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Rute Pina
DCI - 25/03/2014
Em janeiro, o crédito consignado avançou 12,1% em comparação a dezembro do ano passado, atingindo um valor de R$ 12,157 bilhões em empréstimos, segundo dados do Relatório de Operações de Crédito do Banco Central (BC).
Na comparação anual, a modalidade cresceu 21,2%, a maior alta dentre as linhas de créditos analisadas pelo relatório.
A procura por esta categoria deu-se mais entre os beneficiários de INSS, que tiveram concedidos R$ 3,65 bilhões. No acumulado de 12 meses, a variação para aposentados e pensionistas foi de 21,5%. Os Servidores Públicos financiaram R$ 7,44 bilhões na modalidade em janeiro, enquanto os funcionários do setor privado tiveram R$ 1,06 bilhão concedido em empréstimos.
O professor Guilherme Campos, da BSP Business School, acredita que o crescimento da modalidade vem em um movimento contrário a de outras linhas de crédito, que recuaram devido à maior seletividade dos bancos no ano passado e alta generalizada das taxas de juros.
"Em um movimento inverso, o empréstimo consignado cresceu pelo menor grau de risco que ele representa às instituições bancárias, que tem no processo uma garantia jurídica", disse. Podendo ser obtido em bancos ou agências financeiras, as parcelas do empréstimo consignado são deduzidas na folha de pagamentos do empregado, não podendo ultrapassar 30% do mesmo, e costumam ter taxas de juros mais atrativas do que as linhas de crédito convencionais.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, no período de 28 de fevereiro a 10 de março, apresentava uma taxa de 1,77% ao mês no crédito consignado para beneficiários do INSS, segundo o BC. Já no Banco do Brasil apresentava Tributos 1,96% e Santander, 2,14%. Itaú Unibanco e Bradesco, ambos, cobram 2,12% ao mês.
Já nas linhas de créditos não consignadas, as taxas nestes mesmos bancos variavam de 3,42% (Caixa) a 5,78% ao mês (Bradesco) no período. Campos adiciona que, para além do menor grau de inadimplência, o mercado cresceu também pelo maior número de financeiras concedendo o empréstimo, o que aumentou a competitividade tanto entre elas. Porém, ele afirma que a tendência é que as taxas cresçam com a previsão de aumento da Selic na próxima semana, durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O professor da Fipecafi, Silvo Paixão, concorda com a análise que faz Campos. Segundo ele, a expansão da categoria dos consignados apoiou-se, por um lado, no crescente conservadorismo dos bancos e, por outro, na necessidade dos clientes, que buscam alternativas às políticas restritivas das instituições bancárias.
"O crescimento veio primeiro do interesse das pessoas em adquirir crédito de uma fonte mais barata, mesmo que elas precisem se submeter a bloquear uma parte do salário. Já para os bancos, é interessante, pois tem uma garantia do empregador", afirmou.
Para Paixão, os bancos continuarão a procurar se alinhar às financeiras neste tipo de concessão de crédito, porque é uma forma de não perder participação no mercado.
"É uma tendência que deve seguir, pelo menos, até o primeiro semestre de 2015, com as depurações das carteiras", disse.
Segundo ele, o mercado permanecer em crescimento na modalidade, uma vez que as previsões para o ritmo de crescimento da economia, com o crescimento do PIB projetado para aproximadamente 2%, faz com que as políticas de seletividade e cautela dos bancos permaneçam.
Mesmo com o contratempo de ter parte do salário extraviada, ele avalia que o empréstimo é ainda vantajoso para os clientes que necessitam do crédito e buscam baixas taxas de juros. "Para quem não tem saída e precisa do dinheiro, o crédito consignado ainda é a linha mais atrativa", concluiu.
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