Agência Brasil - 14/09/2015
Representantes dos servidores públicos federais demonstraram preocupação com o anúncio do governo de congelar os reajustes dos servidores públicos até agosto de 2016. Uma reunião do Fórum das Entidades dos Servidores Públicos Federais deve ocorrer nos próximos dias para decidir a posição da categoria. O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, considerou “lamentável” a decisão do governo.
“Achamos lamentável a posição do governo de colocar as mazelas da crise nos braços dos servidores. Entendemos como um recuo do governo em um processo de negociação que vinha caminhando. Vamos fazer uma avaliação com as entidades filiadas e chamar o fórum”, disse Silva. Ele lembrou uma fala de Dilma ainda durante as eleições do ano passado, e criticou o que entende como uma quebra de promessa de campanha. “O governo está optando de continuar penalizando o trabalhador, diferente do que a presidenta falou, que não ia tirar direitos dos trabalhadores 'nem que a vaca tussa'."
Os servidores do Poder Executivo vinham negociando o reajuste com o governo, que oferecia um reajuste de 10,8%, dividido pelos próximos dois anos. Os servidores queriam aumento de 27,3% já para o ano que vem, e as negociações avançavam. Na opinião do secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep-DF), Oton Pereira Neves, a decisão do governo “apaga fogo com gasolina”.
“A gente tem a impressão que o ministro Levy quer apagar o fogo com gasolina. Estamos recebendo as informações e faremos uma avaliação, chamaremos a assembleia geral. Vamos colocar a categoria em movimento para enfrentar essa situação. A gente acredita que quanto mais medidas de reajuste [são tomadas], mais aprofunda a crise”, disse.
Neves também não descarta uma greve dos servidores do Executivo.“Fizemos greves muito pontuais, mas o grosso do funcionalismo não fez greve. A gente estava negociando, não era o melhor dos mundos, mas era aceitável. Se o governo romper com isso, não teremos outra saída a não ser uma greve generalizada”.
Silva disse que a categoria pode ir ao Congresso Nacional para reverter as medidas anunciadas hoje. “Temos uma expectativa de uma saída com um processo de mobilização e ir ao Congresso para reverter essa decisão do governo”. Outra categoria de deve pressionar os parlamentares é a dos servidores do Judiciário. Aprovado no Congresso, o reajuste que variava entre 53% e 78,56%, foi vetado por Dilma Rousseff.
“Essa proposta do governo Dilma só reafirma o nosso movimento. A gente não pode ser responsabilizado pela política fiscal. Temos um projeto aprovado no Congresso e vetado pelo governo Dilma. Dia 22 faremos um ato nacional para pressionar o Congresso a derrubar o veto”, disse o coordenador-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), Cledo Vieira.
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