Vera Batista
Correio Braziliense - 08/08/2015
Além de jogar uma bomba de R$ 2,4 bilhões anuais na folha de pagamento da União, a PEC nº 443/2009 reacendeu ressentimentos entre categorias do funcionalismo federal. A vinculação dos salários de advogados públicos, delegados e procuradores a 90,25% do subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) eleva o ganho mensal deles em fim de carreira para R$ 30,4 mil. E cria um fosso com os não contemplados. Em protesto, agentes, escrivães e papiloscopistas (EPAs) da Polícia Federal, vão discutir, na segunda-feira, indicativo de greve com início ainda em agosto.
"A categoria está irada. Com esse projeto, os delegados vão ganhar quase o triplo dos EPAs. Não podemos permitir essa estagnação no fundo do poço", disse Jones Leal, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Outra classe que esperneou foi a dos auditores fiscais da Receita Federal. O sindicato da categoria (Sindifisco) orientou os ocupantes de cargos de chefia a entregá-los. "A irritação é imensa. Estamos sendo desprestigiados. O tratamento desrespeitoso do governo prenuncia dias difíceis", alertou Cláudio Damasceno, presidente da entidade.
Outra rixa foi reativada: associações da magistratura e do Ministério Público discordaram da vinculação da PEC, por entenderem que suas carreiras têm maior grau de responsabilidade e complexidade. Para a a Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni) a afirmação "foi por demais infeliz e discriminatória".
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