também
enviou proposta para reajuste de 7,12% nos vencimentos do procurador-geral em
2013, com impacto nos membros do Ministério Público da União. Esse reajuste de
7,12% faria os vencimentos dos ministros do Supremo subir para R$ 28,7 mil, teto
salarial dos três Poderes. Mas o Judiciário e o MPU querem a aprovação de
reajustes de anos anteriores, o que faria o teto salarial dos Poderes saltar
para R$ 34,4 mil.
Ao falar dos reajustes, Miriam disse que as negociações com
os servidores do Executivo foram "excelentes" e classificou apenas como "boas"
as negociações com Judiciário e MPU. “Sobre o Judiciário, houve um entendimento
de que nós, do Executivo, não tínhamos condições de apresentar proposta
diferente do que aquelas apresentadas ao Executivo e ao Legislativo. E, por essa
razão, repetimos a proposta. O Judiciário entendeu a situação, mas explicitou
que tentaria ir além no Congresso. E encaminhamos a proposta original de todos
os projetos do Judiciário para análise do Congresso”, disse a
ministra.
Mas o governo já disse aos aliados que não quer ver
alteradas as propostas de reajustes. No total, o impacto dos reajustes será de
R$ 10,2 bilhões nos três Poderes, chegando a R$ 12,9 bilhões com os servidores
terceirizados. Em 2013, os gastos diretos com salários dos três Poderes chegará
a R$ 208 bilhões, caso todos os reajustes sejam aprovados. O gasto de R$ 208
bilhões sobe para R$ 225,98 bilhões quando somados aos chamados encargos
sociais, num aumento de 11,19% em relação aos R$ 203,24 bilhões deste
ano.
Desde o envio do Orçamento ao Congresso, em 31 de agosto, o
Judiciário e o MPU têm reagido nos bastidores. Tanto o MPU quanto o Poder
Judiciário enviaram projetos ao Congresso, anexados ao Orçamento, pedindo
reajuste de 7,12% em 2013 e pedindo que sejam aprovados dois projetos antigos, o
que faria o subsídio ser engordado em 29%, passando dos atuais R$ 26,7 mil para
cerca de R$ 34,4 mil. Mas o governo só colocou recursos para bancar 5%, ou 15,8%
em três anos, como para os demais servidores.
Inconformado com a proposta do governo de 5% para 2013, o
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ingressou com Mandado de
Segurança junto ao Supremo para garantir aumento maior dos seus vencimentos e do
MPU do que o previsto no projeto de lei do Orçamento da União de 2013, enviado
ao Congresso. Na ação, Gurgel pede que sejam incluídos no Orçamento os recursos
que garantam os aumentos pedidos pelo Ministério Público, num total de 29,53%. O
caso está sendo analisado pelo ministro Joaquim Barbosa.
Na apresentação inicial da ministra do Planejamento na CMO,
ela anunciou que foram mantidos os parâmetros macroeconômicos enviados no
Orçamento, como a previsão de crescimento de 4,5% do PIB em 2013
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